Outra Vida escrita por Ariel Dragland


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Opiniões?



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  ( Porto ) Portugal, 20 de julho de 2013.

  - Mary, querida! Levante. – era a voz da minha mãe. E ela fazia um carinho nos meus cabelos bem de leve.

  Fiz algum barulho estranho com a boca e me enrosquei no lençol como um gato. Estava tão frio fora da proteção de minhas cobertas.

  - Mary, você vai se atrasar. Levante, menina!

  Com muita luta, fiquei sentada olhando para os lados confusa... Hoje é sábado, nada de escola, nem trabalho. O que seria... MERDA!

  Levantei depressa tropeçando na maldita coberta e rolando no chão. Peguei o roupão vermelho que me aguardava logo na porta do meu minúsculo banheiro e entrei debaixo do chuveiro.

  - AAIII! – a água estava congelando.

  Ainda tremendo um pouco, passei o shampoo e condicionador, sabonete. Me enrolei no roupão quentinho e fui escovar os dentes. Meu reflexo no espelho estava uma merda, minhas olheiras pareciam degraus de tão inchadas. Tinha que dá um jeito nisso, afinal a primeira impressão é a que fica.

  Abri meu guarda-roupa, pegando um vestido roxo de florezinhas brancas delicadas, uma meia calça grossa preta e o sobretudo marrom. Depois de colocar a roupa, corri no banheiro e passei uma base para disfarçar meus “olhos de panda”, um pó, blush e brilho labial cor de pele.

  Não gosto muito de maquiagens, mas hoje foi emergência! Sequei o cabelo deixando os cachos ruivos naturais eles são tão lindos... em fim. Peguei a mochila, pus o formulário já respondido e coloquei minhas botas cano curto marrom.

  - Mãe! Tô pronta. – gritei já na porta.

  - Está linda, minha bebé!

  Sorri de lado e a abracei fortemente.

  - É por nós, mãe. Você vai se orgulhar de mim. – falei confiante.

  - Eu já me orgulho, filha. Agora vamos, não quer chegar atrasada certo?

  Pegamos um taxi que já nos esperava, entramos e eu suava de tão nervosa. Era agora ou nunca.

(Lisboa ) Portugal, 29 de agosto de 2013.

      Senti algo em cima de mim, que estranho. A “coisa” era  meio pesada. Abri os olhos aos poucos, e tudo era breu. Passei a mão por cima da minha barriga, e tinha alguém ali. Passei meus dedos de leve e era uma garota. Poxa eu não lembro  absolutamente nada!

  Tirei o cabelo do rosto da tal garota e... poxa ele é linda, bom está no escuro e deduzindo esse bafo de bebida qualquer um é bonito. Que lugar é esse mesmo?

  Coloquei a garota de lado bem devagar para não acordá-la e evitar uma série de perguntas que provavelmente não saberei as respostas. Meu pé tocou no chão frio e me arrepiei, colocando o pé no colchão quente e macio novamente. Criei coragem e sai meio que correndo. E tinha... cara tinha umas três pessoas só de roupa íntima no chão. O que foi que eu fiz?

  Andei até o banheiro e acendi a luz. Estava com uma cara horrível ( e olha como é difícil, pois como sabem, eu sou lindo ), isso é o que as drogas fazem com você. Peguei um celular que estava na pia, e vi as horas... Puta merda eram quase cinco da manhã e daqui há dois dias, começa o meu inferno pessoal. Eu oficialmente odeio a minha família.

  Saí do cubículo, e fui catando as primeiras peças de roupas que via pela frente ( masculinas, óbvio ), fui vestindo enquanto pegava minha mochila e me certificava  se a carteira e o notebook estavam dentro. Fechei a porta com cuidado e saí da casa de Lindsey ( ah, eu me lembrei do nome da garota que dormia comigo, a casa é dela... claro ) rezando para não ser pego por alguém.

  A casa era enorme, ao chegar a porta tinha um “ armário “ vestido de terno preto me olhando com cara feia.

  - Oi... posso passar? – falei meio apreensivo.

  O cara fez um movimento mínimo com a cabeça e apertou um botão. Passei pelo jardim bem cuidado feliz da vida ( olha a ironia ) como uma bala. Minha moto estava estacionada com precisão na calçada, sorte de  não terem roubado o meu bebé.

  As ruas já estavam movimentadas a essa hora da manhã e o frio era cortante, por ser começo de outono.

  “ As folhas caíam das árvores, como as lágrimas de meus olhos tristes. Por que tinha de ser tão complicado? Amar é proibido agora? E todos aqueles ensinamentos não valiam de nada? Uma grande mentira que o amor supera tudo.

  O amor só traz sofrimento. Medo. Ilusão. Ah, como odeio esse monstro, essa doença que grudou em meu peito, fazendo-me refém desse sentimento platônico.

  As águas que passavam em baixo da Ponte de Rialto,  tão cristalinas que eu via-se o meu reflexo. Puras, saudáveis. Como eu era antes daquela feiticeira aparecer estragar minha vida. Rosalina. Como pode fazer aquilo comigo? Brincou com meus sentimentos, como se eu fosse um simples boneco, que quando perdeu a graça ela jogou fora. Está decidido: nunca mais irei entregar meu coração á ninguém.”

     De novo? Quem diabos é Rosalina? E por que esse babaca sofre tanto por uma mulher que nem o quer? Preciso ir a um psicólogo nem que seja escondido.

  Parei em frente de casa e o carro de Jorge estava na garagem. Tantos dias para ele ficar em casa, tem que ser justo hoje? Falei com Joah, o segurança simpático que trabalha para nossa família desde que eu era um garotinho, ele sempre despistava meu pai quando eu chegava de manhã das festas.

  - Hey, Joah! – falei empolgado. – Como vai Vívian e Jena?

  Vívian era sua esposa, trabalhava aqui junto com Kátia, mas depois que teve a pequena Jena ,que tem  8 anos agora, decidiu morar em uma casinha muito aconchegante perto daqui.

  - Estão com saudades de você jovem, nunca mais nos fez visita. – ele falava como um velho sábio, apesar de não ter nem 60 anos de idade, mas sabia muito bem o quanto ralou para chegar até aqui.

  - Desculpe, estou meio sem tempo. Mas prometo que irei visita-las hoje a noite. Segunda eu tenho que ir... para o internato.

  Bufei. Tudo estava uma maravilha, até aquela manhã, 13 de julho. Meu pai me levou para fazer a matrícula nessa escola, que segundo ele, me daria educação de verdade. Uma prisão, só que cem vezes pior.

  - Oh, venha sim!

  Ia abrir a boca para responder, quando Joah fica rígido e para de sorrir.

  - Olá, Sr. Meine. – disse com respeito.

  Que merda.


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Notas finais do capítulo

Bom, quem gosta e acompanha a fic, deve está odiando eu colocar pequenos capítulo. Mas é para ser mais emocionante, o.k? Comentem!



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