Demônios Também Podem Amar escrita por Kamyuu


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente queria dizer boa leitura a quem se interessar por essa Oneshot que fiz depois de ver as formas "humanas" dos mordomos e como a rivalidade que eles têm um com o outro.
Foi algo que eu vi, entrelinhas, que acontecia naquele relacionamento conturbado. Um sentimento que Leonard queria esconder de todos usando seu sarcasmo, ironia e arrogância. E foi impossível não passar essas ideias que tive para o computador.
Bom, era apenas isso que tinha a dizer.



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Ele queria ser notado.

Por isso, tudo que podia, Leonard fazia para atrair a atenção de Baphomet. Era quase impulsivo, uma coisa que se pendurava por anos, a cada encontro ficando pior.

Baphomet, também entrou nesse jogo, talvez buscando alguma diversão e irritar o carneiro.

Não se lembravam de quando começou toda essa rivalidade, ou como surgira, somente que haviam estado assim há tempo demais. Porém, poucos sabiam que antes da rivalidade existia uma amizade, quebrada pelas excessivas brigas. As quais nem se sabiam os motivos, por tão banais, vulgares que seriam.

Naquele dia não foi distinto. Os insultos começando a ser proferidos pelo carneiro, e o bode devolvendo-os, porém, Baphomet era diferente. Podia revidar, mas não era algo que gostava, afinal, se tratava de Leonard.

Aquele loiro intrometido vivia se metendo consigo. Estava acostumado ao comportamento dele, e quando não tinha muito bom humor para provocações, apenas ignorava-o. Nem de longe era uma coisa fácil, quando o outro demônio insistia, indo atrás de si.

Como acontecia naquele exato momento.

— Ore, se não é o mordomo sujo dos Nefilins recusando-se a admitir que eu sou melhor que ele. — Ditou arrogante, ignorando o fato que no desafio anterior havia perdido. Mesmo que seu próprio “patrão” desse o título de melhor cozinheiro do inferno para Baphomet, Leonard não se abateu.

Durante meses, fora para a França aprender os diversos tipos de doces; seu ponto fraco até então, e a principal razão de ter perdido.

— Melhor? Pelo que me lembre fui eu que ganhei e foi o próprio legitimador que reconheceu-me e o Duque Sitri que adora os meus doces. — Baphomet respondeu sem se importar desse fato.

— Ora seu... — Começou, espumando de raiva, mas ao perceber, respirou fundo para se acalmar.— Eu aprendi muito depois daquele dia... nem me comparo com minhas habilidades de antes.

— Bom, então tchau.

Leonard olhou para o demônio virando na direção oposta pronto para sair. Ele não podia deixar isso acontecer. Não iria vê-lo se afastando mais uma vez.

— Espera. — Agarrou o pulso do mais alto. — Vamos ter outro desafio. Aqui, agora.

O outro avaliou-o de perto, vendo a expressão decidida e no fundo dos olhos verdes, algo que já tinha notado alguns encontros antes, mas nesse era mais evidente ainda.

Tristeza. O que definia o brilho no olhar do loiro.

Girou seu corpo, parando a mínimos centímetros do carneiro.

— Leonard, porquê busca tanto me superar? Qual o propósito disso? — Perguntou, querendo realmente saber a resposta. Mesmo com todos os anos de rivalidade, ele não tinha certeza da razão dele.

— Quero comprovar que sou melhor que você.

E de novo aquele tom arrogante. Tão característico, tão mordomo-carneiro do grande duque Sitri, tão ele; Leonard.

— Porquê? — Tentou mais uma vez, afinal, não tinha sido respondido com sinceridade, ele sabia que não.

— Ora, já disse. Ficou surdo? Entrou muita poeira no ouvido, Baphomet?

E por simples segundos, o bode ficou estático. Desde há muito tempo esquecera como era ter o nome sendo pronunciado por aqueles lábios rosados do loiro – mesmo que nele estava explicito o tom irônico e cheio de antipatia. Sempre que tinham que se falar, ele não usara seu verdadeiro nome, apenas apelidos irritantes.

— Diga-me, ou está com medo de me dizer que você quer apenas um tempo comigo? — Provocou.

O outro lhe olhou entre surpreso por pouco tempo, logo mascarando-a.

— Acho que está ficando louco, mordomo dos Nefilins!

— Leonard, pare com isso.

— Parar com o que? Não estou fazendo nada de errado! — Se defendeu, dando alguns passos para trás, e então notando que se recostava numa árvore.

E Baphomet usou isso ao seu favor. Prensou-o contra o tronco, sem importar se alguém visse que seus corpos estavam colados. Tão perto que podiam sentir as respirações alheias.

Estavam no mundo humano, visitando um festival com seus respectivos “patrões”. E no seu caso, Dantalion tinha corrido para a barraquinha mais próxima, seja lá do que for.

Pessoas iam e vinham, mas naquele momento, parecia tudo deserto naquela área. Um sinal claro de que era para estarem sozinhos ali. E o moreno usaria esse tempo para tentar resolver de uma vez por todas essas desavenças bobas.

— Não fuja do assunto.

— Não estou fugindo.

— Eu sei que você não é assim, Leonard! O que aconteceu com o meu amigo? Aquele que eu podia contar sempre?

O carneiro abaixou a cabeça, escondendo os olhos. Murmurou algo baixo, que ele não pode ouvir.

— Repita, não consegui ouvir o que disse. — Pediu, em expectativa.

Pausa.

Baphomet ansioso para saber o que acontecia ao outro e Leonard contestando se deveria falar.

— Eu disse que morreu. Desapareceu junto com minha liberdade.

— Do que está falando? Você é livre. — Estava confuso.

— Não, eu nunca fui, nunca serei. — Levantou a cabeça, olhando sério seu rival.

E ele dizia a verdade. O mordomo de Sitri estava aprisionado. Aprisionado pelo pior sentimento que existia na terra, no inferno e no céu. Amor nunca seria uma coisa boa, não quando era a causa de fazer as pessoas mudarem suas atitudes para com elas e com os outros. Pelo menos em seu ponto de vista.

— Me explique, Leonard.

O outro balançou a cabeça negando, mas se aproximou até estar tão próximo da boca de Baphomet – nariz contra nariz –, porém não tinha certeza de que pudesse finalizar aquilo. Mesmo querendo experimentá-lo uma vez, sentia que pudesse ser sua falha. E se ele ficasse viciado com o beijo? Se ele não quisesse se separar mais ou que o bode lhe rejeitasse?

Mandou esses pensamentos negativos para o inferno – não literalmente – e munido de uma confiança que surgira de, não sabe-se de onde, juntou as bocas, deleitando-se com o sabor doce do outro. E não era ruim, nem de longe.

Talvez agora entendia a fixação de seu mestre por essas coisas.

E antes que o moreno saísse do torpor que tinha estado e agarrasse-o ou negasse-o, o loiro se afastou novamente. Sorria triste.

Não era para ser assim. Ele não tinha que amar. Droga, ele era um demônio. Não existia amor para eles. Estavam enganados aqueles que diziam que os mais indignos não poderiam sentir uma coisa tão pura, tão ingênua, tão casta. Mas talvez essa seja sua punição, de acordo com Deus.

E Baphomet viu quando o buraco para o inferno se abriu, engolindo o loiro devagar, quase em câmera lenta, porém, não pode chegar a tempo de agarrá-lo – como se ele também estivesse se movendo nesse ritmo.

Quando terminou, encarou o vazio.

No seu íntimo, sabia o que aquilo queria significar e sorriu.

— Leonard... — Sussurrou.

Podia não ter conseguido pegá-lo momentos antes, mas o loiro não iria mais fugir de si. Procuraria-o o inferno inteiro se precisasse, e mais o céu, a terra... e todos os cantos que pudesse. Estava decidido a não deixá-lo escapar tão facilmente dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, queria me desculpar por qualquer erro que tiver e se as ideias estão meio distorcidas/não tão claras como queria deixar. Eu preciso melhorar esse meu lado, que não sabe muito bem expressar coisas e ordená-las corretamente.
OBS: O parágrafo final foi escrito agora, pois achei que ficaria incompleto se deixasse como estava. Espero que tenha ficado melhor assim.
Obrigada por ler~



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