Gênesis: O Inicio Do Fim (Interativa) escrita por Alex Maxssuel


Capítulo 7
O Pacifismo Pode Esperar.


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou sem tempo hoje, ia postar ontem mas como devem saber teve atualização ao algo assim no site, logo não pude postar. Espero que gostem deste cap, sei que não esta atendendo muito bem as expectativas mas... Boa leitura.



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Fiquei um tanto zonzo e chocado... Aquela voz pertencia a Julian, meu melhor amigo, o amigo que matei ao perder controle do meu poder a alguns dias atrás. Virei-me e o vi, estava com as mesmas roupas da ultima vez que nos vimos, era como se tivéssemos voltado ao dia do meu aniversário, porém sua imagem estava esbranquiçada e oscilante, como se fosse uma espécie de holograma.

–Prazer em conhecê-lo Julian. Sou Jane Stardust. Aquela que te invocou, logo, sou sua mestra enquanto estiver por aqui.

–Mestra? Tá de brincadeira comigo?-Repeliu ele. -Do que diabos esta falando? Como assim estou morto? Que loucura é essa?!

–Tenha mais respeito. -Disse ela fechando o punho com força, Julian berrou e começou a se debater ficando com a imagem cada vez mais fraca, enquanto uma espécie de corrente elétrica feita de luz passava por dentro dele. -Você morreu, ou melhor, foi morto. Por tanto é um fantasma. Agora faça-me me o favor e conte a esse jovem rapaz tudo que você sente por ele ou tenha vontade de falar pra ele. Não minta, nem esconda. Fale tudo.

–O que é você? -Perguntei horrorizado, olhando para ela, não conseguia aguentar olhar para Julian.

–Eu?-Respondeu ela apontando pra si própria com o polegar. -Bem, me chamam de muitas coisas... Médium, Espírita, Xamã e Senhora das Almas, porém eu prefiro o termo Necromante. Agora os deixarei ter privacidade, não irei muito longe, fiquem a vontade, ah e Julian, comece, por favor. Tempo é dinheiro.

Dito isso ela se virou e começou a caminhar para longe dali. Sem ela por perto a presença de Julian tornou-se mais forte, mais pesada. Respirei fundo enquanto tentava parar de tremer.

–Mostro. -Falou ele com uma voz carregada de desgosto. Já estava bastante chocado após vê-lo, e assim que ouvi essas palavras sendo ditas por ele senti as lágrimas tentarem sair dos meus olhos, meus batimentos acelerados e aquela dor no peito, um sentimento que nunca me deixaria: culpa. -Monstro. Aliais, você é mais perigoso que um monstro, pois mesmo sendo mais poderoso que um, você possui uma aparência humana. É por isso que odeio vocês, experiências do governo, monstro que caminham entre nós, sempre mentindo e nos deixando com medo. Vocês são as piores coisas que existem.

Queria poder pedir desculpa, dizer que não fora minha intenção que só queria protegê-los mas as palavras ficaram presa na garganta e o soluço me impedia de falar com clareza, sempre fui muito fraco, muito sentimental e isso estava aparente agora com minhas lágrimas caindo na grama recém-molhada pela chuva.

–Você é tanto homem quanto monstro. -Continuou ele, agachado em minha frente, me encarando, porém agora estava sorrindo. -Lembre-se seu idiota, você tem um lado humano e um lado monstro, naquele dia o monstro dentro de você venceu, mas isso não quer dizer que ele sempre vencerá. Eu sei que estava apenas querendo nos proteger você sempre fez isso, então não tenha medo do seu poder, domine-o. Se você controlar esse poder coisas como o que aconteceu comigo não irão se repetir. Você era muito mais poderoso que aquele monstro, somente um bicho daqueles destruiria um batalhão da Áegis inteiro, imagine o que você poderia fazer... Use esse poder para se redimir comigo e todos aqueles que talvez tenha ferido.

Estava entorpecido demais com meus sentimentos para entender com clareza mas cada palavra gerava uma dor ainda maior, mesmo assim assenti com a cabeça enquanto limpava as lágrimas com a manga da blusa e tentava me recuperar, lentamente me levantei, ainda bamboleando porém mais firme e decidido agora.

–Eu odeio os monstros, odeio os mutantes, odeio você! Mas ainda odeio mais a Áegis, que mesmo não sendo monstro ou mutante são ainda mais cruéis e desumanos que as próprias criaturas, mesmo sabendo do perigo que são, incentivam a criação de seres como você. -Continuou ele agora com a voz alta, quase berrando. -Derrube a Áegis, mate todos os monstros e aqueles que representam perigo para a humanidade. Livre os humanos da corrente do medo. Faça desse mundo um bom lugar para nossa preciosa amiga viver. Me promete isso?

–Não! Olha, desculpe por ter feito isso com você e sim eu tenho que assumir responsabilidades pelo que fiz, mas não vou destruir tudo e todos por isso. Não quero mais guerras ou mortes, já vi o suficiente. -Minha voz saiu mais firme e confiante do que realmente me sentia, com até uma pontada de raiva. -Irei fazer o que acho certo, mesmo que algumas pessoas e mutantes sejam ruins não irei fazer todos pagar por isso.

–Maldito, sempre tão egoísta. -Disse Julian com aquele ar zombeteiro dele, por um instante a raiva e desprezo saíram de seu rosto e voz e o vi como meu melhor amigo e não com o garoto que matei. -Sabia que essa seria sua resposta. Meu tempo está acabando então me escute bem, pois esse é meu ultimo desejo: Se encontrar a Luana de novo... bem... Diga a ela que eu a amo, sempre a amei.

Dito isso vi sua imagem tremeluzir, ele veio até mim e com a mão direita erguida, jurei que ele ia me bater mas tudo que fez foi estendê-la para mim, tentei apertar sua mão mas a minha simplesmente atravessou. Senti um aperto ainda maior no peito que fez minhas pernas cederem e acabei por cair sentado na grama, encarando céu cinzento. Fechei os olhos agora um pouco mais aliviado enquanto Julian desaparecia lentamente sendo levado pela brisa fria.

–Chorando? -Perguntou uma voz conhecida, era Thayron Becker, um dos colegas de sala, um rapaz um pouco mais velho que eu, de pele branca e olhos azuis e cabelo roxo, era muito forte para alguém da nossa idade. -Seja lá qual for o motivo cara, anime-se, tudo irá melhorar, se precisar falar com alguém pode contar comigo.

–Obrigado, mas sério não é nada demais. Bem, pelo menos agora já passou. Thay, pode me fazer o favor de me levar para onde os outros estão?

–Claro, só que bem... Acho melhor você passar um pouco de água no rosto e comer alguma coisa, parece abatido e pálido, além de estar com os olhos inchados e se aparecer assim na frente do Mike... -Ele deu de ombros casualmente. -Bem o Mike é o Mike, ele vai conseguir fazer você se sentir pior.

–Entendo o que quer dizer. -Falei com desgosto, afinal tudo isso foi culpa desse garoto arrogante.

Segui o conselho do Thay e fui com ele até o refeitório. Era um enorme salão com várias fileiras verticais de mesas estreitas demasiadamente extensas onde cabiam mais de 30 alunos de cada lado. Fui até a cozinha e peguei dois pães, ofereci um para Thay que aceitou de bom grado e logo devorou o pão em poucas mordidas, segui seu exemplo e me apressei com o meu. Depois de comer fui até o banheiro onde lavei meu rosto, voltei para o refeitório e deixei Thay me levar até o local onde os outros estavam.

Eles estavam no mesmo lugar de sempre, eu sabia disso mas, sei lá, preferi fazer esse percurso com alguém, senti-a melhor assim. Caminhei com passos fortes em direção de Mike, ele estava ensinando a manejo de espadas para a pequena e atrapalhada Suzzhan Salvatore, enquanto usava Myranda como ajudante, pelo visto ela havia recuperado seu estimada katana de madeira, pois a empunhava agora e batia em Mike de forma feroz fazendo-o recuar.

–Mike! -Berrei ao chagar perto dele. O mesmo sorriu de forma sombria, como se estivesse rindo de uma piada que só eu e ele sabíamos.

–Vejo que teve bom proveito com a Jane não é? Sabe, se você der dinheiro ela pode ser bem útil. -Disse Mike sem preocupação ou culpa na voz, ele saiba o que ela era e o que fazia e mesmo assim... Mesmo assim... Esse maldito ainda a mandou ela ir atrás de mim.

–Mike! Você não queria batalhar? Não queria que eu lutasse pra valer? Conseguiu, venha enfrente-me! -Falei furioso.

–Uau, Jane fez um ótimo trabalho dessa vez, talvez até pague um lanche pra ela como agradecimento. Controle suas emoções e sentimentos. Você faltou aos treinos e quando vinha nada fazia. Você não tem direito de exigir nada. -Falou ele rispidamente. -Mas se quer tanto assim lutar... Pessoal, acabou o treino de hoje, amanhã bem cedo teremos uma atividade especial, uma batalha-treino com o uso de poderes e armas autorizados, será uma batalha em grupo, meu time contra o time do grande Alec. Por hoje é só. -Ele veio até mim, bateu levemente em meu ombro e disse de forma obscura. -Não sei quem nem o que viu para mudar de ideia, porém catalise toda essa fúria em mim amanhã. Se quer uma luta séria, uma luta séria é o que teremos.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Próximo capitulo será luta, talvez divida em duas partes, bem, não sei exatamente o que fazer. Obrigado por ler, se tiver tempo comente, é de grande incentivo.