Blue Sky! escrita por Caio V


Capítulo 11
Marca de Atena.


Notas iniciais do capítulo

Esse foi o capítulo mais complicado de escrever. Muito difícil, mas espero que gostem.



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Na guerra que você iniciou, seus filhos lutarão, seus netos morrerão e seus bisnetos perderão.

- Julliana, como você...? – perguntei assustado.

- Acho que posso te chamar de priminho, agora – ela disse sorrindo.

- Você é filha de Zeus? – espantei-me.

- Não! De jeito algum! Eca! Eu sou filha de Hades – ela disse.

- Hum... é claro que é – eu disse.

- Venha, preciso te mostrar uma coisa – ela disse segurando minha mão.

Por um segundo tudo ficou escuro. Senti os órgãos do meu corpo se soltarem e ouvi gritos longínquos. Quando tudo ficou claro, eu estava em um lugar grande, com grandes pilastras, paredes e tronos. Poseidon, Atena, Ártemis, Afrodite, Zeus e Apolo estavam sentados. Logo depois um gigante corpulento, de cabelos negros e pele morena, usando vestes gregas antigas, entrou na sala. Fez uma rápida referência a Zeus e sentou-se.

Logo depois uma mulher. Esta era magra, tinha uma expressão rígida no rosto, vestia um longo vestido de couro de vaca – é, couro de vaca –, sobre a pele clara. Cabelos curtos e encaracolados, castanhos como os olhos. Ela sentou ao lado de Zeus, sem falar com nenhum dos outros deuses. Outro homem entrou na sala. Ele era corpulento como o primeiro, mas tinha uma expressão mais rude, vestia uma armadura de batalha completa, tinha olhos negros e era careca. Carregava uma lança suja de sangue. Não foi tão difícil deduzir: Ares.

Uma garota de quase oito anos entrou. Vestindo um manto grego, que lhe cobria quase por completo, deixando de fora apenas o rosto juvenil com expressão calma e os cabelos castanho-dourados.

As portas se fecharam.

- Agora que estamos todos aqui... – disse Zeus.

- Pai – Atena chamou delicadamente. – Hermes e Deméter não estão presentes.

- Estão ocupados. Não se preocupem, vamos dar continuidade – ele disse. Os olhos dele fixaram em Poseidon. – Uma guerra inevitável se aproxima. O filho de Poseidon se uniu ao exército de Atena. Tudo se encaminha de acordo com a profecia.

Todos olharam para Apolo. Julliana me agarrou e tudo ficou escuro novamente. Paramos em meu quarto, no mundo dos mortais. Tudo bagunçado, como de costume.

- O que você...? – ela botou o dedo na minha boca.

- Sua irmã precisa de você – ela disse. Julliana parecia nervosa, não gosto quando ela fica assim.

Corri até o quarto de Beatriz, ela estava dormindo, mas não parecia estar tranquila. Puxei uma cadeira e sentei ao lado dela. Minha irmã se mexia de um lado para o outro, como se tivesse um pesadelo. Então ela abriu os olhos cheios de lágrimas e encarou-me.

- Bom dia – sussurrei. Beatriz me abraçou, mas não foi um abraço de alívio, foi mais como: eu não aguento mais ficar sozinha. – Ei, tá tudo bem?

Ela me apertou.

- O John, ele... – ela engoliu em seco. – está morto!

Eu não sabia o que fazer. Beatriz chorava e me apertava. Ouvi um barulho alto vindo do andar de baixo, como se alguém tivesse quebrado algo. Coloquei Beatriz na cama.

- A mamãe está aqui? – perguntei. Ela assentiu com a cabeça.

Ótimo, deve ter sido apenas minha mãe quebrando algum prato, nada tão incomum. Então ouvi mais um barulho de vidro quebrado.

- SAIA DAQUI – ouvi minha mãe gritar.

- Espere aqui – sussurrei para Beatriz. Ela parecia não notar os barulhos, não posso culpa-la.

Saí do quarto e fechei a porta. Desci as escadas e encontrei minha mãe sentada no último degrau, encolhida contra o corrimão. Demorei um pouco pra notar, mas ela segurava uma faca na mão, como se estivesse prestes a esfaquear alguém.

- Mãe – aproximei-me lentamente. Ela virou e vi sou rosto molhado com as lágrimas. – Quem estava aqui?

Não precisava que ela me respondesse. Assim que cheguei ao andar de baixo notei o cheiro de brisa do mar, em Chicago? Isso só podia significar uma coisa: Poseidon.

- Não era nada... está tudo bem – ela levantou e secou as lágrimas.

Ela desviou o olhar para meu braço e uma expressão assustada tomou conta de seu rosto. Acompanhei seus olhos e notei algo que até então, eu não tinha visto ainda. Uma tatuagem de coruja havia crescido em meu braço, segurando um pergaminho.

- Então era verdade – ela disse. Segurou meu braço. – Você se uniu ao exército de Atena.

- Eu... eu precisava...

Ela soltou meu braço e andou até a cozinha. Lavou o rosto.

- Seu pai me disse, mas eu imaginei... quer dizer, quais são as chances?

- Chances? Enfim... uma guerra se aproxima e eu preciso...

- Você precisa lutar ao lado de Atena para vencê-la? Sim, filho, eu conheço a profecia – ela disse encarando-me.

- Como você...?

- Minha mãe contou-me – ela disse.

- Sua mãe? – perguntei confuso.

- Atena – ela esticou o braço e levantou a manga do casaco. Lá estava, a marca de Atena.


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Notas finais do capítulo

Ficou pequeno, mas é que foi o final perfeito.
Gostaram? Comentem.
Até breve!



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