Pov Reyna

Aqui estou eu de novo, no mesmo acampamento, com os mesmos campistas e com ele.

Assim que entrei no Senado com Dakota todos ficaram com caras de interrogação e paralisados, menos Jason, Percy, Leo, Frank e os outros garotos, esses só faltavam babar.

Ficaram uns sete ou oito minutos assim até que Hazel levantou e veio me cumprimentar. Depois todos os outros centuriões se juntaram a ela, menos Jessie, é claro, ela me odeia desde que chegou ao acampamento, só porque que eu sou a pretora e ela não. Desde então vem tentando me tirar do cargo.

Coitada! Só em sonho esse monstro das profundezas do Tártaro, disfarçado de semideusa, vai conseguir o cargo de pretora!

Quem é você?

Sua consciência estou aqui para servi lá, ajudá-la nos momentos de crise e aconselhá-la sobre suas escolhas.

E onde você esteve a minha vida toda?

Ah eu tava andando por aí, sabe como é? Fazendo novas amizades.

Ah! Que ótimo era pra você me ajudar e não aos outros!

Eu te ajudo! Sou eu que te mantenho longe dos pervertidos desse acampamento. E dos Laranjinhas, falando nisso, sabia que o Valdez tá louco pra te comer. Os seus pensamentos são só sobre isso.

Como é que é?

Deixa pra lá! Resolva seus problemas no mundo fora da sua cabeça. Afinal você quis voltar, agora aguente as consequências.

Humpf! Minha própria consciência me deixa na mão, mas ela tem razão, eu fiz minha escolha agora encare os fatos, Reyna.

Depois que cumprimentei os centuriões fui até meus amigos, mas antes que eu chegasse até eles Jessie se pôs na minha frente e me analisou de cima abaixo.

- Então, Você voltou? – Disse ela com desprezo na voz.

- Voltei. – Rebati.

- Por pouco tempo. – Ela disse se virando e fazendo seus cabelos louros oxigenado com cheiro de esgoto voarem na minha cara.

Tive vontade de bater nela, mas Dakota segurou meu braço. Ah, esqueci de mencionar Dakota foi o único, com ênfase no único que realmente foi atrás de mim, nesses dois meses que eu fiquei fora, só ele me achou. Ele me ajudou muito com o problema do Jason e me tirou de várias roubadas.

- Ainda não. Depois você dá o troco. – Disse ele me soltando.

Assenti e fui andando até os outros. Se eu não estivesse com tanta raiva e magoa de Jason eu até riria da cena á minha frente. Jason me encarava com seus olhos azuis cheio de desejo, enquanto Piper batia palmas para chamar sua atenção. Percy estava praticamente babando, até que Annabeth lhe deu uma cotovelada e ele saiu do transe. O Valdez nem se fala estava duro feito pedra seus olhos castanhos claros agora estavam praticamente pretos, a boca entre aberta e as mãos nos bolsos brincando com algumas peças.

Leo até que estava bonito, ficou mais alto e mais forte. Se ele não fosse um chato irritante a gente até podia dar certo. Mas deixa pra lá.

- Oi! – Disse segurando a risada.

- Hum... Eu... E... O quê? – Disse Jason depois de receber uma cotovelada de Piper.

- Grace. – Falei com a voz embargada e tentando controlar a vontade de chorar.

- Reyna, minha antiga colega. Bem – Vinda de volta. – Disse ele.

- É bom voltar. – Respondi com indiferença.

- Então, Reyna... Deuses... Pensei que você não poderia ficar mais gostosa. Mas acho que me enganei. – Disse o Valdez.

Fiquei vermelha com seu comentário, tomates invejariam minha cor, e vi que Percy e Annabeth me encaravam. Dei um oi pra Annabeth e um abraço em Percy, que me apertou um pouco demais.

- Reyna, posso falar com você? – Disse Jason.

- Claro. – Falei lhe lançando um sorriso falso.

- Em particular. – disse ele.

Jason e eu saímos do Senado e fomos andar pelo acampamento. Ficamos um tempo andando num silencio constrangedor. Jason olhava fixamente pra frente. Seus cabelos loiros voavam por causa do vento os olhos azuis elétricos fitavam o horizonte. E sua boca com a cicatriz, Deuses como eu senti falta dele, do seu abraço, do seu beijo...

Não faça isso!

Consciência?

Não, não... a Medusa! É claro que sou eu!

O quê você quer?

Impedir-te de fazer uma idiotice! Você foi embora para tentar esquecê-lo, e conseguiu, não estrague tudo.

Mas eu sinto falte de quando nós estávamos juntos, de quando conversávamos, brincávamos, eu sinto falta dele.

Não! Ele já fudeu com a sua vida uma vez, se lembra de como você ficou depois que fugiu, - Meus olhos já começaram a se encher de lagrimas - Depois que foi pra Seattle, depois que fez...

- Chega! – Gritei com as lágrimas já querendo sair.

- Reyna, tá tudo bem? – Perguntou Jason me segurando pelos ombros.

- E-Eu to. – Menti sentindo uma lágrima teimosa escorrendo pelo rosto.

Enxuguei-a rapidamente e fechei os olhos com força para impedi-las de cair, logo senti dois fortes braços me abraçando. Não pensei duas vezes e o abracei também, eu não queria lembrar do que aconteceu depois que fugi.

Comecei a chorar e soluçar no ombro de Jason, até que percebi que eu ainda estava magoada com ele e que tudo aquilo ainda era culpa dele. Soltei-me de seus braços e enxuguei as lágrimas rapidamente.

- Você me chamou aqui pra que mesmo? – Perguntei depois de me recuperar.

- Ah é! Eu queria pedir perdão.

- Então peça. – Disse eu

- Reyna, você me perdoa? – Perguntou ele com carinha de gato de botas do Shrek.

-Não. – Respondi curta e grossa.

- Ah que alívio eu pensei que... O quê? Você disse não?

- Exatamente, eu não vou te perdoar por que eu ainda estou brava com você. Mas tente se redimir, você tem até os Jogos do Solstício de Inverno. - Disse

- V-Você vai ficar para os jogos? – Ele perguntou nervoso.

- Mas é claro! Pretor contra Pretor, não perderia isso por nada. Além do mais vai ter as disputas no coliseu e eu estou louca para enfrentar a Jessie.

- Você acha que ela vai te desafiar de novo? – Perguntou ele

- Com toda certeza. – Disse eu parando em sua frente com um sorriso provocativo.

Ele percorreu meu corpo com seus olhos e quando chegou em meu rosto fitou minha boca e em seguida meus olhos. Ri depois que ele olhou nos meus olhos.

- Você nunca vai mudar, não é mesmo?

- Como assim? – Ele perguntou confuso

- Me olha com esse jeitinho de cachorro que caiu da mudança pensando que, em um piscar de olhos eu volto correndo pra você. – Disse eu com as mãos pra cima.

- E você não volta? – Disse ele se aproximando de mim e colando nossos corpos.

Senti sua mão passar pela minha cintura e me puxar pra mais perto dele. Nossos rostos estavam a milímetros de distância, ele se aproximou e roçou nossos lábios. Abri e fechei várias vazes a boca pensando em falar algo mas quando finalmente achei ele selou nossos lábios em um beijo quente.

Como eu havia sentido falta de seu beijo, seu hálito tinha gosto de menta. Sua língua explorava todos os cantos da minha boca, nós dois éramos controladores então nossas línguas travavam uma batalha gostosa. Separamos-nos ofegantes e Jason umedeceu os lábios.

- Você beija melhor do que me lembrava. – Disse ele.

- Obrigada, eu acho. – Ele riu e se aproximou novamente.

Começou a beijar meu pescoço me deixando arrepiada. Sorriu contra minha pele e sussurrou:

- Não sentiu saudades? – Disse ele com uma voz rouca.

-Não, e respondendo a sua pergunta anterior, eu não volto. – Disse me separando dele.

Virei-me e caminhei de volta ao Senado pensando na merda que acabei de fazer. Eu voltei para me vingar e não pra ficar me agarrando com ele! Por que ele tem que vir com aquele sorriso Colgate, os olhos azuis elétricos, a boca perfeita...

- Para. – Falei pra mim mesma

- Não se torture. – Falei novamente.

Quando cheguei ao Senado já estava de noite, então peguei minha mochila e fui em direção ao quarto dos pretores. Chegando lá dou de cara com Jason me olhando com um sorriso malicioso.

- Você gostou? – Pergunta ele

- Já tive melhores. – Disse entrando em meu quarto.

Fechei a porta na cara de Jason e analisei o quarto, ele continuava a mesma coisa. A cama King Size encostada na parede com os posters de algumas bandas, um mural com as atividades do acampamento e algumas fotos, ao lado da cama havia uma bancada e na outra parede dois armários. Joguei minha mochila em um canto e retirei minha adaga de dentro dela, coloquei-a em cima da bancada e pus meu pijama, uma blusa regata e um shorts já que estava calor, me deitei e depois de muito tempo virando de um lado para o outro consegui dormir.