Zettai Kareshi No Sandman. escrita por Oribu san


Capítulo 7
Capítulo 7: Porquê?


Notas iniciais do capítulo

ah meu Deus como to satisfeito n_n hahahha tudo porq acabei de assistir o DBZ batalha dos Deuses. Então entrei em contradição por causa desse capitulo. não sei se fico feliz ou triste (ai minha cabeça)



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Não há. Em toda Tokyo não há nada melhor para esquentar o sangue e exaltar os ânimos, do que uma noite quente de outono.

Ren havia acabado de chegar na pousada e o girar da maçaneta lhe denunciava a presença no quarto escuro onde as luzes ainda estavam apagadas, com exceção do segundo comodo onde ficam a cozinha, o banheiro, e neste momento, eu.

Ao ouvi-lo chegar de sua despedida á meu irmão, ele pôde me ouvir a agitação de certa pressa na cozinha, como se escondesse algo em uma das gavetas.

– Lenny? O que está fazendo?–Se referia tanto a minha pressa, quanto a estar em casa, se ainda era hora de estar trabalhando.

– Nada. Não é nada.

Minha voz disfarçante e o leve encostar de meu corpo sobre o armário, cobrindo-lhe assim a visão de uma gaveta, mais do que chamar a atenção, lhe reativou os ciumes.

– O que está escondendo?

A voz fria num rosto inexpressivo, dizia que a suspeita de não saber do que se tratava já machucava o seu coração e isso lhe irritava.

– Já disse que não é nada.

Sem dizer mais nada, ele se avança sobre nós, eu e a gaveta, e a abre ficando surpreso com o que encontra. Pega com um olhar perdido o objeto que joguei ali assim que a porta abriu e então ainda com ele em sua posse, me olha... E diz.

– Porquê?

Eu não sabia lhe responder. Apenas baixava minha cabeça me escondendo em mim, tal qual minhas mãos, dadas uma a outra se escondiam nas costas.

– Eu li.

– O quê?

– O livro.

Mais respectivamente a parte central, na qual se encontravam as regras de existência do sandman, ali chamado John.

Primeiro, ninguém deveria espalhar a sua existência ao vento ou ao vento ele seria espalhado. Segundo, manter com sigo o que lhe trouxe a vida. O primeiro ponto eu já mantinha, mas precisei assegurar o segundo.

O objeto qual escondi e Ren achou, era um livro. Não o que tínhamos em casa, mas sim um novo. Feito suas paginas com todos os bilhetes que escrevi, recortes, ilustrações e algumas das poucas fotos que tinha dele, formando assim um livro de lembranças sobre Ren.

Nas primeiras partes que folheou, alguns dos bilhetes que consegui achar, as folhas do outono, fotos de Golias, Kokoro, Anny e tudo mais de sua historia até aqui. Tudo organizado, colorido e com legendas que me fariam chorar se algo acontecesse.

– Está incompleto.–Ele disse ainda com uma voz diferente a sua habitual, porém mais gentil.

– Eu... deixei algumas paginas em branco, porquê ainda...

– Não é disso que estou falando.–Ele larga levemente aberto sobre a mesa, aproxima-se de mim com a mesma leveza e ao por a mão sobre a minha nuca, escora sua testa na minha, tomando minha cintura com a outra.–Falta você.

Sempre eu me fazia faltar. Tanto no seu livro, quanto na vida. Eu sempre me incluía fora da cenas as quais deveria pertencer.

Sendo assim, não escapei daquela. Permanecemos de olhos fechados e cabeças ligadas pela sua mão, mesmo que as minhas ainda estivessem paradas onde estavam. Permanecemos até uma única gota solitária pingar o chão atrás de mim e ele abrir os olhos como se ouvisse ou sentisse o seu estrondo silencioso.

Passou as mãos nos meus braços constatando que tremi de desconfiança, mas ainda assim não movi as mãos do lugar em que as escondia.

– Deixe-me ver suas mãos.

Se eu dissesse "Não" isso seria mais do que uma confissão de que as escondia, só serviria para atiçar sua vontade e a seriedade, mas infelizmente não consegui pensar em mais nada que pudesse dizer ou fazer, que não fosse recuar um passo.

– Não.

– Lenny. Me mostre suas mãos.

– Não! Eu já disse!

Seu rosto que fechara em seriedade desde que pediu a primeira vez, se virou fingindo desistir, mas logo em seguida voltou acelerando sobre mim e forçando as mãos saírem do lugar quando ele as tomou pelos meus pulsos e seu rosto muda de novo.

Meus dedos e partes das palmas estavam envoltos e repletos de adesivos para cortes, alguns já bastante vermelhos de sangue.

Eu havia descido do ônibus e passado a tarde toda, chafurdando desesperado as mãos num lixão, para achar os bilhetes que não via desde o dia em que vi Ren pela primeira vez. E tudo sem nem saber o porque de estar fazendo isso.

– Tenho sorte que aqui até o lixo é separado em lotes.

Sorri frágil com os olhos empoçados, como nunca o deixei ver antes. Olhos que derramou as poças quando ele me aperta o corpo emocionado pelo que fiz, novamente me beijando o pescoço ao sentir meu cheiro de perto.

É então que passo a não saber se me entrego a ele ou ao desespero que junto ao pescoço me subia e as lágrimas desciam pela confusão que tudo era passando ao mesmo tempo em minha mente.

– Não. Ren, me solta.–Minha voz era fraca misturada a sua que só falava entre os beijos que me dava a caminho do ombro.

– Porquê, anjinho? Você não me quer?

– Não. Não me pergunte isso.–Seu avançar só me confundia mais.–Isso não pode acontecer.–Começamos a gritar daí. Eu a tentar fugir mais uma vez e ele a se prender a mim.–Eu não posso!

– Pode. Pode sim!

– Não!

– Eu amo o Lenny e ele me ama!

– Eu não posso amar você!

– Você ama!

– Mas eu não posso!

– Porquê não?!

– Porque Você não existe!–Eu fiz de novo. Ao me exaltar o machucava por jogar em sua cara algo que ele não podia mudar. Porque era assim que ele era.

Ren parou para me olhar nos olhos com os seus tremendo. E então segurou-se firme a mim como se um de nós dois pudesse se desfazer e esfarelar bem ali nos sapatos do outro.

– Eu não posso amar você, Ren. Porque você não é um homem de verdade.

Mais uma vez dizia a verdade, mas pra mim do que pra ele. Pelo menos até um ultimo aperto e eu sentir seus braços perderem a força sobre mim, desvencilhando nossa despedida com ele correndo pra fora na porta que bateu atrás de si.

Sozinho, imaginando que aquela podia ser a ultima vez que o via, me segurei o olhar a porta e as coxas no chão para admitir.

– Mesmo que eu já te ame.

Imaculado de corpo, mas completamente corrompido de mente, me pus a vagar sem rumo pelas ruas apinhadas de gente em sua farra de sexta-feira. A cabeça lotada de imagens e pensamentos misturados que não se alinhavam de jeito nenhum e ainda assim totalmente vazia, dava-me a certeza de que quanto mais você pensa, mais confuso você pode ficar. Inocente do que poderia acontecer, como por exemplo, dois encontros marcados pra piorar tudo.

– Lenny? O que...

Seiga acabava de sair de um restaurante e já voltava para dentro dele comigo, querendo saber o que acontecera. Querendo demais.

O segundo encontro, se deu num cenário não muito distante. Uma praça. E foi entre os menos prováveis a acontecer.

– Porque está tão pra baixo, gatinho?– Miia fazia uma voz infantil de falsos tristes olhos ao sentar-se próximo a Ren.

– Você? Eu já vi você no trabalho de Lenny.–Enxugava o canto de seu rosto, forçando um sorriso a sair.

– Sim, eu sou... Uma amiga.

– É?

– Claro que sim.–Seus braços alçaram voou sobre os ombros largos dele, fingindo consolar, quando na verdade procuravam algo mais.–Então. Quer me contar o que aconteceu?

Ele negou-se a principio, mas terminou por ceder ao obvio.

– Eu sou uma mentira.

– Como assim?

Foi por quase que exatamente a mesma pergunta que Seiga que fez. "Como assim ele foi embora?" e eu também a respondi. Afundando a cabeça entre as mãos, mas respondi.

– Eu... Disse algumas coisas que não devia dizer.

– Que coisas? Verdades?–Tragou um gole deWhisky que fez duas ou três mechas do cabelo se desalinharem indo ao rosto porque os óculos repousavam sobre a mesa.

– Sim, mas...

Estava a ponto de pergunta-lo se podíamos amar alguém apesar dela ser algo que não pode mudar, mas me lembrei que não muito tempo atrás "isso" foi a bomba que estourou problemas entre nós. "Será que eu ainda o amo?" Perguntei mentalmente.

Segundos depois, ele se põe em movimentos de mexer com mulheres. De inicio já sem os óculos que não se sabia se ficava mais bonito com ou sem eles, depois por remover o paletó permanecendo a camisa branca entreaberta e por fim passa os dedos nos fios de cabelo para trás, antes de tocar minha mão do outro lado da mesa.

– Você vai ficar bem.

Se ele estava tentando mexer comigo ou era eu mesmo que estava imaginando coisas por conta de tudo que aconteceu antes e agora, eu não estava certo. Só sei que recolhi minha mão pra junto de sua irmã gêmea.

Ainda não muito longe, Miia fracassava na tentativa de arrancar informações do sandman. Logo, vendo que não teria proveito, tentou um plano para lhe arrancar outra coisa. As calças.

– Por que não vamos a algum lugar e você me conta melhor? Olha tem um bar bem ali na esquina.

Já frequentadora daquele antro onde os homens embriagavam mulheres para leva-las pra cama, Miia pretendia aplicar-lhe o mesmo ataque.

– Não, obrigada. Eu não bebo.

Nem fuma. Lembro claramente até hoje de ter escrito isso em letras garrafais. Sabedora de que nem isso ela conseguiria, bateu as mãos nas cochas amostra, se levantando como ele e partindo direto para o plano "C" de crueldade.

– Tudo bem. Pode pelo menos me dar o endereço? Adoraria visitar meu amiguinho querido. Quem sabe até posso juntar vocês dois.

Quem dera tivesse lembrado de escrever "Fica esperto com Miia", mas também, quem se daria o desgosto de pensar em tal monstro enquanto cria o homem perfeito?

Ren armorejado de boas intenções, pega a caneta que ela o fez tirar entre seus avantajados seios e escreve na mão da raposa o caminho para o meu ninho, onde apenas uma gata mestiça era guardiã.

– Só não acredito que Lenny esteja lá.–Ele disse.

Era tudo o que ela queria ouvir. Portadora deste conhecimento assim como de meu endereço, ela tinha em mãos a chance de descobrir por si mesma o que o homem a sua frente não queria contar, mas antes disso, ela marcava ainda mais um ponto de inveja.

– Tudo bem, gatinho, passo lá outra hora. O importante é que agora você tem uma amiga do seu lado. Tanto que... Ah, deixa pra lá. Você não precisa saber do Seiga-san, não é?

Foi ouvir a pronuncia do nome esvair da boca com batom violeta e ele erguer as orelhas.

– Me conte!

De imediato ela é presenteada com um sorriso interno e toma o celular a mão, dizendo coisas como se isso lhe partisse o coração que ela não tinha, mesmo assim esfaqueando Ren com as cenas da minha tragedia na noite em que o criei.

Seus olhos moviam inquietos na tela, vendo e ouvindo coisas as quais ele não sabia sobre mim, nem sobre Seiga. Uma vez o vídeo encerrado com o tapa de Anny na cara de nosso superior, ele largou o celular de Miia e se pós a correr para o nada. Ela mau se importou com isso, afinal já possuía o que queria.

– Não quer beber nada mesmo?

– Não, Seiga. Acho que já vou indo pra casa.–Levantei devagar recomposto do que podia.

– Eu também já estava indo. Preciso descansar do dia de hoje.

– O que aconteceu hoje?

Ofereci meus ouvidos já que ele me oferecera os seus, caindo propositalmente na isca que ele lançou com esse comentário.

– Nada de muito grave. Só a correria por causa da Yuu Watase e...

– E..?

– E as novas fofocas que estão correndo.

"Mais novas?" Parecia que, o que o pessoal da empresa gostava mais do que ganhar seu dinheiro eram as fofocas.

– E... Sobre o que estão falando agora? Sobre mim?

– Sobre mim.–Ele disse cruzando as pernas.–Andam dizendo que você já estava namorando o Sunahama quando aconteceu "aquilo."

Isso era impossível. Ren só aconteceu por causa do que me aconteceu naquela festa, mas isso eu não poderia nem iria lhe contar.

Seiga parecia incomodado com isso, mas não deixava escapar se era porque ele era o novo alvo, se era porque sua noiva saberia que a humilhação não foi em tão grande estilo assim, já que em suposição eu estaria com outra pessoa, ou por qualquer outro motivo que seja. Apenas parecia incomodado.

– Eu sinto muito.

– Pelo o quê?–Ao que parece, eu realmente não sei de nada. Não sabia o porque de estar me desculpando.–Não é culpa sua.

Ele atravessou mais uma vez a mesa para tomar minhas mãos dizendo isso. Infelizmente o destino gosta de pregar peças de exatidão, pois nesse mesmo instante, tratou de por Ren bem nas portas do restaurante, vendo ao longe das mesas o que se sucedia.

Nem mesmo essa distancia obstaculada o impediu de entrar correndo feito louco chamando atenção de todos que o viram arrancar Seiga da cadeira e o suspender pelo colarinho.

– Tire suas mãos dele!–Ele disse como se ainda pudesse ver o monstro dovídeonos olhos de Seiga.

– Ren! Ren, fique calmo! O que está fazendo aqui?!

– Eu é que pergunto! Porque Lenny está aqui?! E com ele?!

– Não importa.

– Como assim não importa?! Ele pisou no seu coração... O meu coração!

Os espectadores passivos da situação não sabiam se saiam ou ficavam, pois assim como os garçons, não estavam acostumados que algo assim acontecesse, então continham-se num mau comum dos humanos. Observar contidos algo desagradável, mas sem fazer nada, como se não estivessem lá.

– Ren, larga ele!

Tentei separa-los agarrando-me a seu braço que se movia rápido por estar em disputa de força com Seiga, mas minhas mãos calejadas pelos cortes, de nada serviam. Ele não me ouvia. Só me viu quando um mover mais brusco deles me fez cair sentado no chão, e, eles pararam com o desenfurecido se virando para mim.

– Me desc...

– Vá embora.–Minha voz semitonou cromático numa escala do grito, de zero á dez.–Vá embora, não ouviu!– Imediando minhas palavras.–Eu não aguento mais tudo isso! Suma Ren! Suma!

Devia ter medido a força, e principalmente o significado do que lhe dizia. Podia ser acreditado que cada palavra minha o feria de punhaladas por vê-lo segurar o coração rangendo os dentes e sair mais uma vez correndo e esbarrando nas mesas, como que ferido em parte fatal.

Em uma unica noite, eu havia quebrado de uma só vez, as duas regras para mante-lo vivo. A primeira quando gritei em casa que ele não era um homem de verdade e a segunda agora, quando não mantive comigo o que lhe trouxe a vida. E que não foram os bilhetes como eu pensava, mas sim meu desejo de tê-lo perto.

Sendo assim, o que aconteceria agora que desejei que sumisse?


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Notas finais do capítulo

Ai ai uhnf :/ só sei que suspiro.



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