Aqueles beijos pareciam nunca chegar ao fim. Era uma sensação tão nova e ao mesmo tempo tão esperada para que acontecesse novamente, tanto para um quanto para o outro. Claro que em todo esse "ciclo demoníaco" de Meg, de vez em quando ela acabava seduzindo um cara ou outro por aí. Puro instinto da "casca" como ela mesma se colocava a pensar. Mas com Cass era diferente. A inocência dele provocava algo dentro dela que a demônio não conseguia explicar. Era como se aquilo atravessasse toda a sua barreira de maldade e encontrasse a parte "humana" que nem ela mesma pensava existir. Era frustante saber que um anjo tinha tal poder. Com Cass não era diferente. Ele sempre se pegava pensando nela, ás vezes até se preocupava, e era incapaz de explicar porque sempre que vasculhava a mente, Meg fazia questão de aparecer em seus pensamentos. Ele odiava esse fato. Ambas as espécies se odiavam e deviam tentar se matar quando cruzassem um com o outro. Mas porque diabos não conseguiam simplesmente livrar-se um do outro de uma vez? Essa pergunta sem resposta era o maior "desespero interno" que fluía dentro deles, a cada segundo que se olhavam,que implicavam um com o outro. Mas nenhum dos dois precisavam se preocupar com isso, pelo menos não agora.

Cass trouxe Meg consigo ao se sentar na cama, pois ficar na mesma posição por minutos já começava a incomodar seu sentido angelical. A demônio se acomodou sobre o colo do moreno enquanto ouvia os estralhos provocados pela intensidade de seu próprio beijo com Castiel. Sua mão direita encontrou os cabelos do anjo e seus dedos se entrelaçaram por entre os fios negros. Sem preliminares, Meg usou sua mão livre para tirar a peça de roupa que mais "caracterizava" seu pequeno Clarence. O anjo sentiu a mão dela passear por sobre seu peitoral ainda coberto e logo parar na região onde a fita bege prendia o sobretudo em seu corpo. Desamarrando-a, a loira pode sentir o corpo do anjo se enrijecer e percebeu o nervosismo presente em Cass. Ela finalizou o beijo com dificuldade, trazendo junto preso levemente entre seus dentes o lábio inferior dele e soltando-o devagar. O anjo a lançou um olhar desentendido ao encará-la. Meg soltou um sorriso exibido.

– Fiz alguma coisa de errado? - Cass indagou com insegurança e viu Meg revirar os olhos, ainda com o sorriso nos lábios.

– Apenas relaxe Clarence. - Pediu a demônio enquanto o anjo assentia. - Tá na hora de você tomar as rédias da situação.. hein? - Meg insinuou com uma das sobrancelhas arqueadas enquanto se aproximava dos lábios de Cass e surrava os seus lentamente sobre os dele. O anjo tentou iniciar um beijo mas antes mesmo de ter chance viu Meg afastar-se com agilidade seus lábios. Ela sorriu, provocando e mordendo os lábios em seguida e um segundo sorriso "safado da noite" pairou sobre os lábios de Castiel.

Com as próprias mãos e sem ao menos saber se tinha "autorização" pra isso, Cass terminou por si próprio de se despir de seu sobretudo e o jogou em canto qualquer do quarto. Meg demonstrou surpresa, com as sobrancelhas ainda arqueadas e a testa levemente franzida enquanto observava-o fazer. Percebeu instantes depois o olhar do anjo voltar a se encontrar com os seus, e era visível a expressão de "eu devia fazer isto?" no rosto de Castiel.

– Bom garoto. - Disse a loira mordendo os lábios novamente. A coloração avermelhada que ganharam não passou despercebida pelos olhos do anjo, que sorriu um tanto desconfortável vendo-a fazer.

Os lábios de Meg trataram logo de se juntar aos de Cass e aquele beijo intenso e feroz que só sabiam dar um com o outro começou novamente. A demônio sentiu as mãos de Cass procurarem com tamanha rapidez o nó que prendia aquela toalha ao seu corpo, que á essa altura já estaria quase desfeito. Sorriu com malícia por entre o beijo enquanto o intensificava mais, com investidas de língua e mordidas provocantes.

Não demorou muito para que a loira sentisse um arrepio percorrer seu corpo ao tê-lo livre do tecido e ela sabia agora estar totalmente nua sobre o colo de Cass. As mãos do anjo desceram rapidamente para sua cintura e ela percebeu mais uma vez que ele estava sem jeito,agora para tocá-la. Tornou a se separar dos lábios de Cass e o encarou com uma sobrancelha arqueada. Riu baixinho quando o viu fitar seu corpo, centímetro por centímetro.

– É tudo seu, pelo menos hoje.. sabia disso? - Sussurrou no ouvido anjo. O mesmo sentiu os pelos da nuca se eriçarem.

– Eu não sei muito bem o que fazer. - Confessou Castiel desconfortavelmente. No fundo ele sabia qual era seu desejo. Estava começando a sentir raiva daquela "inocência toda de anjo" que possuía.

– Oh Clarence, você sabe. Eu sei o que você quer. E você sabe que pode ter. - A voz de Meg soou sexy e excitante aos ouvidos do anjo e ele já sentia um calor descomunal dentro de seu corpo.

O anjo não se controlou mais e deixou de vez todas aquelas preliminares e baboseiras de detalhes sórdidos, de "isso não é certo". Se sentiu consumido pelo desejo de ter Meg para si de uma vez. Tinha que confessar de para si mesmo que aquela história de "anjo-demônio" era mais do que excitante e que tudo o que era proibido era mais gostoso. Tinha aprendido essa frase com o cara da pizza.

Cass segurou firme Meg pela cintura tornou a colocá-la na cama com voracidade. A demônio "caiu" sobre o colchão com o maior dos sorrisos carregado de malícia nos lábios enquanto via o anjo se despir com tamanha pressa.

As coisas que aconteceram por aquele quarto foram realmente longas e prazerosas.

~~

Ambos arfavam. Estavam deitados uma lado do outro, os olhares fixos no teto daquele quarto de motel de estrada. O peito subindo e descendo descompassadamente e as bocas entreabertas buscando por ar.

– Uau. - Meg exclamou um meio a um suspiro forte.

– Uau. - Cass a imitou, levando uma das mãos até os cabelos e bagunçando-os ainda mais.

– Nossa Clarence. Você realmente me surpreendeu. - Confessou a demônio tendo os batimentos cardíacos que ainda lhe restavam voltando ao normal, aos poucos.

– Eu aprendi com o cara da pizza. - O anjo falou sem jeito e ouviu uma risada de Meg.

– Obrigada cara da pizza. - Meg continuou a rir e notou depois de segundos que o anjo ao seu lado ria também. Estranho. Não era todo dia que se via um Castiel da vida rindo por aí.

– O que foi? - Perguntou o anjo sobre o olhar curioso de Meg.

– Eu nunca vi você rindo.. eu acho. - Falou a demônio com as sobrancelhas arqueadas. O anjo continuou com um sorriso nos lábios.

– Eu não sei, eu me sinto.. - Começou o moreno, e buscou em seguida por uma palavra que realmente se encaixasse sobre o que acontecia dentro de si naquele momento.

– Tão limpo? - Insinuou Meg com um sorriso debochado nos lábios, o fazendo relembrar do dia que deram o primeiro beijo, naquela situação tão inusitada e precisa ao mesmo tempo.

– Eu ia dizer bagunçado por um demônio. - Cass tornou a ouvir uma risada gostosa de Meg.

– Continue falando assim Clarence, me faz ficar excitada de novo. - Brincou a demônio com a voz sexy e Cass riu, não desconfortável, mas se sentindo pela primeira vez desde que parou para pensar em tudo aquilo, "no lugar onde devia estar".

– Você sabe que eu quebrei todas as regras existentes no céu agora, não é? - Questionou Castiel a olhando de relance.

– Foi por uma boa causa.- Meg deu de ombros enquanto o olhava por cima do ombro. Ela notou os olhos azuis percorrerem as linhas de seu corpo despido esticado sobre a cama, e Cass mordeu os lábios involuntariamente.

– Se continuar me olhando desse jeito faço você quebrar até as regras inexistentes do céu, Clarence. - Disse sexy enquanto o via encarando-a novamente. Foi a vez de Castiel erguer a sobrancelha e a desafiar com o olhar. - Tá pagando pra ver? - Indagou a loira, recebendo apenas um sorriso também desafiador do anjo. Meg riu com malícia e rolou na cama, ficando por sobre o corpo nu do anjo logo em seguida.

– Talvez. - Cass respondeu já com as mãos firmes sobre a cintura de Meg. Ele sentiu seu membro, já ereto, ser novamente preenchido pela entrada apertada da demônio e mordeu os lábios com vontade, apertando mais a cintura da loira.

– Oh Clarence.. Começou Meg, a voz saindo praticamente como um longo gemido preenchido de tesão, enquanto começava a se movimentar lentamente sobre ele. - Você não devia ter me desafiado assim.

E mesmo que todas as regras, toda a razão tente te impedir de seguir os seus instintos e desejos, não obedeça. Mesmo que seus pensamentos lhe diga todos os dias que isso não é certo, não os dê ouvidos. E por mais bagunçado que esteja o seu coração,se tiver uma chance, uma chance de tudo aquilo que desperta seus batimentos mais acelerados, sua respiração descompassada e seus sentidos alterados, siga-o. Porque, afinal de conta, o que acontece no coração, só o coração é capaz de entender.