No Other escrita por Pacheca


Capítulo 29
Capítulo 29 - Hyper Music


Notas iniciais do capítulo

Ei, pessoas :3 Então, tive que dar um tempinho aqui para conseguir acabar uma outra fic, mas agora voltei e decidi dar uma adiantada aqui .q Pelo menos vou tentar '-' Enfim, Hyper Music é do Muse : https://www.youtube.com/watch?v=tjm3NyQ6DYw



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Depois da semana tumultuada, fiquei até feliz com minhas provas. Até porque eu fui bem em tudo, menos física. O professor adorava tentar derreter meu cérebro. Pena que ele conseguia.

– Bem, pelo menos agora teremos um mês inteiro de férias. – Louis deu de ombros. – Quer dizer, se eu não pegar recuperação em física.

– Caramba, só se passaram dois bimestres. Parecia bem mais pra mim. – Lólli suspirou. Não tive o que fazer, a não ser concordar. Duran me deu um abraço por trás, pegando minhas mãos.

– Aconteceu tanta coisa em dois bimestres.

– Bom, pra mim só foi um, então... – Ali deu de ombros. – E eu já não aguento mais.

– A maior parte dessas “coisas” só aconteceu com sua volta. – Louis segurou os ombros dela, sorrindo. – Annie é a que menos teve que aturar esse lugar.

– Bom, já foi meio caminho andado, sim? – Peguei minhas coisas no armário. A escola pedia para esvaziarmos os armários para poderem arrumar qualquer problema. – Estaremos de volta em um mês.

– Então, vamos sair? – Ali falou, segurando a mochila.

– Podemos ir, a gente saiu mais cedo mesmo. – Esperei alguém sugerir algum lugar, mas parecia que todo mundo esperava o mesmo. – Ok, hum, que tal o café?

– Ótimo. Vamos. – Ali empurrou Duran e me puxou para perto dela e de Annie.

– Por que estou sendo sequestrada? – Apontei para Duran, seguindo logo atrás.

– Com essa coisa toda do Bartle e tal eu nem consegui contar para vocês o que eu queria. – Ela agarrou meu braço. – Kyu me pediu em namoro!

– Na minha casa, depois de comerem a sopa de macarrão que EU fiz. – Sorri para ela. – Eu sei disso.

– Foi tão lindo, ele colocou o celular dele para tocar, e estava tocando Who You? na hora, e ai ele disse que tinha que oficializar algo e me pediu em namoro.

– Então vocês têm uma música. Eu ouvi essa música no dia enquanto ia para casa do Duran.

– Ele é PER-FEI-TO. E valeu pelo jantar. – Ela me abraçou, sorridente.

– De nada, Ali. E avisa seu namorado que eu ainda vou cobrar, então é pra ele falar logo.

– Falar o que?

– Ele sabe. – Chegamos ao café. Sentamos os seis numa mesa grande, com dois de cada lado e um em cada ponta. Duran e eu ficamos com um lado, Ali ficou na ponta, do meu lado direito. Louis na outra ponta e Annie e Lólli sentadas de frente para mim.

Fizemos nossos pedidos para a garçonete e fui tolerada a aguentar a tentativa dela de seduzir Duran. Agarrei a mão dele por cima da mesa para ela se tocar. Acho que ele não percebeu.

Ficamos conversando enquanto esperávamos. Notas, aulas, férias. Nenhum assunto triste.

– E então, vocês têm alguma resolução de meio de ano? – Louis se afastou para deixar a garçonete colocar a bandeja na mesa . – A minha é que quando voltarmos das férias voou estudar de verdade.

– Ah, eu vou tentar ser menos paranoica. Me preocupar menos. – Annie deu um gole na coca cola, pensativa.

– Acho que vou tentar me soltar mais. Perder um pouco da timidez. – Lólli fora tão legal quando a conheci que nunca imaginei que ela seria tão tímida.

– Vou, sei lá, tentar ser mais sociável.

– Boa. Vou tentar parar de brigar com meu pai. – Duran roubou a lata de refrigerante da minha mão. – E, fazer amizade com Kyu.

– Isso. Ai vou ter meus dois homens juntinhos. – Sorri para ele.

– Seus? Seu, você só tem o Duran. Aproveita. – Achei que Ali fosse me ameaçar com o garfo do bolo. – Você ouviu sua namorada?

Duran riu, erguendo as mãos. Fora da discussão era o que ele queria dizer. Ri com ele.

– Meu namorado e meu melhor amigo. Fica melhor, Ali?

– Não. – Louis falou, me olhando sério. – Eu fui substituído sem nenhum aviso prévio.

– Um dos melhores amigos. Ok? – Ele sorriu, concordando. Revirei os olhos.

– Ok. Falta você Ali.

– Não vou fazer nada de diferente. – Ela falou, comendo o pedaço de bolo.

– É bom te ver satisfeita assim. – Duran falou, um tom sarcástico que ela não pareceu perceber. Voltei com os assuntos aleatórios.

Foi divertido. Duran quis pagar minha parte quando a conta chegou, mas não deixei. Os irmãos seguiram por um caminho, e nós quatro fomos juntos.

Depois daquele dia, as férias tinham começado. Peguei meus resultados na quarta feira de manhã. Boletim maravilhoso. Assim que cheguei em casa, Ali me mandou uma mensagem.

Dá pra acreditar que não consegui a média do meio do ano? -.- ”

“Dá, você faltou um bimestre todo”

E daí?”

“E daí que o total de um bimestre é menor que a média, logo...Além de que as faltas tbm contam.”

“Valeu pelo apoio”

“Eu sei que você recupera.”

“Sim ;3 E suas notas?”

“Maravilhosas.”

“Ah. Vou comer. Kissus.”

“Kissus.”

Me joguei na cama, deixando o celular em cima do criado mudo. Eu tinha um mês inteiro para fazer absolutamente nada. Peguei meu livro, “A Seleção” e voltei a ler. Adorava aquele livro.

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Eu já estava em casa por duas semanas: Já conversara com todo mundo, não tinha dinheiro para sair e já tinha feito de tudo em casa. Literalmente, eu até arrumei minhas roupas no armário.

Estava tão tedioso que Kyu acabou me levando com ele para a empresa um dia, só para me tirar de casa. Ele subiu para falar com Kyle e me deixou na recepção, jogando baralho com Lethy, a secretária.

Lethy era pouco mais velha que eu, estava no primeiro período da faculdade. Com Kyu e Duran trabalhando, eu acabei me aproximando dela e daqueles jogos de baralho.

– Há quanto tempo você trabalha aqui? – Perguntei, sacando uma carta.

– Não sei, uns dois anos. E a propósito, ganhei. – Ela sorriu, me mostrando as cartas. Bufei.

– Aff.

– Oi. – Nós duas nos assustamos. Duran sorriu, colocando as mãos nos meus ombros. – Ei, Lethy. O que faz aqui?

– Eu? Estava jogando baralho. – Dei de ombros. – Kyu decidiu me trazer para me tirar de casa.

– Oh, ok. Vou lá em cima, já volto. – Ele piscou um olho e entrou no elevador.

– Seu namorado? – Lethy perguntou, sorrindo provocativa.

– Eu te manjo viu, sei das suas histórias. – Falei, séria. – Mas acontece que sim, ele é. Vou atrás dele.

– E eu vou trabalhar.

Ri, esperando o elevador. Subir até o último andar gastava um tempinho, fiquei cantarolando. Fiquei tensa quando a porta se abriu e Kyu e Duran calaram a boca.

Tinha algo estranho acontecendo, mas não falei anda. Parei ao lado de Duran, calada.

– Tudo bem? – Falei depois de alguns instantes.

– Uhum. – Kyu baixou o olhar para meus pés. – Já quer ir?

– Você quer ir lá para casa? – Me virei para Duran.

– Eu te levo, se você quiser. – Duran falou. Vi Kyu olhando pela persiana d a janela. – Já terminei aqui.

– Eu levo vocês! – Cheguei a me assustar com o jeito de Kyu. Ele se afastou da janela, sério. Duran o encarava.

– Tudo bem. – Tentei parecer animada, mas não fez muito efeito.

Segurei a mão de Duran e o puxei comigo, seguindo Kyu até o elevador. Fiquei entre os dois enquanto descíamos.

– O que houve? – Sussurrei para Kyu.

– Hye-In. – Ele só respondeu isso. Não perguntei mais nada. O silêncio ao nosso redor me incomodava, porém. A porta se abriu na garagem. Estacionamento grande, com luzes fluorescentes acesas em todo canto. Parecia filme de terror.

Andei atrás de Kyu, na direção do Jaguar. Quando abri a porta de trás, Kyu me segurou pelo braço e me jogou no banco do carona. Jogou mesmo, como ele faria com uma sacolinha. Vi Duran olhando feio para ele, o maxilar travado.

Eu achava que já tinha visto Kyu dirigindo rápido. Nunca fiquei tão surpresa. O ponteiro só ficou acima do 100. Aquele garoto estava apostando corrida? Eu nunca cheguei em casa tão rápido.

Desci do carro com as pernas até meio bambas. Abri a porta para Kyu e Duran, respirando fundo. Enquanto eles iam para a cozinha, eu ia subindo a escada agarrada ao corrimão.

Soltei o cabelo, troquei de roupa, calcei meu chinelo. Tentei ser rápida, tinha medo daqueles dois sozinhos lá embaixo. Desci para a cozinha, ainda arrumando a roupa. Os dois não estavam lá.

– Gente? – Chamei, olhando ao redor. Eles também não estavam na sala.

Ouvi um baque na porta do quintal. Um grito depois disso. Alguns berros em coreano que não pareciam nada simpáticos. E ouvi o “fudeu” que atravessou minha mente naquele minuto. Corri lá pra fora.

Ok, esse é um bom momento para deixar claro que uma briga de garotos não é nem de perto tão legal e bonito quanto mostram nos filmes. Não que eu fosse me preocupar com a estética da briga naquele instante. Porque o problema na verdade era eles estarem brigando.

Corri do jeito mais desengonçado que eu podia e empurrei um para cada lado. O rosto de Duran parecia um pouco pior do que o de Kyu. Sangrava mais.

Kyu mexeu no rosto, até ouvirmos um estralo. Duran tinha tirado a mandíbula dele do lugar. E meu namorado estava limpando o sangue que escorria da testa para o olho com as costas da mão.

– Entrem. – Nenhum dos dois se moveu. – En-trem. – Apontei para a porta. De novo, os dois só se encaravam no meio do meu quintal. – ENTREM LOGO!

Kyu suspirou e foi primeiro, empurrando a porta com força. Empurrei Duran também, irritada. Forcei os dois a se sentarem no sofá da sala e fui buscar a caixinha de primeiros socorros na cozinha.

Parei na frente dos dois, mordendo a ponta da língua com os caninos. Minha vontade era sair dando tapa na cara de cada um até eu cansar. Respirei fundo e coloquei a caixinha na mesa de centro. Duran tentou se levantar, mas só o encarei e ele desistiu.

– Fica sentado. – Falei com os dentes travados. Ele tentou falar, mas também não deixei. – Fica quieto.

– Eu vou embora. – Kyu falou, enquanto eu o encarava do mesmo jeito raivoso. – Não me olha assim.

– Então senta. E eu te olho do jeito que eu quiser. – Rebati. – Foi caçar brigar na minha casa, agora vai me aguentar.

– Ok, eu fico, peste! – E se jogou no sofá de volta.

– Obrigada. – Fiquei de pé e sentei por cima de Duran, com um joelho em cada lado. Ele me olhou, sério. – Vem cá. Kyu, me ajuda.

Enquanto eu limpava a testa de Duran, evitava encarar o líquido escuro. Ainda assim, saber que ele existia na cena me incomodava. Kyu me ajudou a fazer um curativo, calado.

Kyu tomou um analgésico e se sentou de novo, com a mão no queixo. Deve ter doído. Me sentei entre os dois, guardando os remédios na caixinha. Tremia. O mundo tinha começado a rodar.

Ia falar alguma coisa com Duran. Tanto é que abri a boca. Só que antes de conseguir pronunciar qualquer coisa, a imagem do meu namorado foi escurecendo.

– Megs. – Pisquei mais uma vez e me senti cair.

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– Megs. Megs. – Abri os olhos devagar, vendo Duran e Kyu em cima de mim. Os dois me ajudaram a sentar, devagar. Estava fraca. – Tudo bem?

– Eu desmaiei, certo? – Arrumei meu cabelo, simplesmente para me mexer.

– Nunca te vi tão pálida. – Kyu me estendeu um copo d’água, enquanto Duran falava. – Passou mal?

– É por causa do sangue. Sempre acontece. – Sempre mesmo. Minha mãe sabia o sofrimento que era quando eu tinha que fazer algum exame. – Estou melhor.

Mentira. Minha pressão provavelmente caíra. E eu ficaria me sentindo horrível o resto do dia, mas tudo bem. Ele não tinha que saber daquilo.

– Ok. Tenho mesmo que ir agora. – Ku ficou de pé e passou a mão na minha cabeça.

– Não vai fugir, eu não acabei de te xingar. – Sussurrei, segurando o braço dele.

– Eu não achei que eu fosse. – Ele sorriu e deu de ombros. – Até mais.

– Tchau. – Duran me segurava.

– Megs...

– Quem começou? – Perguntei, o rosto bem tranquilo. Ele sorriu, me soltando.

– Está parecendo uma maníaca.

– Só responde, Duran.

– Kyu.

– Kyu?

– Eu te juro que foi ele.

– Ok, e por que vocês brigaram?

– Ok, primeiro, Kyu não gosta de mim. Sério. E a gente acabou discutindo.

– Sobre?

– Megs, eu... – Eu tinha ficado de pé, para tentar ficar mais firme. Ele se deitou no sofá. – Deus. É o seguinte: lá no escritório eu perguntei sobre você, ele respondeu meio estranho. Depois a gente se estranhou.

– O que você disse?

– Eu sei lá. – Arqueei a sobrancelha, esperando. – Megs, vamos esclarecer uma coisa. Ele conseguiu abrir minha testa com dois murros. Não estou conseguindo pensar direito.

– Duran, eu sei que você e Kyu não se dão muito bem, mas você deve ter dito algo.

– Quando a gente chegou aqui ele me pediu desculpas, por ficar apelando. Eu aceitei. Quando fui perguntar sobre Ali e sobre a família dele, levei os dois murros na testa.

– Ele te bateu por isso? – Deitei em cima dele. – Estranho. E você revidou porquê?

– Porque eu estava apanhando? Para me defender? – Ele respondeu como se fosse bem óbvio. Talvez fosse. Concordei, sem muita convicção. – Pronto?

– Uhum. – Sorri, ele tinha posto os braços ao me redor.

– Sabia que você fica bem atraente irritada?

– Quer que eu repita?

– Não, senhora. Dispenso. – Ri. Ele deu aperto de leve na minha cintura. Tirei meu cabelo do rosto e dei um beijo nele. – Sentindo melhor?

– Já. – Me levantei, puxando-o pela mão.

– Eu tenho que ir também. Te ligo mais tarde. – Me deu um beijo antes de sair e foi embora. Eu sabia que tinha mais naquela história, mas decidi deixar para depois. Fechei a porta e subi para meu quarto, ainda meio fraca.


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Notas finais do capítulo

Beijos e até logo mais (eu sei que demorei, desculpem)



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