Vick falou como se estivéssemos cometendo algum tipo de crime ou como se ele fosse o namorado dela com outra em um momento comprometedor mas não estávamos fazendo nada de mais, ele então respondeu:

  - Não tá acontecendo nada, estamos apenas conversando

Acho que Vick até quis argumentar mas  não encontrou as palavras, e entrou ainda com bastante sono entrou, o olhei e disse:

  - Esse fim de semana, sábado a noite é o festival, você vai me ver?

  - E como eu posso perder?

Abri um enorme sorriso para ele que fez o mesmo para mim, ele me chamou para tomar o café da manhã aceitei pois estava com bastante fome, estávamos a mesa quando seus pais apareceram, seu pai com um terno simples preto, e sua mãe com um óculos de sol dentro de casa salto enorme e um roupão de oncinha, achei extravagante para de manhã bem cedo, assim como eu a olhei de cima a baixo e me assustei ela fez o mesmo comigo eu estava com um conjunto simples um short rendado não muito curto branco e uma blusa de mangas compridas preta sapatilhas, quase nenhuma maquiagem diferente dela que parecia ter jogado massa colorida na cara, ela me olhou bastante de cima a baixo e disse:

  - Nossa que sem graça, quem e ela? acho que já a vi aqui antes

Falou de mim como se não notasse minha presença, ele apenas a olhou e respondeu com um tom de voz mais alterado com reprovação:

  - Mãe como pode falar assim dela, mais respeito

Falou com ela de tal maneira que nem se parecia seu filho, ela tirou os óculos como se quisesse chorar tirou os cabelos de perto dos olhos e disse:

  - Meu filho te carreguei nove meses e fala assim comigo, só por causa de uma qualquer

Essas palavras pareciam fazer ele querer bater nela, e com um tom ainda mais alterado a respondeu:

  - Uma qualquer? Mãe como pode falar assim dela, ela é minha namorada e não admito que fale assim dela

Maior que o susto dela foi o meu, ele me defendia com tanta vontade que me fazia querer abraça-lo e não o soltar jamais, ele me puxou pelo braço e me levou a sala e olhando bem, em meus olhos me disse:

  - Não se importe com o que ela diz, ela só gosta de pessoas exageradas e ridículas como ela

Dizia em tão alto e bom som, creio que com intenção de que ela escutasse, então Vick vinha a descer as escadas, perguntou:

  - gente o que está acontecendo aqui? escutei gritos, tinha alguém brigando

E antes que Isco a respondesse a mãe deles apareceu e disse:

  - Seu irmão meu amor que brigou comigo, só porque disse que as roupas dela eram sem graça assim como ela

Enquanto dizia isso abraçava Vick que se afastou dizendo:

  - mamãe como você pode falar assim dela, ela é minha amiga e não gosto que fale assim

ela mais uma vez fez uma cena dramática como na cozinha, estava como se a tivesse agredido, ela se parecia com Katherine só que alguns anos mais velha, era fútil e dramática assim como minha irmã, então ela disse em meio a sua cena:

  - Então é assim agora, vão ficar todos com ela, a namorada do seu irmão, sua amiga e eu largada

Vick parecia abismada com o tal namoro, mas antes que pudesse fazer alguma pergunta sobre o assunto a mãe dela perguntou levando as mãos a testa e jogando-se ao sofá:

  - O que essa garota tem que eu não tenho?

Isco a respondeu com bastante certeza de cada uma das palavras e segurando minha mão:

  - Ela tem decência, com censo, inteligência e um cérebro

Ela levantou rapidamente do sofá fazendo caras e bocas, e apontando o dedo na cara dele disse:

  - Olha aqui menino não admito que fale assim comigo, eu tenho um célebro sim está bem

Eu a olhei, e nem sei ao menos o porque mais a corrigi e lhe disse:

  - Se diz Cérebro e não Célebro, e a senhora já pensou em fazer teatro? Tem talento sua cena dramática aqui foi ótima se fosse na escola tiraria um 10

Ela saiu da sala se dando como ofendida e vitima assim como minha irmã, elas tinham tanto em comum então eu disse:

  - Ela é como Katherine será futuramente

Vick começou a rir e me disse:

  - Só tenho pena do marido, dos filhos e da conta bancária do marido, ela vai ter que ser extensa e interminável !

Todos rimos, então Vick foi para a cozinha tomar seu café chamei Isco para conversarmos no seu jardim, tinham algumas coisas que não ficaram bem resolvidas em minha mente então tínhamos que conversar, eu perguntei:

 - porque fez aquilo?

 - aquilo o que?

 - Me defendeu daquela maneira de sua mãe? Olha nem precisava se preocupar, já sou acostumada com isso

 - Por isso te defendi também, ela te tratou mal como sua irmã lhe trata, isso não é bom para você

Esse era o motivo normal que imaginava porém aquele "também" me davam esperanças, então voltei a perguntar:

  - Foi um dos motivos, então qual seria o outro?

  - bem..

Ele parecia buscar as palavras para me dizer o motivo então tornei a perguntar-lhe:

  - Qual?

  - nem sei ao certo te dizer

  - Porque não?

  - Não sei, só sei que eu tinha que fazer aquilo

  - Porque?

Eu parecia pressiona-lo e era o que fazia mesmo, ele não disse nada apenas....