Continuação de Midnight Sun escrita por htinha2502


Capítulo 7
Continuação Capítulo 15 - A mente domina a Matéria




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Eu a olhei cautelosamente até sentir os músculos rígidos relaxarem, ela havia se afastado rápido demais sem me dar chances para compreender o que eu havia feito.

- Fiz alguma coisa errada?

- Não... Ao contrário. Está me deixando louca.

Eu considerei isso por um momento. Deixando ela louca...era o que eu estava fazendo?
Então eu estava fazendo certo....Ela estava tão inebriada quanto eu.

- É mesmo? – eu perguntei surpreso. Não pude evitar esboçar um sorriso presunçoso.

- Gostaria de uma rodada de aplausos? – ela disse com um tom de sarcasmo.

Eu abri um sorriso malicioso para ela em resposta.

- É uma surpresa agradável. Nos últimos cem anos, mais ou menos- zombei- , nunca imaginei uma coisa dessas. Não acreditava que um dia iria encontrar alguém com quem quisesse ficar... de outra maneira, não como meus irmãos e irmãs. E então descobrir, embora tudo seja novo para mim, que sou bom nisso... Em ficar com você...

- Você é bom em tudo.

Eu estava mesmo satisfeito e orgulhoso de mim mesmo, dei de ombros. Nós rimos juntos.

- Mas como pode ser tão fácil agora? Esta tarde...

- Não é fácil. – Como eu queria que fosse... suspirei. - Mas hoje à tarde, eu ainda estava... indeciso. Lamento muito por isso, foi imperdoável de minha parte me comportar daquele jeito.

- Não foi imperdoável. – ela discordou para me animar.

- Obrigado. – disse sorrindo- Veja você, não tinha certeza se eu era bastante forte...- continuei enquanto tomava sua mão e apertava levemente contra o meu rosto- E enquanto ainda havia essa possibilidade de que eu fosse...dominado – eu inspirei o aroma em seu pulso - eu era... suscetível. Até que me decidi que tinha força suficiente, que não havia nenhuma possibilidade de que eu fosse... De que eu um dia pudesse...

Não pude sentenciar, eu não consegui achar as palavras...

- E não existe essa possibilidade agora?

- A mente domina a matéria.- eu disse satisfeito com minha teoria.

- Caramba, essa foi fácil.

Eu ri. Eu só havia gasto quase todo meu auto-controle para não machucá-la.

- Fácil para você! – eu disse tocando a ponta do seu nariz.

- Estou tentando. – eu sabia que minha voz agora era amarga. -Se for... demasiado, tenho certeza absoluta de que poderei partir.

Bella ficou séria, mas eu não podia mentir para ela...

-
E será mais difícil amanhã. Fiquei com seu cheiro em minha cabeça o dia todo e vou ficar incrivelmente dessensibilizado. Se ficar longe de você por qualquer período de tempo, terei que começar de novo. Mas não do zero, imagino.

- Então não vá embora. – ela murmurou com uma voz possessiva.

Eu ri levemente. Queria saber qual foi o momento de sua vida que a fez perder completamente o juízo.
Mas era uma proposta interessante..... audaciosa e inconseqüente, mas muito tentadora.

Eu queria ficar com ela... tanto tempo quanto ela quisesse ficar comigo.

- Isso é bom pra mim. – eu disse ainda sorrindo - Coloque os grilhões... Sou seu prisioneiro.

Mas ironicamente minhas mãos formaram amarras em seu pulso.

Eu gargalhei. Baixo o suficiente para não sermos flagrados, Charlie ainda estava acordado.

- Você parece mais... otimista do que de costume. – ela constatou- Não o vi assim antes.

- Não é para ser assim?- perguntei gentilmente- A glória do primeiro amor, essas coisas. É inacreditável, não é, a diferença entre ler sobre uma coisa, vê-la em fotos e experimentá-la?

- Muito diferente. – ela concordou - Mais poderoso do que imaginei.

- Por exemplo – eu continuei enquanto refletia em voz alta- , a emoção do ciúme. Li sobre isso umas cem vezes, vi atores que o retrataram em mil peças e filmes diferentes. Eu acreditava que o entendia com muita clareza. Mas foi um choque para mim... – eu hesitei enquanto me lembrava do ódio que senti quando outra pessoa que não era eu a procurou para sair- Lembra o dia em que Mike a convidou para o baile?

- Quando você começou a falar comigo de novo.- ela disse, balançando a cabeça afirmativamente.

- Fiquei surpreso com o surto de ressentimento, quase de fúria, que senti...
Inicialmente não reconheci o que era. Fiquei ainda mais exasperado do que de costume por não saber o que você estava pensando, por que o rejeitou. Seria simplesmente pelo bem de sua amizade? Haveria outra pessoa? Eu sabia que não tinha o direito de me importar nem com uma coisa, nem com outra. Tentei não me importar. E depois a fila começou a se formar. – eu ri, mas era verdade.

Ela franziu a testa.

- Eu esperei, irracionalmente ansioso para ouvir o que você diria a ele, para ver sua expressão. Não pude negar o alívio que senti, vendo a irritação em seu rosto. Mas não podia ter certeza. Foi a primeira noite em que vim aqui. Eu lutei todas as noite, enquanto via você dormir,com o abismo entre o que eu sabia que era certo, moral, ético, e o que eu queria. Sabia que se continuasse a ignorá-la, como devia fazer, um dia você diria sim ao Mike. Ou a outro igual a ele. Isso me deu raiva.

-E então- sussurrei- , enquanto você estava dormindo, disse meu nome. Falou com tanta clareza que no começo pensei que estivesse acordada. Mas você se virou inquieta e murmurou meu nome mais uma vez, e suspirou. A sensação que me tomou depois foi enervante, foi perturbadora. E eu sabia que não podia mais ignorar você.- eu conclui olhando nas profundezas de seus olhos.

Fiquei em silêncio quando ouvi seu coração perder uma batida e depois ganhar o dobro da velocidade.

Aquela lembrança vívida que eu levaria pro resto da eternidade misturado com aquele som pulsante me dava a impressão de que era o meu coração morto que batia descontroladamente...
O dia em que descobri que eu fazia parte da vida de Bella, e não apenas ela da minha, que de alguma maneira impossível ela deixava que seu futuro coincidisse com meus sonhos.

Eu realmente não podia ignorá-la... não podia ignorar as ondas de emoções que sentia quando ela se aproximava, ou emoções não tão nobres quando outros se aproximavam dela.

Eu sabia que se eu a ignorasse, outro a descobriria e eu estaria perdido.

- Mas o ciúme... é uma coisa estranha. – eu continuei pensativamente- É muito mais poderoso do que eu teria pensado. E é irracional. Agora pouco, quando Charlie lhe perguntou sobre aquele ser desprezível do Mike Newton... – eu balancei a cabeça para afastar a memória.

- Eu devia saber que você estava ouvindo.- ela resmungou.

-É claro.

- Isso o deixou com ciúme, não é?

Eu sabia que era ridículo, mas eu não podia negar...

- Sou novo nisso, você está revivendo o que há de humano em mim e tudo parece mais forte porque é novo.

-Mas sinceramente- zombou ela - , isso incomodar você, depois de eu ouvir que Rosalie... Rosalie, a encarnação da pura beleza, Rosalie... era para ser sua. Com ou sem Emmett, como posso competir com isso?

- Não existe competição.- eu respondi prontamente.

Meu histórico não me deixava mentir.

Podia passar todos esses anos ouvindo Emmett dizer que eu era maluco, Rosalie achar que eu era estranho...... mas a verdade é que as beldade místicas e humanas que eu encontrei não me despertaram desejo algum... tudo perdia o sentido para mim cada vez que me deparava com a mesma essência rasa e previsível.

Eu tinha minha própria maneira de ver as coisas e eu era teimoso.

Mas bella....tinha a alma mais bonita que eu já havia encontrado.

Ela era linda por dentro e por fora, apenas um defeito para equilibrar o excesso: uma visão tão limitada de si mesma... tão humana.

Com todo o cuidado do mundo eu envolvi meus braços em sua volta para reconfortá-la, puxando-a delicadamente para mim.

-Eu sei que não existe competição. - ela ainda murmurava sobre minha pele- É esse o problema. - Seu hálito era tão quente que parecia uma corrente elétrica percorrendo minha espinha.

- É claro que Rosalie é mesmo linda à maneira dela- eu acrescentei- , mas mesmo que não fosse minha irmã, mesmo que Emmett não lhe pertencesse, ela não exerceria nem um décimo, não, nem um centésimo da atração que você exerce sobre mim. – eu queria tanto que ela compreendesse isso... - Por quase noventa anos andei entre os meus ,e entre os seus... o tempo todo pensando que eu era completo comigo mesmo, sem perceber o que procurava. E sem encontrar nada, porque você ainda não estava viva.

- Não é justo. – ela sussurrou ainda recostada em meu peito- Não tive que esperar tanto. Por que me saí com tanta facilidade?

Eu franzi a testa e apertei os lábios, reprimindo não sei bem se era minha vontade de rir ou bufar.

Quando eu achava que ela não podia ser mais absurda ela ainda conseguia me surpreender...

- Tem razão. – eu ironizei- Eu devia dificultar as coisas para você.
Eu peguei suas mãos e com a outra acariciei seu cabelo. Eles estavam molhados e o movimento aumentou o efeito do seu perfume. Me perguntei quanto tempo mais poderíamos ficar assim... para onde isso tudo estava nos levando, o quanto valia o sacrifício de bella.

- Você só tem que arriscar sua vida a cada segundo que passa comigo e certamente não é muito. Só precisa dar as costas para sua natureza, sua humanidade... Que valor tem isso?

- Muito pouco... – ela falou - Não me sinto privada de nada.

Eu absorvi aquelas palavras. Deixei que elas refletissem o quanto eu estava sendo egoísta.

- Ainda não. – eu disse na esperança de que essas palavras fizessem algum trabalho em sua mente.

“Hmm....O carro ainda está na garagem. Ah, mas se Bella mentiu pra mim......”

Minhas mãos se contraíram quando o pensamento me pegou subitamente distraído

- O que... – ela começou a perguntar mas seu pai já estava subindo as escadas para conferir se bella estava dormindo como deveria.

Eu soltei suas mãos e rapidamente me escondi entre as sombras próximo à janela.

Bella se desequilibrou pela repentina falta de apoio do meu corpo.
Poderia ter sido engraçado se eu não estivesse tenso olhando bella me procurar na escuridão.

- Deite-se. – eu sussurrei.

Ela obedeceu prontamente, virando de lado e se enrolando sobre o cobertor.

O chefe abriu a porta logo em seguida e o quarto de repente era o cenário da paz.

Charlie observou o ambiente, procurando indícios de tentativa de fuga. A coberta balançava enquanto Bella respirava profundamente tratando de parecer estar em um sono profundo.

Eu usei meu controle para tentar não rir de novo.

“Dormindo.......?” Ele pensou. Seus pensamentos ainda estavam divididos, mas ele deu mais voz ao cansaço. O dia tinha sido intenso e eu agradeci por isso.

Ele fechou a porta e eu silenciosamente me coloquei sob os cobertores com Bella, abraçando-a pelas costas. Meus lábios encostaram em seu ouvido.

- Você é péssima atriz...- sussurrei- Eu diria que esta carreira está vedada para você.

- Dane-se. – ela murmurou.

Eu concordei, ecoando suas palavras em meu pensamento.....o que mais poderia importar quando se tinha bella em meus braços dessa forma tão natural e ao mesmo tempo desconhecida.

Eu estava completamente envolvido por aquele momento que eu sempre havia desejado.

Seu coração parecia que ia sair pelo peito e eu sussurrei sua canção de ninar, a canção que contava a história de uma garota adormecida.

Eu hesitei.

- Quer que eu cante para você dormir?

- Ah, sei. – ela disse rindo- Como se eu pudesse dormir com você aqui!

- Você faz isso o tempo todo. – eu lembrei

- Mas sem saber que você estava aqui.

Eu tinha bons argumentos para contestá-la mas reconheci sua voz de teimosa..... eu sabia que seria em vão tentar contrariá-la.

- Então, se não quer dormir...- eu disse mas na mesma hora senti que ela parou de respirar.

- Se não quero dormir...?- ela repetiu lentamente, alguma coisa ela achou que eu iria sugerir.... alguma coisa que a deixou subitamente tensa e com expectativa.

Eu gargalhei quando detectei sua intenção por trás das minhas palavras.

Não me atrevi a pensar nas implicações disso.

- O que quer fazer, então? – eu continuei, esperando por algo um pouco mais realista.

- Não tenho certeza

- Conte-me quando decidir.

Eu ignorei a queimação e aproveitei para saborear um pouco mais o aroma , dando a devida atenção que ele requeria. Seu cheiro era ainda mais delicioso hoje.
Eu não perdi nenhum detalhe ,meus lábios próximo ao ponto quente em seu pescoço onde o cheiro era muito mais denso, inspirando.

- Achei que estivesse dessensibilizado.

-
Só porque estou resistindo ao vinho, não quer dizer que não possa apreciar o
buquê. –sussurrei. Inspirei novamente tentando identificar o cheiro tão peculiar - Você tem um aroma floral, de lavanda....ou frésia. É de dar água na boca.

-É, o dia fica perdido quando não há alguém me dizendo que meu cheiro é apetitoso.

Eu ri. Apesar de que isso não deveria ser engraçado... um absurdo desse só podia vir de bella. Suspirei.

-Decidi o que quero fazer. – ela falou- Quero saber mais de você.

-Pergunte o que quiser.

-Porque você faz isso? – ela perguntou balançando levemente a cabeça- Ainda não entendo como pode se esforçar tanto para resistir ao que você...é. Por favor, não me entenda mal, é claro que fico feliz que resista. Só não vejo porque você se incomoda com isso.

Eu hesitei, me lembrando. Eu mesmo já havia feito essa pergunta décadas atrás, quando questionei Carlisle e o abandonei com sua própria “dieta”.
Precisei perceber por conta própria que eu podia calar a minha sede, mas não podia calar o apelo da dívida pelo sangue das vidas que tirei. Não poderia mudar o fato do que aquela escolha me tornava, um assassino sem alma. Sim, sempre haveria uma escolha.

-
É uma boa pergunta e você não é a primeira a fazê-la. - Eu podia dizer que a pergunta de Bella era , provavelmente, a pergunta mais intrigante. A razão por trás da escolha que nos tornava ainda mais distintos - Os outros, ou seja, a maioria de nossa espécie que se satisfaz com nosso quinhão, eles também se perguntam porque vivemos. Mas veja bem, só porque recebemos...uma certa mão de cartas...não que dizer que não possamos levantar as apostas....Conquistar as fronteiras de um destino que nenhum de nós quis. Tentar reter o que quer que seja de humanidade essencial que pudermos.

Eu esperei por mais quinhentas perguntas mas bella ficou em silêncio, apenas o barulho de sua respiração regular e o vento batendo levemente na janela fechada.

-Dormiu?- eu perguntei baixinho depois de alguns minutos.

-Não.

-Está curiosa só sobre isso? – eu duvidei.

-Não é só isso.

-O que mais quer saber?

-Por que pode ler mentes...Por que só você? E Alice, vendo o futuro...Por que é assim?

Eu dei de ombros no escuro.

-Não sabemos realmente. Carlisle tem uma teoria... Ele acredita que todos trazemos para esta vida algumas de nossas características humanas mais fortes, e que elas se intensificam... Como nessa mente e nossos sentidos. Ele acha que eu devo ter sido muito sensível aos pensamentos dos que me cercavam. E que Alice tinha alguma precognição, onde quer que estivesse.

- O que ele trouxe para a nova vida, e os outros?

- Carlisle trouxe sua compaixão. Esme trouxe sua capacidade de amar apaixonadamente. Emmett trouxe sua força, Rosalie, sua... tenacidade. Ou você pode chamar de teimosia.- eu ri.- Jasper é muito interessante. Ele foi muito carismático em sua primeira vida, capaz de influenciar quem estivesse por perto a ver as coisas da maneira dele. Agora ele pode manipular as emoções dos que o cercam... Tranqüilizar o ambiente de pessoas irritadas, por exemplo, ou excitar uma turba letárgica. É um dom muito sutil.

Bella hesitou, provavelmente tentando absorver toda a loucura que era nossa família.

Eu esperei pacientemente.

- Então, onde tudo começou? Quer dizer, Carlisle mudou você e antes alguém deve tê-lo mudado, e assim por diante...

- Bom, de onde você veio? Da evolução? Da criação? Não podemos ter evoluído da mesma maneira que as outras espécies, predador e presa? Ou, se não acredita que tudo neste mundo simplesmente aconteceu sozinho, o que eu mesmo tenho dificuldade de aceitar, é tão difícil acreditar que a mesma força que criou o delicado peixe-anjo e o tubarão, o bebê foca e a baleia assassina, possa ter criado nossas espécies juntas?

- Vamos esclarecer isso... – ela disse, me interrompendo- Eu sou o bebê foca, não é?

- É.

Eu ri do tom ultrajado de sua voz.
Ela não gostava de se sentir pequena, de ser a criatura frágil... mas ali em meus braços, tão vulnerável, macia e humana, era exatamente assim que ela parecia para mim. . .

Eu inclinei a cabeça para tocar levemente meus lábios frios em seu cabelo.

Isso me fez lembrar de suas necessidades de humana, ela precisava descansar depois de um dia cheio como hoje.

- Está pronta para dormir? – eu tentei mais uma vez- Ou tem mais alguma pergunta?

- Só um milhão delas, ou dois.

- Temos amanhã, e depois de amanhã, e o dia seguinte... – eu me limitei a um futuro próximo, não era como se eu pudesse dizer “temos toda a eternidade”...
Era pouco para mim mas não deixei de ficar exultante com a idéia.

- Tem certeza de que não vai desaparecer de manhã? – ela disse- Afinal de contas, você é mítico.

Eu suspirei.

- Não vou deixá-la. – e naquele momento era inteiramente verdade. Eu seria o primeiro rosto que ela veria ao acordar.

- Mais uma, então, esta noite... –Eu esperei ansiosamente por sua última, mas ela hesitou olhando para baixo.

Ela estava corando?

Sim, não precisava olhar seu rosto para saber, eu podia sentir no ar o calor de seu rubor.

- O que é? – eu perguntei quando ela parou.

- Não, deixa pra lá. Mudei de idéia.

Na mesma hora eu senti aquela velha curiosidade atormentando de novo. O que ela poderia querer saber que a deixou tão constrangida?

- Bella, pode me perguntar qualquer coisa.

Agonizantes dois minutos se passaram. Eu gemi.
Ela estava escondendo de mim, mas o que? O que era tão ruim que ela não queria me dizer?

Achei que estava ficando afiado em ler suas expressões, em tentar ler seus olhos....eu tinha esperanças de que com o tempo eu poderia me acostumar e me contentar com apenas isso, mas seu silêncio estava me enlouquecendo.

- Pensei que seria menos frustrante não ouvir seus pensamentos. Mas está ficando cada vez pior.

- Fico feliz que não possa ler meus pensamentos. Já é bem difícil que você me ouça falar dormindo.

Olhei fundo nos seus olhos, eu sabia que eles eram intensos.

- Por favor?- tentei dar a ela minha voz mais sedutora. Ela não respondeu apenas balançou a cabeça negativamente.

Por que eu não podia simplesmente transpor esse muro que protegia seus pensamentos?

- Se não me disser, vou supor que é algo muito pior do que é na realidade. - ameacei. Mas era verdade. Se ela não falou é porque ela não queria me ofender? Eu estava preparado para receber qualquer coisa, ela tinha que me falar. Minha voz ameaçadora terminou em súplica oura vez - Por favor? – eu insisti.

- Bom.- ela começou.

- Sim?- eu disse, sem conseguir esconder a impaciência.

- Disse que Rosalie e Emmett vão se casar logo... Esse... casamento... é o mesmo dos humanos?

Eu ri, compreendendo. Um riso de alívio.

- É a isso que quer chegar?

Ela não respondeu, certamente ainda constrangida.

-
Sim, imagino que deve ser igual. Eu lhe disse, a maioria dos desejos humanos está presente, só oculta por trás de nossos desejos poderosos.

- Ah.- foi tudo o que ela disse. Parecia que ainda faltava alguma coisa....

- Havia algum propósito por trás de sua curiosidade?

Por que eu estava perguntando isso? Para quê aprofundar esse assunto, eu estava perdendo o juízo como Bella?

- Bom, eu fiquei me perguntando.. sobre você e eu... um dia...

Eu me senti ainda mais gelado no mesmo instante em que tudo se encaixou, era isso desde o início que a deixou tão envergonhada.

Parecia que em algum momento e em algum lugar no meu subconsciente eu desconfiei...
Eu me fiz de sonso para mim mesmo só para ouvir ela dizer que precisava de mim? Que nós compartilhávamos da mesma urgência?

Eu devia mesmo estar tomando algum gosto por hábitos masoquistas, porque eu nunca poderia oferecer nada para ela.
O que eu poderia oferecer sem terminar com sua vida? Eu poderia machucá-la.
Minha força somada com minha distração, multiplicada pelo meu desejo... poderia resultar no pior dos meus medos, eu mesmo poderia destruí-la sem que eu percebesse.

Eu não podia me imaginar perto dela tão fora de controle, só o pensamento me fez estremecer.

- Não acho que... que... fosse possível para nós. – minha voz saiu mais fraca do que eu esperava.

Eu senti por bella, o que mais eu tiraria dela?

- Porque seria difícil demais para você, se eu ficasse assim tão... perto?

- Certamente isso é um problema. – eu murmurei- Mas não era no que eu estava pensando. É só que você é tão macia, tão frágil. Tenho que calcular meus atos a cada momento em que estamos juntos para não machucá-la. Posso matá-la com muita facilidade, Bella, simplesmente por acidente. – meus dedos gelados afagaram seu rosto- Se eu fosse precipitado demais... Se por um segundo não estiver prestando a devida atenção, posso estender a mão, querendo tocar seus rosto, e esmagar seu crânio por engano. Não sabe como é incrivelmente quebradiça. – eu suspirei -Eu não posso, jamais, perder qualquer controle quando estou com você.

Eu esperei mas ela apenas sustentou meu olhar sem dizer nada. Ela estava ainda imóvel. Choque?

- Está com medo?

É claro que ela estava... eu havia acabado de dizer que eu poderia matá-la facilmente.

Ela esperou um minuto que me pareceu eterno.

- Não. Eu estou bem.

Eu a observei cuidadosamente procurando sinais de pânico ou estado de choque mas para minha surpresa ela parecia mesmo estar falando sério..... sua expressão era segura , a respiração calma, e suas batidas eram lentas e regulares.
Eu apenas a interpretara incorretamente como sempre...

Achei que eu era um pouco mais assustador, ou será que era ela que não tinha nenhum instinto para se proteger do perigo?

Enquanto minha mente vagava naquele minuto me veio à mente uma outra questão que eu ainda não havia cogitado...

-
Mas agora estou curioso...- eu comecei sem saber como perguntaria- Você já...? – tentei verbalizar a curiosidade mas antes que eu tivesse tempo de me arrepender por estar sendo indiscreto ela respondeu.

- É claro que não. – eu senti um alívio imediato- Eu lhe disse que nunca senti isso por ninguém, nem perto.

- Eu sei. Mas sei o que outras pessoas pensam. Sei que o amor e o desejo nem sempre andam de mãos dadas.

- Para mim, andam. Agora, de qualquer modo, eles existem para mim dessa forma.- ela suspirou.

Eu não podia deixar de esconder a satisfação...

- Isso é bom. Temos pelo menos uma coisa em comum.

- Seus instintos humanos...- ela falou corando novamente- Bom, você me acha atraente nesse sentido, afinal?

Eu ri. Achei que era tão óbvio...

- Posso não ser humano, mas sou um homem.

Ela bocejou.

- Respondi as suas perguntas, agora deve dormir.

Eu agradeci internamente por me poupar do desconforto do assunto. Além de tudo, eu a estava privando de seu sono.

- Não sei se posso.- ela contestou.

- Quer que eu vá embora?

- Não! – ela respondeu, alto demais.

Eu ri. Por garantia dei uma rápida vasculhada na mente de Charlie , ele ainda estava acordado se revirando na cama, mas não ouviu nada.

Ajustei seu corpo, aninhando-a ainda mais ao meu lado.

Sussurrei em seu ouvido sua canção de ninar... ela ficou em silêncio e aos poucos eu ouvia sua respiração se tornando mais baixa e tranqüila. Era um som familiar, significava que ela estava entrando no mundo da inconsciência.

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Atualizada Dia : 23/09/09