Era um dia como qualquer outro, quer dizer, tirando o fato de que eu acabo de me mudar pra essa cidade minúscula e não estou com a mínima vontade de me adaptar. Estava feliz morando no México, até a empresa onde mi padre trabalha resolver transferi-lo pra esse fim de mundo, também conhecido como Lima, Ohio.

E essa ainda não é a pior parte, além de tudo isso ainda terei de frequentar uma escola idiota repleta de caipiras mais idiotas ainda. Nesse exato momento estou saindo de casa e indo em direção ao Colégio William McKinley.

Depois de alguns minutos no carro, escutando mi madre falando incessantemente sobre como devo me comportar se quiser fazer amigos, chegamos ao colégio, me despedi dela e saindo do carro fui direto pra secretaria confirmar minha matrícula e pegar o horário de aulas. A mulher que me atendeu foi simpática e apesar de achar que ela precisava fazer aquela monocelha e entrar em um regime urgentemente, fui com a cara dela.

Ao sair de lá passe em frente a uma porta com uma placa que indicava ser a sala do diretor, Diretor Figgins para ser exata. De dentro da sala escutei vozes elevadas e como a janela não possuía persianas (me parece que aqui eles não conhecem o significado da palavra "privacidade") observei uma mulher alta, com cabelo curto e loiro, usando um agasalho de ginástica gritando com um homem narigudo, calvo e baixinho, parecia ser indiano. Eles discutiam sobre os gastos das líderes de torcida. Enfim, ignorei a cena e fui em direção ao corredor que levava as salas de aula.

Antes de ir para a aula de química resolvi dar uma passada para conhecer meu armário, achei estranho o fato de um garoto de moicano, até bonito por sinal, não parar de me olhar. Apenas ignorei, quer dizer, até a hora em que percebi que ele vinha em minha direção e se aproximando de mim, até demais, puxou assunto.

– Oi gata! Você é nova por aqui, certo?– Perguntou me olhando de cima à baixo.

– Oi, sou sim.– respondi sendo o mais direta e torcendo pra que aquela conversa acabasse o mais rápido possível.

– Bom, seja bem-vinda à cidade mais entediante do mundo, tirando o fato de eu morar aqui, senhorita... – Ele me olhou como se esperasse alguma resposta e percebi que queria saber meu nome.

– Santana, Santana Lopez. – Me apresentei

– Prazer Santana, sou Noah Puckerman, mas pode me chamar de Puck, ou de amor, como quiser.– Disse ele me olhando e sorrindo de um jeito sacana.

– Acho que Puck está de bom tamanho.– Respondi entrando no clima descontraído.

– Olha, você é nova aqui, então seria legal se fizesse parte de algum clube ou time do colégio, assim irá se enturmar com mais facilidade, só pra constar, sou do time de futebol. – Disse ele no mesmo momento em que piscava para um grupo de garotas que começaram a pular de alegria assim que receberam a piscadela de Puck, certamente ele era o "pegador" do McKinley - Você é muito gata e super gostosa, com todo respeito, iria se sair bem se fizesse o teste pras líderes de torcida, as vagas pras Cheerios estão abertas.

– Obrigada pelas dicas Puck, agora tenho que ir. – Já tinha me virado quando o senti me puxando e aplicando um leve beijo em meu rosto.

– Foi um prazer te conhecer, se precisar estarei inteiramente à sua disposição. Nos vemos por aí. – Disse ele indo na direção oposta à minha e se voltando para trás repentinamente - E boa sorte no teste pras Cheerios, sinto que nos encontraremos muito por aí, afinal sabe o que dizem sobre líderes de torcida e jogadores de futebol, formaremos um belo casal, vai por mim. – Após dizer isso ele se misturou com a multidão.

Até que gostei dele finalmente alguém interessante. Escutei o sinal batendo, "mierda" me atrasei pra aula.