I Don't Count... escrita por Vitória Weasley


Capítulo 1
You Do Count Molly!




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Molly estava no terraço de Baker Street, ela gostava de ir até lá, podia ver Londres de uma forma diferente...Falavam que Paris era a cidade luz, quem disse isso com toda a certeza nunca tinha visto a capital da Inglaterra em noite de natal. Era uma verdadeira festa luminosa, a cidade estava simplesmente coberta de pequenas lâmpadas coloridas e brilhantes.

A brisa fria da noite soprava levemente e brincava com seus cabelos amendoados

Ela fechou os olhos e tentou relaxar por alguns minutos, ela sabia que tinha alguém a observando, pôde senti-lo analisar cada pedaço de sua expressão.Molly continuou com os olhos fechados mesmo quando sentiu mãos grandes e fortes ao lado das suas, ela sabia quem era...Sabia que era Sherlock com aquela sua pose superior e seu ar arrogante, ela respirou fundo antes de abrir os olhos e encara-lo

Aquelas orbes verdes estavam fitando-a com uma profundidade fora do comum, a morena perdia o fôlego só de olhar.

Em outros dias, já estaria tentando lhe impressionar, e estaria falhando nisso. Mas ela não estava de bom humor para com ele naquela noite, estava com raiva, se sentia idiota, muito idiota

Sherlock sempre falava coisas horríveis e mesmo sento noite de Natal, ele não “quebrou a tradição”

-Oi – Ela o ouviu dizer com aquela voz extremamente grave

-O que você quer Sherlock? – Molly perguntou tentando parecer indiferente

-Você sabe o que eu quero Molly – Ele falou com um ar misterioso – Você vê, mas não observa

-Não Sherlock! – Ela gritou e pôde ver que ele se assustou com sua reação, por um momento Molly se sentiu mal e uma enorme vontade de pedir desculpas, mas a raiva que sentia era maior – Eu não sei o que você quer aqui, eu nunca sei o que você quer e eu me sinto uma idiota por isso – As lágrimas estavam turvando as orbes azuis, ela podia sentir seus olhos formigarem, porque estava com vontade de chorar?

- Não! – Sherlock falou quando viu as primeiras lágrimas escorrerem pelo delicado rosto e a abraçou – Não chora...Eu odeio te ver triste

- Eu não te entendo – Molly falou se desvencilhando dos braços fortes que a envolviam

- Me diga o que você não entende?

- Você sempre me diz coisas horríveis Sherlock, tivemos apenas uma pequena amostra do que eu passo todos os dias...Eu não entendo o porquê disso, eu te fiz alguma coisa?

- Não Molly, você não fez nada e realmente me desculpe se falo coisas que você não gosta, mas é a verdade – Ele falou e Molly ficou furiosa

-Claro, como eu fui estúpida, como pude pensar que o “Grande Sherlock Holmes” iria admitir que sempre me trata com uma indiferença enorme desde o dia que eu o conheci? – Ela falou estapeando o tórax bem definido do moreno – Como pude pensar que você realmente fosse prestar atenção em todas as minhas tentativas de te impressionar? – O detetive podia simplesmente impedi-la, Molly sabia disso, mas não o fez

Sherlock apenas continuou a ouvir tudo aquilo que a morena falava, ele podia sentir a dor e a indignação em cada palavra, e ficou triste...Ele realmente era esse monstro que ela descrevia com grande pesar?

Ele realmente a tinha machucado tanto assim?

Sherlock, em partes, não tinha culpa. Se havia algum assunto em que se considerava extremamente estúpido, esses assuntos eram os seus sentimentos

Aprendera a reprimi-los, os sentimentos atrapalhavam seu brilhante raciocínio, mas nunca pensou que pudesse ferir alguém que gostasse por causa disso

Ele nunca tinha pensado nisso, o que ele tinha com Molly?

Ela significava alguma coisa para ele?

Talvez, se não reprimisse tanto seus sentimentos, ele conseguisse responder aquelas perguntas

- Você está errada! – Ele falou e Molly o fitou com indignação – Eu sempre prestei atenção em você

A morena piscou algumas vezes, parecia confusa

Do que exatamente Sherlock estava falando?

-Não, você me desprezava, eu fazia tudo pra você, mas tudo o que conseguia eram algumas palavras ásperas. Não importava o que eu fazia, você nunca mudava...

- Eu mantenho o que eu disse – Ele falou afoito – Eu sempre prestei atenção em você.Me lembro de como o seu cabelo fica elegante com uma trança, ou como você fica incrivelmente pura e sexy quando está mordendo a ponta da caneta enquanto termina seus relatórios –Sherlock ia diminuindo cada vez mais  a distância entre eles – A propósito, esse vestido acentua as suas melhores qualidades, qualidades essas que eu não sei se fico feliz ou triste por ninguém reparar.E,por favor Molly,já falei que quando usa batom a sua boca fica extremamente provocante

- Você nunca disse isso – Ela sussurrou, podia sentir a respiração abafada de Sherlock em seu rosto

-Talvez você tenha razão, não falei que ficava sexy, falei que quando está sem o batom sua boca fica pequena

- Por que você faz isso comigo? – Ela perguntou antes de sentir os lábios quentes do moreno contra os seus, definitivamente era uma das melhores sensações da sua vida, isso se não fosse a melhor

Sherlock a deixava confusa, e estranhamente feliz

Ela ainda se perguntava o quão idiota podia ser, depois de tudo que Sherlock tinha feito, ela simplesmente voltava para ele. Mas aquilo era bom, era bom estar em seus braços, ela se sentia firme, segura, confiante...nada mais importava

O beijo foi quebrado lentamente, com má vontade de ambos que se encaravam, respirações descompassadas. Os lábios de Molly estavam vermelhos e levemente inchados

-Você tem gosto de morango – O moreno falou depois de um tempo calado

 -Como? – Ela perguntou confusa

- Seus lábios...Tem gosto de morango – Ele repetiu – Morangos frescos

- E isso é ruim?

- Eu adoro morangos, minha fruta favorita – Molly não conseguiu esconder um sorriso – Sou um viciado – Ele a puxou para si e ela pôde ver um pequeno sorriso brincar-lhe nos lábios. A morena esperava que fosse um sonho, que quando abrisse os olhos estaria de volta à sua vida miserável, morando em um apartamento minúsculo no subúrbio de Londres – Eu sei o que você está pensando...E não, não é um sonho

Em outros tempos, Molly se sentiria amaldiçoada, por sua triste sina, afinal tinha se apaixonado pelo “homem que lia mentes”. Mas agora ela sentia tudo, menos a tristeza, não se sentia a pior das pessoas e pela primeira vez, ela não se sentiu inferior diante o moreno. Eles estavam em igualdade, ambos na mesma situação, com o mesmo sentimento.

Ambos estavam amando


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado...
Resolvi colocar no papel uma de minhas muiitas ideias pra esses dois!
Bjinhos ^^
Vitória Weasley