Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 27
Um adeus, um presente


Notas iniciais do capítulo

Prontas para um capitulo triste?
Receio dizer que estamos quase nos capítulos finais da nossa fic :/
Leiam, comentem e recomendem!

PS : http://fanfiction.com.br/historia/436066/Para_Lembrar/ Leiam.



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~~ Melanie ~~

Enquanto me preparava para deitar pensava no que havia dito mais cedo. Não esperava que Adden fosse aparecer, Deus eu era horrível. Nathan fora atrás dele a algumas horas e ainda não tinha voltado. Pensei em ligar para ele, mas reconsiderei.

Deitei na cama e alguns minutos depois adormeci.

– Sim, obrigado por avisar, estarei ai em 10 minutos. – abri os olhos e vi Nathan ao meu lado, não o ouvira chegar.

– Algo errado? – perguntei.

– Hanna esta tendo o bebê. – era difícil ouvir aquelas palavras.

– Precisa que eu vá junto? – disse já saindo da cama.

– Não, não pretendo demorar. – a frieza no modo como falou me fez parar, meio dentro, meio fora da cama, o vendo partir.

Adormeci novamente sentindo o travesseiro encharcado pelas lágrimas.

Pela segunda vez na noite, fui desperta pelo barulho de um celular. Estendi a mão até o criado mudo ao meu lado, e atendi o maldito aparelho.

– Sim?

– Preciso que venha até o hospital. – a voz dele estava diferente, rouca.

– Estarei aí em 15 minutos.

– 0brigado.

12 minutos depois, estava na recepção. A velha recepcionista nada gentil, me disse como chegar ao quarto de Hanna.

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Peguei o elevador e quando suas portas se abriram me deparei com Nathan, sentado a um canto cabisbaixo. Ele não notou quando sentei-me ao seu lado, ou foi o que pensei até ele dizer...

– Hanna esta morrendo.

Ouvir aquilo foi bem pior do que levar mil socos no estômago. Já não enxergava muito por causa das lágrimas, quando o abracei. Ele devolveu o abraço, se agarrando a mim. Nathan não chorava.

Deus sabia que não era uma má pessoa, nunca gostei de Hanna, não por sua pessoa mais sim por sua história com Nathan, isso não significava que a queria morta.

– Venha, não temos muito tempo. – ele se levantou, me puxando.

– Espera, não posso ir até lá...

– Ela quer ver você.

Como poderia negar isso a ela? O segui, pensando em Jenna, e no quanto era difícil dizer adeus, pensando que devíamos agradecer por ter essa dadiva, que poucos têm.

Quando Nathan abriu a porta me surpreendi ao ver Hanna segurando um bebê. Pensei que a causa de seu estado fora alguma complicação no parto e que o bebê não teria resistido. Ela parecia tão fraca, muito pálida, mesmo assim fazia um grande esforço para manter a criança perto de si.

– Pensei que talvez não viria Melanie. – vê-la assim, tão frágil, era terrível.

– Nathan me ligou e...

– Obrigado. – podia ver que ela queria chorar, sua voz já fraca estava retorcida por sua notável dor. – Quero lhe dar algo. Venha aqui. – me aproximei de sua cama sem realmente ver o chão ou qualquer coisa ao meu redor que não fosse a pequena Hanna e seu bebê. – Preciso que prometa Melanie, que prometa que vai ama-lo tanto quanto o amo, que irá cuidar dele, que nunca o abandonará... – suas palavras dilaceravam meu coração enquanto ela me estendia seu pequeno embrulho. O peguei, segurando aquele pequeno pedaço de vida tão frágil. Ele era perfeito, com cabelos louros como os dela. – Pode fazer isso por mim?

Minha garganta queimava por conta do choro reprimido. Respirei profundamente algumas vezes e em fim, consegui dizer...

– Sim, Eu prometo.

– Obrigado. – seus soluços faziam meu peito doer cada vez mais. O mundo era tão injusto, me dando algo que sempre desejei mas tirando algo em troca. – Ethan é o meu presente a você. Leve-o por favor.

– Sinto muito. – foi tudo o que consegui dizer antes de deixar a sala, levando comigo o bebê dela. Seitei em uma cadeira no corredor enquanto olhava o pequeno bebê em meus braços, tão pequeno, tão lindo. As lágrimas apenas vinham, meu peito parecia estar sendo incêndiado. Nathan ainda estava lá, o que era certo, ela precisava de alguém forte como ele.

Hanna se foi ainda naquela noite. Ficamos no hospital, esperando Ethan ter alta. Margaret, mãe de Hanna estava inconsolável, disse que respeitaria o desejo da filha de deixar Ethan comigo e Nathan.

Ethan nascera perfeito, era lindo assim como sua mãe, lembrava muito ela, com sua pele clara e cabelos louros, apenas seus olhos eram como os de Nathan, azuis. Confesso que sempre que o olhava, me apaixonava, mais e mais.

Um dia após seu nascimento era o enterro de Hanna, ele ainda não tinha recebido alta.

Nathan parecia muito quieto enquanto seguíamos até o cemitério. Sabia que ele havia chorado na noite em que ela partira, não me sentia triste ou chateada por isso, muito pelo contrario me sentia orgulhosa, significava que ele sentia, só não sabia como lidar com aquilo.

O enterro não durou muito tempo, fora rápido assim como a morte dela. Não conseguimos entrar em contato com Adden, ou Beatrice para informa-los.

Uma semana fora o tempo que levamos para montar um quarto e comprar tudo o que Ethan precisava. Nathan ainda parecia triste, mas sorria com mais frequência agora, acho que ele gostava da ideia de ter seu filho conosco.

– Não acho que ele precise de tantos livros, não agora. – ele falava atrás de mim, enquanto organizava os livros infantis que comprara mais cedo na livraria.

– É claro que precisa. – respondi indo até ele.

– Você é maravilhosa sabia? Muito obrigado por aceita-lo e ...

O calei com um beijo. Amava beija-lo mais do que qualquer outra coisa no mundo.

– Amo você, e também o amo. Seremos uma família. – realmente acreditava naquilo.

– Mel tenho algo para...

O celular dele começou a tocar, o interrompendo.

– Sim? ... Ah claro, estamos a caminho, ... Obrigado. – ele sorria abertamente.

– Nosso garoto esta pronto para vir para casa.

Aquela era uma das notícias mais feliz que já tive, mesmo embora ainda estivesse triste com a perda de Hanna. Também havia notado a diferença em Nathan, ele ia visitar Ethan todos os dias, conversava com ele, o adorava com os olhos.

Então fomos buscar nosso garoto como disse Nathan.

A sensação de voltar para casa com um pequeno bebê dormindo em meus braços enquanto o homem que amo dirigia, era incrível.

Quando chegamos coloquei Ethan no berço e ficamos lá como dois bobos admirando ele em seu sono suave.

– O que acha de pedimos comida italiana?

– Não me oponho a isso amor.

Enquanto lavávamos a louça ouvi o som de Ethan chorando, dei um beijo em Nathan dizendo que já voltava.

Ethan chorava mas parou quando me viu, acho que não gostava de ficar sozinho. Tive uma ideia, fui ao meu quarto peguei o primeiro livro da coleção de Harry Potter, voltei ao quarto dele e comecei a ler. Tão logo acabei o primeiro capitulo ele já voltara a dormir.

Levantei batendo o pé em algo, era a bolsinha que viera com ele do hospital. A peguei, olhando seu conteúdo, fraudas, talcos, roupinhas adoráveis e no fundo da bolsa, uma carta, endereçada a mim.

A peguei receosa e comecei a ler.

“Melanie,

Acredito que quando ler esta carta eu já terei partido. Espero que não me odeie, nunca quis machuca-la, apenas agi equivocadamente achando que Nathan e eu podíamos voltar a ser as pessoas que fomos um dia. Estava errada, sempre estive, também sempre soube que Nathan não me pertencia, acho que durante todo esse tempo ele esperava por você. Não me arrependo de minhas escolhas, elas me levaram a ele e a melhor coisa que já me aconteceu, meu pequeno Ethan. – Aquela era uma carta de Hanna, pisquei tentando afastar as lágrimas para poder voltar a ler. – O dou a você Melanie, e espero que o ame, tanto o quanto já o amo sem ao menos conhece-lo. Sei que você é capaz, mesmo tendo sofrendo e passado por muito mais que eu, você é forte, e amável, ficaria honrada de ter sido amiga de alguém como você. Eu sabia, de alguma forma sabia que não poderia ver meu filho crescer, por isso concedo isso a você. Ethan é meu presente a você e Nathan.

Cuide deles por mim.,

Hanna”

Me segurava a carta, chorando enquanto olhava Ethan dormindo tranquilamente ao meu lado. Sua inocência era algo precioso. Queria que ele pudesse ter conhecido sua mãe, eu também queria ter a conhecido. Hanna nunca se recuperara de sua depressão, os médicos dizem que isso foi o que a levou junto com as complicações que tivera no parto.


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Notas finais do capítulo

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