Lillarisu escrita por plemos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma estória qualquer sobre uma garota que podia ser a mais exótica pessoa do mundo, mas preferiu ser como todas as outras. Essa é uma estória qualquer sobre uma garota qualquer, que crescendo no calor masculino de sua casa nunca sentiu demasiada curiosidade sobre o perigoso e insensível mundo de fora do seu lar. Acompanhem-me na estória dessa tal garota, estória essa que poderia ser a nossa, mas não é. A partir de agora, vocês serão meus solenes convidados no mundo de Alice, na verdade, Arisu, uma pequena e indefesa japonesa - de grandes olhos azuis.



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Lillarisu. Lilla: palavra sueca que significa "pequena".

Arisu: Alice em japonês.

Tão pequena que não chegava a altura dos joelhos de seu pai. Restava-lhe apenas acomodar-se sobre as pernas do mesmo. Kougami era um homem grande e um grande homem também, se é que vocês me entendem. O melhor detetive do Japão, pai solteiro, praticamente viúvo. Vivia com os dois meio-irmãos, tios da pequena em seu colo.

— Tem uma coisa que eu não consigo entender: por que só podemos ver as estrelas assim quando estamos neste lugar? Por que elas não brilham desta forma na cidade, pelas janelas de meu quarto? - O tamanho não é documento, não para Arisu. A garota aprendeu a falar com sete meses, desde então nunca mais calou-se. Contestava todas as verdades absolutas a sua volta.

— Porque aqui as luzes da cidade não podem ofuscá-las… - O pai tentou simplificar o máximo que pode, mesmo não havendo necessidade. Ela sempre compreendia tudo.

 

Shinya Kougami, 28 anos, detetive da Secretaria de Segurança Nacional Japonesa, o melhor entre todos. Conheceu uma sueca alguns meses antes de Arisu nascer. Foi uma história de amor rápida e profunda, daquelas que acontecem uma vez na vida de cada homem. Mas o marcou para sempre. Arisu nasceu e pouco tempo depois a sueca sumiu do país. Aquilo deixou Kougami profundamente irritado, mas não havia mais o que fazer. Teria de cuidar agora do que restou da relação dos dois. Nunca se arrependeria de nada, pois sempre que a menina de quatro anos em seu colo o olhava, com os grandes olhos azuis da mãe, e o perguntava coisas que crianças normais nunca perguntariam aos pais, ele se sentia o melhor homem do mundo, com a força para destruir tudo que pudesse lhes fazer o mal.

 

A garota entendeu o que o pai quiser dizer e então, afundou seu rosto no peito do moreno. Estava com frio.

— Então vocês estão aqui… - Uma voz grave e firme soou por trás de ambos, um moreno tão alto e forte quanto Kougami se aproximou. - Cubram-se com este edredom e, por favor, entrem logo, parece que esta noite vai nevar.

— Não tem como, Gino-chan. Veja as estrelas no céu, impossível elas permitirem que neve esta noite. - Falou a menina. O mais velho surpreendeu-se, apesar da aparência - e da realidade - aquela menina definitivamente nunca poderia ter quatro anos.

— Odeio quando você me contesta… - Suspirou, aborrecido. - Você quem sabe Kougami, depois fica com um resfriado daqueles e eu tenho que substituí-lo no Departamento… Por favor, não demorem a entrar, logo Makishima chegará e o jantar será servido. - Saiu, sério. Não ia falar mais nada, aqueles dois nunca o escutava mesmo. Para Arisu, Ginoza era simplesmente seu tio rabugento.

 

Ginoza Nobuchika, 28 anos, também detetive da Secretaria de Segurança Nacional Japonesa, parceiro de investigações do meio-irmão mais velho, Shinya Kougami. Possuem em comum a mãe, a quem ambos herdaram os cabelos quase negros e lisos, além da personalidade irredutível. A mãe de Kougami apaixonou-se pelo pai de Ginoza quando ainda estava grávida do mais velho. Cresceram juntos até os pais se separarem e, mais uma vez, a mãe se apaixonar por outro homem, este pai do terceiro meio-irmão.

 

— Não é porque você é grande e forte que precisa sujeitá-la ao frio do campo esta hora da noite. - A voz desta vez era tranquila. O terceiro meio-irmão, Shougo Makishima. - Venha Arisu. - Não houve contestações por parte da pequena, ela simplesmente pulou nos braços do mais velho. O adorava tanto que não sabia pôr em palavras. Kougami enciumou-se e entrou para o jantar, ali não havia mais espaço para ele.

 

Shougo Makishima. 22 anos. O mais velho dos três irmãos. Makishima era um homem eclético, gostava de provar todas as áreas do conhecimento humano. Era um intelectual inquieto, por isso sua ocupação estava constantemente alterando-se.

Makishima era também o favorito depois do pai para Arisu. Devido ao trabalho, Kougami passou boa parte da criação da garota para o irmão mais novo, coisa que este aproveitou-se para moldá-la ao seu bem querer. Makishima calculou que 85% da personalidade de Arisu só existia por influência sua, mal sabia ele que era muito mais. Arisu se via no tio completamente, queria ser como ele, queria pensar como ele. Ele era a mola para a sua existência.

— Hoje iremos ler um livro especial… Então é bom que esteja pronta. - Sorriu para a criança em seus braços, um sorriso adorável por sinal.

— Depois do jantar? - Foi a resposta de Arisu.

— Depois do jantar. - Apertou a menina em seus braços. Começava a cair os primeiros flocos de neve, Ginoza tinha razão.

 

Arisu olhou para o céu, sorrindo. As estrelas ainda brilhavam como nunca.


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Notas finais do capítulo

Filha de Shinya Kougami com uma sueca desconhecida cujo primeiro nome é Malin. Herdou os cabelos castanhos escuros do pai e os grandes olhos azuis da mãe, da qual não se lembra - pois nunca chegou a conhecê-la. Apaixonada por livros teóricos e fantasiosos desde que aprendeu a ler, destaca-se das demais crianças devido a sua incansável sede de conhecimento. Sempre mimada pelo pai, que a criou juntamente com os tios. Esta é Arisu Malin Kougami, o elo de ligação desta família.



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