Estávamos voltando para o Kansas, já fazia duas semanas que eu e Annabeth não nos falávamos direito. Na verdade nos falávamos quando era realmente necessário. Na realidade era bem chato quando a gente ficava assim, eu já tinha me acostumado com sua companhia que agora me sentia até meio perdido.
As coisas estavam meio bagunçadas, e minha cabeça não parava de doer, pois perdia tempo demais pensando... Que talvez fosse a hora de parar, parar de caçar. Isso me vinha a cabeça nos últimos dias, mas eu não tinha certeza se era o que realmente queria.
Estávamos hospedados em um hotel meio caído mais servia, Annabeth estava no quarto ao lado, tínhamos que procurar trabalho, pensamos que seria bom descansarmos na estrada de volta...
Já estava de pé saindo do quarto, quando dou de cara com uma Annabeth com o rosto inchado com apenas um olho aberto com uma toalha no ombro, deduzi que estaria indo tomar banho, ela era assustadora pela manhã, ela passou por mim sem dizer nada, fui pra cozinha e enchi meu copo com chá gelado, estava vestido com uma bermuda velha e uma camiseta qualquer, não era só ela que parecia um mendigo. Voltei pro quarto e me troquei.
Hoje o dia seria bem mais calmo que o normal, por conta dos acontecimentos anteriores estava sem nenhum caso pra resolver, esperaria Annabeth se organizar e partiríamos de volta para Kansas...
P.V.O ANNIE
A convivência com o Percy está me deixando cada vez mais irritada, sentia um cansaço quase sempre não era fácil essa vida, tenho que admitir que ele me advertiu que não seria as mil maravilhas, Percy e eu quase não nos falávamos muito desde nossa ultima discussão. Também já estava cansada de Luke. Apesar de tudo o que ele faz para me impressionar, não sinto nada concreto por ele e isso dói mais em mim do que nele. Eu acho que não o mereço é bom demais pra mim. – Desliguei o chuveiro, tenho essa mania de me perder em pensamentos enquanto tomo banho. Vesti uma roupa simples hoje voltaríamos para Kansas, não tínhamos nada a fazer a não ser e voltar e verificar algum novo trabalho.
Sai do banheiro havia duas mochilas no chão próximo a porta, a porta estava aberta e o carro parecia ligado na garagem, enfiei minhas coisas dentro da minha mochila peguei as outras duas e fechei a porta, provavelmente Percy estava pagando a conta, pois quando cheguei ao carro não tinha ninguém. Entrei e joguei as mochilas para o banco de trás. Sentei no banco do passageiro e peguei uma revista, Percy voltava trazendo pequenos pacotes de salgadinhos.
– Tudo pronto? – Ele perguntou, eu fiz que sim com a cabeça. Percy entrou no carro e começou a dirigir.
Seguíamos duas horas sem não dar um pio, o que era bastante constrangedor. Percy percebeu isso e ligou o radio tocava ‘’ Always ’’ do Bon Jovi a musica era tão deprimente que tive vontade cortar os pulsos. Interrompida por este pensamento ele diz:
– Olha não podemos ficar assim, sabe.
– Ficar assim como? – Pergunto sabendo a resposta.
– Sem nós falar, somos parceiros, e eu sei que errei aquele dia com os vampiros, mas estamos aqui, estamos bem então acho que deveríamos parar com a ‘’greve de silencio’’. – Ele disse sem tirar os olhos da estrada um minuto.
Eu não sabia bem o que dizer então resolvi arriscar.
– É eu também acho aquele dia eu disse coisas que eu não deveria. Eu... me aproximei mais de você do que deveria, você me trata como uma parceira, mas eu não consigo separar as coisas, aquele dia me preocupei de verdade com você, e todo esse silêncio foi pra mostrar que independente do que você me considere, não importa no que nos metermos sempre será você em primeiro lugar.
Ele ficou sem reação, e agora olhava vidrado para estrada. Nos minutos seguintes a única coisa que se ouvia era a rádio tocando uma musica que eu não saberia dizer o nome, nesse momento quis poder saber o que ele estava pensando...

P.V.O PERCY
Talvez se eu ficasse calado ela não saberia que eu estava no banco ao lado dirigindo, Annabeth nunca me tratou com carinho nem nada parecido e eu nunca pedi esse tipo de tratamento. Pra mim ficava bem claro cada um na sua, quando você se importa com as pessoas geralmente elas te decepcionam ou vão embora, já fazia alguns anos desde que tinha perdido os meus pais e tinha prometido pra mim mesmo que não me apegaria a ninguém novamente.
Ela estava do meu lado esperando uma resposta que eu não daria, ela acabou apanhando uma revista e um pacote de salgadinho e começou a comer, tínhamos acabado de passar numa placa:
Kansas 2Km
O tempo tinha passado rápido e já estávamos mais uma vez estacionando em um hotel de estrada ligaria depois para Luke para conferir se havia trabalho na cidade.
Saímos do carro com as mochilas, fui até a recepção enquanto Annabeth estava indo em direção aos quartos.
Os quartos eram bem acabados e as ultimas pessoas pareciam ter declaro a segunda guerra mundial ali dentro, pois tinha buraco de bala em uma das paredes.
– Tem certeza de que não ninguém morto no banheiro? – Annabeth perguntou.
– É melhor você verificar. – Disse com humor.
Estava já cansado então decidi me deitar num sofá velho e rasgado que estava num canto.
P.V.O ANNIE
O lugar era realmente horrível, o banheiro era um cubículo e mal dava para se mexer direito, o hotel tinha uma divisão com dois quartos bem pequenos quase parecidos com o banheiro.
Fui pro meu quarto, passando do cômodo pro outro vi Percy cochilando sentado/deitado em um sofá velho, tinha uma pequena poça de baba do lado da sua boca, ri alto e logo entrei no quarto. Sentei na cama e fiz uma respectiva de todo tempo que estávamos juntos já. Dava já um tempo, daqui alguns meses iriam completar um ano com sua presença escassa masculina na minha vida. E talvez eu tenha invertido os sentimentos e me enganado não realmente Luke de quem eu gosto, mas sim a única pessoa que é compatível a mim é Percy. Deitei na cama dura e me cobri com a minha jaqueta e dormi. Talvez esse tipo de pensamento fosse falta de dormir.

***

Acordei com a cara toda amassada e com o corpo todo dolorido. Sai do quarto com a roupa do outro dia o cabelo virado numa quiçaça, Percy provavelmente estava no banheiro dando um jeito de tomar banho no que parecia ser impossível, sentei no sofá velho quando a porta do banheiro se abre e sai um Percy com apenas uma toalha envolta da cintura.
Eu olhei para ele, ele olhou para mim e ficou mais vermelho que um pimentão;
– Eu...eu pensei que você estivess... – Ele não tinha cara para terminar de falar.
– AAAAWN, que gracinha, tem o corpo de um adolescente.
– RÁRÁ, CUIDADO SAIR UMA RATAZANA DESSE SEU CABELO. – Disse ele, indo para seu quarto a passos rápidos.
Passei 10 minutos rindo sozinha no sofá, não podia ter sido mais bizarro.

***

Depois de me arrumar, percebi que Percy não tinha saído mais do quarto, fui até a porta e parei a frente dela, esperei iria entrar, mas era melhor bater. Quando fui levar a mão na porta ela se escancarou sozinha Percy estava a centímetros do meu rosto nossas respirações se cruzavam, imagino que meu olho estava arregalado e com um clarão e uma atitude absurda, cheguei meu rosto o mais próximo e ele também suas mãos foram em envolta de minha cintura e outro no rosto, ele se aproximou mais e tudo que posso ter sentido era uma confusão de menta e batata frita, ele tinha me beijado... Era uma confusão eu poderia ter tido um ataque cardíaco, nossas mãos e corpos sincronizados com uma dança que só nós sabíamos.
Ele era realmente um parceiro... Só parceiro.