Os cabelos dela fazem cócegas na minha perna nua. Eu acaricio os pêlos de seus braços, enquanto ela lê um livro em voz alta. Gosto muito desses momentos.

Ela pausou, e, quando dei falta da história, percebi que ela estava olhando para mim. Fitei-a e capturei seus lábios, curvando minhas costas. Ela largou o livro de cabeça para baixo, segurando meu pescoço.

Não precisei puxá-la para cima, já que ela já estava de joelhos, quase subindo em cima de mim. Separamo-nos por mim. Meus pulmões necessitavam de ar mais ainda do que meu corpo, dela. Apoiei minha cabeça nas pernas dela. Agora, era a minha vez de ler.

Comecei a falar, mas senti que ela não queria papo, ou, muito menos, ouvir a história. As mãos dela acariciaram meus cabelos, enquanto eu observava os pássaros ciscando o chão. Ela se levantou, fazendo minha cabeça bater no chão.

Quando me pus de pé, Kate já havia corrido até o portão da propriedade que conseguimos construir. Corri atrás dela, deixando a toalha de piquenique e os utensílios - bem como o livro - no jardim enorme.

Quando cheguei até ela, peguei-a pela cintura, levantando-a. Ela gritou surpresa, mas eu apenas ri, fazendo cócegas nela.

A pus no chão, amparando-a até que parasse de rir e voltasse a ser a minha esposa sã. Assim que parou de rir, notou o corte em minha bochecha - resultado da saída inesperada dela sob mim -, que latejava pouco. Pôs a palma da mão sobre minha bochecha, o que apenas fez o machucado latejar mais ainda, mas não me afastei, então, ela pegou uma de minhas mãos e guiou-me para dentro de nossa nova casa.

Eu já havia dito aos nossos pais que ficaríamos bem, que não teria problema. O que eu estou dizendo, é que nós temos um lugar só nosso, para fazer o que bem entendermos, sem ninguém para nos impedir ou criar barreiras, que não precisamos de permissão para conseguir ter o que quisermos ou fazer o que queremos.

O que eu estou dizendo, é que eu a amo e que temos um lugar só nosso.