Pov’s Violetta

–Gosta de neve? –Perguntou Leon enquanto eu me aconchegava em seus braços.

–Não gosto muito, eu sempre fico com uma sensação ruim nessa época do ano. –Eu disse, apesar de neve não me agradar muito, eu estava gostando de ficar ali com Leon.

–Eu gosto. –Ele disse “brincando” com alguns flocos que caiam, ri com isso, Leon era uma criança em forma adulta. –Acho melhor entrarmos, caso contrário você vai acabar pegando um resfriado.

– Leon Vargas, esqueça esse seu lado protetor por um instante e aproveite o momento. –Eu disse me deitando em seu colo, e Leon meio a contra gosto aceitou ficar ali. Fiquei observando tudo ao meu redor, era ótimo estar em paz, me sentir em paz e Leon aparentemente estava na mesma sintonia que eu. Infelizmente a neve começou a aumentar e Leon começou a insistir para subirmos e depois de um tempo eu acabei cedendo.

–Está entregue. –Ele disse assim que chegamos à porta do meu quarto.

–Não quer entrar, está cedo ainda. –Eu disse.

–Acho melhor não, a Naty deve estar ai, e eu não me sentiria muito a vontade. –Ele disse.

–A Naty provavelmente esta com o Maxi, ela não dormiu aqui ontem, e provavelmente não vai dormir aqui hoje. –Eu disse e ele me olhou duvidosamente.

–Só por uma hora. –Ele disse frustrado, Leon não ganhava nenhuma “disputa” comigo. Ele entrou e se sentou na cama, eu liguei a televisão e coloquei em qualquer canal. Me sentei ao lado de Leon, o mesmo ficou me encarando.

–Que foi? –Eu perguntei enterrando minha cabeça no travesseiro, eu estava cansada demais.

–É que eu estou meio.....esquece. –Leon disse virando-se de costas para mim, obviamente estranhei sua reação, porém eu acho que sabia o que ele tinha.

–Você deveria confiar mais em mim. –Eu colocando a mão em seu ombro fazendo que ele se virasse.

–Eu confio. –Ele disse num sussurro.

–Então me conta o que tem. –Eu pedi.

–Já disse que não tenho nada. –Ele disse frio, eu não me abalei por isso, o que Leon tinha não passava de tremenda besteira. Acariciei seu rosto e pude vê-lo sorrir por um instante, me aproximei lentamente para beija-lo, os lábios de Leon estavam duros por conta do frio, mas isso não me incomodou, o beijo de Leon jamais me incomodaria.

–Me diz? –Eu disse em uma última tentativa, ele alegou que não tinha nada e me abraçou. –Você poderia dormir aqui hoje. –Eu disse me aconchegando em seus braços.

–Esta bem. –Ele concordou, mal ligou para o que eu disse, ficou pensativo, virou o rosto para o lado oposto do meu e ficou observando o quarto, ele tinha ficado triste do nada.

–Assim não dá. –Eu resmunguei e me virei, Leon permaneceu imóvel. –Vai me ignorar? –Eu perguntei e ele não respondeu, dei um cutucão e não resolveu, peguei um travesseiro e comecei a bater em seu braço, e como esperado ele reagiu.

–O que foi? –Ele perguntou calmo.

–O que foi você? Eu estou aqui tentando conversar e você me ignora. –Eu disse cruzando os braços e me apoiando contra a parede.

–Me desculpe. –Ele disse tentando me puxar para si.

–Me deixa quieta. –Eu disse e ele me olhou triste, mas como ele é não é desistir fácil, Leon me puxou pela cintura me fazendo ficar sem apoio, ele me prendeu entre as pernas e soltou um leve riso ao ver como foi fácil me “arrastar”.

–Vou dormir com você hoje. –Ele disse me prensando entre a parede e ele.

–Você muda de humor rápido. –Eu disse a ele, Leon deu risada e tentou me beijar.

–Boa noite. –Eu disse e fechei os olhos, senti o olhar de Leon sobre mim, dei uma espiada e o mesmo me olhava inconformado, dei risada e fechei os olhos novamente.

–Não acredito nisso. –Pude ouvir Leon resmungando, logo em seguida peguei no sono.

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Já era de manhã, e estávamos todos aguardando um comunicado importante no auditório da Universidade, pelo o que eu havia entendido a diretor queria falar conosco.

–Está tudo bem Leon? –Fran perguntou rindo, Leon estava extremamente desconfortável e fica se remexendo tentando se “aliviar”.

–Tudo ótimo, o problema é que uma certa pessoa que dormiu comigo, me esmurrou durante a noite. –Leon disse olhando para mim, Fran riu.

–Então quer dizer que você dormiram juntos? –Disse Maxi na fileira acima.

–Não sei do que você está falando, eu sei muito bem que você e a Naty andam dormindo juntos. –Eu disse e vi Maxi virar um pimentão

–Gente, eu não quero estragar o momento da zuação com o Maxi, mas olha quem está vindo para cá. –Broduey disse e apontou discretamente para frente, Diego se aproximava de nós e me encarava sem parar, Leon apertou minha mão e eu não tinha muito o que fazer para acalma-lo.

–Violetta podemos conversar? –Ele perguntou, Leon me olhou, e a raiva era visível em sua expressão.

–Acho melhor não. –Eu disse e mesmo assim Leon não relaxava.

–Por favor. –Ele suplicou.

–Ela já disse que não. –Desta vez Leon se manifestou, vamos combinar que quando se tratava de ciúmes o Leon não mantinha muito a calma.

–Eu acho que eu falei com a Violetta. –Diego disse.

–Mas ela já disse que não quer a sua companhia, quer dizer ninguém quer a companhia de um traidor metido a besta. –Leon disse, Diego fechou a cara.

–Conversamos depois, quando você não tiver acompanhado disso. –Diego disse para mim se referindo a Leon, Diego saiu meio triste, provavelmente estava fingindo, ou não.

–Acho que pegou muito pesado com ele. –Eu disse para Leon.

–Claro! Vai defendê-lo como sempre. –Leon disse bufando e se sentando novamente.

–Não estou defendendo o Diego, eu não o defenderia, mas eu acho que você foi duro demais. –Eu disse, eu realmente não estava defendendo o Diego, e ele não merecia que eu tivesse pena, a questão aqui não era o Diego, e sim a maneira que Leon agiu.

–Ele mereceu. –Leon disse.

–Eu só acho que você não deveria ter agido daquele jeito. –Eu disse apoiando a mão em seu ombro.

–Tá bom Violetta! Sou eu quem sempre está errado, sou eu sempre o grosso. –Ele disse. –Se você está com tanta pena do Diego, vai lá consola-lo, ele está ali se agarrando com uma garota. –Leon disse apontando para algumas fileiras a nossa frente.

–Já disse que não é pena. –Eu disse segurando em sua mão, Leon não recuou, ele nunca recuava. Ficamos em silêncio até que a diretor entrou e o auditório se pôs em silêncio.

–Bom dia alunos. Eu os chamei aqui pois tenho um comunicado importante a fazer.....

Assim que ele conclui o que tinha que falar, a euforia tomou conta do local, cochichos para todos os lados, com exceção minha e do Leon que permanecíamos quietos. Marco apareceu do nada, obviamente atrasada, ele se sentou ao lado de Fran e depositou um beijo em seu rosto, a expressão confusa no rosto de todos era evidente, até ontem à noite os dois estavam se detestando e hoje eu não posso dizer o mesmo.

–Perdemos alguma coisa? –Cami perguntou indo direto ao ponto.

–Não por qu....Ah! Sobre nós dois? –Fran perguntou dando risada, nós somente assentimos.

–Bom, eu e o Marco passamos a noite inteira conversando, e decidimos recomeçar, ele entendeu meu lado, pois já passou por isso. –Fran disse sorrindo para Marco, que até então havia permanecido quieto.

–Espera, quer dizer que ela beijou outro cara e você perdoou rápido assim? –Perguntou André, Naty que estava ao seu lado lhe deu uma cotovelada.

–Foi exatamente assim. –Marco respondeu rindo.

–Leon, você deveria aprender com ele. –André disse rindo, e todos nós acompanhamos menos Leon que fechou a cara, se ele estava estressado ficou dez vezes pior.

–Pode deixar, na próxima vez que a minha namorada beijar um cara em cima do palco na frente de todo mundo, eu vou perdoar. –Leon disse se levantando e saindo do auditório.

–Pegamos pesado. –Maxi disse.

–Eu não acho, o Leon tem se estressado muito rápido ultimamente. –Eu disse e todos me olharam confusos.

–Vilu, eu acho que o Leon tem razão, você deveria apoia-lo mais. –Fran disse cautelosamente.

–Talvez, mas...-Fui interrompida.

–Talvez nada, ele é seu namorado, e é do lado dele que você tem que ficar. –Cami disse.

–Se fosse ao contrário ele ficaria do seu lado, e você sabe disso. –Naty disse.

–Eu vou atrás dele. –Eu disse e todos assentiram. Procurei por todos os lugares, fui até em seu quarto, mas não havia sinal dele.

–Onde essa criatura se meteu? –Eu perguntei para mim mesma.

–Já olhou no porão? –Disse uma voz repentina atrás de mim, era Ludmila, era primeira vez que eu a via hoje, ele estava praticamente no mesmo estado de ontem, olheiras profundas e marcas de choro pelo rosto.

–Não olhei lá, obrigada. –Eu disse saindo, porém recuei, achei que poderia ajuda-la.

–Ludimila, por que você não conversa com o Fede? –Eu perguntei.

–O que ele fez foi muito grave. –Ela disse e já pude ver seus olhos ficando marejados, Federico foi o único garoto que realmente mexeu com ela, sei disso pois ela mudou sua maneira de agir, pelo menos quase mudou.

–Eu sei, mas veja bem, o Marco perdoou a Fran. –Eu disse e ela deu um pequeno sorriso.

–Prometo que vou pensar. –Ela disse e se retirou.

Então eu continuei minha busca pelo Vargas, ele tinha desaparecido. Estava a caminho do porão quando trombo com alguém duas vezes maior que eu, o impacto fez com que eu caísse, ou melhor quase caísse. Braços fortes me envolveram em forma de proteção, como se fosse um abraço, me assustei no começo, mas como sempre reconheci o perfume da pessoa.

–Sabe quanto eu te procurei? –Eu perguntei sem olha-lo, sabia que era Leon.

–Eu estava estressado, achei melhor me afastar. –Ele disse sorrindo timidamente.

–E está mais calmo agora? -Eu perguntei.

–Sim, mas você não entende, nunca quis entender. -Ele disse.

–Vamos para o quarto, as aulas já acabaram mesmo. -Eu disse e o peguei pelo braço. Chegando lá ele agiu como sempre, se sentou em minha cama e aguardou que eu fizesse o mesmo.

–Agora me explica: O que eu nunca quis entender? -Eu perguntei me sentando ao seu lado.

–O meu lado, você nunca fica ao meu lado, eu sou sempre o errado, você nunca olha o meu lado para ver seu eu tenho um motivo para agir de tal maneira. -Ele disse.

–Foi o que me disseram, mas eu nunca tinha percebido isso. -Eu disse cabisbaixa.

–Você faz isso direto, sabe, o Diego estava errado e mesmo assim você fez questão de me recriminar. -Ele disse, Leon estava ficando cada vez mais aliviado, acho que ele queria ter me dito essas coisas faz tempo.

–Desculpa! Eu já disse que não foi proposital! -Eu disse gritando e Leon se calou.

–Não estou afim de discutir. -Ele disse se levantando e fez a menção de sair do quarto, mas antes que ele pudesse concluir o seu ato eu o puxei pelo braço fazendo ele se virar para mim, porém Leon era maior que eu, e na tentativa de (frustrada) de puxa-lo, eu acabei indo parar em cima dele, Leon se desequilibrou e nós dois desabamos no chão.

–Me desculpa. -Eu disse rindo e ele riu também, com isso a tensão se desfez facilmente. Percebi que estávamos bem próximos um do outro, e como nenhum de nós dois somos de ferro, a atração que sentíamos um pelo outro foi mais forte, e quando reparei já estávamos nos beijando, feito loucos diga-se de passagem. Porém como sempre as pessoas gostam de nos interromper, imaginamos que fosse Naty, imaginamos...

–Podem entrar. -Era a voz de Naty, porém ela falava com mais alguém, a porta se abriu e as pessoas que ali estavam me surpreendeu muito.

–Pai? Angie? -Eu disse assustada, vamos combinar que a posição que eu e Leon estávamos não era muito bem vista para quem olhava.

–O que está acontecendo aqui? -Meu pai perguntou, ele não estava furioso, e sim surpreso.

–Nós estávamos estudando, e aí eu caí em cima do Leon. -Eu disse rindo sem graça e me levantando.

–Estudando o quê? Anatomia? -Meu pai perguntou. (N/A Anatomia é BASICAMENTE o estudo dos corpos).

–Pai! -Eu disse envergonhada e Leon riu e me abraçou

–Que saudades eu estava de você. -Meu pai disse me puxando dos braços de Leon.

–Eu também, mas o que vieram fazer aqui. -Eu perguntei sem querer ser indiscreta.

–Viemos para dar uma notícia. -Angie disse sorridente e abraçou meu pai.

–Sobre? -Eu perguntei.

–Vilu, a Angie está grávida...