Blue Sky! escrita por Caio V


Capítulo 9
Entrega!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Desculpem pela demora.



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Quando o amor é verdadeiro, nem mesmo todos os deuses unidos podem destruí-lo. Nem mesmo o poder do Estige é capaz de impedi-lo. Talvez isso faça de Afrodite a deusa mais forte de todo o Olimpo. – Poseidon.

Cheguei até Atena ainda estremecendo. Aquele beijo... como aquilo aconteceu? Eu não consigo namorar nem com uma mortal sem acabar sendo traído, quem dirá ser beijado por uma DEUSA, ainda mais, a deusa do amor e da beleza. Eu não sou belo, nem sou amável... Afrodite estava brincando comigo?

- Algum problema? – perguntou Atena olhando-me desconfiada. Neguei com a cabeça. A deusa levantou meu rosto. – Afrodite... O que ela fez?

- Afrodite não fez nada – neguei rapidamente.

- Francamente, eu sou a deusa da sabedoria – ela me encarou. – Não ache que pode mentir para mim.

- É complicado – murmurei sem olha-la.

- Certamente – Atena sentou ao meu lado. Ela pôs a mão lentamente sobre meu ombro direito. Preparou-se para dizer algo, mas não foi em frente. Apenas continuou olhando-me.

- Por que as coisas não podem ser simples? – perguntei e olhei nos olhos de Atena. Um sorriso quase infantil tomou conta do rosto dela, como se lembrasse de algo.

- Certa vez – ela disse. – me disseram algo que seria uma ótima resposta para sua pergunta.

Ela parou de falar e continuou me olhando, como se pedisse que eu perguntasse.

- O que te disseram?

- Se as coisas são fáceis demais, você desiste delas...

Atena parou de falar, mas eu sabia como continuava, era algo que minha mãe me dizia: Se as coisas são fáceis demais, você desiste delas. Por isso o amor brinca com seus pensamentos e bagunça sua mente, para que ele seja ainda mais emocionante. Não tem graça nenhuma no caminho mais fácil.

- Minha mãe disse isso? – perguntei.

- Não, mas provavelmente, a mesma pessoa que disse para ela – Atena deu duas palmadas leves no meu ombro. Levantou-se. – Vamos, eu preciso que entregue uma coisa para mim.

Levantei e segui Atena até seu templo. Ela me entregou um pacote rosa.

- Leve-o para a assistente de Afrodite – disse Atena.

- Como chego lá? – perguntei ao pegar o pacote.

- Siga as pombas – ela disse.

Saí do templo e parei logo na frente. Que tipo de conselho é “siga as pombas”? Olhei para o alto e centenas de pombas brancas voavam sobre minha cabeça. Essa foi fácil.

Segui as pombas e dois minutos de corrida depois eu estava na frente de um templo completamente rosa.

- Espero que não sejam ovos – cochichei.

- Sabia que viria me procurar – Afrodite apareceu vestindo um manto branco que a deixava quase despida. Tentei desviar o olhar, mas não conseguia, era como se estivesse hipnotizado, talvez eu estivesse.

Afrodite indicou a entrada do templo com a mão direita.

- Atena pediu que eu entregasse isso – eu disse mostrando-lhe o pacote.

- Claro, entre – ela disse gentilmente.

Entrei. O templo era ainda mais rosa por dentro – se é que isso era possível. Acho que não é muito difícil deduzir a cor favorita de Afrodite. Ela apontou para um sofá e eu sentei. Afrodite pegou o pacote botou na mesa e sentou ao meu lado.

- Então, o que Atena disse quando lhe contou sobre o beijo? – ela perguntou suavemente.

- Eu... não contei – admiti.

- Enrolou Atena? Você é melhor do que eu pensei – ela sorriu.

- Eu não enrolei lady Atena – protestei. – Apenas não disse os detalhes.

Afrodite sorriu. O sorriso dela era como olhar o pôr do sol depois de um dia cansativo, enquanto escuta sua música favorita, ao lado da garota dos seus sonhos. Ela se aproximou de mim, pronta para outro beijo, mas eu recuei. Até que o espaço no sofá acabou e eu me vi encostado na parede. Afinal, por que eu deveria resistir?

- Lady Afrodite – uma voz a interrompeu.

- Diga Clivia – a voz de Afrodite se tornou séria. Ela levantou e virou-se para a garota. Uma jovem de cabelos negros e lisos, com olhos verdes e pele clara. Ela vestia um manto grego com uma blusa branca de seda por baixo (não me pergunte como eu sei que era de seda).

- Lady Atena disse que enviaria algo para lord Poseidon – respondeu Clivia de forma calma e suave.

- Por que ela não pediu para Hermes? – perguntou Afrodite.

- Ele está ocupado, problemas com o submundo, mas eu não me importo de entregar – disse Clivia calmamente.

- Claro – Afrodite parou de falar por um momento. – Vá, e leve o garoto com você. Vai ser bom ele conhecer o templo do pai.

- Ele é...

Clivia parecia maravilhada.

- Sim, ele é – interrompeu Afrodite bruscamente. Ela virou-se para mim e piscou. – Nos vemos em breve, semideus.

- S-sim – gaguejei.

Eu e Clivia caminhamos para fora do templo. O ar menos-rosa fez bem para meu pulmão.

- Ela é sempre assim? – perguntei.

- Exagerada? Sim.

- Ah... então – eu disse ainda um pouco envergonhado. – Você é uma semideusa?

- Sim – ela disse sem demonstrar qualquer expressão. Parecia um robô pré-programado.

- Então... filha de quem?

Ela parou repentinamente. Virou para direita.

- Chegamos.

O templo não deixava dúvidas que era de Poseidon. Um enorme tridente se erguia por cima das colunas e paredes azuis-mar. O templo era cercado por oceano, e a grama que chegava até ele estava molhada ao entrar nos limites do templo. Uma estátua de um homem barbudo e de cabelos curtos segurando um tridente – e pelado, o que não foi uma imagem nada agradável. Entendam-me, é horrível você chegar a um templo e ter de ver uma estátua de seu pai pelado no meio de um jardim molhado e cercado por água. O templo cheirava a brisa-marinha e peixe frito – a segunda parte não era tão cheirosa.

- Lord Poseidon – disse Clivia dirigindo-se a estatua. Os olhos piscaram e eu dei um passo para trás. Clivia se manteve imóvel e continuou. – Lady Atena pediu que eu entregasse algo ao senhor.

- Entrem – a estátua disse em uma voz calma e serena. A porta do templo se abriu.

Entramos e o Sr. Jackson, quero dizer, Poseidon, nos aguardava sentado. Ele nos olhou dos pés às cabeças.

- Prossiga, senhorita Mickaelly – ele disse pausadamente.

Clivia pôs o pacote sobre uma mesa de madeira. Poseidon examinou-o discretamente. Poseidon olhou para mim.

- Abra-o – disse ele calmo. Encarei-o de forma sugestiva. – Abra o pacote, Caio.

Aproximei-me lentamente e abri o pacote. Um cartão preso a um cavalo azul de pedra, duro e pesado. Peguei o cartão e mostrei-o.

- Dê-me – ele disse esticando a mão aberta. Entreguei-lhe o cartão. Poseidon abriu-o e leu, sua expressão era ilegível. – Era tudo o que queriam?

- Sim – disse Clivia.

- Ótimo, podem se retirar agora. Tenho de ir ao conselho olimpiano em alguns minutos – ele disse pegando o pacote da mesa.

Clivia ajoelhou-se rapidamente. Poseidon me olhou, encarei-o de volta.

- Você tem a eternidade inteira para esperar que eu me ajoelhe – eu disse. Um sorriso sarcástico e quase que automático tomou conta do meu rosto. – Mas, francamente, aconselho que gaste seu tempo com algo mais... provável.

Poseidon encarou-me furioso. A porta se abriu.

- Que Atena faça bom proveito de você – ele disse indicando a porta com a mão.

Virei-me e saí, mas antes eu disse.

- Ela fará – alto o bastante para que ele ouvisse.

Clivia saiu logo depois e quando a porta se fechou ela me encarou assustada.

- Você é louco? – ela perguntou.

- Talvez – eu disse. Olhei-a. – Então, vamos tomar um café?

- Claro – ela me olhou confusa e eu sorri levemente.

Talvez a vida no Olimpo não seja tão chata, talvez eu faça amigos. Ou irmãos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem. E para quem gosta de The Vampire Diaries, fiquem de olho, em breve eu POSSO estar postando uma nova fic para vocês. (Agradeço se divulgarem, e me deixarem mais contente com mais reviews :3)