Barreiras escrita por Lialyne


Capítulo 1
Capítulo 1




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Mais uma turma se formou. Alguns ficaram felizes por terem terminado, outros acharam que foi péssimo. Se despedir dos amigos depois de muito tempo juntos, não é nada fácil. Não que eles fossem ficar muito distantes um dos outros, mas se encontrar de vez em quando não é a mesma coisa do que se encontrar todos os dias, toda semana... Todas as confusões, os trabalhos em grupo, as risadas nos intervalos, tudo ficaria para trás. Principalmente se uma oportunidade gigante aparecesse, e fizesse com que se afastasse cada vez mais dos amigos. E quando o assunto é de paixão? Quem nunca gostou de alguém? Aquele rapaz bonito que sentava do seu lado, ou então que conversava com você durante o intervalo... Estava prestes a acontecer, até que várias barreiras foram surgindo...

Mili: “Mãe?” – perguntava enquanto dava voltas pela casa – “Estranho, ela não disse que ia sair...”

Mili tem 18 anos e mora com seus pais em um apartamento chique. Sua mãe, Silvana, é modelo de várias capas de revistas famosas, seu pai, Roger é um advogado e “pai coruja”. Várias vezes, Mili tem que viajar com os pais por conta de seus trabalhos, o que dificulta bastante em sua vida social. Ela ainda não decidiu o que quer da vida, portanto não faz faculdade. Sua mãe quer que se torne também uma modelo, e seu pai quer que faça algo que o impressione. Um de seus maiores sonhos, é viajar com alguma pessoa especial para Paris.

Mili: “Hmf...” – se jogou na cama – “Odeio quando ela faz isso. E se eu precisasse de alguma coisa? Ah, é, ela falaria que tem o Carlos para ajudar. Não sei como ele consegue trabalhar como mordomo logo aqui, minha mãe só sabe colocar as coisas para cima dele. Coitado, já vai fazer 53 anos e ainda tem que trabalhar, eu tenho muita pena dele.” – pegou o celular e ficou olhando algumas fotos

Faz um ano e meio desde que Mili se formou. Para ela, já faz décadas. Normalmente ela só vê os amigos uma vez por mês. E séculos, para uma pessoa especial, por qual não viu nos últimos dias de aula e na própria formatura. Seus pais nunca souberam que ela tinha sentimentos obscuros, até que em uma festa do pijama, eles escutaram tudo. Seu pai sempre disse que se esse rapaz gostasse dela, já teria voltado, e talvez nem teria ido. E que um dia, irá aparecer uma pessoa muito mais comprometida. Sua mãe vive dizendo para esquecer tudo, e que se continuasse assim, ia acabar ficando com depressão ou algo do tipo.

Ela não liga muito para o que eles dizem, apesar de que as palavras de seu pai realmente a afetaram por dentro. Mili jamais soube se esse rapaz gostava dela. E também nunca teve coragem de se declarar.

Mili: “Eu sou tão tonta...” – olhava para a foto que estava no seu celular – “Por que eu não disse logo? Acho que é por eu ser tímida de mais-“ – seu celular tocou em um volume tão alto, que ele quase caiu de sua mão – “Alô?”

???: “Ah, oi Mili! Aqui é a Íris!” – animada do outro lado da linha

Mili: “Oi Íris, aconteceu alguma coisa?” – pegou uma escova e começou a escovar seus cabelos pretos

Íris: “Não, não. Eu sei que a gente se encontrou semana passada, mas que tal se nós fossemos em um show?” – parecia ainda mais animada

Mili: “Um show? Mas show de quê?” – continuava penteando seus cabelos

Íris: “De músicas, horas!” – riu

Mili: “Sim, mas...que banda?”

Íris: “Na verdade, eu não sei. Foi a Melody quem nos chamou. E como ela perdeu seu número, pediu para que eu ligasse. Vai ser hoje a noite, está livre? E não se preocupe, os ingressos já estão comprados.”

Mili: “Eu não vejo o porquê!”

Horas se passaram, faltavam poucos minutos para que as meninas fossem buscar Mili em casa. Ela já estava pronta, só esperava a hora chegar. A campainha tocou, por um instante Mili pensou que fossem elas, mas na verdade eram outras pessoas.

Roger: “Onde pensa que está indo, mocinha?” – se aproximou do rosto dela

Mili: “Me encontrar com algumas amigas, pai. Algum problema?” – ergueu uma sobrancelha

Silvana: “Mas vocês não se encontraram semana passada?” – colocou sua bolsa sobre um dos sofás da entrada

Mili: “Eu sei, mas é que dessa vez vai ser em um show!” – sorriu

Roger: “*coof* *coof*, um SHOW? Você disse um SHOW? Acha mesmo que eu vou deixar ir em um show?” – olhava sério para Mili

Mili: “Mas, pai-“

Silvana: “Querido, deixe nossa filha se divertir! Você fala como se fosse o fim do mundo, ou como se nunca tivesse feito algo igual!” – segurou os ombros de sua filha

Roger: “Vai lá saber que tipo de pessoas estão nesse lugar! É perigoso!”

Mili: “Eu não irei sozinha!”

Roger: “E você acha que suas amiguinhas irão te ajudar se algo de ruim acontecer? Vai que elas a deixem por lá!” – se irritava

Silvana: “Roger!” – o olhou de cara feia

Mili: “....” – estava indo em direção as escadas, para voltar ao quarto

Silvana: “Volta, você irá”

Roger: “O quê?!”

Mili: “Mas...”

Silvana: “Roger, ela já não é mais uma adolescente, sabe como se cuidar. Querida, apenas tome cuidado... .” – cruzou os braços

Mili: “Obrigada mãe! Pode deixar.” – sorriu e se despediu

Roger: “Teremos uma conversa e tanto...” – olhou de lado para Silvana

Melody e Íris ainda não tinham chegado, mas como Mili estava no meio do caminho, acabou as encontrando. Seguiram em direção ao show, que ficavam a poucas quadras dali. Melody não lembrava o nome da banda, mas disse que já tinha ouvido falar e que seus rumores eram bons. A entrada tinha uma gigante fila, o maior público era de garotas. Por fim elas passaram pela porta, e o coração de Mili estava a mil, já que nunca tinha ido a um lugar como esse antes.

Haviam várias mesas e bares. Milhares de luzes coloridas no teto, uma gigante pista de dança, e um grande palco. Em poucos minutos, a banda iria se apresentar.

???: “Atenção, Atenção!” – todos se dirigiram em frente ao palco – “O show irá começar! Divirtam-se!” – centenas de pessoas bateram palmas

As luzes se apagaram e uma grande fumaça começou a sair do palco. Era possível apenas ver a sombra dos integrantes da banda por alguns instantes. Aos poucos, a fumaça sumia e a música começava.

Mili: “M-Mas o que...” – olhava para o palco – “Não é possível... É-É ele...”

 

 

 

 



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Notas finais do capítulo

Lembre-se, são os comentários que incentivam os escritores.