Uma semana se passou e eu não descobri o que tinha causado aquilo em mim. Eu sei que não havia - nem quis - ir ao médico, por mais insistentes que tenham sido Isabela e as outras, no entanto depois de vomitar eu até que me sentia bem, um pouco tonta mas bem. Por isso, minha fé era de que a culpa fosse de algo que eu comera no café da manhã, embora não tivesse muita certeza.

Com dezembro há poucos dias de distância, fiz minha mente se ocupar com outra coisa, com algo que esperei o ano inteiro para acontecer: o evento de anime em São Paulo. Álvaro, que pelo menos na minha frente parecia ter se recuperado do nosso incidente passado, foi quem organizou a caravana para o evento. Essa seria minha segunda vez numa convenção de otakus, as poucas diferenças eram, 1º) ela não seria na cidade onde moro, 2º) alguns de meus amigos iriam comigo e 3º) finalmente eu usaria meu cosplay da Yuuki!

Esquecendo dos problemas que podiam esperar, dediquei em me informar sobre caravanas e eventos de animes espalhados por todo o Brasil. Quando tudo estava praticamente resolvido, com quinze pessoas confirmando a presença na Caravana Ryuu (nome que Á sama escolhera), a empolgação de todos só crescia a cada dia que se passava.

As férias chegaram juntamente com o dia do evento. Como eram quatro horas de viagem, partimos no sábado, às 7:30 da manhã. Das pessoas que iriam, eu conhecia apenas a Laís, Eric, Álvaro e outros dois amigos dele. Mas me diverti conversando com os outros fãs de animes e percebi quantos gostos incomuns e em comum nós tínhamos, notando logo o quão eufóricos todos estavam - e antes mesmo de entrar na van. Parecíamos crianças que viajam sem a família pela primeira vez, desfrutando da liberdade que esperavam, mesmo sem sabê-la como realmente é.

Depois de cantarmos inúmeras músicas de animes - mais interpretando ao invés de cantando -, discutimos sobre os concursos que ocorreriam e, em um certo momento, foi Túlio, o motorista, que nos interrompeu anunciando que nossa chegada à capital aconteceria em menos de 20 minutos. Eu, que nunca tinha ido a São Paulo, fiquei atônica e sem palavras quando olhei pela janela e vi ao longe a cidade começando a surgir...