O Romântico escrita por Gil Haruno


Capítulo 1
One-Shot! - O Romântico


Notas iniciais do capítulo

Uma one curtinha!



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ロマンチック

Um olhar agoniado foi lançado à visão distante de Konoha. Dali, de cima daquela pedra alta, dava para vê a vila da folha, coberta por uma camada densa de névoa.

–Ei, Sasuke! Podemos prosseguir!

O vento sacudia o cabelo negro, batendo contra o rosto bonito do ninja. Sua expressão era calma, embora ele passasse a maior parte do tempo sério.

–Achamos água. Podemos seguir em frente agora.

Olhando para baixo, ele avistou seu antigo treinador, mostrando a água que havia conseguido. Em questão de segundos seus pés ágeis tocaram o chão e, sem esperar os outros, deu início à sequência de passos.

–Por que você está tão apressado, Sasuke?

–Só quero chegar em casa.

A resposta não agradou o amigo que, sorridente, cutucou suas costas.

–Que tal tomarmos café na barraquinha de lámen do tio? – Perguntou animado, mas a resposta do amigo foi um olhar sério. –Por que não? Passamos uma semana longe da vila da folha. Uma tigela de macarrão vai cair muito bem.

–A Hinata não vai se importar?

Naruto coçou a cabeça. –Não muito, sensei. – Sorriu pensativo. –Passamos muito tempo juntos, às vezes eu até acho que sou chato demais, por isso Hinata não pega no meu pé.

Sem querer, Sasuke acabou se interessando pela conversa, mas não participou dela. Seus pensamentos estavam direcionados à sua esposa que, um dia antes dele sair em missão, tinha-o obrigado a dormir no quarto de hóspede.
Realmente ele estava longe de compreender Sakura Uchiha, mesmo depois de dez anos de casados. Sakura passara a lhe cobrar coisas que não fazia parte da sua personalidade e se tornava distante ou vingativa sempre depois de ouvir um belo ‘não’.
Ele nunca se interessou por jantar a dois, buquês de flores, declarações de amor, e tudo que fizesse parte de um relacionamento amoroso. Para Sasuke Uchiha, nada disso era preciso se ela sabia que ele a amava e que, passar o resto de sua vida com ela, era seu maior objetivo. Mas tinha que admitir que nunca fora um homem romântico, como Sakura merecia que ele fosse com ela, pelo menos uma vez na vida. Então, por que ele não poderia agradá-la só um pouco e provar que ele também sabia ser romântico?

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Chegara a passos lentos no bairro Uchiha e, da mesma forma, prosseguiu até chegar em casa. Pensava no que poderia fazer durante o dia, sendo que tinha três crianças em casa, e que a menor mal desgrudava de Sakura.
Talvez ele começasse o dia dando a ela um buquê de rosas vermelhas, toda mulher adora flores, seguido de um belo café da manhã na cama. Com Ken e Haito na escola, sobraria apenas Megume, mas ela só tinha cinco anos, facilmente se distrairia.
Abriu a porta devagar, podendo ouvir a voz de Sakura na cozinha, falando com um dos filhos. Prazerosamente ele soltou um longo suspiro, pois pensava no merecido descanso depois de um banho demorado. Ao deixar a mochila no chão, foi à cozinha e, ao chegar à porta desta, não se pronunciou; apenas permaneceu em silêncio.

–Papai!

Fora descoberto por Megume que, ao vê-lo, saiu da cadeira correndo e se jogou nos braços dele. Ela era a caçula dos Uchiha. Herdara os belos olhos verdes de Sakura e o cabelo negro do pai.

–Por que demorou tanto? – Perguntou a pequena, com o cenho franzido.

–Eu tinha muitas coisas para resolver.

Sasuke deixou-a no chão, sob o olhar atento de Sakura.

–Cuidaram bem das mulheres dessa casa? – Perguntou aos filhos mais velhos, que tinham uma grande semelhança com ele, naquela idade.

–Não se preocupe, pai. Somos responsáveis.

Respondeu Ken, o mais velho.

–Quando vamos continuar com os treinos? – Perguntou Haito que, apesar de ter a personalidade de Sasuke, era mais flexível que Ken.

–Amanhã. Estou muito cansado hoje.

Sakura observava a interação de pai e filhos, mas decidiu não cumprimentar o marido, esperaria ele se pronunciar primeiro. Ela odiava quando eles brigavam, principalmente dias antes de uma missão, por que quando se reencontrava, o assunto em questão tinha sido esquecido. Mas, naquele dia, ela decidira não esquecer o motivo por que eles brigaram. Depois de muito pensar, Sakura tinha tomado uma decisão, e jurava nunca mais aborrecê-lo.

–Terminaram com o café?

–Sim. – Disseram juntos.

–Muito bem. Podem ir para o quintal, mas... – Olhou os filhos com seriedade. –, nada de jogar shurikens, kunais, agulhas ou fazer jutsus um no outro. E cuidem da Megume.

Ken suspirou emburrado. –Por que ela tem que vir com a gente?

–É, mãe. – Concordou Haito. –Ela é chorona e não tem habilidades.

–Sem reclamações. – Disse fazendo-os ir.

Sakura voltou os olhos para o marido e o encontrou sorrindo.

–O que foi? – Indagou recolhendo os pratos da mesa.

–Eles são bem parecidos com nós dois.

–É verdade. – Deixando a louça suja de lado, ela observou-o preocupada. –Você está bem?

–Sim.

–Uh. – Murmurou faltando-lhe palavras. –Está com fome?

–Não.

Eles não sabiam o que dizer ao outro, tampouco como se reaproximarem. Porém, Sasuke logo pensou nos objetivos que teria que alcançar logo e não hesitou em se aproximar dela.

–Sakura, eu...

–Eu sei que ando cobrando muitas coisas de você e não percebo o quanto estou sendo irritante e persistente. – Disse interrompendo Sasuke. –Não é culpa sua se você nunca foi um cara romântico ou sensível. Você tem essa personalidade forte e eu me apaixonei por você desse jeito. – Os olhos verdes embargaram. –É que... Às vezes estou sensível demais e acabo cobrando uma posição mais amorosa de você. Por isso não vou mais exigir esse tipo de coisa, por que eu te amo com ou sem palavras bonitas.

Abraçou-o fortemente, com o coração disparado. Era engraçado que, depois de tanto tempo, ela ainda se sentia uma menininha perto dele.

–E se eu quiser ser um cara romântico?

Sakura se afastou dele, mantendo o olhar fixo nos olhos negros.

–Não quero que você se sinta obrigado a me agradar.

–Mas eu não estou me sentindo. Eu quero fazer isso por você.

–Viu só? Você quer fazer isso por mim. – Beijou-o rapidamente e logo se afastou. –Vamos esquecer isso, né?

Sasuke olhou-a incrédulo. Agora que ele estava disposto a ser um cara romântico para a sua esposa, ela ignorava seu esforço. Sinceramente, nunca entenderia atitudes tão avessas.

–Tenho que ir ao hospital agora, mas volto a tempo de fazer o almoço.

–Agora?

Sakura se virou para o marido, estranhando a pergunta, pois ele dificilmente lhe interrogava quando o assunto era o hospital.

–Fiquei de vê uns pacientes.

–Pensei que fôssemos ficar juntos quando eu voltasse. Aliás, você sempre reclama quando eu volto de uma missão e...

–Mas isso é passado. – Sorriu terminando de organizar a mesa. –A nova Sakura é compreensiva e decidida a não ser um chiclete no calcanhar do marido.

Exasperado, Sasuke se sentou na cadeira.

–Você está... – Interrompeu-se com um sorriso malicioso. –Está tentando me arrastar para a cama, senhor Uchiha? – Aproximou-se dele, beijando-o com paixão, mas a reação dominante não durou muito, para o azar de Sasuke. –Obrigação em primeiro lugar. Você sempre diz isso.

Sakura se levantou do colo do marido e deixou a cozinha com um sorriso. Sasuke suspirara alto ao vê-la sair, deixando-o para trás com a promessa de que voltaria antes do almoço.
O moreno estava frustrado, como não se sentia em anos, e não sabia qual seria o próximo passo para surpreender sua esposa desalmada. Mas ele era um Uchiha e nunca desistia dos seus objetivos, por mais inalcançáveis que fossem.

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Observava as flores no centro da mesa, os pratos muito bem posicionados, e todo o ambiente romântico que a sala tinha se transformado. Apesar de está exausto devido à viagem, Sasuke dedicou aquela manhã à cozinha e decoração da sala. Queria fazer as pazes com Sakura em bom estilo e nada melhor que um momento a sóis com ela.
As crianças estavam na casa dos avós, eles adoravam aquela casa, talvez por que tivessem a liberdade de fazer o que queriam.
Sasuke observou o relógio e, em trinta minutos, Sakura estaria de volta. Apressou-se para tomar um banho, sendo que as roupas já estavam escolhidas.

O moreno arrumava as mangas da blusa quando Sakura entrou no quarto. A bolsa foi deixada no chão e, empolgada, ela beijou o marido, antes de se pendurar no pescoço dele.

–Eu não acredito que você fez isso para mim!

Sasuke sorriu de canto, gostando de vê-la sorrir.

–A cozinha limpa, a sala produzida, as crianças almoçando e...

–O quê? – Será que ele estava ouvindo bem?

–Eles adoraram a comida! O Haito já repetiu duas vezes!

–Eles foram para a casa dos seus pais. Por que voltaram tão cedo?

–Meu pai está com um resfriado muito forte e não ia querer contagiar os netos.

Sasuke se sentou na cama, passando os dedos no cabelo úmido.

–E as flores? – Indagou esperançoso. Pelo menos ele poderia dá as flores a ela.

–As flores que Megume está plantando no jardim? – Indagou divertida. –São lindas. Ela acha que crescerá uma árvore se plantá-las juntas.

Sasuke deitou na cama, encarando o teto, incrédulo. O café da manhã e o almoço foram um fracasso, mas a noite estava por vim, e ele tinha grandes planos para ela.

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O lençol vermelho fora estendido sobre a cama. Centenas de pétalas de rosas vermelhas foram jogadas em cima da cama e uma boa quantidade no chão.
As cortinas brancas esvoaçavam dentro do quarto, pela leve corrente de ar que entrava pela janela entreaberta. A lua brilhava majestosa, embelezando o cenário no quarto, que era iluminado por velas perfumadas. Ao lado da cama, dentro de um balde de gelo, o champanhe esperava o momento de ser aberto.
Sasuke deu uma boa olhada em tudo novamente e respirou satisfeito. Sakura não demoraria a chegar, pensou, depois de deixar as crianças na cama.

–Sasuke-kun... Você acredita que...

Ela apareceu na porta, com a silhueta esbelta em uma camisola simples, porém graciosa. Surpresa, a rosada adentrou o quarto e, assim que seus pés tocaram as pétalas de rosas, ela olhou para o chão.

–O que... – Levantou a cabeça rapidamente. –O que significa isso?

Agora tinha chegado o momento mais difícil para Sasuke: falar sobre seus sentimentos.

–Estou tentando, desde hoje de manhã, ser um homem diferente para você.

–Sasuke-kun, você não precisa...

–Eu nunca fui romântico como você gostaria. – Interrompeu-a. –Eu nunca te levei para jantar, mesmo você me pedindo diversas vezes. – Sakura sorriu emocionada. –Nunca te dei flores, mas saiba que tentei fazer isso hoje, mas Megume foi mais rápida. – Riram juntos, timidamente. –Eu só quero que você saiba que... eu te amo e... – Tossiu de leve, tentando desentalar as palavras. –, e que tentarei, pelo menos uma vez ao ano, ser romântico para você.

Sakura o abraçou, enlaçando suas pernas na cintura do marido. Sasuke a levou para a cama, beijando-a por que não via a hora de fazer tal coisa, e a deitou. Seus dedos apressados agarraram-se a alça fina da camisola, na intenção de arrancá-la.

–Mamãe.

Sakura abriu os olhos em abrupto e Sasuke quebrou o beijo. Irritado, o moreno saiu de cima da esposa, respirando o mais fundo que poderia.

–O que foi, querida? – Sakura foi à filha. –Está se sentindo mal?

–Estou com medo.

A rosada acendeu a luz, Sasuke, por sua vez, soprou as velas, desanimado.
Olhavam o teto, sem sinal de que logo dormiriam. Ao contrário de Megume, que dormia no meio dos pais, aquela seria a noite mais longa de suas vidas.

–Sasuke-kun?

–Uh?

–Obrigada. Você me surpreendeu hoje.

–Você sabia que eu estava tentando concertar meus erros.

–Sim, mas não pensei que você fosse se empenhar tanto. – Sorriu. –Já que você sabe que estava errado, podemos sair para jantar amanhã. Que tal? – Indagou fechando os olhos prevendo um ‘não’.

–Tá.

–Sério? – Perguntou se levantando.

–Dei minha palavra não foi?

Sakura comemorou, arrancando do marido um sorriso de canto.

–Eu te amo, Sasuke-kun.

–Eu também.


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