No Pain,No Gain. escrita por Nani_meyer


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey,hey, surpresinha.
Estou há alguns meses procurando algo novo para escrever, sei lá, tirar algumas coisas de minha cabeça. E o resultado foi a ideia de uma fic novinha em folha :P.
Espero que gostem de No Pain,No Gain assim como eu gostei de começar a escrevê-la. :P
Sobre minha outra filha, Lembranças de uma Órfã, eu estou totalmente sem inspiração nem ideia de como eu saio daquele buraco em que eu me enterrei kkk Comecei a fic do nada, sem progamação... Só com a vontade de finalmente postar alguma coisa. Então, quanto àquele enredo, eu ainda não sei se continuo de onde parei ou se excluo a história e começo outra falando sobre Nessie em Salem. Gostaria de pedir desculpas às minhas leitoras de LDUO pela falta de capítulos e que entendam.
Bom, espero que dêem sua opinião sobre esta agora- meu novo bebê.
Aaah, alguém pode me falar um lugar para arranjar uma boa capa??
See ya,
Nani.



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Capítulo 1

POV Edward

–Chega, Edward!!! Você é herdeiro de uma das mais respeitadas empresas de advocacia da Costa Oeste dos Estados Unidos!! Como pode agir desse jeito? Acha que eu sou palhaço? Acha que no futuro eu vou passar a empresa para o idiota do Eleazar? Olhe para mim, Edward Anthony Cullen!

Carlisle Evan Cullen, ou meu pai, nunca me pareceu tão... Filho da puta como naquele momento. Eu só queria que ele entendesse de uma vez por todas que, ao contrário dele, eu iria seguir o meu sonho e prestar Medicina na universidade. Que seria daqui a um ano. Daqui a porra de um ano.

Caralho, pai, será que o senhor ainda não entendeu? Eu não vou ser advogado! Porra, tudo na minha vida foi milimetricamente planejado, sou o melhor aluno do estado de Washington, considerado melhor nadador da Costa Oeste, capitão do time de Debate... O que mais o senhor espera que eu faça? Hein?

–O que eu quero, Edward, é que entenda a minha situação! Não terei tudo o que eu e sua mãe construímos juntos sendo destruído desse jeito por causa de um momento efêmero de rebeldia seu. Arrrgh!

Meu então pai socou a mesa com força, levando as mãos em seus cabelos tão loiros quanto os meus já foram um dia. Ainda bem que com o tempo esse ninho que eu chamo de cabelo passou a ter a mesma coloração dos cabelos de minha mãe, um ruivo estranho e meio acobreado. Caso contrário... Eu seria a cópia de Carlisle.

Podia sentir a ira me invadindo a cada momento que eu passava em seu escritório no último andar do grandioso prédio da Masen-Cullen Advocacy, no centro de Seattle. A vista da cidade de concreto só me lembrava o quanto eu odiava morar aqui e o quanto eu odiava ter sempre sido o brinquedinho de meu pai.

Há mais ou menos um ano, o premiado advogado filho da puta loiro teimou que eu, seu único filho, deveria começar a entender dos negócios da família.

Desde então eram reuniões, audiências, horas em seu escritório na interminável mansão Masen-Cullen revisando documentos, estudando casos, estando 24h do meu dia com Carlisle. Só Deus sabe o quanto eu achava tudo aquilo foi uma tortura. Perdi um ano da minha vida com aquele homem que eu chamava de pai, ao invés de estar focado na área que eu realmente desejava cursar: Medicina. Apenas minha mãe, Esme, defendia o fato de que eu era um homem capaz de tomar minhas próprias decisões.

Esme Elizabeth Masen- Cullen, minha mãe, era a advogada mais requisitada da Costa Oeste. Sua graduação em Direito pela University of Oxford e seu mestrado, doutorado e PhD em Ciências Políticas pela Georgetown University , entre inúmeros outros cursos profissionalizantes afora, a tornava a mais competente para a defesa de casos oficiais do Governo de do Estado Washington. A Masen-Cullen estava a um passo de se tornar a mais importante empresa de advocacia do país e tudo não só graças a minha mãe, mas a sua brilhante equipe de advogados. Incluindo meu pai e ,segundo ele, futuramente eu.

Assim como Carlisle, Esme desejava que eu fosse um grande defensor da justiça. Mas, após dias de discussão, eu finalmente a convenci de que deveria seguir o que eu queria fazer, pela primeira vez na minha vida. Ela me olhou com olhos inquisitivos, mas veio enfim me dar um abraço e disse:

–Não quero que se torne um homem amargo como seu pai. Siga seu sonho, meu filho.

Já deu para perceber que eu era mais próximo de Esme do que o capeta loiro na minha frente. E o tamanho da porra do problema que eu tenho que lidar.

–Carli... Pai, me escute.- disse eu, firme, após alguns segundos criando coragem. Afinal, se eu quero mesmo algo para o meu futuro longe dos tribunais eu precisava agir como um homem.

–Eu proponho o seguinte: me deixe em paz esse ano. Deixe-me provar para o senhor o quanto eu realmente desejo me tornar médico. E o quanto eu estou disposto a lutar por isso.

– Edward, eu não posso...

–O senhor, acima de qualquer pessoa, me ensinou que para se alcançar um objetivo, qualquer que seja ele, é preciso dar seu sangue e suor. E eu darei, Carlisle.- disse, não me importando mais em chamá-lo ou não de pai.- Se após esse ano, o senhor ainda quiser que eu seja advogado, conversaremos depois.

– E o que o espertinho acha que tem em mente?- retrucou, com ar de superioridade. Seu olhar tão verde quanto o meu me fez, por um momento, perder a coragem.

–Bom- pigarreei, tentando espantar o nervosismo- Tem um curso de preparação para os calouros de Medicina na University of Yale, onde eu pretendo me inscrever. Apenas os melhores alunos são selecionados para tal, os melhores do país. Caso eu seja selecionado, o senhor me deixa cursar o que eu quero em paz.

Após a minha fala, decorreu-se um longo tempo de silêncio. Os meticulosos olhos de meu pai analisavam o que eu havia acabado de dizer como se fosse mais um de seus casos, o que me deixou muito puto. Acho que uma noite de sexo totalmente sem compromisso com Tanya vai tirar um pouco essa raiva acumulada em mim.

–E o que acha que devo? Passar o cargo para Eleazar? Aquele bastardo?- sua voz, gélida e calculista, apenas indicava que a batalha poderia ser perdida. Para mim, é claro.

–Carlisle, creio que irá encontrar alguém mais competente do que aquele pária do Eleazar. Ótimo, ele é concursado em Harvard, tem PhD em Criminalística pela Brown University e foi condecorado como o melhor advogado do país. Mas é um canalha. E o senhor é o dono desta empresa, tem mais do que autonomia para escolher quem quiser para passar a chefia. O que, agora vai me dizer que o grande Carlisle Cullen, o Advogado de Aço... Não tem escolha?

–Há sempre uma escolha, Edward. Sempre há uma saída.

–Não para mim. Até agora.

– O que está insinuando?

–Estou apenas usando o que o senhor tanto me ensinou: a defender uma causa.

Mais uma porra de 5 minutos.

–Tudo bem.

Peraí... O quê?

–O quê?- falei eu, com o queixo chegando no meu saco de tão caído.

– Eu disse que tudo bem. Achei seus termos muito perigosos, mas admiro sua coragem. Mas...

Eu sabia que tinha algo.

–Não quero presenciar meu filho se afundando em sonhos infantis. Nem Esme tem que assistir a tamanho desrespeito com o futuro que planejamos para você. Para tornar o seu ano mais... Interessante, você irá morar com sua tia Mary, em Forks. Se quer me provar algo, Edward, saia de uma cidadezinha medíocre de pouco mais de 3.000 habitantes e depressiva como eu e sua mãe saímos e aí sim, após um ano naquele quadro de musgo, você terá me provado o suficiente para que eu pague 5 anos de vergonha em Yale. Temos um acordo?- falou, triunfante, enquanto me estendia a mão.

Aquele sorriso me trouxe tanta raiva que por um momento, pensei em desistir.

Forks era a cidade que eu mais odiava no mundo. Meus períodos na casa de Tia Mary, enquanto Carlisle e Esme viajavam pelo país em convenções de advocacia e congressos, eram frustrantes. Tudo muito verde, parado, depressivo. Eu odiava aquela cidade pelo simples fato de ser o local onde Carlisle havia nascido e onde eu era descartado como um grande pedaço de merda por meus pais.

E era lá o lugar onde eu teria que construir futuro que eu tanto sonho e que meu pai tanto abomina.

Após alguns minutos de relutância, cedi, com toda a confiança do mundo no fato de ter que aguentar um ano na clausura verde.

Mas é claro que temos.– respondi, apertando sua mão.

POV Bella

–Não está gracioso o suficiente, Bella. Você é agora o Cisne Branco, não o Negro. Mais leveza!

Ótimo, fácil falar isso para alguém como eu. Mas é como eu sempre digo: No pain, no gain.

Tudo bem, essa fala não é exatamente minha, mas quem liga? Sou eu quem irá abalar o Ballet Bolshoi e a Complexions Contemporary Ballet no final deste ano, não a mal-comida da Nikola.

Vadia, por que tinha que ser tão mal humorada e tão... Competente no que faz?

Após uma hora e meia sem parar de ensaiar, Nikola Smirnov- a professora de Balé russa mais enojada da face da Terra- me deu um descanso.

– Você foi muito bem, menino Bella. Graças aos céus está começando a ter mais leveza em sua dança.- disse, indo ao meu encontro enquanto tirava as sapatilhas vermelhas no canto da sala. Seu sotaque carregado era muito zoado por suas alunas, inclusive eu que, segundo ela, era a mais encapetada e talentosa de todas.

–É menina, Nikola. Quando finalmente vai aprender a usar os gêneros certos?

–Não br-r-r-inque com minha sotaque, Bella. Ainda sou sua tutora e exijo respeito.

– Ninguém exige respeito, Nikola. A gente o ganha. – falei séria e um pouco incomodada com suas palavras.

Percebi que a russa ficou um pouco sem graça e resolvi intervir.- Nikola, eu...

–Tudo bem, Bella. É só que às vezes a senhorita me surpreende sendo madura deste jeito. Me per-r-rgunto o que houve em sua infância que a deixou assim e que não quer me contar.

Terminando de me arrumar, peguei minha bolsa e disse: - E por mim nunca irá saber, Nikola. Meu passado não interessa mais, ok?

Saí a passos firmes do Russian Ballet Academy of Forks, mas não antes sem me virar minha professora e dizer :

–Você ganhou me respeito,Nik.

Forks, a cidade mais verde-catarro do mundo.

Em meados de setembro, dois dias antes do início do meu Senior Year, a cidadezinha em que eu cresci estava com um clima um pouco ameno, fruto do verão que há pouco se despediu de seus habitantes ávidos por umas temperaturas mais altinhas.

Andei nas ruas vazias e tranquilas em direção a minha casinha amarela, quatro quadras do estúdio de Ballet de Nikola. Sabe Deus o que trouxe aquela enjoada de San Petersburgo para Forks.

Peguei meus fones de ouvido e logo coloquei meu Ipod para tocar as minhas músicas prediletas. Eu gostava disso aqui, poder simplesmente anda sozinha nas ruas sem ser incomodada, com um aparelho eletrônico nas mãos e não ter muito perigo de ter uma arma apontada para sua cabeça. Pelo menos agora eu tinha sossego.

O som de I Dreamed a Dream do musical Os Miseráveis encheu meus ouvidos e eu fiquei depressiva por um momento.

‘’Agora não. Mudando de música’’.

Logo Gone Gone Gone do Phillip Phillips encheu meus ouvidos eu instantaneamente me senti feliz. A música falava de um amor que mesmo distante, por qualquer motivo, continuaria aceso, sempre disposto. Um amor que eu nunca tive, nunca nem tinha beijado ninguém, mas que eu queria ter. E muito. Um amor que talvez trouxesse de volta a Bella que eu um dia fui.

Não, onde eu estou com a cabeça? A Bella de seis anos atrás- bobinha, apavorada, vulnerável- não existe mais. A Bella de hoje não tem medo do mundo nem do futuro, nem de nada.

Mesmo assim eu continuei escutando a música. Tinha um ritmo envolvente e logo comecei a dançar no meio da rua. Os vizinhos, como pude perceber num breve relance, me olharam de um jeito assustado, mas logo vi alguns sorrisos de satisfação. Eu era o exemplo de superação da cidade e após tudo o que eu passei, acho que eles ficaram felizes em saber que pelo menos uma parte de mim tinha permanecido.

Apesar de todos os esforços voluntários e involuntários, Renné e Phillip Dywer- minha mãe e meu antigo padrasto- não conseguiram destruir o que há de bom em qualquer pessoa: ter um sonho, ter... Esperanças. E era por isso que eu também continuei dançando que nem uma doentinha no meio da rua.

Logo avistei a casinha amarela mais fofa do mundo. Papai Charlie, como eu ainda o chamava depois de tantos anos. O mesmo bigodudo que eu chamo de pai chegava em casa naquele mesmo instante com, estacionando a viatura de polícia na garagem. Assim que saiu do carro e nós nos avistamos , ele deu um sorriso, meio sofrido.

Eu tinha superado o que aconteceu, mas o que ainda me causava um ódio descomunal era que Charlie não havia. Suas noites ainda eram habituadas pela insônia e seu sorriso era como esse: feliz por me ver e apenas por isso. Aquela... Mulher que eu chamei de mãe pode ter pagado por tudo o que fez, mas a cada dia que passava se tornava mais difícil para eu fazer Charlie ser como era antes, ser até melhor.

–Hey, Bigodão. –disse, dando-lhe um beijo na bochecha.- Pronto para comer o jantar maravilhoso feito por sua linda e incrível filha?

–Tão modesta.

–Eu tento. Pronto?

–Lógico, estou faminto. Era impressão minha ou você estava de novo dançando no meio da rua?

–Tenho que treinar sempre. Assim que meu lugar no Ballet Bolshoi ou na Complexions for conquistado, eu passarei a dançar nas ruas de outra cidade, e o senhor vai me acompanhar. Feito?

–Meu anjo, ainda não decidiu se quer Ballet Clássico ou Contemporâneo?- disse, sem muito interesse. Charlie era zero expert em dança e ainda estava meio receoso de me ver planejando o futuro na arte e não em algum curso tradicional e chato.

–Quando eu decidir, eu te aviso, tá pai?

–Certo.

O desjejum foi silencioso, mas agradável- algo que com Charlie era algo normal. O silêncio era prazeroso para nós dois e eu adorava isso.

–Ansiosa para o primeiro dia de aula?- perguntou.

–Nossa, muito. Tô contando os dias para reiniciar os estudos de Álgebra de novo. Tanta saudade que dá até vontade de chorar.

–Palhaça. Estou falando sério.

– E eu também, mas de uma forma mais descontraída. Apesar de que fico feliz em saber que só falta mais um ano para eu poder apenas dançar e dançar e dançar. – e sai rodopiando pela cozinha, indo lavar a louça.

–Você... Nada, esquece.

– O que foi, pai?- inquiri curiosa para o olhar apreensivo que meu velho tinha no rosto.

–É só que... Realmente não vai tentar entrar em nenhuma universidade caso a dança não der certo? Eu me preocupo tanto com você, meu amor...

–Pai, já conversamos sobre isso. Vou fazer o SAT e tudo mais... Mas universidade e curso chato e teórico não é comigo. O senhor mais do que ninguém sabe disso. – disse, olhando séria para ele dessa vez.

–Você sabe que tenho todo o direito de ficar preocupado. Sei que és talentosa e muito, chega a assustar, mas ... Aaah, você sabe, Bells. E fora que meu bebê vai para Nova York e eu vou ficar jogado aqui em Forks.

–Paaaaaaaaaaaai,deixa de drama!- não aguentei e comecei a rir.- E se eu fosse para um curso que nem o senhor tanto fala, iria embora do mesmo jeito. E não é como se fosse ficar sozinho. Billy Black, Sue, Velho Quil são seu amigos e muitos outros estão aqui em Forks. Fico tranquila em ir porque sei que sempre que possível virei visitar o senhor, ou o senhor me visitar, e aqui tem gente que o quer muito bem e não o deixará sozinho. Ok?

–Ok...

Com tudo devidamente arrumado, antes de subir para meu quarto, fui até a varanda de casa, de frente para a floresta. Na barra de madeira que pedi para Charlie construir, fiz os alongamentos necessários e comecei a dançar.

Minha apresentação para concorrer à vaga no Bolshoi era o ‘’Lago dos Cisnes’’, de Tchaikovisky. Só que em uma performance que juntaria os cisnes Branco e Negro em uma só dança, e com alguns movimentos do Ballet contemporâneo. Tudo lindamente coreografado por Nikola.

O desafio era juntar a leveza e pureza do Cisne Branco com a inveja e manipulação do Cisne Negro. Os dois lados de qualquer pessoa e que eu teria que mostrar na dança. E eu havia testemunhado esses dois lados neles. Restava agora usar o que antes me destruiu para conquistar o meu sonho.

O Ballet me salvou e agora faria de tudo para fazer dele a minha vida.


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