O Meu Grande "e Se"... escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Oi, espero que gostem... Sei que o nome do ship é Percalypso, mas Calipso não tem "y", ta? então não coloquei com. Não é nada muito "WOW", é mais um reencontro dos dois ^-^ espero que goste... BOA LEITURA!



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   O verão estava calmo, o que, de certo modo, era estranho. Há dias não haviam tido problemas com monstros, e o número de campistas que chegavam não era lá muito elevado. Sr. D continuava o ranzinza de sempre, e Percy e seus amigos tentavam tocar a vida após a guerra contra Gaia.

   - Hei, Percy, passa no meu chalé mais tarde... –uma garota chamada Amanda, filha de Afrodite, falou piscando para Percy na frente de Annabeth. Essa já era a terceira do dia, e Annabeth já estava de saco cheio desse assanhamento das garotas par cima dele. Tudo bem que ele era um herói, mas era o herói dela.

   - Eu juro que se mais alguma garota disser isso, haverá mortes... –Annabeth rangeu os dentes irritada. Percy, que sempre fora muito lerdo, sabia que aquilo irritava Annie, mas não via a necessidade dela ficar assim tão brava.

   - Calma Annabeth, elas estão fazendo isso porque sabem que vão te irritar... –Piper aconselhou à amiga. – Olha lá... –apontou para o grupo de garotas que estavam rindo e apontando.

   - Se elas querem me ver irritada, é isso que elas vão ver. –Annabeth murmurou se levantando, pronta para ir dar um tapa bem dado na cara das engraçadinhas.

   - Annie! Deixa quieto! –Percy pediu segurando o braço da namorada.

   - Você está falando isso porque gosta dessa atenção toda que está recebendo, não é? –Annabeth bradou. – Quer saber, Percy? Cansei. –dizendo isso soltou o braço do aperto do namorado, e foi para seu chalé.

   - Annabeth! –Percy chamou-a, mas esta lhe deu as costas sem nem ao menos virar uma só vez.

   - Cara, você está em maus lençóis... –Leo falou soltando uma risada melancólica. Percy não entendia o pra disso tudo. As garotas só estavam irritando-a, então porque ela tinha que descontar logo em mim? –pensou desolado. E eu que pensei que agora poderíamos ficar juntos depois de tudo que aconteceu, e ela me vem com esse ciúme idiota...

   Sem responder nada aos amigos, decidiu ir para o seu chalé também. Já estava tarde, e sabia que se fosse atrás de Annabeth nesse instante, os dois iriam brigar e isso era o que Percy com toda a certeza não queria.

   Chegando ao seu chalé encontrou Tyson já dormindo e roncando como um trator. Tirou sua camisa, pegou seu peixe de pelúcia (Sr. Guelras) -que ganhará de Annabeth após a guerra, e deitou para dormir. É claro que o sono demorou a vir, sua mente estava muito cheia, e o coração angustiado. Sem contar que o ronco de Tyson é muito alto.

   Enquanto não dormia, ficou pensando em tudo que ele e Annabeth já haviam passado. Desde a primeira vez que se viram, a última. As diversas aventuras de quase morte, e os mal-bocados. Enquanto pensava no primeiro beijo que teve com ela, sua mente se transportou para a ilha de Calipso. Se fosse possível, seu coração ficou mais comprimido ainda. Ele gostaria de saber o que aconteceu com Calipso após a guerra de Gaiga. Gostaria de saber se ela estava bem, porque, acima de tudo, ainda sentia algo muito forte por ela, mas que não passava de amizade, é claro.

   Com estes e mais outros pensamentos, Percy finalmente adormeceu.

   - Onde estou? –Percy murmurou meio desorientado. A fina areia branca estava por toda parte e algumas ondas do mar lhe tocavam os pés. Ele levantou confuso, e começou a caminhar por aquela terra até então desconhecida. Ao longe avistou uma linda flor prateada, que a luz do sol não parecia tão bela quanto ficaria a noite, e lembrou já a ter visto em algum lugar. Tratava-se de um Enlace Lunar. E só tinha um lugar onde Percy sabia encontrar esta flor: A ilha de Ogígia. Como tinha parado ali novamente? Não tinha ideia. Mas temeu o significado disso. Pelo que lembrava da história da ilha, todos os heróis ali jogados faziam com que a doce Calipso se apaixonasse, e sofresse caso o herói decidisse partir. Percy já tinha feito isso uma vez, e não se sentiu nada confortável com a ideia de rejeitá-la novamente.

   Sabendo o que encontraria pela frente, Percy diminui o passo, ah fim de pensar um pouco antes de aparecer para Calipso. Ele havia deixado-a, escolhendo Annabeth em seu lugar. Será que ela guardaria rancor? E se ela tentasse matá-lo como vingança? Não, ela é doce de mais para isso –Percy logo descartou a ideia, mas continuou a temer sua reação. Andou por mais um tempo, até avistar a gruta em que alguns anos atrás havia estado.

   Começou a se aproximar cuidadosamente da gruta, observando como nada mudará na ilha: tudo ainda era muito belo e florido, delicado como a dona. Perto da gruta, ouviu o doce timbre de Calipso entoando uma triste canção que falava de abandono. Vamos, Percy! Coragem! –ele pensou.

   - Ah-ãm. –Percy pigarreou. No mesmo instante Calipso se calou e levantou assustada. Pegou seu punhal e ainda sem ver quem era, preparou-se para atacar o invasor. Fora avisada por Hermes que o mundo estava em guerra, e pensou ser algum monstro que gostaria de tomar posse da sua tão amada e solitária ilha. Assim que se virou para golpear o intruso levou um grande susto.

   - Oh meus deuses! Percy! –exclamou e correu para abraçar o seu destemido herói. Para Percy sua beleza continuava intacta; o mesmo cabelo caramelo trançado com fios dourados, a túnica branca, e a aparência de uma adolescente madura. De súbito, lembrou-se de quando a olhou de verdade pela primeira vez, e havia pensado que ela era mais bonita que a própria Afrodite, e isso não mudara nada. – Fiquei com tanto medo que algo tivesse acontecido há você! –ela murmurou durante o abraço. Por mais que Calipso quisesse negar, assim como os outros heróis, quando Percy partiu, ela sentiu um imenso vazio em seu coração. E quando Hermes a alertou da guerra contra Gaia, não teve um único dia em que ela não se lembrou de Percy, e orou para diversos deuses a pedido da proteção para o seu destemido herói.

   - E-eu estou bem... E quanto a você? –Percy indagou receoso. Espera que ela nem olhasse em seus olhos quando o visse, e ficou arrependido de ter julgado Calipso tão mal.

   - Eu? –ela se perguntou, soltando Percy e fitando o chão. – Eu estou bem. –tentou sorrir, mas era possível perceber a melancolia em sua voz. Mas, do mesmo rápido modo em que ficara triste, sua alegria voltou. Percy estava de volta, ali, para ela. – Não está machucado. Como encontrou minha ilha? –Calipso perguntou desconfiada. Normalmente, só lhe era dado os heróis que estavam a beira da morte, para que ela os curasse. Sua ilha-fantasma, Ogígia, nunca fora encontrada por ninguém; não ficava perto de nada e nem longe de tudo. A ideia de que Percy era apenas uma miragem, ou brincadeira de algum deus, começou a assustá-la. Já não bastava o sofrimento que ela tinha que carregar ao ser deixada, agora também iriam enganá-la?!

   - Eu não faço ideia. –Percy declarou confuso. Esperava que ela tivesse a resposta para isso, mas se enganou. Neste momento Percy estava tão confuso, que havia até se esquecido que estava brigado com Annabeth, e que antes de adormecer estivera pensando em Calipso.

   - Você... Você... Vá embora! –Calipso gritou confusa. Ela não queria ser enganada pelos deuses, não queria sofrer mais do que já tinha sofrido.

   - M-mas... O que eu fiz? –Percy perguntou inocente. Era a primeira vez que via Calipso gritar, e a imagem o deixava, de certo modo, magoado. Ela não o amava? Então porque estaria tão irada com sua presença?

   - Eu não vou me enganar! Não deixarei que nenhum deus me iluda! –ela tornou a gritar e tomou certa distância de Percy. Os dois não entendiam muito bem, mas sabiam que essa distância os magoava, os entristecia. A Calipso mais que Percy, pois seu coração ainda o pertencia.

   - Mas... Eu... Sou de verdade. –Percy contrapôs tentando quebrar a distância. – Se os deuses me enviaram aqui, eu não sei. –esclareceu balançando os ombros. Não queria brigar com Calipso, já não bastava à briga que tivera mais cedo com... Céus, ele havia se esquecido de Annabeth!

   - Pro-provavelmente sim... –Calipso balbuciou sentindo seu rosto se avermelhar. Durante todos os séculos em que os heróis iam para sua ilha, Percy era o primeiro a voltar, e, pelo que parecia, sozinho. – Desculpe-me, destemido. Eu só... Estou confusa. Nunca ninguém voltou para me ver. – ela falou se soltando mais. Uma alegria começou a tomar conta de seu corpo, e o medo de que Percy fosse apenas uma ilusão estava sendo deixado de lado.

   Percy ficou mais aliviado assim que percebeu que Calipso estava baixando um pouco a guarda, mas se sentiu culpado por estar ali. E Annabeth? O que ele diria a ela quando voltasse?

   - Plantou o meu jardim? –Calipso perguntou voltando a sorrir. Percy lembrou-se de suas palavras antes de partir pela primeira vez, e sentiu certa culpa.

   - Er, se você contar três vasos como jardim... –disse e riu, acompanhado de Calipso. Quando viu seu sorriso, lembrou da sensação boa que ela trazia e começou a pensar em como tinha sido idiota por deixá-la. Espere um momento... O que eu estou pensando?! Eu tinha que salvar meus amigos! –repreendeu-se. Em toda a sua vida, Percy nunca ficara tão confuso como naquele momento.

   - Tudo bem. Sei que quando voltar novamente irá aumentar seu jardim... –Calipso falou abaixando a cabeça triste. Ela sabia que ele não ficaria aquilo era apenas uma visita.

   - Sim, claro. –Percy respondeu também abaixando seu olhar. Agora, aqui, ao lado de Calipso, percebeu o quanto essa maldição que ela carregava era dolorosa. Ele sentia que amava de um modo especial, mas sabia que esse sentimento não superava o que ele sentia por sua Sabidinha.

   - Você mudou... Está mais galanteador. –Calipso comentou em um sorriso de canto. Percy, que corou com o comentário, até tentou dizer algo em resposta, mas se atrapalhou e Calipso continuou a falar, sentando ao seu lado. – Está mais sério também. Mas os olhos continuam tão dóceis quanto da primeira vez que os vi... –disse e acariciou o cabelo negro de Percy. Ele, que estava um pouco fora de si, contando com os contras e os prós, não se afastou do toque, ao contrário, fechou os olhos e aproveitou a carícia. Quando tornou a abri-los, percebeu que Calipso o olhava com desejo. Tentava até disfarçar, ou impedir o sentimento, mas não conseguia escondê-lo. Por quanto tempo ela não sonhara com isso? De ter Percy, a sua frente, entregue ao sentimento, tanto quanto ela?

   - Não acho que devemos... –Percy falou antes que algo acontecesse. Ele queria muito beijá-la, muito mesmo, mas sabia que tinha um compromisso com Annie, e sabia que a amava mais que tudo, então obrigou-se a não se deixar levar pelo momento.

   - Nem eu. –Calipso concordou com um sorriso triste, e Percy ficou aliviado. – Mas aprendi a não ligar muito para certas regras... –Calipso contrapôs. Percy, que herdara a lerdeza do pai, não percebeu o que estava prestes a acontecer, então não afastou a doce feiticeira. Ele iria até falar algo, mas foi impedido por Calipso que o beijou.

   Inúmeras sensações percorreram o corpo de Percy (entre elas a surpresa, o desejo e a culpa), mas nada conseguiu fazer com que ele afastasse Calipso de si. Nesse momento não existia Annabeth, não existia briga, nem maldição ou guerra alguma, existia apenas eles dois ali, em uma gruta.

   Sem saber se era a culpa ou a falta de ar que o invadia, Percy se separou de Calipso e abriu os olhos, dando de cara com a beliche de Tyson.

   - Quê?! –Percy perguntou a si mesmo total e completamente confuso. Um sonho? Aquilo não passará de um sonho? – Céus, estou ficando louco... –murmurou passando a mão sobre os cabelos. Levantou, e lavou o rosto, tentando por os pensamentos em ordem.

   Aquilo não pode ter sido um sonho, foi tão... Real. –ele pensava confuso. E o pior é que ele sabia que não conseguiria tirar aquilo da cabeça tão cedo, o que o faria brigar mais com Annabeth.

   - Está tudo bem? –Tyson perguntou acordando com o barulho que o irmão fazia. – Você parece preocupado...

   - Está sim... Só tive um... Sonho. –Percy iria falar pesadelo, mas se conteve. Nunca que um sonho beijando uma garota linda como Calipso seria um pesadelo. Apesar de que se Annabeth descobrisse, seria um grande pesadelo.

   - Ah sim... Então ta. –Tyson deu de ombros e voltou para sua cama, roncando logo em seguida. Percy sorriu com a cena, mas continuou preocupado. Ele teria que esquecer o que sonhou, teria que fingir que lembrar de Calipso não mexia com ele.

   No outro dia, depois de fazer as pazes com Annabeth, Percy se deu conta de que por mais que Calipso fosse tudo o que ele procuraria em uma garota, definitivamente Annabeth ganharia. Chegou até um momento em que comparou as duas, mas logo dispersou a ideia. Namorar uma, e pensar em outra não faria bem a sua cabeça.

   À noite, quando foi se deitar, ficou receoso quanto dormir. A parte ciente de seu cérebro queria que ele não sonhasse mais com Calipso, e sim com Annabeth para esquecer essa história de uma vez. Já a parte insana, estava louca de vontade de ter outro encontro com Calipso. Ele, em si, estava louco.

   - Durma, destemido... Prometo não perturbá-lo nunca mais... –Percy escutou em seu chalé. Era impossível não perceber que aquela voz pertencia a sua feiticeira.

   Suspirando melancólico, Percy tentou adormecer. Infelizmente, ou felizmente, a imagem de Calipso não saía de sua cabeça, e foi com ela nos pensamentos que ele dormiu. Por sorte, não teve outro sonho como o da noite anterior, mas se deu conta de uma coisa. Titular Calipso como o “E se” dele, não chegava nem perto do que ela representava. Ele poderia nunca ficar com ela, mas sempre a guardaria no coração e nas lembranças. Ela fora uma das melhores coisas que aconteceram na sua azarada vida de semideus...


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Notas finais do capítulo

E então gostaram?? Tentei seguir uma linha de raciocínio que os amantes de percabeth não me matassem de tantos julgamentos e pá.. Enfim, por favor, se leu me conta o que achou, estou pensando em fazer uma short-fic deles.. Enfim, enfim, OBRIGADA POR LER! Beijos!!