Caminhando Lado a Lado. escrita por Scream Queen


Capítulo 2
A Gangue e o 3º membro.


Notas iniciais do capítulo

Bem, depois de muito tempo, eu decidi postar o segundo capítulo, então, enjoy!



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Para o alívio imediato do segundo ano, o 1º tempo terminara, e o sinal batera para o intervalo. Elena foi a primeira a sair da classe, ela queria evitar seu perseguidor. Como na primeira aula, ele sentara ao seu lado nas outras duas, e parecia não tirar os olhos dela. Elena, por sua vez, ia cada vez mais querendo se esconder, chegou até a colocar um caderno aberto e em pé entre eles, mas Luke jogava aviõezinhos de papel por cima do mesmo.

Andando pelo corredor lotado, ela ouviu alguns gritinhos, e percebeu Ali em seu encalço. Ela parou e esperou a amiga alcança-la. Antes mesmo que Elena pudesse dizer algo, Alice semicerrou os olhos e disse:

– Explicações. Agora. – Elena revirou os olhos e repetiu:

– Qual parte do “Mais tarde” você não entendeu? – Foi a vez de Ali revirar os olhos:

– Conta logo! – Elena riu. Alice podia tentar intimidá-la, mas ela ainda via a garotinha do 7º ano louca pelas boybands.

– Ali?... – Elena disse sorrindo meiga e falsamente.

– Siiim?... – Ela respondeu na expectativa.

Mais tarde! Vamos! Mamãe encomendou marmitex de parmegiana, batata cozida, yakissoba... – Ela provocou Ali – Você almoça em casa, e eu te conto tudo o quê quiser saber... Não quer almoçar em casa?... Hein?... – Ali revirou, mais uma vez, os olhos.

– Yakissoba é golpe baixo. – E ainda rindo as duas voltaram para classe quando o sinal bateu, Elena estava feliz, Luke não dera sinal durante o intervalo, o quê já era um descanso merecido para sua paciência. Mas sua preocupação com Daniella não diminuíra. Imaginara que ela devia ter voltado ao fim das duas aulas de história, no entanto a garota também não dera sinal, nem na primeira aula de biologia, nem no intervalo.

A segunda aula de biologia passou-se rapidamente, para a surpresa e alívio de todos, porém as duas aulas de Português, sendo as duas últimas em classe, se arrastavam pelo tempo.

Quando finalmente acabou, elas desceram ao pátio junto da maioria das garotas da classe, agora fariam a atividade extracurricular, dança.

Assim que chegaram, ficaram chocadas. Havia garotos no pátio, ao lado da professora de dança. A única garota no meio deles fazia cara entediada. Elena reconheceu-a como Ariel Young, um ano mais velha que eles. A única garota além de Dani que fazia Luta na escola. Ao notar-se observada, Ariel virou o rosto e encarou a garota, tinha cabelos castanhos cheios de luzes loiras, e a pele bronzeada, era mediana e tinha olhos cor de âmbar. Deu um sorriso brincalhão que Elena mal pôde entender, depois voltou sua atenção à professora, que olhava reprovadora para alguns garotos que estavam “vestidos completa e incorretamente, e sem classe alguma”. Ela recebeu as garotas com um sorriso e começou a explicar:

– Esse ano, aprenderão danças de casais. Vocês terão um parceiro para o resto do ano todo. – E quando os burburinhos começaram ela continuou – E eu irei escolher os casais de acordo com minhas regras de estética. – Houve alguns murmúrios, mas logo todos se calaram e a professora se pôs a ditar as tais regras.

– As damas devem ser no mínimo 15 cm mais baixas que o cavaleiro, porém no máximo 20 cm. Eles devem ter um perfeito contato visual, sintonia e harmonia. A plateia terá que sentir a conexão entre esses dois. – Disse andando de um lado para o outro em frente deles. Foi quando se ouviu um pigarro.

– Desculpe, Srta. Taylor, mas a Srta. Disse “plateia”?... – Ariel disse incrédula. A professora sorriu.

– Sim, isso mesmo. No fim do ano escolheremos a dança que tenha feito maior sucesso entre os alunos e apresentaremos aos pais. – O estômago da garota deu um mortal. Ela não se importava de dançar em frente os pais, mas uma coreografia daquela mulher não lhe agradava muito. Nunca fora com a cara da professora, por isso entrara para a luta, mesmo tendo feito quatro anos de dança na academia de sua prima. Ela assentiu levemente para a professora, e assim que ela virou as costas, suspirou e fez cara emburrada.

– Bem, irei tentar algumas combinações, e depois trocarei se por acaso decidir que assim será melhor. A primeira dança que estudaremos será valsa, mudaremos de modalidade a cada bimestre. – Explicou. Ela encarou Elena que era a mais próxima, mediu-a de cima a baixo com os olhos e pegou sua mão, puxando-a com ela. Deixou-a no meio do pátio, cabisbaixa e corada. Depois se encaminhou até os meninos. A garota prestava atenção, até ser distraída por um “psiu” vindo de Alice. A garota olhava de Elena para um garoto e do mesmo para a professora e depois apontava para si mesma. Formou uma frase muda com os lábios, que depois de alguns segundos, Elena conseguiu compreender. “Eu tenho que ir com ele.” Ela revirou os olhos, sorrindo. Isso era Alice, sendo Alice.

Ela continuou assim, até ouvir uma voz irritantemente conhecida ao seu lado, ao mesmo tempo em que uma mão envolvia e puxava sua cintura:

– Eu esperava mais atenção, superpoderosa... – Os cabelos loiros entraram em foco no olhar de Elena. Ela mal notara a professora indicar seu parceiro. E agora preferia ainda não ter notado.

– Ah qual é! Você?! – Ela disse tentando se desvencilhar da posição preparada para valsar em que estava.

– Ah não, Loirinha. Já vamos começar a dançar. – Ele disse sorrindo e segurando-a com firmeza e delicadeza ao mesmo tempo, enquanto a música começava a tocar.

Elena se deixou ser conduzida, infeliz. Já havia aprendido a valsar com seu pai, pouco lhe interessava aquela aula neste instante, muito menos naquela situação. Luke mantinha contato visual, e ela descobrira a cor dos olhos do garoto, que até agora ficara de óculos escuros, mesmo na classe de aula. Eram verdes, como os seus, mas eram mais vivos, como se brincassem com as imagens ao seu redor.

Ela, que tentava desviar o olhar, se concentrou na visão a altura de seus olhos, a boca do garoto. Levemente rosada, esboçando um sorriso de canto. Por fim, decidiu que seria melhor se concentrar nos olhos.

Ela deu graças quando mais ou menos três minutos depois a música acabou. Tentou separar-se de Luke tão rapidamente, que acabou tropeçando onde não havia em que tropeçar. E teria ido de encontro ao chão, não fosse Luke agarrá-la no ar a centímetros do piso de madeira.

– Ops... Meio tonta Loirinha? – Disse ele rindo e erguendo Elena com um só puxão, que foi tão forte que colou seus corpos. A garota arregalou os olhos com a proximidade em que estavam, separou-se apressadamente, e tomando o cuidado de não tropeçar novamente, foi em direção à Alice (que se esforçava para não rir), deixando Luke com um sorriso maroto no rosto.

– Acho que não preciso mais esperar o “Mais tarde”. – Ela disse risonha. Elena apenas pegou a bolsa, e se dirigiu à saída revirando os olhos, sendo seguida pela garota, que ainda ria do ocorrido anterior.

As duas chegaram à casa, cansadas e com fome, nem sinal de Daniella, e ainda haviam sido obrigadas à aguentar o cheiro delicioso que vinha da sacola, pega com o porteiro, onde se encontravam as marmitex.

Mal sentaram-se na mesa de mogno, e ouviram batidas na porta.

– Vai embora! Estamos ocupadas! – Alice gritou fazendo bico.

– Ali! Que falta de educação! – Elena disse corrigindo a garota.

– Você sabe que eu fico mal-humorada quando to com fome. – Ela rebateu cruzando os braços. Elena revirou os olhos suspirando e foi atender a porta, que continuava a ser batida insistentemente num toque ritmado e idiota. Assim que abriu-a, fechou-a tão rápido quanto. Encostados no batente se encontravam Leo e Luke, e em pé de frente a porta estava Daniella. Ela suspirou de novo, abriu a porta novamente, puxou Dani e fechou-a em seguida. A garota olhou-a e cruzou os braços:

– Eles não têm onde almoçar! Vamos Lena! Eles são legais, me trouxeram até aqui! – Elena pôs as mãos na cintura e semicerrou os olhos:

– É. Depois de você sumir a manhã toda com o idiota de primeira ali. – Ouviu-se um muxoxo do outro lado da porta.

– “Eu ouvi okay?” – A garota revirou os olhos.

– Cale a boca, eu não falei com você. – Disse irritada. Puro silêncio como resposta. Dani fez cara de cachorrinho que caiu da mudança e pediu:

– Por favor, por favor, por favor, por favor, por favooor! – Elena revirou os olhos, mas abriu a porta.

– Valeu superpoderosa! – Leo disse à garota e depois se virou para Dani – Obrigado, Lutadora. – Daniella tinha a aparência de quem cavaria um buraco e se enfiaria nele agora mesmo. Atrás de Leo veio Luke.

– Loirinha! E aí, o que temos para o almoço?! Estou morto de fome! É que o “xuco-xuco” aqui, perdeu a chave da casa sabe? Caso contrário eu não viria te incomodar. Ou será que viria? – Ele disse sorrindo e passando pela garota que revirou os olhos, fechando a porta e seguindo-o junto dos demais para dentro da própria casa.

Todos juntaram-se e sentaram-se à mesa. Foram feitas as apresentações e Elena atacou a parmegiana. Alice fez o mesmo com o yakissoba, e os garotos não ficaram para trás. Leo pegou um pouco de tudo, e Luke voou para cima das batatas. Daniella roubou o primeiro prato de Leo, fazendo-o tirar outro. Depois que todos comeram uma boa quantia, Elena se deu conta de algo.

– Espera um pouco, se ele perdeu a chave, onde vocês vão ficar até a mãe de Leo chegar, à noite? – Ela disse olhando para Leo, que olhou para Dani, que encolheu os ombros sorrindo, de volta para Elena.

– Mas, eu... Eu... Eu... Preciso perguntar para minha mãe! – Ela disse gesticulando com as mãos como costumava fazer quando nervosa. Alice, cuja saída não fora notada, voltou da sala e disse:

– Fui ver a secretária eletrônica, tem uma mensagem. – Elena se levantou e foi até lá. Apertou o botão e a voz de sua mãe começou a sair pelo aparelho.

“– Querida, o diretor Harper convidou todos os professores para uma convenção de livros didáticos em Orlando, ele nos disse semana passada, mas você sabe como é né, eu acabei esquecendo. – Ouviram-se risadas do outro lado da linha – Pare de rir de mim Jim! – Papai. – Irá ser uma convenção de duas semanas meu bem, vai ter que se cuidar hein, não destruam a casa! Ah, Liah me pediu para avisar Leo que o pai dele também foi convidado, então eles também vão. Já sei, se organizem numa casa só, todos juntos, e sejam responsáveis certo? Nada de bagunça, por favor! Beijos, mamis linda.” Elena iria ter um ataque. Duas semanas na mesma casa que Leo e Evans. Ela voltou para a sala de jantar, ainda mal acreditando.

Alice sentou-se rapidamente, havia escutado tudo. Elena explicou rapidamente o quê ouvira.

– Certo, já que teremos que ficar todos juntos aqui, por duas semanas, temos algumas regras, como por exem... – Ela foi interrompida pelo celular de Luke tocando.

– Alô?... Heey! Você já chegou?! Ah, entendo, amanhã... Que demais! Sairemos bem cedinho amanhã então, certo? Okay, tchau, até! – Ele desligou sorrindo, Leo tinha um sorriso de orelha a orelha, e Daniella não piscava, aparentemente. Elena encarava Luke, que ainda sorria confidente, Alice fazia o mesmo. Finalmente, Leo disse:

– Ele está perto?... – Luke assentiu e complementou:

– Amanhã no máximo... – Os olhos de Leo se iluminaram.

– Quem está vindo? – Elena perguntou curiosa, esperando a resposta de um dos garotos, mas foi Dani quem falou:

– É o 3º membro, não é? – Eles assentiram com olhar maníaco.

– 3º membro?... 3º membro de quê?... – Perguntou Alice. Os garotos saltaram para fora das cadeiras, e começaram um espécie de toque totalmente maluco, e quando terminaram, fizeram pose costa a costa e gritaram sorrindo:

– Da “Gangue do Algodão Doce”! – Dani ria loucamente e tentava murmurar algo parecido com: “A-Adoro... Quand-do... E-Eles fa-azem... i-isso!...” Ali e Lena olhavam para os garotos como se eles fossem ETs. Elas se olharam abismadas.

– Gangue do quê?!... – Os garotos rolavam no chão de tanto rir, junto a Dani. As duas outras garotas tinham as testas franzidas.

– Eles são loucos. – Alice disse por fim, e deu de ombros, começando a tirar a mesa, com a ajuda de Elena.

Quando vieram buscar os copos, foram surpreendidas ao encontrar os três sentados a mesa, semblante sério, eretos e as duas mãos sobre a mesa.

– Sentem-se, por favor. – Leo disse. Elena revirou os olhos, ele falava como se a casa fosse dele. Mas sentou-se mesmo assim.

– Precisamos das suas assinaturas de quê não irão repetir nenhuma palavra do quê irão ouvir aqui. Daniella, por favor. – Ele disse sério. A garota tirou um caderno todo rosa com um unicórnio na capa debaixo da mesa.

– Isso é seu? – Elena perguntou estranhando nunca ter visto o caderno antes.

– Não, é meu. – Luke disse. Ela queria muito rir, muito mesmo, mas sabe-se lá o porquê, achou que não devia, então apenas franziu a testa e assentiu, junto de Ali.

Elas assinaram o caderno, relutantes, abaixo do nome de Dani, numa caligrafia caprichosa.

– Certo, agora vamos explicar. Três anos atrás, nós encontramos algo pré-histórico. Com o símbolo de um arco com cor rosa escuro, de brilho esbranquiçado. Onde as pessoas conversavam, jogavam, e tinham comunidades. – Leo começou.

– Ah, o Orkut você quer dizer. – Alice disse rindo. Leo revirou os olhos.

– Que seja, obrigado por estragar minha descrição triunfal. – Ele disse. Alice sorriu infantilmente e devolveu um “Não há de quê!”. Leo continuou.

– Enfim, havia uma comunidade especial lá, a Gangue do Algodão Doce. – Desta vez foi Luke quem continuou.

– Os donos, uns caras de 25 anos aí, nos deixaram ficar com ela. Temos três membros e uma aspirante a membro desde hoje. – Elena e Alice olharam para Daniella de esguelha, que sorria. Ela teria que explicar muita coisa.

– Certo, vocês dois são membros, Dani candidata, quem é o 3º membro? – Alice disse, entretida.

– Alexander Jones. Ele vai chegar amanhã, e nos aguardará no aeroporto, ele veio de New York. E acho que vai ficar na sua casa também, Elena. – Leo disse sorrindo marotamente. Elena sentia o sangue latejar em sua cabeça. Aquelas seriam duas longas semanas, muito longas.

Ela arrumou o quarto dos garotos para mais tarde, as garotas ligaram para seus responsáveis. A avó de Daniella deu alguns ataques, mas logo deixou que ela ficasse, a mãe de Alice aceitou de boa, já estava mais do que acostumada a garota ficar na casa de Elena. A tarde passou rapidamente enquanto jogavam Uno, (grande ideia sugerida por Leo) e assistiam “Padrinhos Mágicos”. Foram se deitar, cansados. Elena dormiu como uma pedra, o dia de amanhã seria completamente bagunçado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, tentarei postar o próximo assim que puder.



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