The Darkness Side escrita por Sorcha


Capítulo 3
Carolina


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou meio grandinho, kk esse éna visão da minha amiga Lina e espero que gostem ;)



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- Lina! Cadê meu salto preto? Aquele com spikes atrás?

Droga! Que jeito ótimo de começar a manhã aos berros de minha irmã. Virei para a parede, colocando o travesseiro sobre meu ouvido direito ignorando-a completamente. Pena que isso não funcionaria de qualquer jeito. Ter essa audição aguçada não me ajudava muito.

- Por que você está gritando? Sabe que não precisa disso. Até se sussurrar eu te escuto guria. Agora me deixa dormir. – Fechei meus olhos e tive cinco segundos de paz até que ela chegasse e puxasse meu travesseiro. Não percebi que o segurava tão forte até que ela tentasse arranca-lo de mim e ele partisse ao meio deixando para trás uma “chuva” de penas brancas pelo quarto. Se não fosse pela minha raiva até teria achado isso lindo. – Que droga! Procura você. O que eu tenho haver com seu salto?

- Foi você quem o usou noite passada se lembra? – Ela me encarou com os olhos castanhos tão furiosamente que não sei de onde sai tanta raiva com essa estatura.

- Ah é... Sei lá deve estar pelo quarto. Procura aí.

Voltei a dormir. Acordei com meu estômago comprimido. Vazio, acho que se meu estômago fosse um filme de faroeste, neste exato momento teria aquelas bolas de fena passando pela rua sendo levada pelos ventos que sopravam na calmaria do local. Mas dava para aguentar mais um pouco. Olhei para o relógio que não parava de apitar avisando que eram 8:00 horas da manhã. Ótimo, ainda vou perder o primeiro horário. Levantei da cama pisando sobre o carpete roxo que cobria o chão inteiro do quarto. Deparo-me rapidamente com o espelho a minha frente e o encaro. Tudo o que podia ver era o meu quarto e uma cama bagunçada em seu reflexo. Era horrível não poder ver sua imagem em um espelho, passei a mão sobre a mesinha ao meu lado a procura da minha corrente com o pingente de cristal. Tão simples, mas com um poder enorme. Era ele quem me fazia capaz de ver minha imagem em espelhos, aparecer em fotos e agora ele simplesmente havia sumido. Não era fácil ser vampira. O chão estava limpo as penas não estavam mais lá. A empregada já devia ter limpado supus.

Lissa, você mexeu nas minhas coisas? Cadê o meu colar? – Me concentrei um pouco. Era preciso certa concentração para falar telepaticamente com alguém. Não era muito difícil, mas precisava de um tempo não errar. Já perdi a conta de quantas vezes falei em cabeças erradas.

Não sei Lina, porque você está me perguntando isso? Você o perdeu? Sabe o quão difícil é encontrar um bruxo e um ser que controle os elementos para fazê-lo novamente? – Ela me respondeu um pouco mais apavorada do que imaginei.

Não respondi. Que droga e agora? Bom, o jeito seria evitar espelhos e câmeras. Tomei um banho rápido e coloquei uma blusa branca, moletom cinza, calça e uma sapatilha preta. Penteei meus fios ruivos que estavam tão embaraçados que demorei um bom tempo só arrumando-os. Era tão estranho sair sem ver minha aparência. Entrei no carro, um Elantra AT preto, e afundei no banco do motorista, sentindo o cheiro forte de couro. Coloquei a chave na ignição, liguei o carro e sai rumo à casa da Camila.

Dirigia a 60km/h, quando freei ao ver alguém correndo na frente do carro. Ela saiu do nada do meio de um amontoado de árvores, parecia um pouco fora de si e estava completamente suja, suada e sem fôlego. Samantha correu para a janela do carro batendo freneticamente como se estivesse fugindo de algo. Eu abri a porta e a coloquei no carro. Olhei em volta. A floresta estava silenciosa, tudo o que se ouvia era o vento que soprava meus cabelos em meu rosto e os soluços e gritos da Sam.

- Anda logo. Vamos embora. Ele vai nos matar. Vamos embora daqui. Agora Carolina! – Entrei rapidamente no carro e pisei fundo no acelerador. Olhei para ela. Parecia exausta, chorava e soluçava sem parar. As lágrimas caíam como enxurradas de seu rosto. Seus cabelos continham folhas e alguns pequenos gravetos preso, a pele estava suja de terra e as roupas estavam rasgadas, como se ela estivesse lutando em meio à lama. Nunca fomos próximas, na verdade nunca gostamos uma da outra. Ela sempre estava bêbada quando a via e principalmente acompanhada da Victoria.

- Quer contar algo? – Perguntei a ela sem tirar os olhos da estrada.

Logo de inicio ela ficou com receio de abrir a boca. Mas depois desabafou e soltou mais do que devia, conforme falava mais se apavorava.

- Um caído. Ele estava atrás de mim na floresta. Sentia-me em um momento vulnerável. Foi a pior madrugada que pude ter. Soube que não importava mais para quem mais amo. Acabei indo parar em um bar beber como sempre. Sinto-me inútil. E para ajudar logo depois um caído percebe que não sou normal e me segue até a estrada que foi quando quase bati em seu carro. Não sei se te agradeço ou peço desculpas, porque agora pode ter certeza que ele irá te perseguir também. Eu sei que você é uma vampira e que você pode caçá-lo, mas eles são muito espertos e esse principalmente. Não sei como escapei. Eu o vi em uma festa ontem e não fazia a mínima ideia de que ele realmente era um caído, ah como fui idiota. – Ela virou os olhos para a janela e encarou o retrovisor. Seus olhos estavam tão focados que um arrepio subiu pelo meu corpo. – Cuidado. Mais rápido ele está se aproximando! – Ela deu um grito quando uma mão atravessou a janela do lado direito. O barulho de vidro quebrando junto com o grito da Samantha fez meus ouvidos doerem freneticamente. Virei o carro dando uma meia volta, pisei fundo, mas ele foi mais rápido. Suas asas batiam com força na frente do carro. Seus pés sem encostar-se ao chão, ele possuía uma aparência hipnoticamente bela. Saí do carro em questão de segundos já estava em cima dele. Ele segurou meu pulso e arremessou-me com força contra o teto do carro. Ainda segurando minha arma prateada, cujo bastava chegar perto para sentir a força que a magia exalava dela, levantei-me e atirei uma vez, mas acertei apenas seu braço de raspão.

- Eu ainda vou te matar seu idiota. Você quebrou o meu carro! Um Elantra! Sabe o amor que sinto por ele? Agora você vai saber como é atacar uma vampira fofa de tpm. – Entrei no carro e o persegui até, por incrível que pareça, o colégio. Até que o perdi de vista.

- Samantha. Você está bem?

Encarei aquela garota de longos cabelos castanhos ondulados que agora dormia encostada na janela do carro. A cutuquei várias vezes para tentar acorda-la, até que seus olhos foram se abrindo e um enorme hematoma roxo foi aparecendo em sua perna. Ai meu Deus. Eu fiz isso?? Ai meu Deus! Será que a machuquei?

- Ah Samantha desculpe-me, não fiz por mal. Não queria te machucar as vezes não tenho controle sobre minha força...

Ela encarou a perna. – Não se preocupe isso não foi por sua causa. – Ia perguntar o que fora então até que uma garota morena de longos cabelos cacheados apareceu abrindo a porta do lado do carona e começou a gritar.

- O que você fez com a minha amiga? Samantha, Samantha olhe para mim. Samantha você está bem? Sua vadia estúpida como ela ficou assim? O que você fez com ela??? – Ela me encarava e segurava Samantha ajudando-a a sair do carro.

Apenas ignorei. Não preciso perder meu tempo com pouca coisa. Um caído estava a solta por aí e eu ia me preocupar com Victoria? Estacionei o carro que estava, digamos assim, acabado, ao lado do carro da minha irmã, uma Range Rover branca.

Lissa acabei de chegar. E nem te conto. Encontrei um caído que está no colégio. Preciso que me ajude. Agora!! – O jeito era torcer para que minha irmã não tivesse bloqueado a mente como sempre faz. – Vou atrás dele me encontre nos fundos do colégio.

Corri o mais rápido que pude em questão de 2 segundos já havia dado a volta no colégio. Como eram 8:30 o sino deveria tocar daqui 20 minutos para a próxima aula. O certo seria aproveitar agora enquanto ninguém estava por lá. Havia até esquecido o quanto meu estômago roncava loucamente. Agora com muito amais fome que antes. Havia 4 meses que não me alimentava. O sangue me fazia falta.

Observei a mata, vasculhando a procura dele. O que minha vida tinha virado? Se é que eu poderia chama isso de vida. Há três anos minha irmã, Lissa Connelly, havia sido transformada em uma sanguessuga, quando cresci e percebi o que ela era e como ela nunca mudava, ela me transformou sem meu consentimento e agora eu vivo assim acabando com vidas que querem acabar com a nossa. Minha fofura infelizmente foi embora junto com minha antiga vida.

Um vulto passa pelas árvores e percebi quem era quando parou na minha frente e me arremessou contra um tronco gigantesco de arvore com uma das asas. Não senti nada, vantagem vampiresca. O tronco partiu ao meio com a força da pancada. Corri e de poucos milésimos foi o que precisei para estar atrás dele novamente. Segurei em suas asas e as arranquei com toda a força que pude. Logo após estarem soltas do corpo elas viraram cinzas. Aquelas lindas penas brancas e espessas virando cinzas em minhas mãos. Já havia feito isso antes, mas mesmo assim continuava sendo horrível a cada vez. Enquanto ele se contorcia no chão tirei meu moletom que estava me atrapalhando e o peguei do chão com uma das mãos. Foi questão de segundos para que minhas presas encontrassem seu pescoço. Meu estômago parou de roncar e aquele maravilhoso cheiro e gosto inundavam meu corpo com uma sensação maravilhosa de prazer e satisfação. Estava em transe. Sinto alguém me puxando com força para trás e ouço um grito agudo de sofrimento. Uns minutos depois sinto alguém me espancando com força. Nada doía ainda mais agora.

- Sua vagabunda! Como você pôde fazer isso com ele?? Eu sei que você não vai sentir isso, mas eu preciso espancar algo. E você é a pessoa mais idiota que eu pude conhecer. Devia ter te deixado morrer naquele hospital sua vadia. – Ouvi a voz da Lissa aos prantos que me batia e me chutava sem parar. – Ele era meu. Ele era diferente. Não era um caído qualquer. Sua estúpida você vai pagar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim ;) Até o próximo, desculpe a demora.



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