Tarde. Por volta de 19:00 da noite. A brisa que se chocava com meu corpo deixava um leve sopro eu meus ouvidos.

Meus pensamentos todos se encontravam enquanto se organizavam dentro do meu cérebro.

Nesse instante eu me encontrava em cima de um dos prédios de Manhattan vestindo uma velha camiseta azul clara de manga longa. Um jeans nem tão claro e um par de tênis esportivo. Coisa que era comum para quem andava de skate.

Você já sentiu como se não estivesse mais conectado com sua vida? Como se você não pudesse ser quem realmente é por medo do que pensariam de você.

E em meio a estes pensamentos eu escuto o que parecia ser passos cautelosos, mas velozes.

Essa pessoa mal poderia imaginar o que a aguardava.

Fui tão veloz quanto um bala. Ou isso é exagero. Realmente é. Eu não sou o Mercúrio.

Cabelos cinzas esvoaçantes, um colam um tanto quanto sexy deixando visível as curvas de seu corpo. Realmente ela era veloz. Tentava me aproximar na corrida, mas parecia algo extremamente difícil, já que ela parecia ter pratica em fugas noturnas.

—Você vem até Manhattan roubar e não me diz seu nome? — Perguntava enquanto tentava manter o mesmo ritmo que a felina.

—Homem Aranha? É um prazer conhece-lo. — Respondia com um ar de deboche em um tom superior.

—Cansei de correr. Vamos sentar e conversar. — Respondi enquanto mantinha os pés dela pressionados após lançar uma rajada de teia.

—Eu realmente queria. Mas estou sem tempo. — Respondia enquanto usava suas garras felinas para cortar a teia.

Nesse instante só pude notar sua agilidade ao ver seu corpo saltando e seu pé acertando profundamente meu peito me lançando a o que parecia ser uns 12 metros de distância.

—Você vai me passar seu telefone não vai? — Perguntei tentando disfarçar a vergonha por ter levado um chute tão forte de uma garota.

Após conseguir me manter em pé pude ver a gata se aproximar em alta velocidade tentando acertar meu rosto com socos e chutes.

Eu não sabia se ia conseguir desviar por muito tempo. Precisava pensar em algo rápido.

Então consegui juntar suas duas mãos com um fluído de teia e lançar seu corpo para uma distância razoável.

Pude sentir seu corpo se chocar com o chão ao ouvir o som que ele fez.

Ela parecia ter roubado algo de um valor imenso pela sua persistência em continuar brigando.

—Olha só. Eu sou um cavalheiro. Não tem como a gente conversar? — Perguntei tentando evitar que ela me atacasse.

Ela se manteve agachada deixando a perna esquerda afastada da direita em um modo de ataque. Virou seu rosto levemente para me ver enquanto abria um leve sorrindo que significava que a briga não havia acabado ali.

Partiu para cima de mim sem se conter, acertando um chute entre minhas pernas. Seguido de uma joelhada na barriga pegando impulso para acertar um chute em minha cara que me fez cair.

—Aranha. Continue deitado. — Disse de um modo doce e suave que me fez pensar no assunto.

—Hoje não. — Respondi usando de toda minha agilidade para levantar de um modo tão rápido que saltei no ar.

Minha visão passava de um modo tão divagar que era possível ver seus olhos piscarem lentamente enquanto seus lábios gesticulavam. Percebi seus gestos com a mão se preparando para se proteger.

Mas sem tempo. Consegui acertar três fluídos de teia em um formato redondo e pesado que a derrubaram.

Tudo parecia devagar neste instante. Usei minha velocidade para ir em sua direção enquanto ela levantava se surpreendendo por ter me subestimado.

Consegui acerta-la no peito, a lançando para fora do topo do prédio.

Sua reação de espanto ao me ver em pé enquanto seu corpo deixava o local.

Seu pé era envolvido por um fluído de teia que o amarrava, deixando a pendurada de ponta cabeça.

Me aproximava aos poucos deixando aquele pedaço de teia amarrado no meu amigo Bruce. Sim, eu chamo a gárgula de Bruce. Somos bons amigos.

—Então Bruce. Cuide bem dela. — Dizia enquanto me agachava em cima dele.

—Você está falando com quem? — Perguntava a gata sem entender.

—Quem é você? E da onde veio? — Perguntei esperando uma resposta.

—Aranha. Você ainda não me conhece? — Perguntou a gata como se seus roubos a tivessem deixada famosa.

—Você é a... — Perguntei esperando que ela completasse.

—Gata Negra! — Respondeu com ódio por não ser conhecida pelo amigo da vizinhança.

—Ok. Gata Negra. Você vai fazer companhia pro meu amigo aqui essa noite. — Respondi enquanto saltava do prédio e saia me balançando pela cidade.