Entre Dois Mundos escrita por Malu


Capítulo 18
Quem eu sou?


Notas iniciais do capítulo

Oi meus queridos, e bem vindos leitores novos, se é que tenho algum! Espero que não tenham desistido de mim. kk Eu disse que ia tentar postar dois capítulos, mas com apenas duas semanas de férias e uma prova logo na primeira semana de aula fica difícil... Mas está aí. Está meio pequeno, mas é necessário. Enfim, boa leitura! ^^



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– Grim, me espera! - ele havia me evitado o dia todo. Eu precisava falar com ele para esclarecer certas coisas, mas estava difícil. - Grim, por favor!

Ele continuou andando sem olhar para trás. Não importava que já estava na hora do jantar e eu poderia ficar sem comer, eu queria falar com ele. Percebi que estava indo para a Torre de Astronomia e parei de gritar, apenas continuei seguindo. Parei no alto da escada por alguns segundos para tomar fôlego e em seguida entrei.

– Desculpa ter te ignorado… - ele estava de costas para mim. Respirou fundo e virou. Parecia mal, haviam olheiras profundas em seus olhos, ele estava pálido e seu cabelo mais bagunçado que o normal.

– Você está bem?

– Não importa muito. O que você quer?

– Você me ignorou o dia todo. O que aconteceu?

– Sabia que quando você falasse comigo iria me encher de perguntas. E eu não queria que ninguém escutasse. Desculpa por isso.

– Tudo bem, eu entendo.

– Agora pode começar a perguntar, eu vou tentar responder.

– O que aconteceu com você? Está péssimo!

– Só não dormi muito bem nas úlimas noites… Andei tendo sonhos demais.

– Na ala hospitalar ontem, antes de eu abrir os olhos, você estava falando sobre um pesadelo seu. Vou repetir a pergunta do meu pai, esse sonho tem algo a ver comigo?

– Não tenho certeza. Você estava vestida com uma armadura completa e uma espada que parecia de bronze na mão. Estava no meio de vários outros garotos, todos pareciam equipados para uma batalha. Não lembro direito o que aconteceu, só sei que de repente um garoto loiro, meio parecido com você, passou correndo te carregando no colo e havia muito sangue em você, sangue seu. E aí eu acordei.

– Nossa. Muito estranho. Um tive um sonho levemente parecido pouco antes de tudo aquilo acontecer. No sonho, eu estava em um refeitório e estávamos sendo atacados por uma acromâtula enorme. Parecia que todo mundo esperava que eu fizesse algo, mas eu não conseguia me mexer. Aí a Emily me acordou e, como eu não conseguia dormir, fui para a sala comunal desenhar e aconteceu tudo aquilo.

– É tudo tão estranho… Mais estranho ainda é eu sonhar essas coisas.

– Se é estranho para você, imagina para mim… Eu estou com medo, de verdade. Antes de eu vir para cá não tinha tantos pesadelos. E depois das férias aumentaram. Eu não faço ideia do que seja tudo isso. Tenho certeza que é só comigo que isso acontece. E também acho que meu pai deve ter alguma ideia do que seja, ele não teria outro motivo para vir na escola toda vez que eu fosse para a ala hospitalar.

– Eu não sei. Ele pode estar preocupado apenas, ele é pai solteiro, você é filha única e estiveram a vida toda juntos…

– Acho que não… E ele não me fala nada! Eu tenho direito de saber!

– Sim, você tem. Mas se ele não quer falar, algum motivo tem. Você acha que devemos falar dos nossos sonhos?

– Não. Se ele não quer me contar as coisas, eu também não conto. Será que tem algo a ver com a minha mãe?

– Por que teria?

– Não sei. Intuição, sabe… Será que ele vai esperar acontecer alguma coisa mais grave pra me contar tudo?

– Fica calma, se ele realmente está escondendo alguma coisa, algum motivo tem.

– Eu só queria entender tudo isso…

Ficamos sentados em silêncio por alguns minutos. Estava pensando em tudo o que acontecera desde que entrara em Hogwarts. Desde pequena eu tinha alguns pesadelos, mas agora as coisas estavam cada vez pior. Eu estava realmente com medo, não sabia o que fazer, queria apenas ser uma bruxa comum.

– Sophie, o que houve? - Grim olhava para mim, preocupado. Sem que eu percebesse, algumas lágrimas haviam escorrido pelo meu rosto. Ele me abraçou e eu comecei a chorar, aceitando o conforto do abraço que ele oferecia. Precisei de alguns minutos para parar e mais outros para me acalmar completamente. - Ei, o que aconteceu?

– Tudo isso… Eu preciso ir. A gente se fala depois.

Sai andando sem esperar uma resposta. Eu precisava descansar urgentemente. Fui direto para o dormitório sem nem comer nada. Estava vazio, por sorte. Coloquei um pijama e dormi quase imediatamente.

Eu estava em uma sala apertada. Precisei de alguns segundos para conseguir focar o olhar. Um homem e uma mulher conversavam. Não podia ver seus rostos, apenas ouvir.

– Ela tem que sair de lá. Está muito perto das terras antigas. Sabe que é perigoso para ela.

– Sim, meu pai, eu sei. Mas o pai da criança insistiu que eles deviam pelo menos tentar aqui.

– Ela não devia nem ter nascido! - ele esbravejou. Involuntariamente, me encolhi um pouco. - Ela está ficando mais forte, posso quase sentir sua presença aqui…

A mulher soltou um suspirou e olhou diretamente para mim. Seus olhos eram do mesmo tom acinzentado do meu e pareciam tristes. Meu coração disparou e eu comecei a chorar, ainda sem fazer barulho.

– Ela ainda é minha filha, não posso abandoná-la. No final tudo dá certo. Acredite em mim.

Acordei assustada. O dormitório já estava vazio. Meus olhos estavam úmidos, eu realmente havia chorado. Coloquei o uniforme rapidamente e fui ao banheiro lavar o rosto. Meus olhos estavam vermelhos, dava para perceber que eu tinha chorado. Coloquei perfume no ar para irritar meu nariz para que eu pudesse fingir estar gripada. Fui direto para o Salão Principal levando meu material e torcendo para não estar muito atrasada.

As pessoas estavam começando a sair e ir para suas aulas. Peguei duas torradas e saí também, terminando de comer no caminho. Ainda estava espirrando um pouco por causa do perfume. Assim ninguém perceberia que eu estivera chorando.

Não consegui prestar atenção em quase nenhuma aula. Não conseguia parar de pensar no meu sonho. Quem era aquela mulher do meu sonho? E por que eu tinha a impressão de que ela estava falando diretamente comigo? O que tudo isso significava? Parecia real, mas foi apenas um sonho. Então por que eu estava tão mal?

– Sophie? Ei, o que houve? Você ta parada olhando para a parede faz alguns minutos. - alguém estava parado na minha frente. Estava na hora do almoço, mas eu não estava com fome.

– Emily? O que aconteceu?

– Não sei, você saiu da aula rápido e está aqui até agora. Está tudo bem?

– Está sim. Não estou com fome, pode ir almoçar, eu vou para a Torre da Corvinal.

Sem esperar uma resposta, saí andando, entretanto fui para a Torre de Astronomia. Havia aprendido a gostar desse lugar com o Grim. Eu precisava pensar e sabia que ninguém viria aqui. Eu estava chorando de novo, tinha quase certeza de que era minha mãe. No final tudo dá certo, ela havia falado. Ela sabia que eu estava ali e o homem que poderia ser meu avô disse que sentia minha presença. Quem eu era na verdade?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem o que acharam, eu preciso saber o que pensam, se tem algo que eu posso melhorar e tudo o mais. Eu sei que não posto com frequência, mas é ano de vestibular e tem toda aquela pressão... Vocês podiam me alegrar um pouco... E eu não tenho nenhuma recomendação :( Bem, acho que é só. kk Um beijo e até a próxima!



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