Psichopathic Mind escrita por Bela


Capítulo 1
Capítulo 1 - Happy Birthday, darling


Notas iniciais do capítulo

Faz um tempo que não escrevo, portanto estou meio fora de forma haha Sejam pacientes ;) Agradeço se comentarem falando sobre o que acharem. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/416525/chapter/1

-Papai! Papai! Acorda, o sol já levantou.

-Susan, querida, ainda são 7 horas da manhã. Volte a dormir.

-Não, papai! Você não se lembra que dia é hoje?!

O pai, com a cara amassada pelo travesseiro, se mexeu um pouco e se virou para olhar a filha.

Toda vez que a via se surpreendia com a beleza de sua pequena, ela era tão linda quanto a mãe, embora agora a única lembrança que ele podia ter da sua amada era o rosto de sua filha. Ela tinha os mesmos olhos azuis penetrantes, a mesma pele tão branca quanto a neve, as mesmas feições suaves e delicadas. Apenas os cabelos que eram diferentes, Susan tinha cabelos lindamente compridos e negros. Não havia uma garota tão bonita assim em qualquer outra parte do mundo, costumava dizer o pai aos seus amigos.

-Papai! Não vai me dizer que realmente esqueceu que dia é hoje!

Falou a menina fazendo cara de sabe-tudo.

O homem não conseguiu não rir diante a filha.

-Claro que não me esqueci, minha querida! Como pode achar que eu esqueceria um dia tão importante quanto esse?! Abra a porta do quintal dos fundos, tenho a leve impressão que lá vai achar uma surpresa pra você.

A menina arregalou os olhos contente e correu até a porta, escancarou-a e saiu para o quintal olhando em volta.

A princípio não viu nada, mas de repente um lindo filhote de pastor branco correu em sua direção e ela o pegou no colo.

A menina foi à loucura, acariciou o pelo branco enquanto o filhote lambia seu rosto. Com seu novo bebê no colo, ela correu de volta para o quarto do pai, com os olhos brilhando de encanto.

-Papai! Papai, eu amei!

O pai riu e abraçou a filha e o cachorrinho eufórico.

-Feliz aniversário, filhota!

Aquele momento podia durar para sempre, pensou o pai. Depois de tanta dor que a vida vinha lhe trazendo, aquele era finalmente o arco-íris tanto prometido após a tempestade.

-Mas agora temos uma decisão importante para fazer.

Falou ele afastando um pouco a filha para poder olhá-la nos olhos.

A menina arregalou os olhos azuis que lembravam o céu estrelado de tanto que brilhavam.

-Do que está falando?

-Pois bem, não é óbvio?! Temos que escolher qual será o nome desse nosso pequeno novo integrante da família!

Respondeu ele rindo e acariciando o pelo do pastor.

-Claro! Como não pensei nisso?!

Susan deixou o cachorrinho no chão e correu para o seu quarto.

O pai, curioso, se levantou da cama, deu uma espreguiçada acompanhada de um longo bocejo, e a seguiu.

Apareceu com a cabeça na porta do quarto da menina e a observou. Ela escrevia rapidamente em um papel com uma caneta cor de rosa, e estava severamente focada no que fazia, como se fosse a coisa mais importante do mundo.

-Querida, vai demorar muito ai? Se quiser posso ir preparando o café da manhã.

-Sim! Faça isso, papai, por favor. Eu gostaria de ovos mexidos em duas fatias de pão integral, um pote de morangos com açúcar e suco de laranja.

Falou ela parando para sorrir para o pai e logo voltando ao papel e caneta.

O pai se dirigiu a cozinha e começou a preparar o café. Parou de repente ao se distrair com um carro velho parado na frente da casa; nos últimos meses aquele vinha sendo um bairro muito perigoso. Duas casas haviam sido assaltadas e uma mulher que vivia sozinha em uma pequena casa no começo da rua havia sido declarada como desaparecida pela polícia. O bairro todo estava em estado de tensão, apenas esperando a hora que a sua vez iria chegar; todas as casas da rua estavam a venda, porém, obviamente, não haviam compradores interessados naquela região.

O máximo de cuidado era pouco para aqueles tempos.

O pai tirou a cabeça para fora da janela tentando avistar o dono do carro ou algo estranho, mas não conseguiu ver nada. A rua estava tranquila e silenciosa.

Ele pensou em Susan no quarto dela, tão feliz e cheia de vida, com sua inocente e ingênua alma de criança; imediatamente sentiu medo. Ele já estava cansado de sentir tanto medo de qualquer coisa que acontecesse na rua. Agora até mesmo um carro na rua era motivo de suspeitas. O suspense estava matando-o.

Tentando aquietar a mente, voltou a fazer o café. O cachorrinho entrou na cozinha e se deitou perto do fogão.

Do quarto, Susan veio saltitando toda sorridente.

-Papai, eu fiz uma lista de nomes para podermos decidir juntos o nome do filhote, mas acabei por decidir sozinha.

-E posso saber qual seria esse nome tão especial que você escolheu sem a minha ajuda?

Perguntou o pai achando graça.

-Sim, você pode. Eu escolhi chamar meu pequeno bebê de...Átila!

O pai olhou para o pequeno pastor branco dormindo perto do fogão e depois olhou para o rosto sorridente da filha.

-É perfeito. Eu adorei, querida.

-Sabia que ia gostar! - falou ela com um sorriso tão lindo e brilhante quanto o sol. - Papai, o café da manhã já está pronto?

-Não, querida, acabei de começar a prepará-lo. Tenha paciencia e me ajude arrumando a mesa, por favor.

Susan pegou os talheres e pratos e começou a arrumar a mesa.

-Papai, estava aqui pensando comigo mesmo, hoje é meu aniversário, eu já estou grandinha. será que poderia ir naquela montanha russa enorme do parque de diversões da cidade do lado?

O pai começou a rir sem tentar disfarçar.

-Susan, querida, você só tem 7 anos. Tenha paciencia, você ainda vai poder andar naquela montanha russa! Espere pelo menos seus 10 anos, está bem?

-Dez anos?! Mas isso ainda vai demorar muito, eu quero ir hoje.

-Você ainda não tem altura para aquele brinquedo, mesmo se eu te levasse, você não iria poder entrar. Calma, 3 anos passam muito depressa, logo logo você vai estar indo naquele parque e irá entrar na montanha russa.

-Está bem, está bem! Mas não vou me esquecer disso.

-Eu também não irei esquecer.

Falou o pai sorrindo consigo mesmo, 3 anos passariam voando, afinal, quem diria, Susan já estava fazendo 7 anos! Ele se lembrava como se fosse ontem o dia em que sua garotinha nasceu.

-Eu queria que a mamãe estivesse aqui, papai...

Mais cedo ou mais tarde ele sabia que esse assunto iria chegar, aquele era o primeiro aniversário de Susan desde que a sua mãe os havia abandonado, deixando apenas uma carta e algumas contas a pagar. Não sabiam para onde ela havia ido, mas parecia que ela não hesitou um segundo sequer antes de arrumar as malas e ir embora, deixando-o com uma menininha a educar e uma casa a cuidar.

Sem conseguir olhar para a filha e fingindo se concentrar em fazer os ovos mexidos, o pai respondeu em um tom baixo e sofrido.

-Bem, querida, não pense muito nisso. Sua mãe não pode estar aqui, mas eu estou. E agora também temos Átila para nos fazer companhia. Nós sempre estaremos aqui quando precisar, apenas não se esqueça disso.

Susan olhou para o pai, os olhos cheios de bondade e compaixão.

-Sim, papai, e eu sempre estarei aqui por você e por Átila.

Ela se levantou e abraçou o pai.

-Agora vamos comer, querida. O café está pronto.

-Ebaa!

Gritou ela e correu para a mesa, sentando-se e pegando o garfo e a faca.

O pai levou as comidas que preparara até a mesa e serviu o prato da filha do jeito que ela gostava. Porém, antes que eles começassem a comer, um estrondo veio da sala. Átila acordou de repente e se escondeu debaixo do armário da cozinha, enquanto rosnava baixinho.

-Susan, fique aqui.

Sussurrou o pai, levantando-se e indo em direção a sala com uma faca na mão.

Sem que seu pai percebesse, Susan se levantou sem fazer ruído e segui-o. Quando chegou a sala seu coração parou e os olhos arregalaram; um homem alto e forte estava em pé perto da entrada, ele era moreno, e tinha uma barba mal cuidada e dentes amarelados, tendo alguns substituídos por pequenos pedaços de sucata. Na mão ele carregava uma adaga de prata linda e ameaçadora.

Susan soltou um gritinho agudo e aterrorizado. Seu pai olhou para trás e gritou:

-Susan! Corra!!!

Mas ela não correu, sequer se mexeu. Apenas continuou parada com os olhos cheios de lágrimas e a mão cobrindo a boca.

O homem veio em direção ao seu pai com a adaga na mão. O pobre pai, ainda distraído com a filha, não teve tempo de fazer nada.

Susan se agachou e fechou os olhos, não queria ver aquela cena. Ela podia sentir pingos de sangue espirrando em seu rosto e em sua roupa. Soluçando baixinho com a cabeça escondida nos joelhos, ela se beliscava desesperadamente, esperando que aquilo fosse apenas um pesadelo terrível e que ela logo acordaria em sua confortável cama e sairia saltitando até o quarto de seu e iria acordá-lo. Átila e sua mãe também estariam lá.

Mas isso não aconteceu, por mais que ela se beliscasse, ela não conseguia acordar, porque aquilo não era só um pesadelo.

Ela sentiu um saco tampar sua cabeça, e alguém tirou-a do chão. Depois disso ela não conseguiu se manter consciente e desmaiou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Psichopathic Mind" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.