Desejos De Uma Vingança / Hiatus escrita por Asheley Dream


Capítulo 15
Minha versão de verdade


Notas iniciais do capítulo

OI gente! Será que a sua versão da verdade deixa de ser verdade por eu não vê ela desse jeito? Difícil de responder. E se vc não tiver escolhas, ou achar que elas não existem? O que faria?
Desejo uma ótima leitura a todos! bjs até...



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Naquela noite, no meu quarto. Deus sabe o quanto eu quis contar toda a verdade a ela. Não agüento mais. Sempre fingindo, com um sorriso no rosto que tudo está bem. Pra mim chega! Minha vida está uma verdadeira droga. Toda a desgraça que vem acontecendo em nossa família é minha culpa. Teria sido bem mais fácil para todos se minha mãe tivesse me abortado. Mais que droga! Eu matei aquele cara. Sei que o Senhor C me ameaçou, e sim ele mandou seus capangas me espancarem. Mas nada disso justifica minha escolha. Todos têm escolha, por mais que pareça que ela não exista. Eu poderia ter aceitado minha morte de bom agrado e me negado a fazer aquilo, ou fugido com minha família, ido a policia, não sei... Só sei que odeio cada segundo daquele momento que nunca poderei mudar. O tempo não voltará a trás. Eu não Tentei tirar meu irmão do mundo do crime, nem tentei fazer minha mãe acordar pra vida, a tantas coisas que não tentei. Não posso ficar me amargurado pra sempre, nem mudar o que fiz. Apenas seguir em frente.

Passei noites de sono mal dormido, sonhando com aquela menina e o pai dela.

Estava chovendo. Chuviscando na realidade. Johnny arrumou as armas, duas. Uma pra mim e outra para Dylan, caso eu não conclui-se o trabalho. Estamos dentro do carro, no acostamento, repassando o plano. Faltam vinte minutos para que o carro de Will Felter passe. Dylan está no acento do motorista, Johnny está ao seu lado. Adam e eu estamos atrás.

_É tudo muito simples Kevin. Vou parar no meio da rua impedindo a passagem do carro, como a rua é pequena ele terá que parar, a menos que fuja pelo acostamento. Você e Adam irão sair do carro, abordar o cara e concluir o serviço. Jogo rápido, grana fácil. _Sorriu. Dylan parece está se divertindo com tudo isso.

_Eu não sei não. Quem irá garantir que o carro dele vai passar por aqui? _Perguntou Johnny.

_Deixe isso com o Senhor C. Ele disse que irá cuidar de tudo. _Sorriu.

_Você está todo sorridente Dylan. Porque o Senhor C não te escolhei para fazer esse trabalho sujo, se isso o diverte tanto?

_Kevin, você tem que entender que eu não faço as regras aqui, apenas às sigo. Agora siga com o plano e cumpra sua parte.

_E o que eu devo fazer? _Adam perguntou.

_Curta o show! _Todos no carro riram. Apenas eu continuei sério.

_Como podem achar graça de uma coisa dessas? _Gritei.

_Relaxa Kevin, vai dar tudo certo. _Disse Adam.

_Cala a boca Adam! Todos vocês! _Gritei revoltado.

_O Adam esta certo, fica calmo. _Disse Johnny.

_Preparados ou não, o carro dele está vindo. _Falou Dylan. Ele ligou o carro. Colocamos nossas mascaras. Ele parou no meio da estrada broqueando a passagem, como combinado. Eu e Adam saímos do carro. Destravei a arma. Will Felter saiu do corro, com as mãos levantadas. Levantei a mão, apontando a arma para ele. Minhas mãos estão tremulas.

_Olha, as chaves estão no carro. Eu não darei queixa, e tenho mil dólares na carteira. _Disse Will, muito assustado.

_Cala a boca! _Gritei.

_Anda logo, atira nele. _Ordenou Adam.

_Por favor, não faça isso garoto. _Implorou.

_Eu mandei calar a boca. _Falei entre os dentes. Ele me obedeceu, ficando quieto. Mirei a arma no peito do homem e atirei duas vezes. O som dos tiros deu eco, chegando aos meus ouvidos. O homem caiu no chão, com um baque seco. Tudo passou em câmera lenta naquele momento. Vi uma menina sair de dentro do carro e correr na direção do pai. Mas antes de vê como o pai estava me encarou. Olhando dentro dos meus olhos, destruindo minha alma com apenas um olhar. Naquele olhar vi toda a dor que ela sentia toda a raiva e confusão que dominam o coração dela. Aquilo me matou por dentro. Fiquei paralisado segurando a arma. Só me dei conta do que acontecia quando Adam puxou o braço gritando.

_Vamos cara! Ande rápido! Venha! Venha! Agora vamos sair daqui! _Eles entramos no carro e saíram tão rápido que deve ter deixado marcas de pneus no asfalto.

***

Então quando ela me questionou naquele momento, sobre o meu envolvimento com a gangue de Vill e com o Senhor C, eu só queria explodir e contar toda a verdade. Pelo menos uma vez na vida irei fazer algo realmente bom, poupando essa garota de me caçar, dando a ela tudo o que mais quer. O assassino de seu pai. Minha cabeça em uma bandeja.

_Não estou justificando o que fizemos, mas nunca tivemos oportunidades, o sol não nasce na parte pobre de Vill. Eu sei que deveria ter tirado ele do mundo do crime e não me envolvido. _Lágrimas escorem por meu rosto involuntariamente. _Agora é tarde. Ele está morto por minha culpa. _Sentou-me no chão, chorando. Tirando todas as barreiras que criei todas as mentiras que contei.

_Vou te fazer uma pergunta, e quero que diga a verdade. _Concordei, assentindo com a cabeça. Eu devo a ela mais que uma simples pergunta. Destrói a vida dessa garota com minhas mãos. Elas estão manchadas de sangue inocente.

_Você matou meu pai há dois anos? _Diga, diga a verdade Kevin. Briguei comigo.

_ Não posso! _Gritei comigo. O Senhor C irá matar Alyssa e minha mãe. Elas não merecem isso. Prometi a Adam que tomaria conta delas e que não diria a verdade. Às vezes a mentira é a melhor opção. Olhei dentro dos olhos dela.

_Não. _Afirmei. Sinto Adam, me perdoe. _Sai da gangue antes que isso acontecesse. _As palavras que saíram da minha boca foram como facas afiadas, ferindo meu coração. Sou um monstro.

_Mentira! _Ela gritou, colocando uma faca em meu pescoço. Puxando-me pela argola, me fazendo ficar de pé. Ela olhou dentro dos meus olhos, do mesmo jeito que quando eu matei o pai dela. _Seus olhos... _Ela disse chorando.

_É verdade._Disse.

_O que, qual é a verdade? _Gritou, apertando mais a faca em meu pescoço.

_Eu sai antes deles decidirem matar seu pai. Meu irmão o matou. Isso tudo é minha culpa. _Mais lágrimas escorrem pelo meu rosto. Desta vez de vergonha, traição, covardia. Como posso mentir olhando nos olhos dela? Como irei dormir em paz com toda essa culpa, todo esse sangue? Não posso ser fraco agora. Já ferrei demais minha família e a todos que me cercam. Não irei deixar o Senhor C tocar em um fio de cabelo da minha mãe ou da Alyssa. Não, isso não irá acontecer. Essa é a razão para que continue mentindo.

_Mentira._Ela disse, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

_É verdade. _Afirmei. _Adam me ligou, dizendo que tinha feito merda e que precisava que eu fosse encontrá-la. Fiz tudo o que ele me pediu. Coloquei roupas limpas em uma mochila e garanti que ninguém me visse sair ou me segui-se.

_Porque não o entregou a policia? Você sabe quantas vezes, quantas noites eu passei sem dormir, chorando. Pois um desgraçado qualquer tinha tirado a vida do meu pai? Tem idéia disso, de quanta dor senti e ainda sinto? Sem contar a morte do meu amigo Jack. _Ela gritou. Senti a faca me cortando, e um pouco de sangue escorre.

_Você não entende.

_O que é tão difícil que eu não possa entender?

_Ele era meu irmão. Irmãos protegem um ao outro, mesmo que ele tenha feito uma merda; mesmo que tenha matado um cara. Você não sabe o quanto era difícil e ainda é pra nossa família. Nunca visitou a parte pobre de Vill, é só uma garotinha mimada que não consegue aceitar que seu pai morreu. Acabou! Ele se foi, assim como meu irmão. Siga em frente!_Dessa vez que está gritando sou eu. Ela socou minha barriga, me deixando sem ar. Cai no chão.

_Como pode dizer essas coisas! Não é você que está sofrendo. Não é você que tem a culpa pela morte do seu melhor amigo nas mãos. _Ela me chutou, gritando. Levantei-me olhando nos olhos dela. F ui atingido por um gancho de direita. Limpei o sangue que escoria dos meus lábios cortados.

_Isso, me bata mais! _Gritei. Ela me olhou sem reação. Segurei-a pelos ombros, sacudindo-a. Ela deixou a faca cair no chão.

_Me solte! _Começou a me estapear. Colocando minhas mão e sua cintura, a levantei para o balcão. Segurei seus cabelos, dando um leve puxão. Inclinando sua cabeça para trás.

_Você acha que é a única que está sofrendo? Sinto informa querida, mais você não é vip nessa área. _Disse em sue ouvido. Senti seu perfume, seu calor. Esqueci-me de tudo. Quem a gente é nesse momento não importa. Só apenas a paixão e desejo que sinto por Solki agora. Comecei a fazer uma trilha de beijos em seu pescoço. Com delicadeza, como se ela fosse virar cinzas a qualquer instante, me fazendo acordar desse sonho. Um gemido escapou da boca dela.

_Isso que estamos fazendo é perigoso. _Sussurrei ofegante.

_Não me importo gosto do perigo. _Sorriu. Ela envolveu suas penas em minha cintura. Continuei beijando seu pescoço, ate sua mandíbula. Segurei seu rosto em minha mão. Olhando dentro dos olhos dela. Uma imensidão de azul. Aproveitando cada segundo.

Ela saiu do carro, e olhou dentro dos meus olhos.

_Pai... Pai! _Gritou.

_Filha...

***

Um breve flash back passou em minha mente, como um filme em câmera lenta. Trazendo minha dor guardada para fora. Encostei minha testa na sua. Respirando com dificuldade. Coloco minhas mãos em sua coxa. Ela entendeu, me soltando. Afastei-me dela.

_Me desculpe. _Disse, querendo que aquele pedido concerta-se tudo. E cicatriza-se as minhas feridas recentes. Como pude fazer tanto mal a uma pessoa desse jeito? Não me reconheço mais. Passei as mãos pelo cabelo nervoso.

_Qual é o seu problema? Uma hora está quente e outra frio. _Desceu do balcão, chegando mais perto de mim. Encarando-me. _Seriamente não entendo você.

_Também não a entendo. Com sua raiva e depois toda legalzinha comigo. Não venha me julgar se você também é sempre quente e fria. _Sorri irônico. _Se me lembro bem, meu lindo rosto está assim por sua causa.

_Sinto muito por isso, mas você me provocou. Você não sabe nada sobre mim, então não finja que entende minha dor.

_Muito menos você sobre mim. _Se ela soubesse metade.

_O que acha de começarmos de novo, do começo? _Desceu da bancada. Caminhou até a geladeira, tirando uma forma com gelo. Sentei-me em uma das cadeiras. Ela colocou alguns cubos no pano de prato. Aproximou-se de mim e colocou em meus lábios inchados.

_Minha tia iria pirar se soube de tudo isso. _Sorriu. _Vamos, me pergunte algo. Ou está com medo?

_Onde aprendeu a lutar?

_Jack me ensinou. Até mais do que deveria. _Sorriu. Esse Jack deve ser alguém muito especial pelo simples fato de fazê-la sorri, só de pensar nele.

_Quem é Jack? _Quis saber mais sobre ele.

_Era meu professor de autodefesa, um amigo e um pouco mais...

_Hum... _ Como imaginava, ele é alguém muito especial pra ela.

_Ta com ciúmes? _Sorriu.

_Não, ai! _Ela aplicou um pouco de força com o gelo, em meus lábios cortados.

_Se vamos fazer isso, de começar do começo. Temos que ser sinceros um com o outro. E pra constar o Jack está morto. _Pude vê a dor em seu olhar. _Foi minha culpa. Investigávamos juntos, procurando seu irmão, quando tudo aconteceu.

_Sinto muito. _Levantei-me a abraçando. _A culpa não foi sua, foi minha. _Me perdoe deus. Existem tantas mentiras guardadas dentro de mim. Sinto muito Adam, não queria que você entra-se nessa história pra tirar o meu nome da reta. Eu sinto muito. Mas essa é a minha versão de verdade, falsificada com a mentira, e algumas doses de culpa corrosiva.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente eu quero pedir desculpa por alguns erros ortográficos, pois escrevo correndo e não releio. E ai pessoal! O que acharam? Situação difícil a do Kevin. O que ele é? Bom ou mau?



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