Blue Sky! escrita por Caio V
Notas iniciais do capítulo
Esse foi o capítulo mais complicado de escrever. Muito difícil, mas espero que gostem.
Na guerra que você iniciou, seus filhos lutarão, seus netos morrerão e seus bisnetos perderão.
- Julliana, como você...? – perguntei assustado.
- Acho que posso te chamar de priminho, agora – ela disse sorrindo.
- Você é filha de Zeus? – espantei-me.
- Não! De jeito algum! Eca! Eu sou filha de Hades – ela disse.
- Hum... é claro que é – eu disse.
- Venha, preciso te mostrar uma coisa – ela disse segurando minha mão.
Por um segundo tudo ficou escuro. Senti os órgãos do meu corpo se soltarem e ouvi gritos longínquos. Quando tudo ficou claro, eu estava em um lugar grande, com grandes pilastras, paredes e tronos. Poseidon, Atena, Ártemis, Afrodite, Zeus e Apolo estavam sentados. Logo depois um gigante corpulento, de cabelos negros e pele morena, usando vestes gregas antigas, entrou na sala. Fez uma rápida referência a Zeus e sentou-se.
Logo depois uma mulher. Esta era magra, tinha uma expressão rígida no rosto, vestia um longo vestido de couro de vaca – é, couro de vaca –, sobre a pele clara. Cabelos curtos e encaracolados, castanhos como os olhos. Ela sentou ao lado de Zeus, sem falar com nenhum dos outros deuses. Outro homem entrou na sala. Ele era corpulento como o primeiro, mas tinha uma expressão mais rude, vestia uma armadura de batalha completa, tinha olhos negros e era careca. Carregava uma lança suja de sangue. Não foi tão difícil deduzir: Ares.
Uma garota de quase oito anos entrou. Vestindo um manto grego, que lhe cobria quase por completo, deixando de fora apenas o rosto juvenil com expressão calma e os cabelos castanho-dourados.
As portas se fecharam.
- Agora que estamos todos aqui... – disse Zeus.
- Pai – Atena chamou delicadamente. – Hermes e Deméter não estão presentes.
- Estão ocupados. Não se preocupem, vamos dar continuidade – ele disse. Os olhos dele fixaram em Poseidon. – Uma guerra inevitável se aproxima. O filho de Poseidon se uniu ao exército de Atena. Tudo se encaminha de acordo com a profecia.
Todos olharam para Apolo. Julliana me agarrou e tudo ficou escuro novamente. Paramos em meu quarto, no mundo dos mortais. Tudo bagunçado, como de costume.
- O que você...? – ela botou o dedo na minha boca.
- Sua irmã precisa de você – ela disse. Julliana parecia nervosa, não gosto quando ela fica assim.
Corri até o quarto de Beatriz, ela estava dormindo, mas não parecia estar tranquila. Puxei uma cadeira e sentei ao lado dela. Minha irmã se mexia de um lado para o outro, como se tivesse um pesadelo. Então ela abriu os olhos cheios de lágrimas e encarou-me.
- Bom dia – sussurrei. Beatriz me abraçou, mas não foi um abraço de alívio, foi mais como: eu não aguento mais ficar sozinha. – Ei, tá tudo bem?
Ela me apertou.
- O John, ele... – ela engoliu em seco. – está morto!
Eu não sabia o que fazer. Beatriz chorava e me apertava. Ouvi um barulho alto vindo do andar de baixo, como se alguém tivesse quebrado algo. Coloquei Beatriz na cama.
- A mamãe está aqui? – perguntei. Ela assentiu com a cabeça.
Ótimo, deve ter sido apenas minha mãe quebrando algum prato, nada tão incomum. Então ouvi mais um barulho de vidro quebrado.
- SAIA DAQUI – ouvi minha mãe gritar.
- Espere aqui – sussurrei para Beatriz. Ela parecia não notar os barulhos, não posso culpa-la.
Saí do quarto e fechei a porta. Desci as escadas e encontrei minha mãe sentada no último degrau, encolhida contra o corrimão. Demorei um pouco pra notar, mas ela segurava uma faca na mão, como se estivesse prestes a esfaquear alguém.
- Mãe – aproximei-me lentamente. Ela virou e vi sou rosto molhado com as lágrimas. – Quem estava aqui?
Não precisava que ela me respondesse. Assim que cheguei ao andar de baixo notei o cheiro de brisa do mar, em Chicago? Isso só podia significar uma coisa: Poseidon.
- Não era nada... está tudo bem – ela levantou e secou as lágrimas.
Ela desviou o olhar para meu braço e uma expressão assustada tomou conta de seu rosto. Acompanhei seus olhos e notei algo que até então, eu não tinha visto ainda. Uma tatuagem de coruja havia crescido em meu braço, segurando um pergaminho.
- Então era verdade – ela disse. Segurou meu braço. – Você se uniu ao exército de Atena.
- Eu... eu precisava...
Ela soltou meu braço e andou até a cozinha. Lavou o rosto.
- Seu pai me disse, mas eu imaginei... quer dizer, quais são as chances?
- Chances? Enfim... uma guerra se aproxima e eu preciso...
- Você precisa lutar ao lado de Atena para vencê-la? Sim, filho, eu conheço a profecia – ela disse encarando-me.
- Como você...?
- Minha mãe contou-me – ela disse.
- Sua mãe? – perguntei confuso.
- Atena – ela esticou o braço e levantou a manga do casaco. Lá estava, a marca de Atena.
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Ficou pequeno, mas é que foi o final perfeito.
Gostaram? Comentem.
Até breve!