Clichês escrita por NessAlgumaCoisa


Capítulo 5
Apartamento 31




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Foi meio esquisito quando nos separamos, senti-me como se tivesse quebrado uma barreira muito, muuito espessa que nos separava, mas ao mesmo tempo parecia que ainda tinha um véu nos separando, um véu de insegurança. Eu já estava pronta para sair correndo e esconder meu rosto quente quando Natsu riu e colocou o braço sobre meus ombros me aproximando dele, ele olhou pra mim e riu novamente.

– Quem diria, quer um café?

Eu fiquei meio aturdida mas sorri nervosa e assenti. Fomos até a cafeteria mais próxima pegamos um café e seguimos até o final da rua, entramos numa esquina e percebi que nunca estive naquela parte da cidade, era bem alternativa, muitas lojas de roupas de segunda mão, livros velhos e vinil. Tinha alguns bares de onde vinham diferentes tipos de músicas, um grupo de feministas bêbadas discutiam com dois caras de calça cáqui e jaqueta de couro, em outro canto um grupinho de garotos ensaiavam alguns passos de dança, era um lugar agradável e um diferente. Subimos as escadas de um prédio estreito.

–Moro aqui agora.- disse Natsu tirando um molho de chaves do bolço abrindo a porta que levava a uma escadaria, subimos até o último andar e ele abriu a porta de um apartamento, número 31.

Nunca pensei que um homem pudesse ter uma casa tão organizada, limpa e cheirosa, e ainda por cima ter uma estante cheia de clássicos da literatura. Senti como se meu coração ardesse por um momento, Natsu abriu a geladeira e tirou de lá duas garrafas de uma bebida que não conhecia, me ofereceu uma que aceitei.

–Lar doce lar.- disse assoviando no final.

–O que achou?

–Nem tenho palavras, continuo impressionada, só de pensar que aquele garoto que não conseguia arrumar a própria camisa de botões conseguiu manter um lugar tão... Uau.

Ele riu e se aproximou.

–Sabe Lucy, sempre te quis bem, sempre quis te ver feliz, sorrindo e rindo...- Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha, engoli a saliva que se acumulara na boca e senti meu coração palpitar.

–Sei lá... Vai que da certo.- riu baixinho, estávamos muito próximos.

–É quem sabe... - sorri e então nos aproximamos, e com a mãe livre ele segurou minha nuca e beijou-me.

Nunca pensei que beijar fosse tão fácil assim, nas minhas pequenas experiências românticas sempre era estranho, era complicado, minha cabeça sempre se enchia de pensamentos, mas com Natsu... É fácil, é simples, é delicado e sem demora.

Ficamos nesse agarra-agarra por muito tempo e creio que foi o melhor tempo que já desperdicei em toda minha vida, as vezes não conseguimos parar de rir, e outras era apenas um desejo de chegar mais perto.

Foi engraçado, foi como se o tempo nos pertencesse, foi como se nada mais importasse, aquele momento era o que importava.

Depois de cairmos no sofá fizemos uma pequena maratona de séries e depois disso acabei dormindo com a cabeça em seu ombro.

Nunca estive tão calma em toda minha vida, nunca senti algo tão recíproco quanto aquilo... De verdade... Não somos ninguém até sermos amados.


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Notas finais do capítulo

Então... Pequeno capítulo, mas de coração.



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