E Se Fosse Verdade? escrita por Ariel Dragland


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

:)



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Escrevo um breve recado em um pedaço de papel que encontro na escrivaninha. ‘ Sinto muito. Vá embora e seja feliz. Você merece. Com amor, Ari. P.S: Nunca olhe para trás.’

  Coloco meu recado...”

 - Angel! Larga esse livro e vá dormir! AGORA MESMO!

   Levei um susto! Estava tão absorta no livro, que não prestava atenção no mundo lá fora, para mim naquele momento, eu era Ariel  Dragland, deixando aquele bilhete para o Romeu. Ah, sim, é um dos meus livros preferidos, Romeu Imortal .  Faltava poucas páginas para saber o final relevante da história, eu tinha de termina-lo hoje!

 - Só mais esse capítulo! – falei um pouco alto.

  Minha mãe apareceu na porta, já de pijamas com uma cara, nenhum pouco agradável. Já passava das duas da manhã, ela estava uma fera.

  - Ângela, você sabe que horas são? – perguntou retoricamente. – São quase três da manhã, e você tem aula mais tarde. Não é hora de criança está acordada!

  Aquilo me deixou furiosa. Eu? Criança?

  - Criança? Mãe, eu já sou bem grandinha! – disse com a voz meio alterada.

  - Enquanto você morar na minha casa, comer da minha comida, até completar dezoito anos, você é sim, uma criança! – ela já estava começando a ficar nervosa.

  - Eu não tô fazendo absolutamente nada de errado! Estou aqui, quietinha lendo meu livro! Se eu fosse uma traficante, ou sei lá o que, até entenderia! Quer saber? Eu não aguento mais, tudo que eu faço, você se chateia, nada que eu faça é o suficiente! Eu vou morar com o meu pai! – meus olhos já estavam ardendo, devido as lágrimas e a raiva.

  Ela ficou calada uns minutos, e imediatamente eu me arrependi. Mamãe só queria que eu fosse dormir, para eu não me sentir cansada amanhã. Só isso, e eu aqui dando a louca, mas é isso que os livros fazem com as pessoas. Estou agindo como Ariel Dragland agiria, não como eu, Angel Steves falaria com sua própria mãe.

  - Mãe, desculpa, eu...

  - Está na hora de você ir morar com seu pai mesmo. É... desculpe-me pode ler seu  livro, se é isso que quer. Amanhã... levo você depois da escola. Boa noite.

  E saiu do quarto. Ela falou de uma forma tão fria, pensei que me chamaria de ingrata ou coisa do tipo. Era o que acontecia sempre que o assunto era meu pai.

  Nem tinha mais cabeça para ler, fechei o livro delicadamente e coloquei-o na prateleira com os outros. Sentia as lágrimas quentes banharem meu rosto em uma chuva de tristeza. Olhei para cada título das obras, desejando viver cada uma delas. Onde tudo se resolvia, e que  tinha sempre um “ Felizes para Sempre”, mas isso aqui é vida real.

     Não terá uma “ Terra do Nunca”, para  viver junto com os garotos perdidos em uma infância eterna, gostaria de entrar no meu armário e ajudar os irmãos Pevensie a libertar as terras de Nárnia da rainha Jadis. Gostaria de, aos 11 anos, de  receber minha carta para Hogwarts, e lutar junto com Harry, Rony e Hermione contra os comensais da morte e  Lord Voldemort, de conhecer um vampiro que mais parecia um diamante no Sol, ser Julieta  e lutar contra Romeu por toda a eternidade.

  Me enrolei no edredom, como um casulo. Eu me sentia como um lagarta, ainda na fase da metamorfose. Não estava pronta para virar borboleta e voar para minha independência. Olhei para a foto em meu criado-mudo, eu, mamãe e papai. Éramos tão felizes, essa época parecia cada vez mais distante, como se fosse a vida de outra pessoa, nunca vivi aquilo.

   Fechei os olhos com força, estava quase pegando no sono, quando ouvi um barulho. Levantei da cama assustada, e fiquei parada tentando ouvir de onde o ruído havia saído. Vinha do meu quarto, em algum lugar, olhei para o meu armário, e ele estava meio que... se sacudindo!

  A princípio, fiquei com medo, e um grito entalou em minha garganta. Me escondi embaixo das cobertas, ofegante.

  - Pedro! Juro que ouvi Aslam dizendo algo sobre uma ajudar alguém! – uma voz de criança, falava um pouco preocupada.

  - Lúcia, fique quieta! Quer acordar o professor... – o garoto que falava parou abruptamente.

  Eu tinha uma leve suspeita de quem eram essas pessoas, morrendo de curiosidade e medo também!

  - Que lugar é esse? – a mesma garotinha, Lúcia falou.

  Não estou nem aí! Esse pode ser meu sonho virando realidade, e eu aqui me borrando de medo. Tirei o cobertor de cima de mim, e a garotinha deu um grito e se escondeu atrás do irmão. Ele também me olhou assustado. Coloquei a mão na boca. NÃO ACREDITO! LÚCIA E PEDRO PEVENSIE ESTÃO NO MEU QUARTO! SAÍRAM DO MEU GUARDA-ROUPA!

  - Quem é você? – perguntou Pedro.

  Antes que pudesse responder, uma garota um pouco mais velha que eu saiu do guarda-roupa também. Ela era tão bonita, quanto C.S Lewis descreveu naquelas crônicas maravilhosas. E depois, saiu um garotinho de dez anos levemente corado. Edmundo.

  - Pedro, onde estamos? Quem é ela? – Suzana falou olhando para mim.

  - Me chamo, Ângela, mas pode me chamar de Angel. – sussurrei com medo de eles evaporarem e eu descobrir que foi só uma alucinação.

  Lúcia saiu detrás de Pedro e andou até mim. Era tão adorável! Estendeu sua mão, e eu apertei levemente.

  - Olá, Angel. Desculpe a falta de educação de meus irmãos. Sou Lúcia, e eles são Pedro, Suzana e o Edmundo.

    Lúcia parecia uma mulherzinha, tinha vontade de apertá-la de tão fofa.

  - Muito prazer, Lúcia. – sorri tímida, e acenei levemente para os outros três, que me olhavam desconfiados.

  - Como vieram para no meu guarda-roupa? – perguntei me sentado na cama, vendo Lúcia ir até minha coleção de bichinhos de pelúcia, e pegar meu celular.

  - Angel, o que é isso? – falou olhando, de um lado para o outro.

  Fiquei meio confusa, até que me toquei que estávamos em um século complemente diferente  do deles.

  - Ah, é um... brinquedo. – menti. Dizer que era um celular, iria acabar interferindo no futuro. Apesar de que há uma hora atrás, pensava que eles nem existiam.

  - Que moderno! Olha, Ed!

  Ela e Edmundo começaram a mexer totalmente maravilhados com isso. Suzana e Pedro me olhavam desconfiados.

  - Ah, bom... como vieram parar aqui? – perguntei novamente.

  Eles trocaram um olhar rápido e Suzana começou.

  - Viemos de Nárnia, mas o Guarda-Roupa era da casa do Professor Kirke. Não sei como viemos para aqui.

  - Não é óbvio? – Lú parou de olhar o celular e se virou para nós. – Ela era a pessoa que Aslam disse para ajudarmos!

  Olhei assustada para a pequena criaturinha. Ia abrir a boca quanto um vulto passou pela janela um vulto, o que será agora? Foi quando uma cabeleira meio ruiva a luz da Lua que estava gigante hoje, e logo depois o mesmo garoto em cima de uma vassoura acompanhado por mais dois adolescentes. O primeiro garoto usava um uniforme muito conhecido por mim, tinha cabelos lisos sobre a testa e o  óculos remendado no meio por uma fita adesiva. Não pode ser! Era Harry Potter!

  Deduzi os outros dois como Hermione, com uma juba loira-escura acima da cabeça, e Rony com seus cabelos ruivos e sua varinha colada por uma fita adesiva.

  - Você é Ângela Steves? – perguntou Harry, já dentro do meu quarto.

  Congelei. Harry Potter. No. Meu. Quarto. Como se respira?

  - Sim, sou eu!

  Os irmãos Pevensie e os jovens bruxos olhavam para mim esperando uma explicação naquela reuniãozinha particular.

  - Por que estão aqui? – a cala boca sua retardada, quer que eles vão embora?

    - Dumbledore  nos enviou aqui, disse que era urgente. – Hermione disse.

  Eu estava maluca, era oficial, eu precisava ser internada!

  - Dum- Dumledore, o diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts? – falei que nem uma bobona. Não, Angel! Que pergunta idiota!

  - Claro. Você o conhece? – Rony falava, enquanto ia para o lado de Hermione de modo defensor, segurando sua mão. A mesma ficou vermelha e se soltou do garoto. Que fofo esses dois.

  - Dá para alguém explicar o que tá acontecendo? – Suzana falou um pouco alto.

  Outra pessoa me interrompe. Mas não era alguém qualquer, meu coração parou, e voltou que nem um carro de fórmula 1. Era o... Edward Cullen!

  - Edward? – cheguei perto para ver se realmente era real.

  - Ângela? – como aquela voz era sexy! Muito Sexy.

  - Eu mesma.

  Ele me olhou e sorriu torto. Nem preciso falar que me derreti que nem manteiga em uma panela quente.

  - Alice me falou que você precisava de mim.

  Ainda com aquele sorriso perfeito no rosto, ele segurou minha mãe delicadamente. Seu toque era realmente muito frio, é tipo coloca a mão no freezer.. tipo isso. Mas nem um pouco desconfortável.

  - Caramba, todos os meus heróis vieram de ajudar, contudo nem eu mesma sei de que ajuda preciso.

 - Talvez eu possa ajudar. – uma garota nova falou atrás de mim. Me virei e fiquei em choque. Katniss Everdeen estava ao lado de Peeta.

  - NÓS podemos ajudar Katniss, NÓS! – ele dizia sorridente.

  Morri e fui para o paraíso.

  - Como podem me ajudar? – perguntei.

  - Isso. Um tal de Romeu deixou na minha casa hoje. – Katniss disse.

  Peeta ficou meio vermelho e a puxou para si.

  - Não gostei do jeito daquele cara. Olhava para você de uma forma nada legal! – disse fazendo cara de ciumento. Que lindo.

  Katniss olhou feio para Peeta e me entregou um envelope.

    - Vamos, Angel. Abra! – Lúcia estava do meu lado.

Olhei para todos os meus heróis e eles apenas confirmavam com a cabeça. Rasguei o envelope, abri a carta.

 TRIMMM- TRIMMM ( Despertador, hehehe )

  Acordei com aquele maldito despertador, e levantei meio zonza. Lembrei da briga que tive na noite de ontem com mamãe. E tive uma noite sem sonhos.

  Fui até o banheiro, tomei banho, escovei os dentes e abri o guarda-roupa atrás de uma roupa. Puxei minha calça preferida, mas algo caiu junto. Abaixei-me e vi um vidrinho, parecido de perfume. Nunca tinha visto ele na vida, que estranhos. Estava em uma espécie de bolsinha de couro vermelho, com um pequeno pedaço de papel enrolado com uma fitinha de couro. “ Para: Lúcia Pevensie.

De: Papai-Noel.

P.S : Use com sabedoria. Basta uma gota.”

  Que estranho,  Lúcia Pevensie...  de Nárnia? Parecia o mesmo vidrinho que o Papai- Noel deu a ela para ajudar a curar pessoas.

  Coloquei-o na minha gaveta, olharia mais tarde. Peguei minha mochila, tem broche. Mas... é um tordo! O mesmo que Katniss Everdeen usa na série de livros Jogos Vorazes. Não lembro de ter comprado um desses... mas tudo bem eu queria um mesmo.

  Abri minha gaveta na penteadeira e fui logo com a mão no perfume, tinha algo lá também. Um bracelete. Feito de couro, e com um brasão estranho, mas logo o reconheci como o brasão da família Cullen de Crepúsculo. Uau, estou começando a ficar assustada!

  Deixei o bracelete lá e, do lado da minha cama, tinha um papel e uma varinha colada com um durex. Eu não lembro de ter uma dessas não! Ela me lembrava a Rony Weasley, de Harry Potter. Peguei o papel e em uma caligráfica fina e elegante, dizia:

  Querida Angel,

  Você não deve está entendo nada certo? Mandei-os aí porque não gosto de ver seu rostinho triste. Gosto tanto de você, sabia? Sempre estarei perto de você, meu amor. Mesmo que não me veja. Peça perdão a sua mãe, ela queria seu bem, e se quer saber... Eu fico com a Ariel na  nossa vida passada. Teremos atém uma filhinha Gema. Contudo, ela nunca será como você. Eu te amo.

                                                                               Com amor,

                                                                                                               Romeu.

 Que pegadinha bizarra era essa? Olhei para o espelho que ficava em frente onde eu estava e o vi. Do jeitinho que o imaginei lendo Romeu Imortal, usava uma roupa branca e parecia um anjo. Meu anjo. Pisquei os olhos, mas ele continuava lá.

  Sorriu maroto, e piscou para mim antes de desaparecer por completo. Só conseguia pensar em uma coisa : O QUE FOI ISSO?


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Notas finais do capítulo

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