Pov Reyna

Se eu enfiar minha adaga no coração da Jessie eu vou pra cadeia ou pra Fundação CASA?

Fundação CASA, por que você é menor de idade!

Eu tenho dezessete, consciência!

Ainda é menor de idade!

Quanto tempo eu fico lá?

Bom, seria homicídio doloso, então acho que você pegaria de seis a vinte anos, mas saia com sete por bom comportamento.

É muito tempo! Deixa pra lá eu desconto minha raiva nos Jogos.

Depois que sai da enfermaria, fui direto pra Nova Roma atrás do Noah. Estava puta da vida com aquela vaca da Jessie. Quase voei no pescoço dela quando entrou na enfermaria e ficou se jogando pro Leo. E o tapado se faz de desentendido!

Quando cheguei à Praça Central, vi Noah sentado em um dos bancos. Dei a volta e fui por trás dele, quando estava bem perto dele cobri seus olhos com as duas mãos como as pessoas fazem.

- Quem é? – Perguntou Noah.

- Adivinha. – Falei divertida.

- Não sei. – Falou.

- Adivinha. – Incentivei

- Jessie? – Perguntou ele com um sorriso sarcástico no rosto.

- Jessie? Argh... Que nojo! – falei desgostosa. – Eu, definitivamente não sou a Jessie! – Falei com as mãos pra cima.

Eu nem percebi, mas Noah agarrou minha cintura e me puxou pra baixo, me fazendo cair em seu colo. Olhei em seus olhos verdes e depois analisei seu rosto. Os cabelos loiros voavam por causa da brisa, os olhos brilhavam e ele tinha aquele sorriso ”tenho 32 dentes” no rosto.

- Eu sei. – Respondeu sorrindo.

- Se você sabe, por que disse que eu era ela? – Perguntei.

- Por que quando você fica linda quando está emburrada. – Disse ele

Não pude deixar de sorrir com seu comentário. Ele se inclinou pra frente e me roubou um selinho. Fiquei com cara de pamonha ainda no seu colo. Ele percebeu minha cara e riu.

- Vamos tomar um sorvete? – Perguntou.

- Claro.

Caminhamos até a sorveteria conversando sobre besteiras, falamos de sorvetes, calor, verão, roupas de banho, Japão, paçoca, internet, bandas de rock, pudim, chinchilas, patos, países do mundo, basquete, espelhos, bolas de pingue-pongue, churrasco e coisas sem sentido.

Quando chegamos, Noah pediu duas casquinhas de chocolate. Entregou-me uma e ficou com a outra, voltamos pra praça conversando sobre os Jogos que seriam depois de amanhã. Sentamos em um dos murinhos que tem em volta da praça e ficamos em silêncio por um tempo só olhando um pro outro.

- Reyna, posso te pedir uma coisa? – Perguntou.

- Pode.

- Certo, feche seus olhos. – Pediu.

- Por quê? – Perguntei.

- Você confia em mim?

- Confio.

- Então, fecho os olhos.

Obedeci, Noah se aproximou e encostou nossos lábios em um beijo calmo. Ele até que beijava bem, mas, sei lá, faltava alguma coisa. Mesmo assim retribui o beijo, ele passou sua mão por minha cintura e automaticamente minhas mãos foram pra seus cabelos, era pra ser um beijo calmo, só era mesmo.

Por falta de ar provavelmente, ele desce os beijos pro meu pescoço e dava leves mordidas, soltei um gemido quando ele morde a curva entre meu pescoço e o ombro. Sinto-o sorrindo contra minha pele e fico arrepiada, o que só o faz sorrir mais ainda. Separamos-nos ofegantes.

- Pode abrir os olhos agora. – Disse ele.

Eu não tinha percebido que estava até agora com os olhos fechados. Abri os olhos e Noah estava com um sorriso bobo no rosto. Ficamos meio assim por um tempo, um olhava pro outro e quando o outro percebia esse um baixava a cabeça corado.

- Acho melhor voltarmos, está na hora do almoço. – Falou.

- Já? – Perguntei com carinha de cachorro que caiu da mudança.

- Já. – Disse ele.

- Tá, mas antes, é sua vez de me fazer um favor. – Disse.

- Qual? – Perguntou.

- Feche os olhos. – Pedi.

- Ok. – Ele fechou os olhos com um sorriso malicioso.

Aproximei-me e selei nossos lábios, por mais que eu sentisse que faltava alguma coisa, o beijo de Noah era... viciante? É, viciante. Ele passou sua mão por minha cintura de novo e eu levei minhas mãos pra seu cabelo, puxando-os e prendendo entre meus dedos. Passei minhas unhas de leve por sua nuca e ele soltou um gemido abafado. Parei o beijo e ri quando ele fez uma cara de desapontado.

- Vamos, não quero me atrasar pro almoço. – Falei.

- Você fica me devendo. – Disse ele com um sorriso malicioso.

- Depois do almoço, vá pra casa dos pretores, eu pago o quê te devo. – Sorri com o mesmo sorriso malicioso que ele.

Noah retribuiu o sorriso e me abraçou de lado, enquanto íamos pro Refeitório. Grande parte dos campistas estavam indo pra lá, alguns notaram eu e Noah e cochicharam um “será que eles estão juntos?” ou” ficam fofos assim” ou até” será que já tiraram o cabaço?”. Certo eu ri com esse ultimo comentário por que veio de Lindsay, filha de Mercúrio, ela geralmente é toda tímida e na dela.

Quando entramos no Refeitório estavam todos lá, mais eu sentia que faltava alguém, dois alguém na verdade. Noah tirou o braço do meu ombro, me deu um beijo de tirar o fôlego e ainda sussurrou um “te vejo em uma hora” no meu ouvido, sussurrei de volta um “mal posso esperar” e fui em direção a minha mesa.

Sentei-me e percebi que Piper, Annabeth e Hazel me olhavam com cara de curiosas e Percy, Jason e Dakota com cara de bunda. Ri de todos eles e tomei uma latinha de Coca Diet que apareceu na minha frente. Não demorou muito até que Annie toma a latinha da minha mão e põe na mesa.

- Vai, para de fazer suspense e diz o quê aconteceu? – Diz

- Como assim? – Perguntei fazendo cara de inocente.

- Você sabe do quê estamos falando. – Disse Hazel dessa vez. Olhei pra elas e vi que as três estavam me olhando com sorrisos que iam até a testa.

- Eu não faço ideia do que estão falando. – Disse pegando de volta minha latinha de Coca.

- Vaaaaaaaiii, conta por favor. – Pediu Piper.

- Não. – Respondi indiferente.

- Poooor favooooooor. – Dessa vez foi Hazel.

- Não.

- Certo, Piper, faça. – Disse Annie.

- Fazer o quê? – Perguntei com medo do olhar que Piper me deu.

- Reyna, querida, minha privada entupida. O quê foi que você fez com o Noah? – Perguntou Piper.

Filha da mãe isso é golpe baixo. Ela ta usando aquela droga de Charme na Voz. Tapei a boca com as duas mãos, e balancei a cabeça.

- Fale. – Disse Piper. Balancei a cabeça negativamente.

- Fala. – Cantarolou Piper. Lancei o melhor olhar feroz que consegui. Mas as palavras simplesmente saíram da minha boca.

- O Noah me chamou pra sair, ai a gente se beijou, depois conversou e depois se beijou novamente, mas eu parei no meio e ele disse que eu devia uma pra ele e eu disse pra ele ir pro meu quarto depois do almoço. – Falei sem parar. Quando terminei tapei a boca com as mãos novamente e amaldiçoei Vênus por ter dado o dom do charme pra Piper.

- VOCÊ O QUÊ? – Disseram as três juntas.

- Shhhh... Calem a boca. – Falei bronqueando.

- Ele vai? – Perguntou Annie.

- Pra onde? – Perguntei me fazendo de desentendida.

- Pro seu quarto! – Gritou Hazel.

- Quem vai pro quarto de quem? – Perguntou Percy.

- Ninguém. – Respondi junto com Annie.

Olhei com raiva pras três que se encolheram nos sofás. Quando voltei minha atenção pra Percy, vi que ele olhava pra porta do Refeitório. Segui seu olhar e me arrependi na mesma hora.

O Valdez quase engolia a Jessie, na entrada do Refeitório!