P.O.V Carlos

– Obrigado a todos! – Falei acenando e jogando beijos para os milhares de fãs que estavam ali no show. Elas gritavam e choravam, mas era inevitável, o fim do show havia chegado. Estava tocando a musica Big Time Rush. Posicionamos-nos no meio do palco e nos curvamos em agradecimento. Então um a um fomos pulando no trampolim e saindo do palco.

Estávamos exaustos.

Saímos do palco direto para nosso camarim. Joguei-me no sofá ali a nossa disposição. Mais um show terminado, menos um dia de turnê. Não me levem a mal, eu amo fazer as turnês, a energia das fãs é algo incrível de sentir, porem já fazia quase três meses que já estávamos na estrada, estávamos esgotados. Dez semanas de shows, com quatro shows na semana, pode não parecer muito, mas é.

Peguei meu celular e olhei para a imagem de fundo da tela. A imagem do primeiro show da turnê na Times Square, eu e Hanna, uma foto que tiramos logo após ela ser a minha WWG, ela esta olhando para a câmera e eu estou beijando seu rosto. Como eu sentia falta dela. Desde o dia do primeiro show, só a vi mais duas vezes via web cam. Confesso que todos os dias conversávamos por mensagens ou MP’s no twitter, mas não é a mesma coisa de ter a pessoa ao seu lado. Hanna é uma princesa, uma princesa que não precisa de longos vestidos ou coroa para mostrar que é uma princesa. Ela me conquistava a cada dia um pouco mais, e eu sentia que estava cada vez mais apaixonado por ela, porem será que ela também gostava de mim assim como eu gostava dela? Eu sentia esse impasse em meu peito e sentia medo de me apaixonar sem ser correspondido.

Olhei novamente para a tela e enquanto via a linda menina com traços angelicais e cabelos loiros em cachos, ouvi uma alta gargalhada seguido de um ‘Logaaaaaaan’ cantarolado.

Olhei em direção a porta e a menina sorria.

Ashley, Ashley e Melanie. Duas amigas inseparáveis que haviam vindo ficar conosco na turnê por uma semana. Ashley é loira e causa inveja em muitas garotas por ser uma modelo bem sucedida, porem, até onde eu sei, ela não foi tão bem sucedida assim no amor. Eu sempre achei que ela gostasse do Logan, mas nunca quis perguntar. Ela era amiga dele desde sempre, e por isso era nossa amiga também, mas era um tanto constrangedor fazer essas perguntas. Melanie era totalmente o oposto da amiga, embora também fosse meio patricinha assim como Ashley, Melanie não era tão mesquinha e era bem mais quieta e tímida. Claro, as vezes tinha seus surtos mas geralmente era ela quem segurava a onda da Ashley.

A loira caminhou até mim e me deu um beijo na bochecha e logo depois as apertou.

Ai. Como. Eu. Odeio. Isso.

Serio! Não gosto.

Logan apareceu sem camisa e abraçou Ashley apertada. Ela obviamente gostou.

– Ai Logie, como e amo seus abraços de urso! – falou rindo um pouco com as bochechas coradas. Logan apertou suas bochechas e ela fez bico.

– Tudo bem com vocês? – James disse aparecendo e abraçando e dando um breve beijo em Melanie.

– Sim, o show foi incrível meninos! – Melanie disse dando um sorrisinho meio discreto para James. Ah, já ia me esquecendo, a suspeitas de que a Mell, como chamamos Melanie, tenha uma queda por James. Mas não sei se ele nunca reparou ou finge que não, mas ok.

– O que vocês acham de sairmos um pouco? Uma boate ou uma baladinha... – sugeriu Ashley.

– Oh princesa, estamos tão cansados... – Logan falou sentando-se no sofá ao meu lado.

– Não podemos pedir comida chinesa e comer no hotel mesmo? – sugeri.

– É, depois podemos assistir uns filmes se quiserem... – James continuou.

– Por mim pode ser... – Ashley disse.

Saímos então do local do show e fomos para o hotel. Nós estávamos num mesmo quarto e Melanie e Ashley em outro. Pedimos nossas comidas e enquanto tomávamos nossos respectivos banhos à comida chegou.

Fui o primeiro a atacar, eu estava morrendo de fome.

Assim que peguei minha comida, fui para o sofá e me estiquei lá para comer. Logo todos estavam comendo e estava realmente deliciosa.

Quando acabei, ouvi o nosso notebook que estava na sala apitar. Como eu estava mais próximo peguei-o e assim que o abri vi que era o Skype. Abri-o e atendi. Assim apareceu Katherine que se assustou a me ver.

– Waaazzzzzzzzaaa! – falei e ela riu.

– Oi Carlos, tudo bem com vocês? – perguntou rindo.

– Sim sim Kat e com vocês? Cadê a Hanna? – perguntei sem conseguir me controlar. Devo ter parecido um descontrolado.

– Estamos ótimas! A Hanna esta no chuveiro. Aproveitei para dar um oi para vocês... – ela disse.

Os meninos ouviram a voz dela pelo note e logo todos estavam a minha volta para verem a Kat.

– Oi, tudo bem, como estão, saudades... – ouvia-se dos meninos a minha volta.

– Calma! – Kat disse dando uma sonora gargalhada. – Oi, estamos bem e vocês? Também estamos com saudades... – ela disse e logo a conversa foi generalizada.

Kendall depois de um tempinho pegou o notebook e foi conversar em ‘particular’ com Katherine.

Enquanto isso nós fomos assistir ao nosso filme escolhido.

Quando já estava na metade do filme, na parte mais sombria de Atividade Paranormal, Kendall apareceu e me chamou.

Sai de fininho ouvindo as meninas gritar de medo e pânico, agarrando-se a James e Logan que apenas riam do medo delas.

– A Hanna quer conversar com você... – Kendall disse me passando o notebook.

Peguei-o de sua mão e abri a tela novamente.

– Oi Little Angel! – falei chamando-a pelo apelido que eu havia dado.

– Oi meu Carlitos, tudo bem? – perguntou.

– Sim, e você? Estou com saudades! – falei.

– Estou bem, e também sinto saudades... Fazem quase três meses já não é? – ela disse sorrindo.

– Sim, minha worldwide girl. – falei e ela enrubesceu.

– A turnê, como esta? – ela perguntou sorrindo. Seus olhos... Seu sorriso...

– Está acabando... Só mais duas semanas e voltaremos para casa!

De repente ela olhou para o lado e se assustou.

– O que foi Hanna? – perguntei preocupado.

– Nada não Carlos, é que eu moro ao lado de uma fraternidade e eles vivem fazendo suas festinhas e as vezes soltam fogos, eu só me assustei... – ela falou abaixando a cabeça.

– Ah, perto de uma fraternidade... Eu imagino como deve ser...

– Em dias de semana normais é tudo sossegados, a maioria dos alunos esta na universidade em aulas ou estudando, o problema é aos fins de semana, ai eles resolvem fazer festas e geralmente elas acabam bem tarde da noite... – Hanna fez uma carinha tristonha.

– Oh Little Angel... – falei – mas sabe... – Mudei um pouco de assunto e assim ficamos, conversamos quase a noite toda, rimos e apenas jogamos conversa fora... Era tão natural ficar conversando com ela, que só desligamos a chamada quando percebi que ela estava quase dormindo no seu notebook.

Os dias seguintes passaram voando e quando menos esperávamos estávamos de volta a nossa ‘casa’.

Lembrei-me do que Hanna havia dito sobre fraternidade e com mais dois telefonemas descobri onde ela morava. Eu estava com muitas saudades, queria abraça-la novamente e o quanto antes.

Combinei com Kendall, um dia após voltarmos da turnê e fomos até a casa delas.

Claro, eu e ele passamos em uma floricultura e compramos flores e bombons para dar a elas. Eu queria ver a minha Hanna, abraça-la e vê-la bem. Meu coração já havia pedido por isso.

–WAAAAAAAAAAAAAZZZZZZZZZZZZZAAAAAAAAAAAA! – gritei quando, após tocarmos a campainha, Hanna atendeu a porta do apartamento.

– Carlos!! – ela gritou e me abraçou no mesmo instante. – Oh meu Deus! Vocês voltaram! – ela disse toda animada.

– Sim! – respondi.

– Oi Kendall! – ela disse e deu um abraço no loiro.

– Oi Hanna, cadê a Kat? – Kendall perguntou ficando vermelho.

– Ela deu uma saidinha, mas já volta. Entrem! – Hanna disse dando espaço para passarmos.

– Hanna, são para você! – falei esticando uma caixa em forma de coração com bombons e um buque de flores. Ela pegou os presentes sorrindo, um dos sorrisos mais lindos que já vi.

– Oh Carlos, não precisava! – ela disse colocando as coisas sobre a mesinha de centro e indo me abraçar. Apertei-a em meus braços e por mim eu não deixaria mais ela sair dali, mas soltei-a após alguns segundos.

Assim que a soltei o telefone dela tocou.

Ela olhou para o numero e atendeu. Logo após ela me olhou assustada.

P.O.V Hanna

Peguei o telefone e atendi-o.

– Alô?!

– Olá mocinha, sei que não se lembrara de mim, mas estou aqui para dizer que tome cuidado. Você e suas amiguinhas, pois vocês brincaram com pessoa errada, e saibam que neste jogo, ninguém escapa com vida. – uma voz masculina falou e desligou.

Senti meu coração falhar uma batida.

Olhei para Carlos e coloquei o telefone no gancho novamente assimilado aquelas palavras.

Logo a voz parecia ser conhecida...

“ – todos para o chão... passa todas essas joias... ninguém se meche... cale a boca menina... “ E então o tiro.

Não, não podia ser.