Doce Tormenta escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 17
Até quando o sol nascer a oeste e se puser a leste


Notas iniciais do capítulo

Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas. - As vantagens de ser invisível.

"Brindemos à calmaria antes da tempestade!"

Comentem, beijos.



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Melanie

Vendo-o dormir tranquilamente, senti um aperto no coração, como podia deixa-lo? Fugir dele me quebraria mais uma vez, mas afinal sempre fora assim, quando me permitia amar e ser amada. Beijando suavemente os lábios dele, cuidadosamente desci da cama pegando minha mala e seguindo até o banheiro. Enquanto fitava o espelho pensava no quanto as coisas mudaram nos últimos sete meses, eu perdera James, mas ganhara Nathan, Adden, Susan, Peter e Pamela, deixara Seattle e encontrara um lar em São Francisco, e Charles voltara para me assombrar. Eu tinha olheiras, não tivera uma noite de sono tranquilo e sem pesadelos desde ontem, graças a Nathan.

Tirei a roupa e entrei no chuveiro esperando que a água levasse com ela toda a minha dor, as lembranças ruis, os pesadelos. O peso de todo eles sobre mim era demais, escorreguei pela parede até o chão, onde fiquei ali, enquanto eu chorava, entorpecida demais para sentir o quão gelada a água estava. Foi assim que ele me encontrou.

– Deus Melanie está tentando se matar? – Nathan dizia enquanto desligava o chuveiro, se sentava ao meu lado e me puxava para ele. – Acordei e você não estava na cama, não vi sua mala, por um momento achei que você..., achei que você tinha me deixado novamente.

– Não sou forte o bastante para faze-lo. – respondi, enquanto ele beijava meus cabelos encharcados.

– Você é pessoa mais forte e integra que já conheci em toda a minha vida miserável Melanie Davis. Não se menospreze.

Egoísta, era isso o que eu era, não queria nem nunca quis abrir mão do que tínhamos, não era justo, Nathan não queria Hanna nem seu bebê por mim. Um bebê algo que nunca poderia dar a ele.

– Nos nunca poderíamos ter um bebê Nathan, eu não .... – soluços involuntários me tomaram enquanto ele me abraçava.

– Não diga isso amor, não me importo, tendo você tenho tudo. Quando vai entender isso Melanie, quando vai entender que a amo, que nunca irei desistir de você, ou deixa-la. Você é tudo o que tenho boneca. Não me importo com bebês, mas se são importantes para você podemos roubar um, contrabandear, o que você quiser.

Não pude deixar de sorrir. Contrabandear um bebê?

– Sim.

– Sim? O que? – ele parecia confuso.

– Sim, eu aceito. Aceito me casar com você Nathan Clark, ser sua até o meu último suspiro. – disse enquanto ele ficava lá, me encarando. Tomei seus rosto aproximando meus lábios dos dele disse:

– Essa é a parte em que você me leva pra cama garotão.

– Com todo prazer Sra. Clark. – eu ainda ria enquanto ele me levava até a cama.

Já era a hora do almoço quando finalmente conseguimos deixar o quarto para tomar o café no jardim do hotel.

– Sempre tive fetiches sobre elevadores Srta. Davis. – um arrepio involuntário subiu por meu corpo enquanto Nathan me apertava contra ele no elevador um pouco cheio. – Adoro quando você cora, até parece inocente Mel.

– Inocente Sr. Clark? – sussurrei enquanto apalpava sua ereção, discretamente é claro. Rindo vi quando ele engoliu em seco.

– Que feio boneca, deixou a velha que nunca teve um orgasmo horrorizada. - ele também ria agora. Só então notei a senhora gorda ao nosso lado que nos olhava de fato horrorizada.

Só faltavam mais 14 andares.

Meia hora depois do incidente, assim digamos, com a velha no elevador, Nathan e eu tomávamos café no jardim. Estava feito, eu escolhera ele, o casamento, os bebes contrabandeados, e toda a merda que estava por vir. Hanna teria de aceitar e mesmo se ...

– Mel? – ouvi Nathan dizer.

– Sim?

– Você sempre faz isso não é? Gostaria de saber o que estava pensando.

– Em Hanna e no bebê. Caso-me com você Nathan, mas tem que assumir a criança, aceita-la em sua vida, mesmo que não aceite a mãe dela. Toda criança merece o amor de um pai.

– Farei isso por você e pela criança.

– Obrigado, significa muito amor. – disse.

– Eu sei boneca. Onde vamos morar? – ele respondeu enquanto beijava os nós dos meus dedos.

– Na minha casa claro. É maior e não abrirei mão da minha piscina. – ria enquanto falei.

– Fez um ótimo trabalho com ela sabia, daria uma arquiteta maravilhosa.

– Quanto a isso, precisamos conversar. Me inscrevi em um curso de arquitetura...

– Isso é maravilhoso Mel, ...

– Na Itália Nate.

O sorriso em seu rosto morreu.

– Quanto tempo?

– Três meses.

– Três meses? – sua voz não passava de um sussurro.

– Sim, não posso adiar ou cancelar.

– Quando tem que ir?

– Na próxima semana. – não queria deixa-lo, mas essa era uma oportunidade que não teria novamente, fora muito difícil conseguir uma turma no meio do ano. Eram só três meses.

– Entendo. – sabia que ele não entendia.

– Não estou escolhendo entre você e o curso, não me faça faze-lo Nate. – disse tristemente.

– Amo você e aceito suas escolhas Mel, apenas sentirei sua falta. Três meses é muito tempo para se estar longe de quem ama. Sei bem disso, os últimos meses foram os piores de minha miserável existência. O único consolo que tenho é saber que quando voltar nada, nem ninguém ira me impedir de tê-la comigo, para sempre.

Agora tinha lágrimas nos olhos, aquelas que não derramava desde a ultima vez em que estive com ele até ontem, quando ele propôs que nos casássemos.

– Onde esta meu anel? – perguntei, no meio do turbilhão de sentimentos que sentia tinha me esquecido do anel.

– Pensei que nunca fosse perguntar. – disse ele enquanto tirava a caixinha azul do bolso de sua calça jeans e se ajoelhava a minha frente outra vez em menos de 24 horas.

– Melanie Davis case-se comigo e serei seu até quando o sol nascer a oeste e se puser a leste!

– Sim, mil vezes sim. – respondi enquanto me jogava nele, que me pegou em seus braços e nos rodava, a felicidade dentro de mim era tanta que nem me importei com aas pessoas ao nosso redor que começaram a bater palmas. Eu morreria por esse homem.

A semana seguinte fora maravilhosa, voltamos a Monte Carlo e todas as manhãs saímos antes do amanhecer para cavalgar, como eu fazia a algumas semanas atrás. Porém quando sábado chegou meu peito doía com a ideia de deixa-lo por mais três meses, ele estava certo, três meses era tempo demais.

– Você esta fazendo outra vez. – Nathan falou na manhã de sábado enquanto estávamos deitados no topo do monte vendo o sol se nascer.

– Fazendo o que gatinho? – ele bufou ao ouvir seu novo apelido.

– Pensando alto.

– As vezes acho que se pensar o bastante encontrarei as respostas, mas nem sempre é assim, não é mesmo?

– Ainda podemos ir pra Las Vegas. – disse ele brincando. Eu amava o Nathan brincalhão, tanto quanto o mal humorado, ou ainda o Sr. Mandão, o meu Sr. Mandão.

Anoite voltamos a Paris, e saímos para jantar com Beatrice. A noite fora maravilhosa, tive de me despedir de Trice, no outro dia meu avião sairia bem cedo.

– A quero em São Francisco em três meses, afinal preciso de uma madrinha. – falei.

– Serio? – ela perguntou com os olhos brilhando.

– Ora quem mais seria? Também precisarei de alguém para desenhar meu vestido e ...

– Eu a amo sabia disso? – ela respondeu me dando um abraço esmagador, e beijos nas bochechas. Beatrice era uma artista, cursara faculdade de moda, além de ser uma dançarina nata de Ballet.

– A vejo daqui a três meses Trice.

– Au revoir ma chère.

Depois disso Nathan e eu voltamos para o hotel. Ambos não queríamos dormir, apenas ficamos lá conversando, como vínhamos fazendo a semana toda.

– Me conte algo interessante. – ele disse.

– Falo três línguas fluentemente, Inglês, Italiano e francês. – respondi.

– Uau, Srta. Davis tenho de admitir que me surpreendeu.

– Kirsten era francesa, ela me ensinava italiano também. E piano – respondi sorrindo ao me lembrar. – Ganhei um grande piano de calda antes mesmo de deixar as fraudas.

– Quero vê-la tocar.

– Não toco, não mais. – desde a morte dela, nunca tocara um piano novamente.

– Minha vez. Naquela segunda, quando descobrimos sobre Hanna eu ia pedir você em casamento, comprei um livro e cortei as paginas, o anel estava lá dentro. – por essa eu não esperava, ele já me queria desde aquele primeiro mês.

Respondi com um beijo. – Eu teria dito sim.

– O que importa é que disse sim agora boneca.

– Nate?

– Sim?

– Onde paramos no elevador? - ainda ria enquanto ele subia em cima de mim.

Tinha de ser forte dessa vez, e seria. Não pretendia fugir mais, eu o tinha e não desistira dessa vez, Nathan Clark me pertencia, e ninguém poderia dizer o contrário. Eu voltaria por ele e para ele.


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Notas finais do capítulo

Amo esses dois :)
Quero saber o que acharam sobre o capitulo.
Nós proximos capitulos a história ira esquentar.
Ps: Alguém vai mo.....