Leo Valdez & A Caçada Ao Monstro De Metal escrita por EscritorEntediado
Seria um sonho ou Leo teria novamente tido a cabeça acertada por uma esfera de metal voadora? Aquele pedido era muito insano, especialmente para aquela deusa. Se naquela mesma manhã avisassem a ele que tudo aquilo iria acontecer, ele apenas diria para a pessoa sentar e esperar. Ou cortar a língua com um ferro de passar, por que ele odeia mentirosos.
* * *
- Buford! – Berrava furioso o filho de Hefesto. – Buford, sua mesa surda! Tudo bem, mesas não tem ouvidos, por que se tivessem, arrancaria as suas! Buford!!
Nenhum som. Somente o do martelo que o campista continuava a bater contra a nova construção. Esperando uma resposta, apoiou o objeto em uma mesa e sentou-se logo em seguida. Por alguns minutos, observou tudo o que fizera em tão pouco tempo e mesmo assim que parecia uma vida: Bunker 9.
Fileiras de mesas repletas de invenções, da entrada até os fundos. Rangendo, pulando, atirando-se (bolas de metal infernais!). As prateleiras de livros haviam sido ocupadas por mais inventos inspirados nas obras de Hefesto. Desde aranhas que se moviam silenciosamente à mini-leões de Neméia de metal que vagavam de um lago para o outro brigando entre si ou rasgando as páginas dos livros que sobraram. Leo estava nos fundos, e ainda sim sabia que havia mais pela entrada.
- Buford! – Gritou, perdendo a paciência. – Pelo amor de Hefesto! Se estiver na cozinha tentando dar uma de Mesa Romeu para a torradeira de novo, juro que faço de você uma torrada e coloco dentro dela.
Sabendo que teria de servir-se de néctar sozinho, se dirigiu à cozinha. No caminho, pôde ver um espelho que havia criado. Quando ativado transformava-se em um campo de ilusões, mas por hora, era apenas um espelho por onde Leo viu sua aparência.
Os cabelos cacheados castanhos estavam crescidos. A blusa do acampamento manchada de graxa, junto com a calça marrom formal que fazia par ao cinto dourado de ferramentas. A pele morena do campista fazia seu charme. Aplicou uma piscadela ao espelho e continuou rumo à bronca da mesa e seu néctar.
Até que ouvira a campainha. Um eco estrondoso por todo o Bunker 9. Se Leo soubesse o que esperava, não iria imediatamente atender.
* * *
Rose não sabia o que esperar. Entrara no acampamento há apenas uma semana e jurava nunca ter visto o filho de Hefesto que todos tanto falavam e admiravam por ter criado a máquina de refrigerante, embora tenha trocado refrigerante por um estoque de néctar ilimitado.
O chalé de Afrodite, o qual Rose pertencia, falava mal do visual do campista. Diziam que o rapaz era feio mesmo para os padrões de um filho de Hefesto. Além de possuir dezesseis anos, dois anos à mais que a idade de Jane e parecer um garotinho ainda. E mesmo assim Rose não se importava tanto com os comentários das meio-irmãs. No entanto, achava estranho alguém ficar tanto tempo dentro de uma árvore.
O portão de ferro no imenso caule rangeu. Dentro dele, uma pequena portinha se abriu e dela saiu um enorme megafone. Este berrou com uma voz grossa e autoritária:
- Quem ousa invadir o território daquele que domina as forjas, o todo poderoso e imortal Leo Valdez, dominante das terras de...
- Leo, seu idiota, sou eu e uma amiga. – Gritou Piper. A morena saiu de dentro das moitas e foi em direção à meio-irmã. – Desculpe, Rose. Ele é um convencido. Desculpe lhe seguir, mas esqueci de falar desse... – Ela gritou novamente. – Enorme Ego do Leo!
O portão de ferro se abriu. De fora, podiam-se ouvir engrenagens funcionando. Piper se despediu da meia-irmã e se dirigiu para fora da floresta, provavelmente voltando aos afazeres normais do acampamento. Em quanto isto, Rose provavelmente iria conhecer o campista de dois metros e rosto carrancudo.
Quando o garoto apareceu, ela se surpreendeu pelo simples fato dele ser, normal.
- Onde ela está? – Perguntou o moreno, segurando um martelo. Seu rosto era de alguém preocupado e medroso. Olhou para os lados, ignorando a filha de Afrodite. – Já disse que não foi minha culpa o batom dela explodir. Bom, talvez tenha sido, mas ainda sim, não foi.
- Ela já foi. – Respondeu Rose. – Você é Leo Valdez? – A pergunta era idiota, mas Rose sabia que nem tudo era o que parecia no acampamento, especialmente na floresta. Por isso usou um pouco de charme (somente ela e Piper possuíam aquele dom) na voz.
- Ao vivo e em cores! E um pouco de graxa na roupa... – Respondeu o rapaz, sorrindo. Empurrou o imenso martelo para o pequeno cinto de ferramentas. Como aquilo poderia caber ali? Provavelmente fora um presente de seu pai. – E você?
- Sou Rose BlackLock. Estou aqui por que Quíron...
- Mandou eu ir falar com ele. – Leo revirou os olhos, acostumado com aquilo. – Já até sei. O globo de discoteca deve ter pegado fogo. Mas, veja, ele disse que gostaria de uma festa “quente”. Será que entendi mal?
- Não. Ele deseja falar com você. Não apenas ele, mas uma deusa.
- Deusa? Sua mãe? – Os olhos de Leo brilharam.
- Não, Ártemis, a deusa da caça.
* * *
O que Leo conseguiu resumir aquela noite foram as palavras ditas por Ártemis:
“- Não temos muito tempo. Um monstro está a solta e somente você poderá nos ajudar. Arrume o mínimo de bagagem masculina, pois partiremos ao amanhecer. E lembre-se: É uma missão de vida ou morte rígida. Se tentar flertar...
- Ganho uma flecha na cabeça? – Perguntou Leo, suando.
- No local que você nunca irá esquecer.
- Espero que esteja falando das minhas mãos, por que sem elas, não consigo construir nada.”
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