Destino Esquecido escrita por Laura Marie


Capítulo 7
Impedimentos




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Melissa, sem dizer mais uma palavra, apenas se virou e saiu correndo pela porta da mansão, segurando firmemente a carta que acabara de receber.

Chérie, espere!

– Não insista em vir atrás de mim, Remy! – Disse ela enquanto descia as escadas apressadamente – Eu tenho que voltar para casa agora!

– Mas o que diabos está acontecendo?! O que está escrito nesta carta?!

– Esquece! Isto é assunto meu! Vê se fica fora desta, ok ?!

Assim que ouviu as últimas palavras da filha, Remy ficou ainda mais nervoso. E num impulso, ele a segurou fortemente pelo braço, impedindo-a de fazer qualquer outro movimento.

– Olha aqui, mocinha! Eu sou o seu pai e não aceito que você use este tom comigo!

– Ah! Então agora você é o meu pai ?! – Disse Melissa, utilizando um tom irônico para disfarçar a surpresa que tivera com o comportamento de Remy.

Ouí! Mesmo que você não queira, eu sou o seu pai! – Remy aumentava o seu tom de voz cada vez mais – Eu tenho sido legal com você o máximo possível, mas não vou aceitar que você me trate deste jeito. Você não vê que o que eu mais quero é te proteger?

Melissa, que estava assustada pela atitude do pai, não reagiu. Ela percebeu que estava errada, e que havia tomado uma decisão por impulso, e acabou descontando a sua raiva em seu pai que acabara de conhecer.

– E agora me entrega a droga deste papel! – Mesmo estando nervoso, Remy soltou o braço dela, e estendeu a sua mão, à espera da carta.

Sendo assim, parecia que Melissa não tinha outra saída a não ser em entregar a carta. Então, sem objeções, a garota entregou a carta ao pai. Assim que a recebeu, Remy leu a carta imediatamente.

Chérie, você não percebeu que isto é uma armadilha? – Disse ele com um tom de voz, finalmente, mais calmo.

– Eles estão com a minha mãe! E se eu não for até lá, eles vão matá-la!

Non! Se você for até lá, vocês duas serão mortas!

– Remy, por favor! – Disse a garota, que voltou a ficar mais nervosa – A minha mãe não pode fazer nada para se defender e tudo isso é por sua culpa!

– O quê ?! – Disse Remy com um olhar assustado.

– É isso mesmo que você ouviu! Se não fosse por você e a sua namoradinha, a minha mãe jamais estaria no estado em que ela está!

– Pensei que nós já tivéssemos resolvido este assunto hoje mais cedo – Disse Remy com uma voz trêmula. Aliás, o que ele mais temia acabou acontecendo.

Melissa ficou em silêncio. Ela definitivamente não sabia mais o que dizer, pois ela não queria ter dito aquilo – já que o seu objetivo era apenas atacar emotivamente o pai para que ele cedesse e permitisse a sua partida. Já Remy, ao ver o olhar melancólico da filha, entendeu o que ela queria dizer com aquilo. Ele se acalmou, se aproximou dela e segurou delicadamente o seu rosto.

Chérie, eu jamais vou permitir que algo aconteça com você, e é por isso que estou aqui. E eu também não vou deixar que nada aconteça com a Belladonna. Eu vou te ajudar e também vou ajudar a sua mãe! Mas primeiro eu preciso que você confie em mim.

– Você promete? – Disse ela com um olhar carregado de lágrimas.

Ouí! Eu prometo! – Remy, em seguida, deu um forte abraço em sua filha – Mas vamos resolver isso amanhã de manhã. Os assassinos não farão nada com a sua mãe agora.

– Como pode ter tanta certeza disso?

– Se eles realmente quisessem fazer alguma coisa com ela, eles já teriam feito.

Sem questionar, Melissa aceitou a idéia de Remy, e não demorou muito para que eles voltassem para dentro da mansão.

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No meio da noite, enquanto todos dormiam e os guardas vigiavam a Mansão dos Ladrões, uma pessoa ainda perambulava cuidadosamente pela casa. A pessoa, mais especificamente uma garota, caminhava pela escuridão em direção à garagem, tomando todo o cuidado para não ser vista pelos seguranças.

Enquanto isso, Remy dormia profundamente. Na verdade, ele demorou a dormi, pois estava preocupado com a discussão que tivera com Melissa horas atrás. O que ele mais queria era ficar bem com a sua filha, e não subir o tom de voz justamente no primeiro dia em que se conheceram. No entanto, quando ele finalmente conseguiu dormi, o forte rugido de um carro o despertou.

Remy acordou assustado, e correu imediatamente para a janela, e lá ele viu um carro saindo da área da mansão em alta velocidade.

– MELISSA!!!

Era tarde demais. Melissa agora não podia ouvi-lo. Ela simplesmente não pôde dormir pensando que a sua mãe corria sérios perigos nas mãos dos próprios Assassinos. Melissa dirigia a toda velocidade, desviando dos obstáculos e armadilhas em seu caminho. No entanto, não demorou muito para que um repentino obstáculo surgisse em seu caminho: de repente, um carro atravessou em sua frente. Melissa se assustou e tentou desviar, mas acabou desgovernando o seu carro. Ela tentou frear, mas acabou batendo em uma árvore.

Por sorte, a batida na árvore não foi forte, fazendo com que Melissa não sofresse nenhum ferimento. Porém, foi o suficiente para que ela ficasse furiosa. Enquanto isso, o outro carro, que nada sofreu no acidente, parou imediatamente, e duas pessoas desceram e correram apressadamente em direção ao carro onde a garota estava.

No entanto, antes que os dois estranhos pudessem fazer alguma coisa, Melissa desceu furiosamente do carro, e quando se deparou com as pessoas responsáveis pelo seu acidente, ela teve uma surpresa.

– Vampira ?! – Disse Melissa com os seus dois olhos arregalados encarando Vampira e Wolverine.

– Melissa? O que está fazendo aqui? E onde está o Remy?

– Eu é que devo te perguntar o que você está fazendo aqui! – Disse Melissa furiosamente – Viu o que vocês fizeram?

– Como assim o que nós fizemos? – Disse Vampira, que também começou a ficar furiosa – Você surgiu de repente na estrada! Estávamos no cruzamento, era a nossa preferência!

– Cruzamento? Do que você está falando? Nós estamos em um pântano!

– Ei, vocês duas querem parar com isso !? – Disse Wolverine – Agora não é hora de falar sobre normas de trânsito!

– Eu só ainda não entendi o que vocês estão fazendo aqui! Pensei que o Remy tinha te despachado de volta para Nova York – Melissa disse ironicamente.

– Olha aqui, garota! – Disse Vampira que já estava prestes a partir para cima de Melissa.

– Vampira, se acalme! – Wolverine teve que intervir mais uma vez – Mas a guria está certa! Nós já devíamos estar a caminho de Nova York, e não devíamos nos meter nos assuntos desta gente de novo!

– Logan, nós já conversamos sobre isto! Não podemos deixar o Remy sozinho. Eu sinto que alguma coisa terrível vai acontecer!

– Parabéns! Você acertou! Olha só o que fizeram com o meu carro! – Disse Melissa.

– E pelo visto agora nós não temos escolha a não ser continuarmos o caminho para a Mansão dos Ladrões. Temos que dar uma carona para a guria.

– Essa não era a minha idéia, mas eu vou aceitar – Disse Melissa, que imediatamente foi em direção ao carro de Vampira e Wolverine – Vocês estragaram o meu plano! Espero que estejam satisfeitos com isso!

– E para onde você ia a esta hora? Encontrar com algum namoradinho escondida? – Brincou Vampira.

– Cala a boca!

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Enquanto isso, Remy e todos os moradores da mansão estavam preocupados.

– Eu não acredito que ela tenha feito isso!

– Remy, s'il vous plaît, se acalme! – Disse Henri – Ficar desesperado não vai adiantar em nada!

– Tem razão! Eu vou até lá!

No entanto, antes que Remy pudesse dar o seu primeiro passo, as grandes portas da mansão se abriram, e de lá surgiu a sua filha, acompanhada por Vampira e Logan.

– Melissa? Vampira? Logan? – Remy ficou sem ar quando se deparou com os seus companheiros X-Men.

– Oi Remy! – Disse Melissa com um tom irônico.

– Melissa, o que você fez? E o que vocês estão fazendo aqui?

– É melhor você fazer uma pergunta de cada vez, Cajun – Disse Logan – Uma pergunta para a guria e outra para a Vampira.

– Eu já imagino que Melissa estava indo a caminho da mansão dos Assassinos...

– Sim, eu estava! Mas graças à sua namorada maluca, eu não consegui chegar até lá!

– Remy...! – Vampira estava tão nervosa que não sabia o que dizer.

– Esperem! – Disse Mercy, que acabara de intervir na conversa – O que realmente aconteceu?

– A namoradora do Remy bateu em meu carro!

– O quê?

– A culpa foi sua! – Vampira tentava se defender – Você surgiu de repente naquela estrada!

– E o que você estava fazendo lá, Vampira? – Disse Remy.

– Como assim o que eu estava fazendo? Eu estava te procurando, oras!

– E como você conseguiu passar pelas nossas armas de segurança? – Disse Emil.

– Eu já estive aqui antes, não se lembra?

– Espera! Uma coisa de cada vez, s'il vous plaît! – Disse Remy, que estava mais confuso do que nunca.

– Eu sugiro que a gente resolva toda esta confusão amanhã - Disse Henri.

– Como assim, amanhã? – Indagou Melissa.

– Você ainda não escapou de uma bronca, mocinha! O seu pai ainda precisa conversar com você, e também com os X-Men.

– Escute o seu tio, Melissa – Disse Mercy que, em seguida, voltou a olhar para os repentinos convidados – E quanto a vocês, podem passar a noite aqui,

Melissa, aparentemente, não concordou com a idéia. Sendo assim, ela correu imediatamente em direção ao seu quarto.

– Melissa!

– Não se preocupe, Remy. Ela não vai tentar fazer nada outra vez – Disse Mercy – É melhor todos nós voltamos a dormir, mas antes eu vou mostrar os quartos para os nossos convidados.

Assim sendo, todos ali presentes na sala começaram a se dispersar, voltando para os seus respectivos aposentos. Porém, quando Vampira começou a seguir Mercy em direção ao seu quarto, Remy a segurou pelo braço.

– Vampira, nós precisamos conversar agora.

Vampira olhou para Logan, que parou de caminhar e a encarou com um olhar preocupado.

– Está tudo bem, Logan.

Então, Vampira voltou o seu olhar para Remy, e juntos foram em direção a um quarto.

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Remy havia levado Vampira para o seu quarto. Ele parecia nervoso e preocupado, enquanto ela apenas permanecia de cabeça baixa, pois não seria apenas a Melissa que receberia uma bronca de Remy.

Chérie, você mentiu pra mim!

– Não, Remy! Eu não queria...

– Então por que você está aqui?

– Eu tive medo! Eu não quero que nada de ruim aconteça com você!

Chérie... – Remy não sabia mais o que dizer. Ele coçou a sua cabeça e, em seguida, se sentou na beira da cama, com a cabeça baixa.

– Me desculpe... – Disse Vampira – Eu não sabia que eu não seria bem-vinda aqui.

– Não é isso, chérie! – Remy se levantou imediatamente.

– Então o que é?

– É que isso pode ser perigoso para você também!

– Perigoso? O que está acontecendo, Remy?

Gambit preferiu não responder. Ele apenas se aproximou, segurou delicadamente o rosto dela, encarando-a profundamente.

– Eu também sinto muito a sua falta, chérie.

– Remy, eu não quero ser uma pedra no meio de seu caminho. Eu só quero te ajudar!

– Eu sei, chérie. Mas eu prometo que nada de ruim vai me acontecer, tudo bem?

– Tudo bem...

Em seguida, os dois ficaram se encarando por um breve momento, até que Gambit a beijou fortemente. Não era o momento propício para uma relação, mas Vampira também correspondia aos seus beijos. Apesar de Remy ter fugido do assunto, ele estava sendo sincero quando disse que sentia falta da Vampira, assim como ela sentia falta dele (aliás, dois dias separados eram o suficiente para levar ambos à loucura)

Não demorou muito para que Remy deitasse Vampira em sua cama. E pelo visto, aquela longa noite estava longe de seu fim.

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Na manhã seguinte, Vampira começou a despertar lentamente, mas imediatamente sentiu falta do namorado ao seu lado. Logo, ela se levantou imediatamente enrolada aos lençóis, mas Remy estava sentado na ponta da cama. Vampira sorriu quando o viu. Ela engatinhou na cama até ele, e assim que se aproximou, o abraçou por de trás.

– Bom dia! – Disse ela, enquanto o beijava delicadamente em seu pescoço.

No entanto, Remy não disse nada. Ele levantou a sua cabeça, mas não olhou para ela.

Vampira continuou a beijá-lo, mas sem perceber o olhar preocupado em seu rosto. No entanto, apesar dos beijos - que se tornavam cada vez mais calorosos - Remy resistiu, e finalmente reagiu.

– Vampira, nós precisamos conversar!

– Ainda sobre ontem à noite?

Remy possuía uma expressão séria, mas ele não queria ferir os sentimentos da mulher que amava. Ele suspirou fundo, e tomou coragem para anunciar a sua decisão:

– Eu quero que você parta hoje. Por favor, chérie!

– O quê? – Vampira pôde sentir o seu coração gelar ao ouvir as palavras do namorado.

– Por favor, chérie! Acho melhor nós mantermos o nosso plano inicial...!

– Espere um pouco! A gente transou e agora você simplesmente me manda ir embora ?!

– O quê? Non, chérie! – Remy se assustou com a conclusão precipitada que acabara de ouvir – Nós já tínhamos combinado de você e o Logan irem para Nova York!

– E por que tanta pressa agora?

– Bem... Eu tenho que confessar que depois de passarmos a noite juntos, acho que não estou sendo muito justo com a Melissa...

– Entendi... – Com um tom de frieza mesclado com decepção, Vampira imediatamente se levantou, e começou a se vestir.

Chérie, espere...!

– Como assim, espere? Você acabou de me mandar ir embora!

– Eu não estou te mandando ir embora, chérie! – Disse Remy, que em seguida também se levantou, segurando o lençol enrolado em sua cintura.

– Remy, eu te disse que eu não quero ser uma pedra em seu caminho, e não quero atrapalhar os seus planos com a sua filha, mas eu não aceito ser tratada como uma qualquer!

– Do que você está falando?

– Agora é você quem está mentindo para mim, Remy – Disse Vampira enquanto se vestia – Você sabe muito bem o motivo de ter me trazido para o seu quarto. Eu acho que voltar para Nova Orleans te fez sentir saudades dos velhos tempos em que você dormia com prostitutas e as dispensava na manhã seguinte!

– Você está maluca? Você nem sabe o que está dizendo! Isso não é verdade! – Remy começou a ficar aflito.

– Nenhuma mulher gosta de ser rejeitada, Remy. Principalmente pelo homem que ela ama! – Disse Vampira, que tinha acabado de se arrumar e já estava prestes a abrir a porta – Agora, se me der licença, eu preciso chamar o Logan para irmos embora.

Non, chérie! Você não pode partir assim!

– Remy, eu vou repetir pela terceira vez: eu não quero ser uma pedra em seu caminho. Eu realmente espero que tudo fique bem com você e a Melissa...! – Vampira ficou em silêncio por um breve momento enquanto segurava as suas lágrimas, mas, em seguida, ela foi embora.

– Vampira! Espera! – Remy tentou ir atrás dela, mas assim que tocou na maçaneta, ele se deu conta que estava nu, apenas enrolado em um lençol.

Remy nunca sentira tanta raiva de si mesmo. Ele jamais tinha a intenção de magoar a mulher que mais amava em sua vida. Ele estava confuso, e agora não sabia se tinha tomado a decisão certa. Após tentar se acalmar, ele por acaso olhou pela janela, e lá, viu Melissa sentada no jardim com um olhar triste.

Definitivamente, Remy estava amando duas mulheres, mas ambas ofereciam caminhos distintos para o seu destino seguir.


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