Arlequim escrita por DElizy


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Um One-Shot simples que me veio á mente um tempo atrás. Talvez possa virar uma trama mais elaborada, mas quem sabe? Reflexão é a maior característica deste... Hehe



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/415840/chapter/1

Arlequim

         Sinta-se responsável, porque no final, é exatamente o que você é.

Mais do que isso.

Perceba sua língua colar no céu da boca.

Sem justificativas.

Você não tem esse direito.

Isso é o que se ganha por se deixar tornar refém...

-***-

Tornou-se para cima, com a existência amargurada de espírito, mas refém de si mesmo teve de se calar.

Consciente de que toda a responsabilidade era sua, apenas sua, a única coisa que poderia fazer era emudecer.

Lamentar o faria injusto com o próximo e o peso da injustiça já era esmagador por si só apenas com o fardo de seu próprio sangue em suas mãos.

Era isso.

Tudo o que tinha agora: um horizonte que não fazia teu e o lento gotejar de teu próprio sangue sobre tuas mãos.

Ele sabia que era capaz. Que podia. Que tinha o mundo de joelhos diante de si. Tudo que quisesse poderia ser seu. Tudo. Mas estava refém. E por conta disso não pagava seu preço.

Com suas próprias mãos esmagava seus sonhos. Destruía tudo o que poderia ser seu. Sufocava seu potencial e enterrava os talentos.

“Não sei o que acontece... Você tem potencial. Muito potencial.”

Eu sei.

“Nunca vi alguém com tanto potencial desperdiçá-lo como você!”

Saber não é o suficiente. Se não viver o que sabe, continuará não sendo nada.

Simplesmente não entende porque ainda continua vivo. Sua existência já deveria ter sido apagada. Ele mesmo sabe disso. E aceita. E concorda.

 Não fazia jus ao que recebera. Se ainda vivia, vivia porque ele havia se sacrificado por isso. Sacrificado-se por ele.

Loucura...

Ele mesmo não teria se sacrificado por si. Não valia á pena. Sua existência ingrata, essência ingrata, fazia de tudo aquilo ridiculamente desnecessário.

Ele não fazia jus ao sacrifício da única pessoa que realmente o amara de verdade. Seu melhor amigo para todas as horas. Seu companheiro, irmão, pai. Que dera a vida para que ele pudesse viver e agora era isso: ele vivia uma vida vazia, desperdiçando e enterrando tudo o que poderia fazer para fazer valer á pena o sacrifício.

O pior é que a maioria do público simpatizava com ele. Amavam o parasita que era. Como se cegos para quem realmente é. Aplaudindo de pé a apresentação do Arlequim vestido de morte.

Humanos eram peças do seu tabuleiro. Usados quando necessário apenas para tapar o que lhe faltava. Gostava de tê-los ao redor, mas não que opinassem em nada. Simples peças de ornamentação.

E se alimentava deles.

 Nada muda. Nunca muda.

E a culpa é dele.

Na mão direita tem o alongar-se da vida e na esquerda, riquezas e honra.

Mas ás ata nas costas e afunda no limbo.

Com as próprias mãos destrói a si mesmo.

Que te falarei?

“Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostaram, comentem. Se não, comentem também. =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Arlequim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.