Leo Valdez & A Caçada Ao Monstro De Metal escrita por EscritorEntediado


Capítulo 3
Cap. 2: Melissa, a estranha




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Quíron finalmente relaxou. Sentou-se confortavelmente em sua cadeira de rodas, ao som da máquina de uma banda dos anos setenta. Os melhores anos para um centauro. O café estava na dose certa, e as notícias do New York Times estavam realmente otimistas.

Nenhum campista iria incomodá-lo seis horas da manhã, e sr.D continuaria no Olimpo durante duas semanas. O que poderia dar errado naquele dia fantástico? As caçadoras haviam ido embora, juntamente com Leo e suas explosões...

BAM!

A porta se chocou contra a parede, vibrando a Casa Grande e derrubando a xícara fervente de café no colo do centauro, que exclamou de dor. Não só pelo vapor de suas falsas pernas que queimavam, mas pela expressão de fúria daquela que arrebentou a porta.

– Uma terceira? Jura? - Perguntou Thalia, enfurecida. - Você não nos falou nada sobre uma terceira garota na nossa missão!

– Thalia. Calma. - O centauro levantou-se da cadeira e sorriu. - Ela recebeu uma profecia ontem. Vocês já deveriam estar discutindo sobre ela agora mesma, em quando entravam no labirinto...

– Com ela!? - Thalia apontou para a janela. O centauro espiou do lado de fora. - Fala sério.

Do lado de fora, Leo colocava a mão nas cinturas e sorria, gabando-se. A garota de cabelos castanhos a sua frente sorria de uma orelha a outra, segurando uma caixa de cereais.

– Melissa Mecklogan é uma de nossas melhores...

– Filhas de Deméter. - Thalia Grunhiu. - Percebeu isso pelo chalé ou pela caixa de cereais que ela possuiu? Ah, não, deve ser pela maluquice! Um pôster do Leo e duas figurinhas minhas. Qual o problema mental daquela garota?

– Sente-se. - Pediu Quíron em um suspiro, em seguida, chamou os dois semideuses do lado de fora da casa. Sim, aquela manhã não poderia ser tão tranquila assim.

* * *

Thalia encarava o álbum de figurinhas que a menina de íris esverdeadas retirou da mochila. Batia os dedos na mesa, impaciente, em quanto Leo olhava encantado o álbum, procurando todas as suas figurinhas. Sorriu ao ver uma de Festus voando pelos céus.

– Pois bem, - Quíron começou. - Esta é Melissa Mecklogan. Conselheira substituta do chalé de Deméter. Tem quinze anos, além de ser uma das nossas melhores campistas em questão de magias.

– Sem falar que sou a maior fan de vocês. - Exclamou, animada, a garota. - Sabem, desde a Segunda Guerra dos titãs, os deuses publicaram fotos, figurinhas, pôsters, bonecos de ação de todos os heróis. Bom, na verdade apenas Hermes, e sou a cliente número um dele!

"E talvez a única", pensou Thalia.

– Seja como for, - prosseguiu Quíron. - Ela recebeu a profecia ontem a noite. Quanto mais rápido vocês irem melhor. Discutam a profecia no caminho. - Dizendo isso o centauro forçou todos a se levantarem e empurrou o trio para fora da casa. - Podem ir, isso mesmo, conversem, treinem, cumpram a missão.

– Algum conselho... - A voz de Leo se abafou diante da porta sendo fechada. - Ah, deixa pra lá. Então, qual é a profecia?

A filha de Deméter esperou até chegarem no Punho de Zeus. Em quanto Thalia quebrava as pedras que tampavam a passagem com relâmpagos invocados, contava a profecia para Leo, em quanto o garoto olhava de modo estranho para o cereal com os rostos de Tyson e seus companheiros ciclopes.

– Dentro das ruínas, o quarteto buscará

O monstro cruel, que a destruição de um deles trará

A caça será o caçador, e os semideuses vão rir

Em quanto o caos e a desordem iram sorrir

Logo abaixo do poder poderão encontrar

O que em fim, tanto vão buscar.

Mentalmente Thalia se esforçava em tentar não adivinhar a profecia. Ao longo dos anos aprendeu que não deveria começar a presumir coisas a partir daqueles versos, por que tudo iria acontecer independente do que achassem. No entanto, pensou no último verso, e falou ao mesmo tempo que Leo:

– "Abaixo do Poder", Olimpo!

– Ártemis estava certa. - Confirmou Thalia batendo as mãos, retirando fuligem das mesmas. Raios. Querendo ou não, causam estragos até em quem os controla. - O monstro quer destruir o Olimpo, então temos que ir em direção a ele. Alguma deia de como achá-lo?

Como se fosse uma aluna, Melissa levantou a mão. Leo e Thalia se entrelharam e confirmaram com a cabeça que a garota poderia falar.

– Leo possui uma bússula que sempre aponta para o Olimpo!

– Como sabe disso? - Perguntou o campista, se recordando do invento e verificando se o levara na bolsa. Por sorte ali estava ele, esquecido. - Está aqui.

– Fácil. - Dizia a garota risonha. - Está no álbum de figurinhas dos itens que vocês possuem. Junto com uma Ambrosia de todas as formas. A bússula é a número vinte e seis, logo depois de uma manga dourada de dois filhos de Hermes. Acho que seria ver pessoalmente esta manga.

"Aproveita", pensou Thalia, "e enfia ela no olho, estranha."

* * *

Nenhum dos três havia entrado no labirinto antes, mas com certeza ele deveria ser mais bonito antes. As paredes estavam cinzas, descamando aos poucos. Sangue dourado (monstros) continuavam marcados naquele local. O chão mantinha o fedor de muco.

Isso não impedia Melissa de continuar a falar.

– E quando eu completar as duzentas cartas, posso ganhar uma miniatura do Percy. Já tenho três dele, mas nesta ele estará com contracorrente. Na outra, beija Annabeth Chase. Gostaria de conseguiu a miniatura dela como boné.

Thalia estava começando a se irritar.

Leo acendeu uma chama na palma de sua mão, iluminando o imenso corredor. Os trio começou a caminhar.

Thalia estava irritada.

– Talvez em compre mais Ambrosia de Todas as Formas e consiga uma cópia do boné de invisibilidade dela. Vai combinar com a foto que eu tenho da lança de Clarisse La Rue.

Thalia estava perdendo a paciência.

– Ah! Quem sabe eu consiga uma adaga igual a de Annbabeth Chase também! Já pensaram? Sou muito eficiente quando se trata de adagas. Vou comprar...

Thalia perdeu a paciência.

Será que você não consegue calar a boca!? - Urrou a filha de Zeus, virando-se rapidamente e encarando a campista assustada. - Dane-se suas figurinhas! Uma adaga nova, jura? Esta que está pendurada em sua cintura está ao contrário! Você é burra ou se faz? Se quer fazer algo útil, cale essa sua boca!

Lágrimas escorreram pelo rosto de Melissa, que correu em direção a um corredor da esquerda. Coincidentemente, o mesmo local de onde saíra um urro de um ciclope. Leo reconheceu o urro e sabia que fora provocado pelos berros de Thalia, que estendeu a mão para pegar Melissa. Em vão.

– Melissa! Espere! - Leo olhou zangado para Thalia que arregalou os olhos, tocando-se de que a garota queria apenas falar como era fan de seus amigos. - Vamos.

Correram, procurando a passagem, que parecia sumir. Abriam portas onde estavam monstros, semideuses e até entregadores de pizza. Nada. Estavam começando a entrar em desespero.

Uma hora.

Duas horas.

Thalia começou a se xingar por ter falado aquilo a garota. Leo teve de acalmá-la, e compreendia a colega. Quando o filho de Hefesto abriu a porta, encontrou a filha de Deméter, com sangue na roupa.

* * *

– Quando você disse que sabia magia... - Surpreendeu-se Thalia, avaliando os cipós que seguravam todo o corpo do ciclope. - Não disse que era tanto assim! Uau!

Melissa sorriu com o elogio da rebelde. Sentava-se em uma estátua, melada do que parecia sangue, mas na verdade era mais uma de suas ambrosias. Puxou uma carta da embalagem que mostrava Medusa.

O ciclope se debatia, em vão. A boca fora amarrado por um cipó, assim como braços, pernas, barriga. Leo começou a fazer piadas sobre a situação, arrancando risadas de Thalia e Melissa. E ali descansaram.

Naquele momento, o trio percebeu que poderia se entender, por mais que fossem suas diferenças. Mas a felicidade de um semideus dura pouco, e o chão começou a tremer.


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Notas finais do capítulo

Glossário:

Ambrosia de todas as formas: Ambrosia que vem em pacotes coloridos. Cada uma contém uma carta de Mitomagia (jogo favorito do lendário Nico Di Angelo) e uma figurinha para o albúm de colecionador. Dois dracmas cada, sendo vendidas apenas por Hermes.



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