Children Of The Three escrita por victoriamartell


Capítulo 3
Captura da Bandeira




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– Somos divididos em dois times: o vermelho e o azul. - Bruna explicou firmemente enquanto elas vestiam a armadura. - Nós somos o time azul, - ela abriu um sorriso gigante. - então temos que invadir o território deles, pegar a bandeira azul e voltar para o nosso território, sem deixar que eles peguem a bandeira vermelha, que está com a gente. - Ela resumiu tudo, o que ajudou e atrapalhou ao mesmo tempo.

– O primeiro dia é o dia de explicações então? - Victoria perguntou enquanto amarrava suas sandálias. A adaga descansava no banco ao eu lado, junto de um escudo de bronze que pegara na saída do Arsenal. Bruna lhe dissera que Corvo estava ali desde que o acampamento abrira, e que ninguém nunca havia a notado.

– Mais ou menos. - Bruna disse, distraída com sua espada. Victoria ainda estava impressionada com a beleza da arma: ela era de bronze, com o cabo de vários tons de um belo azul esverdeado. E bem no meio, havia um tridente prateado, símbolo de seu pai, Poseidon.

– Você está aqui há quanto tempo? - Victoria perguntou, e, por um segundo, Bruna congelou, mas disfarçou rapidamente enquanto colocava a espada na bainha.

– Uns seis anos, mais ou menos. - Ela disse, e Victoria se sentiu um tanto chocada.

– Tanto tempo assim? - Ela perguntou, com os olhos castanhos meio arregalados. Bruna confirmou com a cabeça, evitando a olhar no olho. Victoria não insistiu, percebendo o que a pergunta fizera com a garota. Terminou de arrumar sua armadura e se levantou, colocando a adaga presa em uma munhequeira preta em seu pulso direito, assim, se levasse a mão direita para o lado, iria conseguir puxar a arma de sua capa, a segurando com a lâmina para baixo, facilitando o ataque.

Bruna lhe avisou as regras: Era para pegar a bandeira, mas, como Victoria, as pessoas eram um tanto violentas. Cuidado com todos. Os filhos de Apolo, de Ares, ela lhe disse, especialmente os filhos de Ares. Os filhos do deus da guerra eram extremamente violentos e perigosos. Ela sorriu para si mesma. Sempre teve certa afeição por Ares, e tinha uma leve suspeita de que se daria muito bem com seus filhos.

Se dirigiram até as florestas, onde vários semideuses já estavam se dividindo entre os com elmo azul e os com elmo vermelho. - Vem. - Bruna disse, acendo para que ela chegasse mais perto. Victoria estava segurando o elmo debaixo do braço, colocando as mãos sobre os olhos para proteger sua vista do sol. Havia adolescente e crianças dos tipos mais variados, mas o que realmente a fez rir foi um garoto magricela que parecia ter um metro e meio de altura, com os braços cobertos de tatuagens.

– Entendeu as regras? - Luiz disse com um sorriso ao se aproximar dela. A cor do elmo dele a irritou profundamente. - Sabia que iriam te colocar no nosso time. - Ele sorriu. - Espero que você não leve nossa conversa de antes para o lado pessoal. - Ele continuou, falando em um tom brincalhão. Victoria suspirou, irritada.

– Ok, pare de falar comigo. - Ela disse, virando o rosto. Quando voltou para encará-lo, ele tinha as sobrancelhas erguidas, esperando que ela dissesse algo mais. - O que você quer?

– Um pedido de desculpas. - Ele disse suavemente, sem rodeios.

– Um pedido de desculpas? - Victoria perguntou, não acreditando.

– Exatamente.

– E um pedido de desculpas pelo o que exatamente? - Ela disse, cruzando os braços.

– Você sabe. - Ele falou, antes de se virar e sair. Victoria deu de ombros. Tinha preocupações maiores. Caminhou até Bruna, que conversava alegremente com um grupo de campistas. Sabia que estava parecendo grudenta, mas ela era a única pessoa no acampamento que ela conhecia, e sentia que podia falar. Quando a garota notou sua presença, a puxou pelo braço com certa força e com um sorriso animado nos lábios.

– Pessoas, essa é a Victoria, campista nova. - Ela disse, e todos acenaram a cabeça para ela, murmurando pequenos 'oi' e 'bem-vinda'. - E, Victoria, essas são as pessoas, - ela respirou fundo e apontou para cada um deles, dizendo seus nomes. - Isaac, - O garoto ruivo sorriu calorosamente, - Claire, Dylan, Joan e Chuck. - ela continuou e todos sorriram.

– Então, foi você que deixou Bruninha ocupada o dia inteiro, não foi? - Ele disse, entrelaçando seu braço no pescoço de Victoria, que recuou um pouco. Já não gostava de abraços, ainda mais abraços de estranhos. Ele percebeu, e retirou o braço desconfortavelmente de seu ombro.

– Desculpe. - Ele disse, coçando a nuca. Victoria o lançou um pequeno sorriso, que ele entendeu como um 'tudo bem'.

– Relaxa, Vicky, - Ela disse o encarando com uma expressão nada surpresa, revirando os olhos. - ele é assim com todo mundo. Tipo, todo mundo.

Isaac suspirou com uma cara de mágoa falsa, - É a minha sina, essa menina. - ele disse para Bruna, que colocou o cabelo atrás da orelha timidamente. Victoria entendeu tudo. Ele estava brincando com o elmo azul sobre os cabelos vermelhos, tirando gargalhadas dos outros campistas. Ela cutucou Bruna com o cotovelo, a lançando um olhar de cúmplice. Bruna sorriu timidamente, olhando para o chão.

De repente, um apito ecoou pela floresta, e todos se viraram para olhar Quíron, que estava na frente de todos os semideuses com uma camisa preta com os dizeres "Rock in Vegas" em branco e com vários desenhos vermelhos.

– Campistas, - Ele disse, sua voz firme penetrando em seus ouvidos. - começaremos o jogo da Captura da Bandeira agora, e peço que coloquem os elmos. - Ela obedeceu, colocando o grande objeto de bronze em sua cabeça, aquecendo seu couro cabeludo. - Não irei lhes lembrar das regras, porém, peço com que alertem os campistas novos. Em caso de ferimentos graves, ou morte, teremos uma conversa séria na Casa Grande. - Ele disse. Morte?, Victoria pensou, isso está ficando interessante.– Dividam-se. - Ele continou, e os campistas correram em direções diferentes: os azuis para a direita e os vermelhos para a esquerda.

– Vem! - Bruna gritou, animada. Victoria suspirou fundo e sorriu, seguindo os semideuses desesperados.

.

Merda, ela gritou para si mesma, esses filhos de Ares não se cansam não? Ela sabia quem eles eram, a semelhança entre os irmãos era muito óbvia, e ela conseguia identificá-los pelo perfil que Bruna lhe passou. "Não são sempre assim," ela disse, "mas a maioria é bem alta e eles são bem musculosos. Os caras tem o cabelo curto, e algumas garotas também."

Ela já tinha atacado um enquanto vigiava um lado vazio da floresta. Era um garoto - um pouco mais alto que ela, mas seu braço era da grossura do pescoço dela - e ele simplesmente pulou para cima de Victoria, a atacando com uma lança gigante, sorrindo para si mesmo quando viu que ela não tinha espada. Ótimo, ela pensou na hora, justamente a reação que eu queria. Então, tirou a parte de baixo da adaga de sua munhequeira e fez um corte profundo n o braço do garoto, segurando a lâmina para baixo. Discreta e mortal. Ela sorriu, e o garoto caiu no chão, tentando para o sangramento enquanto gritava o nome de um filho de Apolo, que não apareceu.

– Vá. - Ela lhe disse, e ele saiu correndo. Ela realmente pensava que os filhos de Ares eram mais durões que isso. Quando seu time a ofereceu opções de posição, Victoria escolhera a defesa. Queria ir para o ataque, era boa nisso, mas algo a dizia para ficar na guarda. Além do mais, ela não sabia com que tipo de gente estava lidando. Então, caminhava silenciosamente pelo lado oeste da floresta, vigiando, protegendo.

Franziu o nariz quando viu um pouco de sangue em sua trança, mas não se importou. Segurava a adaga com a lâmina para baixo (do jeito que preferia), apontando para trás, e não ouviu os passos se aproximando dela, e quando notou, já era tarde de mais.

– Não se mexa, - Uma voz murmurou em seu ouvido quando dois braços fortes se entrelaçaram ao redor de seu pescoço, lhe dando uma gravata. - e eu não te machuco. - Por um momento, ela se lembrou de quando morou nas ruas por um tempo. Antes de conhecer Luiz, ela teve amigos. Amigos que sabiam lutar e que ensinaram a ela como se defender.

Rapidamente, ela levantou a perna direita, recolhendo todas as forças de seu corpo, e chutando o garoto em uma área que não deve ser chutada. Quando o ouviu gemer em dor, se virou para encará-lo com um sorriso orgulhoso no rosto, que não durou muito.

Ele lhe lançou um sorriso malicioso, e tinha um brilho insano em seus olhos verdes - um brilho que ela sabia que tinha, raramente. Ele se afastou, e pegou a espada de sua bainha, levantando a arma de bronze para ela. Victoria continuou segurando a adaga discretamente, e, quando a ergueu, quase caiu para trás com o súbito susto. Em sua mão, a lâmina do Corvo cresceu, e o cabo, mudou de formato. Sua adaga havia se transformado em uma espada. Sorriu do canto, um tanto surpresa, enquanto chutava o escudo para longe, observando o grande garoto fazer o mesmo.

Então, ela partiu para cima. Era uma guerra de aço com aço no início, mas ele conseguia manipular os golpes dela ao seu favor, o que a aborreceu completamente. Ela estava começando a seguir um padrão: o distraía com a espada-adaga e o chutava ou socava (quando era possível deixar uma mão livre). E ele estava começando a entender e pegar seu ritmo, quando um piso em falso a favoreceu completamente.

Ele parecia um campista experiente para cometer um erro tão bobo assim, mas Victoria não se importou. Podia sentir o suor descendo pelas suas costas pelos minutos de luta, e agradeceu pelo galho no caminho dele. Quando seu piso no chão vacilou, ela jogou sua espada para longe com a dela, chutando-o no peito em seguida. Pelo barulho, o chão não o recebeu bem.

Ela sorria, orgulhosa. Sabia que o mérito não era todo seu, mas ao menos conseguiu mantê-lo no chão. Reconhecendo sua derrota, ele permaneceu no chão, e quando tentou se levantar, o pé de Victoria em seu peito não o deixou. Ele sorriu maliciosamente de canto.

– Sabe, eu gosto de garotas que ficam em cima, - Ele disse, ainda com o sorriso estampado no rosto. Seus curtos cabelos castanhos estavam cobertos de suor, mas ele parecia confortável. - Quando elas estabelecem o controle, é até excitante.

Victoria removeu o pé de cima dele, com um pouco de nojo. Ele soltou um curto riso rouco diante da reação dela. Se levantando lentamente, ele continuou deitado, mas apoiado em seus cotovelos.

– Eu sou Dean, - Ele sorriu. - nunca te vi por aqui. Você é novata? - Ele perguntava, e nada de uma resposta.

– Por que você não vai logo? - Ela perguntou, irritada. - Você não vai passar por aqui.

– Você se surpreenderia com a minha capacidade de persuasão. - Ele disse, quando uma sirene ecoou pela floresta, seguido pela voz de Quíron no que parecia um megafone quebrado.

– Campistas, peço desculpa por interromper o jogo dessa tarde, mas vou precisar de Luiz, Bruna e Victoria imediatamente na Casa Grande. - Ele parou por uns segundos. - Falo sério, imediatamente. – E então, a voz sumiu.

– Merda. - Victoria sussurrou, aparentemente, alto demais. Dean a encarou, arqueando uma sobrancelha.

– Então você é a filha de Hades que acabou de chegar. - Ele afirmou, mas soou como uma pergunta. A raiva estava lá, de novo, crescendo como uma bola de neve em seu abdômen.

– Cala a boca. - Ela avisou, mas ele só a encarou com mais dúvida.

– Sabe, eu achei que filhos de Hades fossem mais... - Ele parou para pensar no que dizer por um segundo, e dobrou os joelhos um pouco, fazendo um símbolo de rock 'n' roll com as mãos. - Metallica, e menos, - ele parou de novo, pegando a própria espada e a sacudindo no ar para frente e para trás, fazendo caretas. - ... isso.

– Eu disse pra você calar a boca! - Ela disse lentamente, com uma raiva sobrenatural crescendo dentro de si, e, quando notou, o chão começara a tremer, e uma cratera se abriu no meio das pernas de Dean, o deixando um pouco pálido, mas ele logo cobriu o rosto com uma máscara de surpresa e raiva ao mesmo tempo.

– O que... - Victoria disse, respirando incrivelmente rápido, se sentindo terrivelmente cansada. - Como eu... o que? Como eu fiz isso? - Ela gaguejava, sem poder controlar a própria fala.

– Victoria...? - Ela se virou rapidamente, só para encontrar Bruna e Luiz, que a encaravam com a boca meio aberta.

– O que aconteceu? - Luiz perguntou surpreso, mas Bruna só a encarou com uma certa compreensão nos olhos, respirou fundo, se aproximando dela.

– Vamos, - ela disse. - Heron tem uma profecia para nos contar.


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Notas finais do capítulo

Captura da bandeira! Eu quis colocar os filhos de Ares, por razões óbvias (divos), enfim, espero que gostem.
E, novamente, eu falhei na minha promessa de fazer os capítulos mais curtos.



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