Desci o elevador com uma raiva súbita do meu “precioso” chefe Nick Fury. Não se desafia uma Stark, somos orgulhosos e nossos egos são maiores do que nós para suportamos uma derrota.

Perguntei a um dos agentes onde o capitão America estava instalado, o mesmo me olhou com um certo medo e receio, como eu detestava aquele olhar. Sempre que eu falava com alguém que não era próximo o bastante de mim me encara com aquele olhar de “OMG, essa é a Lilian Stark!”. Quer saber, não é grande coisa ser uma Stark, ser uma bilionária, agente, quebradora de corações formada em medicina. Pelo menos não é grande coisa pra mim. Caminhei até a sala que o agente me explicou, antes de entrar, respirei fundo me lembrando do que Nick havia me falando antes de sair a procura do capitão “Se for boazinha, terá férias prolongada”. Eu precisava ser outra pessoa né? Era isso que Fury estava querendo dizer? Bem não importa, está na hora de conhecer Steve Rogers.

Assim que adentrei na sala, havia um rapaz loiro com grande porte físico sem camisa e virado de costas para mim. Só aquela visão já me fazia perceber que eu teria uma bela “paisagem” por todo o tempo que passaria com ele.

–Com licença. - Chamei sua atenção mostrando que estava ali, o rapaz se virou e entrou em chamas ao perceber que eu o olhava sem camisa. Colocou uma blusa preta com um corte V destacando seu belo corpo. Deus, aquele cara era um pedaço de um ótimo bom caminho.

–Desculpe eu não reparei que você estava aqui.-Disse com um tom de vergonha, dei um sorriso debochado, nenhum homem ficava envergonhado por estar sem camisa na minha frente, alguns queriam até mostrar coisas a mais.

–Não tem problemas. Eu percebi que estava distraído com seus pensamentos. -Sentei na cama que havia no quarto olhando bem em direção a ele. Steve Rogers tinha por si próprio o porte físico de um herói digno, e a educação de um homem de seu tempo, hoje em dia será muito disputado pelas mulheres desiludidas com seus homens brutos do século XXI.

–Sim eu estava, ainda há muita coisa para organizar em minha mente. - Confessou constrangido. Eu poderia entende-lo, quando se acorda depois de setenta anos você pode ficar do jeito que quiser.

–Não deve ser fácil acordar e perceber que tudo que conhecia se foi né? - Tentei ser condescendente com sua situação, só que eu não poderia entender mesmo e nem deveria tentar.

–Não, ainda mais quando você sabe que aquilo tudo que você conhecia se tornou de alguma forma inútil. - Comentou com amargura.

–Sinto muito pela humanidade estragar aquilo porque quem lutou.

–Estou aqui, despejando uma lista de problemas a você. Mais eu ainda nem sei o seu nome.- Steve abaixou a cabeça envergonhado e aquilo foi uma atitude fofa de sua parte, porque eu nunca fico com homens assim.

–Sou a Agente Lilian Stark. Mais pode me chamar de Lily. - Quando dizia meu nome, sentia o maior orgulho por poder incluir "agente"

Ele estendeu a mão em comprimento e eu a apertei suavemente.

–Sou Steve Rogers, mas me chame apenas de Steve.

–Prazer em conhecê-lo Steve. E um imenso prazer.

–Igualmente senhorita. Desculpa em perguntar, mais você é a filha de Howard Stark não é?

–Por que eu me pareço tanto assim com ele?

–O sorriso, desinibido e corajoso, e também por causa do sobrenome.

–Esse sobrenome não é muito comum não é?

–Não, conheci apenas um Stark na vida, até agora.

–Talvez você tenha sorte de não conhecer o outro.

–Você tem algum motivo especifico para me fazer uma visita Lily?

–Sim, na verdade estou em uma missão. E preciso saber se vamos fazer isso do meio fácil, ou do meio difícil?

–Não estou entendendo. – Confessou o loiro sentando ao meu lado na cama, me virei olhando fixamente para ele, sua saúde era tudo que me preocupava, porque eu havia sido encarregada de cuidar dele durante todo o tempo que ele passou dormindo, não encontrava nenhuma imperfeição que fosse, e por Deus, parecia que aquele homem não havia passado tantos anos no gelo. Dei um sorriso sarcástico quando o vi corar porque eu estava o olhando demais, então falei;

–Eu posso passar o tempo que precisar te observando de longe e você nunca sentiria minha presença fantástica, ou posso ficar com você o tempo que precisar para se habilitar nesse novo tempo, e serei uma ótima companhia.

Ele deu um sorriso tímido olhando para baixo e balançando a cabeça um pouquinho. Olhando ele sem ser na questão profissional, ele me parecia um rapaz mais bonito que eu esperava, e se eu não fosse, bem, “eu”, estaria com o coração acelerado só de estar perto dele. Mais eu não sou mais uma adolescente e muito menos estou disposta a me apaixonar. Ele é o Capitão América, e eu sou a quebradora de Corações, ele luta para salvar vidas, e eu destruo aqueles que tentam me amar. Então por que o olhava de forma tão estranha?

–Bem, eu acho que prefiro a segunda opção. Não será preciso manter você distante, parece que tem algo diferente em você, e talvez me ajude a lidar com toda essa bagunça.

–Tudo bem, só preciso ir pegar algumas coisinhas antes de irmos. Pode me esperar aqui?

–Tranquilamente, tem todo o tempo do mundo.

–Capitão se continuar assim terá muitas garotas ao seu redor.

–Não sou do tipo galanteador.

–Ah é? Então você é que tipo?

–Você conhecera conforme o tempo.

Sai a procura de Natasha com um sorriso nos lábios, lembro que meu pai ficava me contando historias incríveis sobre o famoso “Capitão América” o que me causou uma certa admiração pelo herói, nunca imaginei que depois de 70 anos o achariam e seria meu trabalho cuidar dele. Não era um sonho realizado, mais é um grande desafio.

Fui até o centro da agencia aonde eu vi a Natasha sentada fazendo porcaria nenhuma.

–Quer dizer que na minha folga eu preciso trabalhar. Mais a dona aranha aqui pode ficar numa boa.

A ruiva me olhou com uma cara de deboche, nosso relacionamento não era dos mais agradáveis, até porque tinha uma concorrência entre eu e a Natasha como a melhor lutadora da S.H.I.E.L.D. Como melhor agente não tínhamos chance “Coulson” sempre iria ganhar.

–Soube que ganhou a missão como babá. Deve estar muito feliz. - Para um agente não existia coisa pior do que ser colocada em uma missão de espionagem, ou no meu caso cuidar da vitima.

–Você deve estar saltitando com isso não é? Aposto que ira contar para o Clint e ficaram dando risadas pela minha costa.

–Não me compare ao seu nível Stark. Não sou tão criança. Apenas disse ao Barton que você ficara um tempo se dedicando um pouco a mais para o garotão de gelo.

–Você é repulsiva Romanoff. Não sei como posso trabalhar com você.

–Eu me pergunto a mesma coisa sobre você Stark. A propósito, foi eu que deu um “empurrãozinho” para você ir cuidar do capitão. Você me pareceu tão, “ligada” a ele quando o encontraram, quase teve um ataque Coulson.

–Foi você! Sua traidora, como pode fazer isso comigo? Você sabe como essas missões são tediosas e insignificantes, para alguém com habilidades como a minha!

–Claro que eu sei. Mas se não se lembra quem terá que cuidar do Stark mais velho em?

Senti meu rosto pegando fogo com aquele comentário cruel. Então comecei a andar nervosa voltando para a sala aonde o Rogers estava. Mais antes disso gritei furiosa direcionado para a ruiva;

–Você é má Romanoff, você é muito má!

Isso que dava eu ser uma agente. Era com esse tipo de pessoas que teria que lidar, mais a única parte divertida e que sempre podemos matar alguém, talvez eu tenha a oportunidade de mata-la um dia, isso seria um grande sonho.