Anjos Infernais escrita por Strange


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Criticas construtivas ou não são muito bem vindas.



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Parte I: A Queda do Inferno

"Logo todos caíram sobre as ruínas do inferno. Sobre os destroços de sua grandeza, seu sangue derramado."

A escuridão era intensa, mesmo a luz do dia. Sol quase incapaz de passar por entre teus galhos entrelaçados e folhas traçadas. Não se ouvia o som do próprio vento uivando pela floresta, por mais forte que soprasse, não se ouvia teus assobios. Nenhuma coruja para quebrar o silencio com o bater de suas assas, nenhum lobo para correr pelas folhas secas.

Muitos temiam a floresta, suas enigmáticas sombras, além da escuridão. Muitos com imortal silêncio enlouqueciam. Todavia a escuridão a acalmava, o silêncio lhe dava paz. Enquanto muitos odiavam ou até temiam adentar em sua escuridão, ela contava os dias.

Algumas vezes por ano, duas ou três, encontravam por entre as arvores alguns humanos, geralmente em estado de embragues, sempre desejara saber o como, como conseguiriam tais pessoas passarem pelas defesas, mais sabia que seria sempre mais uma pergunta sem resposta. Algumas criaturas apareciam as vezes, para a felicidade de todos: grifos feridos que despencavam dos céus, unicórnios fugindo de caçadores, eram os que mais apareciam. Entre centenas de criaturas diversas que sempre eram acolhidas, e bem tratadas. Algumas ficavam mas outras fugiam no escalar da noite. Contudo, nem sempre eram inofensivos os intrusos, as vezes deparavam-se com o medo de muitos, as devoradoras de almas de sonhos, o temor dos próprios anjos, as bestas.

A noite ia caindo, o sol se punha muito além do horizonte, abandonando os monstros na escuridão. Estava sentada ao topo das escadarias principais, a quanto tempo não sabia mais, observando mais uma vez a floresta ao longe. Layck, ao seu lado, mexia com algo que tinha nas mãos, eis que se mostrava mais uma de suas manias: nunca manter as mãos paradas. Diferente dela o garoto parecia não apresentar paciência para nada, não era capaz de manter-se parado esperando o anoitecer.

A noite que cobria-os, trazia com sigo o frio e o vento, que por mais que soprasse com toda a força, não era capaz de mover sequer uma folha. A floresta permanecia firme, silenciosa, mortal.

Então, pronta pra mais uma tentativa frustada de achar bestas? Talvez tenhamos sorte de achar um daquele humanos sem muita consciência- Layck tentara afastar o tédio começando mais uma vez uma conversa destinada ao silêncio.

Talvez achemos bestas. Eu acho que o nome é bêbado.

Eu espero sinceramente que nenhum dos dois apareça. Eu estou com preguiça de mais pra lutar ou pra chutar um humano esquisito pra fora daqui. - Lira rira.

Você não serve pra lutar... você foge...

Eu nunca fujo! -Tentara não elevar muito o tom de voz.

Não. Apenas ia ficar invisível até tudo acabar - ela continuava a responde-lo sorrindo com ligeira calma.

Layck a encarou com um olhar bravio, suas iris azuis eram maiores do que deveriam ser, quase não havia branco em seus olhos, tinha como pupilas apenas dois riscos, apenas eles que se moviam os resto ficava parado, dava a impressão que seus olhos eram feitos de vidro, inexpressivos, sem vida como os de uma boneca.

Eu não fico invisível! Eu me camuflo no ambiente!

Ninguém consegue te ver, nem você mesmo, então,sim, você fica invisível.

Layck ia falar algo em protesto mas uma das fadas passou voado por sua cabeça, quase lhe golpeado com um salto. Atras dela mais 2 vieram.

Aleluia! Onde infernos vocês estavam!!!- Logan gritou com ela enquanto se levantando do pé da escada.

Horas, estávamos nos arrumando bobinho.-disse uma delas com uma voz calma, uma voz que fazia qualquer homem se jogar aos seus pés.

Desceram as escadas voando sobre a cabeça de todos que lá estavam sentados, pelo menos tiveram decência de não vir de vestido. Lorena, era a entre as fadas a mais charmosa, ficou de frente para Logan, as outras duas um pouco atras, tentando disfarçar os risinhos, seus pés não tocavam o chão, assim elas ficavam alguns centímetros mais altas. Passando a mão pelo queixo, Lorena levantou a cabeça de Logan, fez com que ele olhasse em seus olhos violeta, a cada segundo que olhava naqueles olhos ficava mais hipnotizado. Lira nunca vira uma sereia mas sabendo que eram parentes das fadas só que mais persuasivas, não queria ver uma nunca. A fada abaixou um pouco mais. As assas cor de rosa batia freneticamente soltando um pó da mesma cor sobre as roupas de Logan, ela sorriu e disse com uma voz doce:

Não tem problema tem? Termos nos atrasado um pouco?

Nã...não, nenhum problema.

Um pouco? Ela estão quase uma hora atrasadas! Se tiver alguma coisa naquela floresta vindo pra cá, a culpa é delas se não conseguirmos impedir! -K.T, havia se arrastado dois degraus acima, sem que Lira percebesse a garota já estava ao seu lado.

Lorena se afastou e se juntou as amigas, todas pararam de bater as asas e espalhar seu pó colorido, pousando no chão com seus saltos altos. Logan balançou de leve a cabeça, tentando se livrar do pó de fada que ficara preso em seus cabelos loiros.

Acho que ele fica uma gracinha com glitter.-sussurrou Lira, pros dois que agora estavam sentados um de cada lado.

Só acho, que você acha ele uma gracinha com ou sem glitter-K.T tinha um sorriso maldoso, Lira deu-lhe um soco de leve no braço, ela riu.

Tá bom! Todo mundo de pé!-Logan, agora parecia menos atordoado, o efeito da magia de Lorena devia estar passando, quando ela queria seu efeito era fraco. As pupilas dele já estavam quase no tamanho normal, podia ver agora seus olhos amarelos brilhando por causa de falta de luz.-Vamos lá. É o mesmo esquema de sempre, oito grupos de 3, cada um pra uma direção. Tem algum novato hoje?

Vários nãos fora de sincronia foram ouvidos.

Que bom, não to afim de explicar nada, ta andem logo, já estamos atrasados, pequem uma lanterna e boa sorte, e tente não morrer.

Logan dificilmente tinha bom humor, ele pegou uma lanterna, olhou a direção que devia seguir e foi andando para o Leste da mansão, dois outros meninos o seguiram, Lira não viu quem eram.

Então, vocês duas vamos?-Disse Layck já de pé com as mãos estendidas para ajuda-las a levantar.

Desde quando você é cavalheiro?-perguntou K.T aceitando a a ajuda.

Não sei.-Lira aceito também e ele as puxou.-Acho que ele quer alguma coisa, mas isso é só um palpite.

Acho que ele quer que a gente arrume uma namorada ou namorado pra ele.-K.T já descia as escadas correndo, os cabelos ruivo parecia fogo quando ela corria, a luz das duas tochas que ficavam as portas de Halrat eram a unica coisa que iluminava, mesmo assim seus cabelos ainda parecia chamas.

Eu quero uma namorada, só não quero que vocês se metam.

De que outro jeito pretende arranjar uma?-Lira descia as escadas atras de K.T que parara no final para espera-la.

Sei lá, vou usar meu charme natural.-Layck começava a descer.

Boa sorte.-em unisom disseram já se virando pra ir pegar uma das lanternas, que estavam em uma mesinha. Só havia mais uma, os outros grupos de já estavam se dirigindo aos ponto.

Posso muito bem arranjar uma sozinho.

Oras.-Lira se virou, teria golpeado K.T com as assas, se ela já não estivesse passos a frente pegando a lanterna. Mesmo apos anos, não havia se acostumado com suas assas, tinha cada uma mais de 6 metros, mesmo fechadas eram grandes, e de vez em quando se movia aquando ela falava, como os gestos feitos pelas mãos.-Nos acreditamos em você.

Acreditamos?-K.t estava com os olhos arregalados, era grandes e pretos, uma cor incomum para ruivas.

Sim acreditamos, plenamente.

As duas riram.

Vamos pra onde?-Layck tentava mudar de assunto.

Sudeste.

Sudeste é...

Bandeira vermelha, você ainda não decorou? Pelo amor de sei lá quem Layck, é tão simples, é uma simples junção de nomes, sul mais oeste, sudeste.

Sou mais decorar as cores das bandeiras.

K.T rodou os olhos.

Deixa ele ser um loiro burro em paz, pelo menos as cores sabe.

Pelo menos isso.

Favor não falar de mim como se eu não estivesse presente. E eu não sou loiro meu cabelo ta mais pra castanho claro...-protesto levantando os braços.

Não.-K.T disse o encarando, ligou a lanterna que era pequena e preta, jogou a luz na cara de Layck, que fechou um pouco os olhos- Você é loiro sim.

Ah, o que você acha não tem importância eu acho que meu cabelo é castanho e acabou.

Os dois se encararam , o silêncio reinou.

Vamos logo-resmungou K.T, como adorava a sensação de estar no comando e saiu andando na frente mais uma vez, Layck e Lira a seguiram.

Apos dois passos Lira sentiu um vento congelante na nunca, era como varias agulhas feitas de gelo gravando ao mesmo tento em seu pescoço, as tochas se apagaram, a luz da lanterna foi a unica coisa que sobrou, viraram pra olhar.

Estranho-disse ha ninguém em particular- pensei que essas tochas não apagassem sem comando.

Não apagam-disse Layck.

Apos ouvir todas as piadas que Layck tinha pra contar, K.T começara a falar sobre garotos, Lira não estava prestando atenção, olhava pra copa das arvores, como elas lhe lembravam um teto, mesmo estando ao ar livre a impressão que tinha era de estar em um salão com pilastras, pilastras marrons e irregulares, mas pilastras.

Estavam quase chegando ao fim da trilha, logo iriam dar meia volta. Toda vez que Lira chegava ao riacho que marcava o fim da trilha sua vontade era de cruza-lo correndo, entrar na parte mais densa da floresta, correr para longe da li, sair das terras de Halrat, conhecer o mundo, ver como ele realmente é. Sonhava no dia que criaria coragem de sair em disparada, de se libertar daquele lugar, não que Halrat fosse uma prisão, mas desde que tinha 2 anos de idade vivia lá, seu pai fora obrigado a deixa-la aos cuidados de Henri, naquela época, era apenas um castelo velhos, mas a medida que mais e mais monstros foram vindo a procura de abrigo, o lugar só foi crescendo, agora parecia mais uma mansão com varias torres.

Você me ouviu?-perguntou K.T.-Esta prestando atenção?

Estou claro.

Não tá não.-disse Layck sem olhar pra ela.

Então eu estava falando sobre o que?

Ah...

Eu disse que ela não estava prestando atenção.

Tá bom, não faço a menor ideia do que você estava falando.

Nem eu-disse Layck colocando os braços atras da cabeça.

K.T estava com a boca aberta, olhava cada hora pra um com um olhar de desaprovação.

Vocês são ótimos amigos em. Eu estou falando a mais de meia hora!

É exatamente por isso que não estamos prestando atenção-Layck tirou os braços de traz da cabeça, se virou e começando a andar de costas.

Então, vamos ignorar a sua opinião...

Eu não dei opinião, só disse que quando você começa a falar, menos de segundos depois ta todo mundo te ignorando.

Eu poderia por fogo na sua cabeça agora.

Então poem, quero ver te coragem.

Da pra vocês deixarem a sua briguinha de casal que deve com certeza acabar na cama pra outra hora? - Ambos encararam Lira com um olhar de predador, por pouco não pularam nela e lhe cortaram a língua. Sozinha começou a rir.

As risadas foram interrompidas por um som que vinha ao longe, muito ao longe, de algum lugar da floresta parecia o som de madeira quebrando, não de simples galhos secos sendo pisados, mas de uma arvore se partindo,os três olharam pra direção do som, não havia nada lá, pelo menos, nada que pudesse ser visto a olho nu.

Layck, suba na arvore.-geralmente quando K.T da ordens começa uma briga, mas em casos como esses é comum apenas que ele obedeça.

Com apenas um salto Layck voo contra arvore mais próxima, as garras fincaram na madeira, deixando-o agarrado como um gato, começou a subir, lembrava a Lira um lagartixa, apesar desse não ser o réptil do qual ele se aparentava. Cada vez mais ela tinha dificuldades de ver o amigo, as cores da roupa, do cabelo e da pele iam mudando, cada vez mais ele parecia parte da arvore, até que se camuflou por completo.

A lanterna piscou, K.T olhou em desespero pra ela, mais uma vez sua luz falhou, da terceira vez apagou por completo.

Ah.... fazemos o que agora?-sussurrou Lira

Posso tentar conjurar luz, mas sou péssima nisso da ultima vez...

Você pôs fogo no seu quarto, eu sei eu estava lá, aliais você quase pôs fogo em mim.

É sei, não posso ariscar por fogo na floresta-as duas estavam ainda sussurrando.

O que é melhor, por fogo na floresta ou deixar sei lá o que nos atacar e depois seguir seu caminho feliz ate Halrat?

K.T resmungou, acabou sedendo, pediu a Lira pra sair de perto, Lira disse a ela que ela era capaz, mesmo que ela não confiasse plenamente nas habilidade de K.T, ainda lembrava do panico de ver suas penas em chamas.

Kartnnor- K.T disse, Lira não sabia o que significava seu palpite era luz, nada aconteceu, continuavam no total escuro, falou novamente, nada, mais uma vez a chamas brotaram de suas mãos, mas se apagaram, novamente tentou, mais chamas, que se apagaram, sem parar começou a repetir, quase enrolara a própria língua, só se calou quando as palmas das mãos acenderam.Eu... Consegui? Eu consegui!-cantarolava em triunfo.

Tá agora cala a boca.-disse Layck, Lira queria saber onde ele estava, a voz dele tinha eco, não conseguia identificar de onde a voz tinha vindo originalmente.

Tá bom, desculpa-sussurrou-sou foda.-disse baixinho pra si mesma.

K.T teria comemorado mais se o som de arvores se partindo ao meios não estivesse ficado maia alto e mais próximo. Lira sacou o arco, mas suas flechas envenenadas não iriam adiantar em nada se ela não soubesse onde e em que atirar. Mas mesmo assim, ter o arco em mãos lhe tranquilizava, era algo tão familiar, algo tão especial...

Saiu dos próprios pensamentos, algo lhe chamara atenção, alguma coisa ao seu lado, havia dois olhos esverdeados a encarando no meio da escuridão...


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Notas finais do capítulo

Eae?? Merece continuar??