Céu escrita por Anna


Capítulo 2
Parte II


Notas iniciais do capítulo

Nunca se esqueçam que podem deixar sugestões, críticas e o que acham que precisam melhorar. Se encontrarem algum erro de lógica ou gramática, me avisem, terei o prazer de fazer a alteração e ficarei agradecida.



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– JOSHUA, ME DEVOLVE MEU IPHONE A-GO-RA! – Skyler gritou enquanto corria atrás de mim

– Não! Você passa mais tempo com ele do que comigo! Hoje você está de CAS-TI-GO e não vai pegar nesse iPhone! – Levantei a mão (que segurava o iPhone) bem acima da cabeça, em um lugar inalcançável para a baixinha da Sky.

Estávamos na sala de estar de minha casa (uma semana de chantagem emocional para fazer com que a criatura saísse do porão) e minha intenção era passar o sábado em que comemorávamos um mês de namoro sem brigar. Mas quem disse que Skyler queria facilitar minha vida?

Ela não DESGRUDAVA daquela porcaria de Candy Crush! Sério, chegou a um ponto que ficou completamente sem graça ela nem falar comigo para jogar aquela porcaria no iPhone, tive que pará-la antes que eu perdesse a paciência e tacasse o iPhone no fogo.

Aquele corre-corre pela sala de estar acabou resultando com Sky pulando para segurar minhas pernas, eu caindo no chão depois de uma breve tentativa de tentar segurar na mesinha de centro e, por fim, o vaso da mesinha de centro indo direto para o chão, quebrando em mil pedacinhos.

– QUE BARULHO FOI ESSE? – Minha mãe perguntou, ela estava descendo as escadas.

Quando eu estava me levantando, Sky já jogava os pedaços do vaso embaixo do sofá.

– Nossa, que gracinha meus fofuchos vendo um filminho juntinhos! – Ela comentou quando entrou na sala, apertou as bochechas de Sky. Estávamos vendo O Massacre da Serra Elétrica e ela se referia esse épico como filminho? – Por que vocês estão sentados desse jeito?

Eu estava sentado no chão (com as costas grudadas no sofá para esconder o lugar onde tínhamos escondido os cacos) e Sky estava deitada no sofá com uma das mãos mexendo no meu cabelo.

– Estou com dor nas costas. – Skyler falou – Aí o Josh me deixou ficar deitada.

– Dor nas costas? É um dos sintomas da gravid...

– NÃO ESTAMOS TRANSANDO! – Eu e Sky falamos em uníssono

Minha mão levantou os braços em sinal de rendimento, saiu da sala e nós dois (eu e Sky) soltamos um suspiro de alívio.

– Devolve meu iPhone? – Ela perguntou

– Não.

– AMBER! VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR NO QUE O JOSH FEZ... – Tapei a boca da criatura e devolvi a merda do iPhone

Acho que uma das melhores coisas da vida é namorar uma antissocial. Sei que muitos podem me criticar por ter essa opinião, mas é a mais pura verdade. O antissocial não tem amigos então acaba se apegando mais a você (o que é meio triste), mas isso diminuí MUITO a possibilidade de eu ser chifrado.

Sem contar que a lista de pessoas que Skyler tem amor é muito pequena (Eu, Nanette e minha mãe, só), por isso ela acaba tratando a pessoa muito bem (comparado a o como ela me tratava antes, qualquer coisa é “muito bem”). Sei lá, acho que ter ela como namorada é muito mais especial, dá para entender?

– Josh, você está na escola? – Skyler perguntou

– Sim, pedi licença para ir beber água então não se preocupe. Estamos a sós. – Ela soltou um risinho

Começamos a conversar, ficamos uns dez minutos conversando até que ouvi alguém me chamando. Juro que se Skyler não tivesse com a bateria fraca, o professor de Geografia teria me pegado conversando com ela.

No intervalo eu passo o tempo com Jake, Emma, Jane, Simon e Liam. São meus melhores amigos na escola e as únicas pessoas que me aturam falando de Sky como um louco. Vez ou outras eles comentavam que eu falava tanto dela que parecia ser um psicopata falando da sua próxima vítima. Como eu posso dizer isso? Sky é como um bebê recém-nascido, todo o dia faz alguma coisa nova. Só que bebês fazem coisas novas que os outros bebês também fazem, Skyler não... Skyler é diferente.

–... e aí ela pegou o creme de barbear do meu pai e jogou em mim! Estou cheirando a creme até agora! – Terminei de narrar

– Que aniversário de um mês de namoro... animado. – Jane comentou

– E estranho. – Emma complementou

Dei de ombros e peguei meu hambúrguer, dei a última mordida para finalizar o lanche e só aí voltei a falar.

– Qual é a graça de ser normal afinal? Nesse último mês percebi que os anormais são bem mais... sexys. – Pensei em Skyler vindo me receber de calcinha e sutiã... Não tinha visão mais perfeita do que aquilo.

– Mentira Josh. Eu sou normal e incrivelmente sexy. – Aquela voz fina e esganada veio por trás de mim, mas eu reconheceria essa forma rude de falar em qualquer lugar. Sophia...

Sophia Campbell foi minha última namorada e a primeira decepção amorosa que eu tive em toda minha vida. Ela tinha cabelos negros e cacheados, pele branca e olhos castanhos. Seu corpo me lembrava uma atriz pornô e acredite, isso não é nem um pouco bonito.

Sou extremamente insensível quando o assunto é Sophia, porque nós dois namoramos por uma semana e ela me traiu. Sim, ela é uma puta duas caras que merece queimar no inferno e ser comida por demônios da Tasmânia. Ela conseguiu virar o motivo pelo qual eu AMO o fato de Sky ser antissocial. Sério, ser chifrado não é nem um pouco legal.

– O assunto não chegou na floresta para cobras como você aparecerem. – Emma sorriu falso para ela

– Nossa, a menininha está enfezada. – Sophia soltou uns risinhos falsos

– O que você quer Sophia? – Perguntei, minha paciência sempre se acabava quando Sophia estava próxima.

Ela jogou os cachos negros para o lado e sorriu falsamente, em que mundo um garoto que se preze acha Sophia Campbell bonita? Não consigo acreditar que eu achava essa... essa... coisa bonita.

– Eu só queria te informar que alguém – Vulgo Sophia – espalhou para a CHS interia que você está namorando uma antissocial depressiva e que você está sendo taxado de estranho e ridículo pelos quatro cantos do campus.

Revirei os olhos e voltei a conversar com meus amigos, aprendi com Sky que não havia ato que irritava mais alguém do que esse (experiência própria), mas Sophia não estava “preparada” para me deixar em paz com meus amigos.

– Por que você não termina com essa problemática? Acho que você merece alguém muito mais sexy e bonita do que aquela estranha deve ser. Ela é horrorosa!

– E como você pode afirmar isso com tanta certeza? – Emma perguntou, todos meus amigos sabiam que Sophia nunca tinha visto Skyler na vida.

– Dã! Ela é antissocial! Essas pessoas não se preocupam com a aparência e com o que os outros vão pensar delas! UM NOJO! – Ela deu um sorrisinho

Simon estava com meu celular e mostrou para Sophia a foto de plano de fundo. Era uma foto que eu havia tirado de Sky ontem, ela estava deitava de barriga para baixo na minha cama e abraçada ao meu travesseiro, tentava esconder o sorriso com ele mais não conseguia. Ela tinha ficado extremamente adorável e perfeita naquela foto (ela é adoravelmente perfeita SEMPRE) com aqueles shorts jeans e a minha jaqueta do time de futebol por cima de uma regata preta. Eu quase tive uma crise de risos quando vi a cara que Sophia fez.

– Quem é essa menina? – Ela perguntou – E por que está com sua jaqueta encima da sua cama?

– Sophia, quero lhe apresentar a namorada antissocial feiosa do meu querido amigo Josh, Skyler. – Liam disse apontando para o celular, uma risada escapou pelos meus lábios.

Sophia bufou e deu meia volta, foi em direção a Eleanor (ela é legal, mas é puta porque começou a andar com Sophia) e faltou matar a menina enquanto descontava sua raiva nela. Peguei meu celular de volta e fiquei observando os olhos verdes cristalinos de Skyler, humilhar Sophia com a beleza de minha namorada foi a coisa mais divertida que já fiz em minha vida.

– Josh! Meu bebê! Hoje você, a mamãe e o papai vamos ao cinema! – Minha mãe falava comigo como se eu tivesse cinco anos de idade

– Não, hoje eu tenho uma sessão de filmes com a Skyler. Você sabe muito bem que todos os dias eu vou vê-la mãe. – Joguei minha mochila no chão da cozinha e comecei a comer o hambúrguer que minha mãe fez para o almoço.

Ela olhou para baixo e depois olhou para mim com um olhar triste. Ela estava decepcionada por eu preferir Sky a ela ou estava escondendo alguma coisa, como minha mãe ama Skyler mais do que me ama eu tive certeza que era a segunda opção.

– Algo de errado mãe?

– Nanette ligou pedindo que você não fosse ao chalé hoje. Parece que Sky teve mais uma de suas crises depressivas e acabou se cortando, tiveram que sedá-la para costurar os cortes. Agora ela está deitada no quarto da mãe e não parece que quer sair de lá por hoje. – Ela explicou

Eu já estava indo pegar minhas chaves do carro quando minha mãe me parou.

– Joshua, você precisa entender... Essa não é uma simples crise, hoje faz três anos que o ex-namorado dela morreu. Isso é uma coisa que você não pode ajudar querido. Infelizmente.

Lembrei que fazia uns três meses que Skyler me falara que não tinha amigos e que iria fazer três anos que ela não os tinha. O dia que Andrew morreu foi o dia que todos os amigos de Skyler (vulgo Andrew) pararam de existir. Admito que fiquei com um pouco de ciúmes por Sky estar assim por causa de um ex, mas decidi voltar para meu quarto e ouvir Nickelback (a única banda que Skyler amava mais do que a própria vida) para me lembrar de minha namorada.

Minha mão coçava toda vez que eu via o telefone, fiz o possível e o impossível para não ligar para o chalé, mas não consegui e acabei ligando, Nanette atendeu.

– Alô?

– Oi Nanette, é o Joshua. Eu queria saber o como a Skyler está.

– Ela está dormindo agora, quer que eu a acorde? Acho que ela já está em condições para conversar com alguém, principalmente com você.

– Não. Não. Deixe-a, acho que ela merece um pouco de descanso hoje. Quando ela acordar diga que eu liguei e mandei um beijo para ela.

– Vou dizer sim Joshua. É bem provável que ela te ligue no segundo seguinte que eu disser “Josh te ligou...”.

– É – Dei uma leve risada – bem provável mesmo.

Despedimos-nos e Nanette desligou.

Passei a tarde esperando a ligação de Skyler, mas foi em vão. Nem um SMS, nem um choquinho, nem nada... Que merda. Voltei a ouvir Nickelback, mas as músicas desses caras só me lembra mais e mais de Skyler. Novamente, que merda. Fui, então, terminar um trabalho de Filosofia que era para semana que vem. Srt. Johnson (uma gorda mal comida) passara algumas perguntas e deixara claro que 30% de nossa nota final dependia das nossas respostas para aquelas perguntas. Eu já havia respondido a metade e ficara com preguiça para responder o resto.

Pergunta número 123: Em sua vida, qual é seu objetivo?

Meu objetivo? De novo isso não... Bem, meu objetivo é. É... É? É que eu ainda não sei. Olhei no site da CHS e entrei na minha conta, consegui achar o número de celular da Srt. Johnson.

– Srt. Johnson? É o Joshua Harrison, boa-tarde... Eu sei que você deve estar muito ocupada, mas estou tendo dificuldade para responder a pergunta número cento e vinte e três.

Qual seria essa pergunta? – A voz esganada de Srt. Johnson ficava mais irritante quando se ouvida pelo alto-falante do celular

– “Em sua vida, qual é seu objetivo?”.

Ora Joshua! Vai me dizer que você não tem um objetivo de vida? – Ela parecia decepcionada

– Para ser honesto, se eu tenho um objetivo de vida não sei qual é.

Você não quer passar na escola? Fazer faculdade? Constituir família?

– Acho que esses não são objetivos, são apenas obrigações que a sociedade impõe a todos.

Então... Você não tem nada de especial? Algo que é muito importante para você? Que passa por uma dificuldade? Sua namorada talvez? Fiquei sabendo que ela passa por alguns problemas... – Sophia e sua boca grande havia feito um trabalho horrivelmente bom

– Sim, ela é depressiva e antissocial, é radical nas duas coisas. Gostaria de ajudá-la nisso...

Ora, então escreva sobre isso! Até Joshua!

E desligou na minha cara.

Fazer minha namorada uma pessoa feliz novamente parecia um objetivo, e um objetivo nada fácil... Fazer o que? Nenhum objetivo nessa vida é fácil.

Quando fui para o chalé na tarde do dia seguinte, Nanette me garantiu que Sky estava melhor, mas ainda meio mal por causa dos cortes. Entrei pela primeira vez no verdadeiro quarto de Skyler, era um quarto completamente branco (parede, chão, móveis, TUDO) a única coisa que quebrava aquele clima branco eram os livros encima das prateleiras (brancas, dã). Skyler estava bem escondida entre os travesseiros e o cobertor de enchimento. Tirei meus tênis e meias antes de entrar (Nanette me explicara que o lugar era completamente esterilizado por causa da asma de Skyler, ela só ficava naquele lugar quando tinha ataques muito graves) e fui me deitar ao lado dela. Demorou um pouco para que eu encontrasse sua cintura (travesseiros demais para uma cama só) e quando encontrei encostei levemente suas costas em meu peitoral e abdômen. Comecei a beijar levemente seu pescoço e ouvi algumas risadinhas, Skyler sentia um pouco de cócegas naquela área.

– Está tudo bem Sky? – Perguntei enquanto beijava seu lóbulo, ela parou de rir.

– Estou bem. Fiquei sabendo que você me ligou, eu até ia te ligar de volta, mas minha mãe tirou o meu iPhone quando eu falei que me recusaria a respirar se ela não me deixasse voltar para o porão.

– E o que te fez mudar de ideia?

– Eu não quero te ver triste...

Aconcheguei-me em seu ombro e passei minha mão pelos curativos (na barriga), ela estremeceu. Comecei a acariciar bem levemente aquela área, Sky arrepiou. Comecei a beijar o pescoço dela e os beijos foram descendo e subindo pelo pescoço, clavícula e ombro. Skyler gemeu. Minhas mãos desceram pela sua cintura, quando toquei o elástico da calcinha dela... ela surtou. Simplesmente deu um salto andou para trás encima da cama e caiu de costas no chão. Eu observei a cena, horrorizado.

– Skyler! – Gritei enquanto corria para aonde ela havia caído, não tinha sido nada demais e ela já estava sentada no chão. Meu grito foi o suficiente para trazer Nanette ao quarto.

– QUE MERDA ACONTECEU AQUI?! – Ela gritou, fiquei assustado em ouvir Nanette falando palavrão.

– Não foi nada demais, eu apenas estava fazendo gracinha e tropecei, caí no chão... Josh apenas ficou preocupado. – Skyler mentiu

Nanette saiu do quarto, desconfiada, eu soltei um suspiro de alivio e me sentei ao lado de Sky.

– O que aconteceu Sky? – Tirei uma mecha de cabelo de seu rosto

– Eu... Eu... – Ela estava com os olhos cheios de lágrimas – Eu estou dolorida por causa dos cortes Josh, não quero fazer isso por enquanto, além do mais... Namoramos há pouco tempo, não é certo.

– Está tudo bem Skyler. – Não deixei que ela falasse nada, apenas beijei seus lábios levemente.

Você tentou transar com ela e ela teve um ataque? – Jake comentou, odiava quando ele repetia o que eu tinha acabado de falar. Conversávamos pelo celular.

– É... Foi meio assustador. Ela pulou do nada e caiu da cama.

– Sei lá cara, você está sendo um pouco precipitado. Sabe... Faz apenas um mês que vocês namoram e eu acho que você tem que levar as coisas com mais calma por causa da depressão e tal.

– Verdade...

Conversamos mais um pouco sobre a escola e sobre o novo GTA que lançara há algumas semanas. Foi divertido falar sobre coisas normais de adolescentes normais para variar um pouco, ultimamente Sky ocupava muito a minha mente.

As coisas continuaram normais por umas semanas, até o dia em que Skyler me ligou chorando de uma forma tão absurda que não dava para entender o que ela falava. Fui para a casa dela quase voando no carro.

Nanette atendeu a porta já me empurrando para o porão, ela chorava encolhida ao lado da geladeira e tossia até não poder mais. Ela estava com a bombinha de asma ao lado, usava-a vez ou outra, recuperando o fôlego e depois tossia mais de tanto chorar.

Fiquei ajoelhado na sua frente e segurei seu rosto com minhas mãos, ela começou a respirar mais facilmente, encostei nossas testas e comecei a respirar em um ritmo que ela pudesse acompanhar, aos poucos ela voltou a respirar normalmente e engoliu o choro.

– O que aconteceu Sky? – Perguntei, seus olhos estavam avermelhados.

– Vieram aqui em casa, uma menina... Ela me xingou de um tanto de coisa e depois falou que não sabe o como você pode estar com alguém como eu. – SOPHIA!

– Essa menina... tinha cabelo cacheado e negro, olhos castanhos e um corpo de rata de academia?

Sky fez que sim com a cabeça e eu respirei fundo. Eu não podia estourar naquele momento, Skyler precisava de mim. Peguei-a no colo no estilo noiva e a levei para o sofá-cama, o deixei em forma de sofá de novo e me deitei nele, Skyler deitou encima de mim com o rosto em meu peitoral. Eu acariciei seus cabelos enquanto ela se aninhava.

– Você está bem? – Perguntei bem baixinho

– Sim, apenas não gosto de quando me tratam como um monstro. – Ela sussurrou

Respirei fundo de novo, eu realmente queria socar a cara de Sophia.

Aproveitar aqueles momentos que eu tinha com Skyler era a melhor coisa que me poderia me acontecer. Ninguém sabe o como uma antissocial depressiva e asmática pode ser uma das pessoas mais incríveis do mundo. Pode-se parecer que eu sou um baba-ovo, mas para falar a verdade... Ela precisa mais de mim do que eu preciso dela, por isso tenho que ser mais carinhoso e presente nessa relação, só que vez ou outra ela sabe ser romântica, como foi essa tarde.

– “Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia” – Ela citou

– Legal esse verso, - beijei sua testa – de quem seria?

– William Shakespeare, meu muso. – Ela sorriu

– Você está lendo poemas e versos daquele velho revoltado? Isso não pode te fazer bem...

– Fala isso de Shakespeare de novo que eu sento a mão na sua cara, abusado.

Fiquei calado por um tempo, minha língua coçava para que eu comentasse mais alguma coisa, porém nesse um mês e duas semanas de namoro eu havia descoberto que os tapas de Skyler ardem MUITO e por MUITO tempo (ainda sinto até hoje o último tapa que ela me deu há duas semanas por eu ter pegado o iPhone dela de novo).

Ela se aninhou na curva entre meu pescoço e minha clavícula, fiquei-a observando por um tempo até sentir seus lábios deixando beijos próximos a minha nuca.

Acho que Skyler é bipolar também...

– SOPHIA CAMPBELL, VENHA AQUI AGORA SUA DEBRAVADA! – Emma gritou, todos das mesas ao lado das nossas a encararam. Eu não deveria ter contado para ela sobre o porquê Skyler havia chorado.

Sophia foi até a nossa mesa rebolando e parou perto de mim, com as mãos na cintura. Meu punho fechado se sentia atraído pela bochecha dela, como um imã se atrai por um pedaço de metal.

– Sabem o que é “mico além do limite”, então, é isso que vocês vão continuar passando se continuarem andando com essa lunática. – Sophia olhou para Emma com nojo

– Lunática? Eu? Há-há! Ao menos eu não saio por aí xingando as namoradas dos outros como você! – Simon teve que segurar Emma para que ela não se soltasse e desse um muro na cara de Sophia.

A mesma olhou no mesmo instante para mim, sua cara era de surpresa.

– Ontem você ofendeu minha namorada Sophia, hoje você está morta para mim. – Foi a única coisa que eu falei, logo depois eu saí da mesa. Sophia me seguiu mesmo assim.

– POR QUE VOCÊ QUER NAMORAR AQUELA COISA?! – Sophia berrava – EU SOU MUITO MELHOR DO QUE ELA.

– Antissociais são amorosas e incríveis, além do fato de não terem amigos para que eu sinta ciúme. Não tenho interesse em namorar alguém que é mais rodada do que sabonete de banheiro público, como você.

– Mas ano passado você queria! E como queria! Aposto que você só está com essa menina para transar com ela, uma coisa que nós dois não fizemos porque você é um idiota. – Ela soltou uma de suas risadas irritantes

– Para início de conversa, Skyler é virgem. Ela e eu não temos intenções sexuais um no outro por enquanto e espero que continue assim até ela estar pronta. E... Eu sempre soube que você era puta Sophia e eu fiz uma promessa quando eu perdi minha virgindade, “eu nunca dormirei com uma puta”. Passar bem.

Tive treino de futebol americano depois da aula, eu estava fora de forma mesmo. O treinador Jones fez o que ele sempre fazia: mandar o time fazer flexões, treinar arremessos, treinar derrubamentos, fazer polichinelos, levantar peso... Odeio levantar peso.

– HARRISON! FAÇA ESSAS FLEXÕES MAIS RÁPIDO! JACKSON! VOCÊ PARECE UMA GAROTA FAZENDO FLEXÕES, VINTE VOLTAS NO CAMPO AGORA!

“Jackson” era o Simon, que era bem maior do que qualquer cara da escola, uma verdadeira máquina de músculo de dar medo em qualquer um. Em compensação ele tinha um coração molenga, mas não demonstrava muito isso. As vezes que queria ver Simon dando um murro na cara de Jones, seria épico demais.

Depois de ter que dar minhas próprias vinte voltas no campo (por estar dando polichinelos devagar demais) eu fui para o chuveiro e dei glória a Deus quando senti a água gelada tocando na minha pele.

– Josh! Você está fabricando o chuveiro ou está tomando banho?! Saí daí logo! – Suspirei, poucos chuveiros para muitas pessoas.

Saí do chuveiro com a toalha envolta da cintura, me vesti enquanto os outros estavam ocupados tentando arrumar um chuveiro próprio.

Às vezes eu gostava de imaginar o passado de Skyler enquanto ela estava muito entretida com o Candy Crush ou vendo alguma coisa. Ela nunca fala de si mesma (se bem que ela quase nunca fala ou começa uma conversa) e eu acho isso estranho. Deveras fato, meninas não calam a boca por um minuto.

– Você nunca fala de si mesma. – Reclamei, ela parou de olhar a tela do iPhone e dirigiu o olhar para mim.

– Como assim? Isso não é uma coisa boa?

– Sei lá, é como se eu tivesse namorando uma garota que nasceu há três anos sabe... Como se antes da morte de Andrew você não existisse. Isso é bem estranho.

– A garota que você está namorando se tornou o que é hoje pelo o que aconteceu há três anos, antes ela era ridícula. – Ela suspirou e balançou a cabeça negativamente

– Ridícula? Como?

– Lembra-se da sua teoria dos seguidores maníacos de Hollywood? Que querem mais do que tudo que sua vida seja ridiculamente perfeita como nos seriados e filmes? – Lembrei-me de quando disse aquilo a ela, balancei minha cabeça positivamente – Bem, eu era mais ou menos assim. A minha asma não atacava tanto naquela época então eu podia ser líder de torcida... Era a capitã da equipe e andava com meio quilo de maquiagem colorida na escola, me vestia de acordo com o que as revistas falavam que eram bonitas, namorei o capitão da equipe de basquete da escola, o Claude... No fim percebi que estar na escola, ser popular não valia nada e quando Claude me traiu consegui arrumar um motivo verdadeiramente bom para fazer a prova que finalizava completamente o ensino médio. Aí conheci o Andrew, namoramos por seis meses e ele morreu. Fim da historinha.

– Mas... Você não disse que se veste como a Taylor Momsen dês que se entende por gente? – Lembrei de quando ela me disse aquilo no primeiro dia que nos vimos – Como é possível você seguir a moda das revistas?

– Eu comecei a me entender por gente quando eu era bem nova, parei de me entender por gente quando virei uma adolescente babaquinha e aí virei uma... uma boneca basicamente. Três anos atrás voltei a mim.

Até que deu para entender um pouco daquilo.

Imaginar Skyler como uma protagonista de filme adolescente americano era muito estranho, ela tinha cara de uma badgirl de filme americano, isso sim.

Ela largou o iPhone e se aconchegou no meu ombro. Liguei a TV e ficamos assistindo Friends até dar minha hora de ir.

Quando o aniversário de dois meses de namoro chegou, eu precisava fazer algo legal para Skyler. O primeiro aniversário tinha sido um cú e se Skyler não fosse Skyler ela teria terminado comigo por não fazer nada de especial, por isso decidi levá-la para um lugar legal. Sem contar que fazia MUITO tempo dês da última vez que eu vira Sky saindo de casa, então seria algo bom para ela.

– Sky? Você está pronta? – Perguntei, fazia um tempo que ela estava trancada dentro do quarto esterilizado.

Ela não respondeu, mas abriu a porta.

UAU era a palavra que definia o como Skyler estava.

O cabelo estava levemente cacheado e a franja estava presa com uma presilha prateada. Ela usava sombra clara, rímel preto, delineador e batom vermelho. Para completar, seu vestido era tomara que caia preto que era colado até um pouco abaixo do busto e depois se “soltava”, usava um salto baixo prateado.

Sem acessórios e nem nada ela conseguiu ficar linda, amo isso nela.

Dei um beijo em sua testa e a elogiei até fazê-la corar.

– Você é um exagerado sabia? – Ela abaixou o olhar e eu aproveitei a oportunidade para roubar-lhe um beijo.

– Exagerado não, verdadeiro. – Ela soltou uma risadinha e eu a levei para o carro

Levei-a para minha casa, eu havia passado o dia inteiro arrumando o jardim para termos um encontro em um lugar onde ela não quisesse se suicidar ou sei lá.

O jardim de minha casa era uma coisa realmente linda, parecia mágico por causa da estrutura das árvores e das variedades de flores e plantas que combinavam umas com as outras. Guiei uma Skyler com os olhos fechados pelo caminho de pedras até uma mesa para dois, muito bem arrumada. Ajudei ela a se sentar e quando eu também estava sentado pedi para que abrisse os olhos. Skyler olhou para o céu de boca aberta.

Era uma noite linda e incrivelmente estrelada, o céu virava a oitava maravilha do mundo. O que é Taj Mahal perto daquelas perfeitas estrelas brilhantes que arrancavam um suspiro apaixonado de qualquer pessoa?

Skyler me olhou de uma forma diferente naquela noite, eu gostei daquele olhar. Parecia que um pouco de vida havia voltado para ele.

– Eu te amo Josh.

Em dois meses de namoro, aquela tinha sido a primeira vez que Skyler Aurea Logan havia falado isso para mim.

– Também te amo Sky. – Eu me inclinei para frente sobre a mesa e beijei-a nos lábios, esse foi o nosso melhor beijo.

O garçom (Liam, que só tinha aceitado aquilo porque eu tinha prometido que passaria cola para ele em todas as provas que fizéssemos juntos) veio e começou a nos servir. Senti-me um adolescente normal, com uma namorada normal e uma vida normal. Foi um sentimento meio chato porque, honestamente, não quero ser normal. A normalidade é para os tolos.

– As estrelas são tão perfeitas. É como se hoje eu fosse a Hazel Graze Lancaster. – Ela fechou os olhos

– Quem?

– É a personagem principal do meu livro favorito, A Culpa é das Estrelas. Uma menina com câncer que se apaixona por um menino que já teve câncer e tem uma das pernas amputadas.

– Nossa... Você lê tantas coisas legais. – Pensei que o livro fosse deprimente

– É o melhor livro que eu já li em toda minha vida, deveria ser obrigatório sua leitura em todas as escolas do planeta.

Perguntei-me o que o jantar a céu aberto tinha a ver com o livro, mas não quis falar nada sobre esse assunto. Não gosto de spoilers.

Enquanto eu levava Skyler de volta para o chalé, olhei-a por meio segundo. Foi tempo o suficiente para eu ver que um carro vinha em direção ao lado dela, iria bater com tudo. Acelerei o máximo que pude e consegui me livra da batida (ainda bem que as ruas estavam vazias) dei meia volta com o carro e vi que o cara que estava dirigindo o outro carro tinha saído do mesmo. Skyler segurou minha mão e eu dei um selinho para tranquilizá-la.

– Fique aqui, vou resolver isso rápido. – Falei enquanto abria a porta

O cara que dirigia o outro carro era um conhecido, Tom Kenny, um integrante do time de luta Greco-romana da minha escola. Comecei a perguntar de boa o que havia dado nele para fazer aquilo, falei que ele poderia ter matado eu e Sky se eu não tivesse desviado o olhar da frente por dois segundos. Ele não quis papo, apenas chutou minha barriga com uma força desumana. Eu saí rolando no chão e quando tentei me levantar o brutamonte me ergueu encima de sua cabeça e me arremessou contra o vidro da frente de meu carro. Aquilo doeu e muito. Ele andou até o carro e voltou com um cano de metal, começou a me bater em vários lugares com o cano. Skyler saiu do carro e tentou segurar o cano, mas Tom a empurrou e ela caiu. A atenção dele foi dirigida para Skyler, ele sorriu, um sorriso perverso. Eu sabia o que ele estava pensando e tentei me levantar, minhas costelas estavam doendo demais. Comecei a gritar para que Skyler corresse, mas ela estava paralisada de medo. Quando Tom a puxou para cima e pegou na barra da sua saia, eu fechei os olhos, não queria ver aquilo de forma alguma.

Ouvi um barulho muito alto e apaguei.

Quando abri os olhos eu estava em um quarto de hospital, completamente branco. Aquela característica me lembrou do quarto esterilizado, que me lembrou da Skyler, que me lembrou da última vez que eu havia a visto... Sentei-me com muita dor e olhei ao redor do quarto, meus pais estavam no sofá dormindo e vi que Skyler estava dormindo sentada em uma cadeira ao lado da minha cama. Procurei por qualquer marca de abuso nela, nada encontrei.

– Sky. – Chamei, ela acordou no mesmo momento, com os olhos cheios de lágrimas.

Sem falar nada, ela me abraçou com delicadeza, correspondi ao seu abraço.

– Sky... O que aconteceu? O Tom... Ele tocou em você? – Segurei seu rosto em minhas mãos, limpei suas lágrimas da melhor forma que pude.

– Não, ele tentou, mas não conseguiu.

– O que aconteceu?

– Um cara da nossa idade que morava na frente do lugar acordou com o barulho que você e o Tom fizeram, aí quando o Tom estava começando a arrancar a saia do meu vestido o garoto apareceu com um taco de beisebol e bateu no Tom até que ele ficasse inconsciente. Depois ele trouxe você e eu para o hospital, fiquei preocupada com você. – Seus olhos encheram de lágrimas de novo

– Quem era esse cara? – Tentei vasculhar minha mente a procura da lembrança sobre o ele, não achei.

– Não sei, ele não falou nada quando nos salvou. Nada sobre ele, ao menos.

Perguntei sobre o Tom e Skyler me explicou que outros vizinhos acordaram com a briga e que um deles havia filmado tudo (dês do momento que eu comecei a falar até o momento que o garoto levou eu e Sky para o hospital) e chamado a polícia. Tom havia sido preso por dirigir alcoolizado, tentativa de homicídio e tentativa de estupro. Fiquei feliz pela prisão dele, mas... triste por não ter conseguido ser um bom namorado o suficiente para defender minha namorada.

– O que foi Josh? – Ela reparou em meu olhar triste

– Eu não consigo acreditar que não fui capaz de proteger você... Isso é o mínimo que eu deveria fazer, como seu namorado.

– Sua “missão” como meu namorado é apenas me amar e ficar comigo quando as coisas estão ruins, o resto é só um complemento desnecessário. – Ela sorriu e passou a mão pelo meu rosto meio dolorido

Meus pais acordaram e deram graças por eu não ter morrido, eu havia ficado três dias inconsciente naquele hospital... Que coisa bizarra. Se uma surra acabava comigo assim, como eu conseguia jogar futebol americano?

Duas semanas depois eu já estava inteirinho novamente e já era véspera de natal. Fiquei feliz com um feriado porque todo natal eu ia para a casa de campo de minha avó, mas quando vi que Skyler e Nanette passariam o natal sozinhas, pedi para que meus pais deixassem que eu passasse aquele natal com elas. Incrivelmente, eles deixaram.

O chalé não tinha nem a metade da decoração exagerada que minha mãe fazia para o natal, mas mesmo assim estava completamente lindo. Infelizmente Skyler não andava mais em casa com calcinha e sutiã por causa do frio (valeu inverno), mas ela ficava adorável com suéter e calça jeans.

– O que será que o Papai Noel vai dar de presente para vocês dois? – Nanette perguntou, como se nós dois fossemos crianças que ainda acreditavam em Papai Noel – Estão ansiosos?

– Não. – Disse Skyler

– Sim. – Disse eu

Skyler me olhou como se dissesse “Você é o maior puxa-saco que eu já vi na minha vida”. Não disse nada, apenas peguei no seu joelho por debaixo da mesa enquanto terminava de almoçar. Nanette com certeza deveria ter pensado que eu estava, sei lá, fazendo carícias proibidas em Skyler (conseguia visualizar aquele pensamento nos olhos dela). Sky já havia me explicado que dês que ela havia começado a namorar comigo, Nanette pensava que qualquer coisa era a filha dela perdendo a virgindade ou sendo bolinada. Isso é escroto e engraçado ao mesmo tempo.

Para o natal eu havia comprado para Nanette uma bolsa que minha mãe escolhera, para Skyler eu havia escolhido uma pulseira de prata com pequenos pingentes de olho-grego. Eu demorei horas incontáveis para escolher aquele pulseira e só comprei porque tinha me lembrado de uma vez que Skyler estava de calcinha, sutiã e um colar prata com um pingente de olho-grego (demorei a me lembrar porque no dia em que ela estava com o colar eu tinha coisas bem mais interessantes para olhar).

Eu e Skyler havíamos combinado de mostrar o presente para o outro a meia-noite, eu estava ansioso demais. O que ela poderia ter comprado para mim? Eu queria saber logo. Ficamos a tarde inteira assistindo filmes de natal que a TV a cabo mostrava com um fervor que só Deus para acreditar. Todo ano era a mesma coisa, sempre tinha Esqueceram de mim passando na TV porque esse é um filme que não é legal de ser visto sem ser natal.

Estávamos dormindo juntos na famosa posição conchinha (já tínhamos visto aqueles filmes umas cem vezes) quando o iPhone despertou avisando que eram onze e cinquenta da noite. Eu não consegui acreditar que havíamos dormido por tanto tempo assim, mas era um dia frio e em dia frios ninguém quer ficar acordado.

Skyler se levantou primeiro e foi para o banheiro do porão, andei até minha mala e peguei o porta-joias de veludo vermelho embrulhado. Quando me virei ela estava com um pequeno embrulho na mão, tinha formato da capa de um filme.

– Feliz natal. – Falamos em uníssono quando trocamos os presentes

Ela abriu o dela primeiro e ficou completamente encantada com a pulseira, colocou-a no mesmo momento e me beijou até não poder mais. Abri o meu em seguida e minha boca caiu no chão quando eu vi que em minhas mãos estava o novo GTA, foi a minha vez de beijá-la até não poder mais.

Skyler quebrou um dos beijos e tirou minhas mãos de sua cintura, achei aquilo estranho... Eu tinha feito alguma coisa errada?

– O GTA não é seu único presente de natal... – Ela corou – Também queria te dar isso...

Primeiro ela tirou o suéter e depois a calça, quando ela estava apenas de lingerie (lingerie é BEM mais chique que calcinha e sutiã) eu consegui entender sua intenção. Ela andou até mim e me beijou, entre os beijos eu perguntei para ela se ela queria mesmo fazer aquilo. Ela apenas gesticulou a cabeça positivamente.

E naquela noite, nos tornamos um só...

Acordei com uma Skyler deitada sobre meu peito. Ela era incrivelmente adorável. Acariciei suas mechas loiras até o momento em que ela abriu seus olhos preguiçosamente e me olhar com um sorriso leve. Beijei-a.

Já vestidos, fomos tomar café da manhã e Nanette nos recebeu na cozinha com um sorriso. Eu senti que ela sabia o que eu e Skyler havíamos feito, mas não parecia chateada e nem nada. Talvez aliviada ou sei lá. Não entendo essas mulheres.

Acho que certas coisas nos aproximam demais uma das outras, com o passar das semanas eu e Skyler estávamos muito mais íntimos do que no começo do namoro, achei aquilo demais, Em uma das seções de filmes na casa dela, Sky estava deitada em meu peitoral, se aninhava fofamente.

Nunca entendi o porquê as garotas gostavam de estar deitada no peito dos namorados, é algo que eu sempre vi e sempre estranhei. Quando Sky parou de se aninhar, eu toquei meus lábios no topo de sua cabeça.

– Você poderia me explicar o porquê vocês, meninas, gostam tanto de usar o peitoral dos namorados como travesseiro? – Perguntei

– As outras meninas eu não sei, mas eu gosto porque eu posso ouvir seu coração batendo. – Ela suspirou – São tão calmantes seus batimentos cardíacos...

Ela pegou minha mão e colocou embaixo do ponto onde estava sua cabeça, senti meus batimentos cardíacos. Era leves e calmos, como qualquer coração saudável seria. Skyler se arrastou para cima e roçou seus lábios nos meus. Eu a segurei pela cintura e aprofundei o beijo, ficamos algum tempo nos beijando até que Nanette entrou no porão e gritou que não queria netos. Ficamos levemente constrangidos.


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Notas finais do capítulo

Nunca se esqueçam que podem deixar sugestões, críticas e o que acham que precisam melhorar. Se encontrarem algum erro de lógica ou gramática, me avisem, terei o prazer de fazer a alteração e ficarei agradecida.