Vou gritar para este mundo escutar
Minha própria vibração me quebrará
Este som aos céus se espalhará
E as nuvens irão me responder
Com a sua bela e triste chuva
No final de um entardecer.

O vento sopra frio
Alertando-me constantemente
Àquele que é demente
Debaixo de seu véu.

Ao passar de tantos dias
Segui caminhando pelas estradas
Umas sujas, outras lindas
Todas complicadas.

Eu quero parar...
Não posso simplesmente aguentar
Meus gritos seguem a vibrar
E meu eu a se espatifar.

A minha alma é de vidro
Frágil como cristal
Meu corpo está seguindo para o mesmo estado
Numa situação fatal.

Para onde ir?
O que devo fazer?
Não tenho um caminho a seguir
E nem a quem recorrer.
É trágico, certo?
Será que você vê?
Será que você quer ver?
Me ajudar?
Ou ignorar?

Esses caminhos feitos de pensamentos
Sentimentos
Ressentimentos
Que a vida forma, que nós formamos
Com o que nós nos cortamos
E nos espatifamos
Formam um destino que cabe a nós seguir
Ou fugir de.
Assim construir um outro caminho...
Que outros dias irão dizer.

Meus pensamentos formaram isso.
Um caminho inexistente.
E aqui, debaixo da chuva, permaneço
Inerte por tanto tempo...
Esperando pela sua calorosa voz
Enquanto a minha voz se sobrepõe às minhas lágrimas...
Ou se mistura com elas.

O frio me abraça.
A chuva não passa.
Só me resta admirar tudo isso mais um tempo
E retornar para casa.