O Mestiço: Crônica De Fim Do Mundo. escrita por Icarus WSide


Capítulo 1
Crônica Apocalíptica.


Notas iniciais do capítulo

Historinha aqui, legalzinha e tal, segunda minha amiga que leu antes de todo mundo. Capítulo único. Se acharem legal deixem mensagem, quem sabe eu faça outras crônicas. =D



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Era um dia chuvoso, porque sempre começa com um maldito dia chuvoso. Estava dentro da necrópole, contemplando as chamas verdes acesas dos castiçais em feitos de crânios humanos. A Cidade Morta era subterrânea, apenas uma entrada, para somente os filhos de um deus, Plutão. Castiel era o único que ia ao local, embora tivesse um irmão, e soubesse disso, apenas ele ia lá. Era o único que conseguia ascender as chamas do local, o único que via algo mais que morte, corpos e fumaça. Era o único que sentia o peso da sua alma, de sua memória da vida passada. E assim como antes era filho do mesmo deus romano, e neto do mesmo deus grego. Agora se sentia mais forte que antes, não que soubesse o quão forte foi durante as cruzadas, mas sabia que era mais poderoso, sentia isso. Afinal de contas não é qualquer semi-deus que consegue criar e controlar chamas, quanto mais chamas espirituais.

Depois de muito tempo Castiel saiu da necrópole, viajava pelas sombras para entrar e sair, então ficava cansado quando terminava. Por ter sangue Grego e Romano era permitido que entrasse em ambos os acampamentos, Júpiter ou Meio-Sangue. Assim como seu irmão, Nico. Passava mais tempo fora do acampamento do que dentro. Mas preferia o meio-sangue, gostava dos jogos e das meninas menos duronas. E era mulherengo. Naquela noite iria ser realizada uma Caça-A-Bandeira, por esse motivo havia saído de dentro da Cidade Morta depois de 5 dias. Cabelos aparados nas laterais e crescidos descuidadamente na parte de cima, olhos verde escuro, e profundos. Não muito alto, mas o suficiente, não muito magro, mas o suficiente.  Usando um casaco mágico dado por Quiron, em domínios gregos era laranja com o nome “Half Blood”, em domínios Romanos a cor era roxa e apareciam as letras “SPQR”, e esse casaco já o ajudara antes, mais do que se pode imaginar. Calça preta e o no cordão não haviam as contas, haviam anéis pegos de inimigos derrotados, mortos pelo preço do osso, da carne e do sangue, ou como diria Marte, pelo preço do ferro.

Saiu do Chalé de Hades, contemplando a beleza do mármore negro decorado com obsidiana. Foi até o Pavilhão, era hora do jantar, a competição iria ser após a refeição. Viu Sr.D. sentado ao lado de Quíron, em sua forma centauriana. Senhor D. o encarou, não agradava ao único semi-deus no panteão do olimpo ver alguém mais poderoso caminhando pelo acampamento. Castiel aproximou-se de Quíron e falou.

-Farei a oferenda para meu avô, por favor, avise ao líder dos times que participarei essa noite – Falando calmo, se não fosse Quíron quem estivesse ouvindo o jovem mestiço acharia que ele estava desanimado.

-Você saiu da necrópole apenas para participar da competição? –Quíron parecia um pouco curioso.

-Vou pro Júpiter depois da competição, avise ao velho barrigudo para tomar cuidado, ele pode acabar morrendo. – Os olhos verdes se fixaram em Dionísio. Castiel o desprezava tanto quanto sua presença incomodava o Senhor do Vinho.

Ambos os times haviam sido sorteados aleatoriamente e seus líderes eleitos. Um filho de Ares tomou a liderança do time azul, seu nome: Hector, grande e musculoso, cabelos grandes amarrados em um rabo de cavalo. O time vermelho ficou sobre a liderança de Puma, filha de Nike, magra e alta, ruiva e com cabelos soltos. Castiel ficou no time azul.

-Hector, eu vou avançar pela esquerda, pegar a bandeira e correr. Vocês apenas defendem. –Falou o descendente de Hefesto sem ousadias.

-Não fique com toda a diversão, Castiel. –Brincou Hector, ele conhecia o suficiente as habilidades do mestiço pra saber que á tinha a vitória em suas mãos.

-Pode pegar quantos quiser. Se divirta.

Castiel se posicionou. Quíron deu a partida e os times se dispersaram. Puma não havia sido escolhido a líder por inexperiência. Ela sabia que a participação de Castiel iria fazer com que o time azul tivesse mais orgulho, mais certeza de vitória, e ela usaria isso. O jovem mestiço correu, estava sem a espada, mas por pouco tempo. Tirou a adaga de ouro imperial da bainha e cortou a mão, deixou o sangue escorrer e fez uma prece para Phantasos, seu sobrinho e deus das fantasias: “Deus elfo, senhor das fantasias, permita que eu tenha as habilidades desenvolvidas pelos homens em seus domínios, e em troca aceite essas gotas de sacrifício”. Após falar isso sentiu um aperto forte no pulso, sabia que o ritual estava completo, logo após conjurou o fogo espiritual a o usou para materializar a espada óssea, com cabo de 15cm e a lâmina de 95cm, Chamaverde era como Castiel a chamava, pela capacidade dela conduzir bem seu fogo.  

Correu para dentro da floresta como havia dito à Hector, em quanto o filho de Ares distribuiu 10 soldados para proteger da direita ao centro, mais 7 do centro para esquerda, e investiu com seu irmão para o campo inimigo. Castiel corria o mais rápido que conseguia, numa velocidade descomunal.  Encontrou dois filhos de Apolo, mas conseguiu ser furtivo o suficiente para não ser notado. Cravou Fogoverde no chão e conduziu as chamas para a terra, a espada queimava em chamas espirituais, cada segundo mais incandescente, mais quente. Os filhos de Apolo prestaram atenção na luminosidade, mas já era tarde demais, Castiel já estava na frente de ambos, golpeando o rosto do primeiro, seguido de uma joelhada no estômago que o apagou, no segundo deu um chute rasteiro que o derrubou, depois um forte soco no coração que o desmaiou. Escutou as árvores se mexerem, Puma havia previsto perfeitamente o local onde Castiel estaria, e era pra lá que enviara 5 filhos de Hefesto, um maior e mais musculoso. Dois deles carregavam marretas de combate, um carregava um gigantesco machado, e os outros dois carregavam espadas igualmente grandes. Cas sentia a ira de Fogoverde, seu poder aumentando mais e mais. Estava cercado pelos tios, não sentia medo algum, mas sabia que seria difícil lutar contra os 5 juntos. Ergueu a mão para o ar, e numa explosão de chamas esverdeadas sua espada óssea voou para sua mão ainda em chamas. O primeiro, com a marreta investiu, mas era lento demais, Castiel desviou sem esforço e decepou o braço do gigantesco filho de Hefesto. Os dois com as espada investiram juntos por lados opostos, Cas rolou desviando, fazendo com que ambos se atingissem de leve, mas foi tempo suficiente para ele fazer as chamas ardentes de sua espada dançarem e assustarem os gigantes. O mestiço Avançou rapidamente. Encravou a espada na altura do umbigo em um dos que carregavam espada, e induziu suas chamas, fazendo a carne queimar. Chutou o cadáver em chamas para cima do que carregava o machado, depois fez suas chamas arderem novamente, e investiu contra o sem braço, cortando-lhe a cabeça sem misericórdia. Os dois que viram ficaram amedrontados como gatinhos, em quanto o do machado era consumido pelas chamas. O que carregava uma marreta a arremessou contra Cas, que desferiu um rápido arco em direção a marreta, cortando-a. Incandesceu a espada pela última vez, e a arremessou naquele que estava desarmado, Fogoverde voou tão rápido que não deu tempo de desviar, sendo encravada no coração do penúltimo e fazendo-o queimar. Foi em direção ao último, que estava assustado demais para lutar. Deixou cair a espada e correu, Cas estendeu a mão em sua direção, e a mão de um esqueleto agarrou o pé do seu tio, que caiu. Cas chegou perto, seu olhar era frio e sádico, os olhos verdes queimavam em brilho. Ele tocou o peito do último, deixando uma mancha negra que crescia a cada segundo. Estendeu a mão e Fogoverde voou para ela. Voltou a correr em direção a bandeira. Quando viu que avia dois filhos de Apolo perseguindo ele sacou a espada e em um arco de 180 graus espalhou chamas pela floresta, impedido que os inimigos prosseguissem. Correu mais rápido, viu a bandeira vermelha tremulando pelo vento frio da noite. Chegou perto e a pegou e a correu rapidamente de volta para seu lado, levando a vitória para seu time. Viu Hector segurando Puma pelos braços, olhou para ela com admiração.

-CASTIEL. –Ouviu-se o grito de Quíron.

-Não me venha com essa, sabe porque eu fiz isso. – Respondeu Cas, com desprezo.

-Não é argumento, Castiel. O Sr.D está furioso.

-Então diga-o que venha até mim, pegarei a alma dele também.

Castiel invocou a espada e a embainhou em chamas. Viu Dionísio chegar.

-Você matou 5 membros do acampamento, e isso cairá sobre minha responsabilidade. –Bradou o velho gorducho.

-Deus das palhaçadas, quer tentar alguma coisa? Você é tão semi-deus quanto qualquer um aqui, exceto por mim. –Castiel era áspero.

-Seu pai não tem poderes por aqui.

-Mas eu tenho, vá ao Olimpo e diga a Zeus que fui eu o responsável pela morte dos meus tios, ou me dê sua alma e eu mesmo vou. –Cada palavra que saia da boca do mestiço era fria e calma, e muito mais que isso, tenebrosa.

Dionísio mordeu o lábio. Era poderoso, mas ainda temia o garoto.

-Quíron, estou indo, os 5, vão para o Elíseos, um dia.

A noite havia se tornado madrugada. Castiel havia ido ao Chalé de Hades pegar suas coisas, a mochila com alguns dólares e algumas moedas de Dracma. Além de uma blusa preta da banda Megadeth, um livro chamado “O Som do Gelo e do Fogo: Os Jogos dos Tronos”, alguns doces e três garrafas pequenas de água, não carregava néctar nem ambrosia. Saiu do acampamento, passando pelas fronteiras mágicas. Ouviu uma voz o chamando, era Puma. Ela corria em sua direção.

-...

-Cas... Castiel, Por que você matou aqueles rapazes. – Ela estava triste, se culpava pela morte dos filhos de Hefesto.

-Eu não os matei. –Respondeu ele friamente. –Os enviei para os Elíseos.

-Mas isso é mesmo que matar. –Ela estava agora mais inconformada do que triste.

-Não espero que você entenda. – Ele a olhava friamente, mas ainda com admiração pela inteligência dela. –Você não tem relações com Thanatos ou Hades.

O olhar frio do Mestiço, da cor de esmeraldas, a penetrava e a derretia completamente, era envolvida por aqueles olhos cruéis. Ficara vermelha quando ele colocou a mão na sua cabeça e disse.

-Você é uma garota esperta, mais até do que os filhos de Athena.

Era uma garota jovem, de 14 anos, mas tinha sofrido tanto quanto qualquer semi-deus que foge de casa ainda criança. Sobrevivendo e sendo caçada por monstros desde que tinha 6 anos, até os 13, quando entrou no acampamento. Fora achada pelas caçadoras de Átermis. Talvez se não fosse filha da deusa da vitória nunca tivesse vivido tanto. 

Fora andando por horas até Nova York, chegara as oito da noite do dia seguinte, se dirigiu até a estação de metrô, embora não tivesse intenção de entrar em nenhuma máquina subterrânea para ir a qualquer lugar que fosse. Esperava outra pessoa por lá. Dirigiu-se até a máquina de refrigerantes e pegou uma latinha de Sprite. Depois se dirigiu para a plataforma. Um jovem de 15 anos se aproximou, usava jaqueta camuflada, jeans rasgados e um gorro. Era uns 30cm mais baixo que Castiel.

-Você não deveria matar semi-deuses só para agradar seu pai. –A voz calma do jovem era reconhecível até no Hades para Castiel.

-Não fale dele como se fosse apenas meu pai. Só porque eu sou Romano e você Grego? –O Mestiço gostava de ser sarcástico com seu irmão mais novo.

-Só porque você é violento sem necessidades.

-Já disse, não o trate como se fosse apenas meu pai. Ele é NOSSO pai, Nico.

-...

-Não vou tentar te convencer a me chamar de irmão, se você não quer.

-Você deveria ir ao Júpiter o mais rápido possível, um semi-deus novo, muito poderoso, apareceu por lá. E assim como você ele carrega um nome cristão.

-Nome cristão?

-Lúcifer.

-Já foi arrebatado?

-Júpiter.

Castiel perdeu sua visão no vazio, estava pensando nesse novato. Lembrava-se do livro que seu pai lhe dera, do diário da sua mãe e das escrituras dos cristais roxos da Necrópole.

-Nico, trouxe sua espada?

-Sim. – Ele ia colocar a mão no cabo, quando foi impedido.

Castiel fechou o punho da mão, ela brilhou em um roxo escuro rapidamente, quando o Mestiço a abriu havia um Orbe Necro, dos domínios de Hades. Ele o entregou para Nico Di Angelo.

-Quando julgar necessário arremesse no ar e corte com sua espada, e não se assuste com as chamas.

-Certo.

Castiel piscou os olhos e Nico sumira, viajando pelas sombras. Ele também ia fazer o mesmo, antes não pretendia ser rápido, mas agora tinha de chegar cedo ao acampamento Júpiter. Embora fosse poderoso, puxara a parte Grega certa preguiça, se comparado com os Romanos, por isso fazia parte da 5ª Coorte, embora estivesse apto a estar na primeira. Concentrara-se para viajar diretamente para sua corte, mas fora impedido, tentara então entrar na casa de banho, mas falhou novamente. Tentou o Refeitório, O Campo de Marte, falhando consecutivamente. Embora apenas tentasse viajar pelas sombras, já começara a ficar cansado, iria fazer uma última tentativa, para o templo de Plutão. Ao chegar ao templo de seu pai sentiu as forças voltarem lentamente, e notou que as tochas estavam apagadas, tratou de acender.  Saiu do templo, atravessou a cidade e foi em direção a sua coorte. No caminho, nem uma única alma viva. O que não fazia sentido. A cidade estava completamente deserta, mas Castiel tinha certeza que naquela noite haveriam jogos de guerra. Algo não estava certo ali, mesmo com as barreiras mágicas do acampamento Castiel ainda podia viajar diretamente para dentro, mas dessa vez só conseguira porque era no templo de seu pai. Estava chegando perto das entrada do alojamento, quando viu duas cruzes romanas, de aproximadamente 5m de altura. Uma pessoa pendia em cada, uma delas já estava sem vida, como se houvesse passado ali semanas inteiras. Na outra um rapaz loiro ainda lutava para se manter vivo. Castiel correu para retirar o rapaz ainda vivo, retirou seu casaco e dobrou para que o loiro encostasse a cabeça. Retirou uma das garrafas de água da mochila e deu ao quase moribundo, foi quando o reconheceu, era Jason Grace, Pretor do acampamento. Depois do alívio Jason se deu ao luxo de desmaiar, exausto. Castiel sentiu algo diferente vindo dos campos de Marte, correu para lá o mais rápido que pôde. Ao chegar lá se deparou com toda a concentração de romanos, Lares, animais, monstros e qualquer coisa que poderia existir no acampamento. Todos os humanos, ou quase, estavam de joelhos. Todos os monstros estavam caídos e sangrando, junto com os animais. À frente da grande quantidade de pessoas que pareciam devotas haviam 4 jovens, cada um parecia ter 15 anos. Dois estavam às costas de um primeiro, esses dois eram altos e fortes, mas não eram o que pode se chamar de brutamontes, ambos usando a mesma roupa, jeans velho e uma blusa preta com uma cruz vermelha invertida nas costas, ambos tinham cabelos negros, porém o da esquerda tinha o cabelo maior. O que estava a frente tinha cabelos brancos platinados, usava um jeans igualmente velho, mas a blusa era branca com uma cruz azul. E havia um que estava afastado, esse usava sobretudo preto que ia até os pés, loiro com cabelo grande, porém parecia recém cortado, penteado para trás. Os quatro perceberam a aproximação de Castiel, o de cabelo branco tinha a pele tão branca quanto os cabelos, assemelhava-se a um albino. Fez um gesto para os que estavam a suas costas o esperassem. Se dirigiu em direção a Castiel.

-Olá, você é aquele que faltava, o primeiro filho de Plutão. –O Albino falara em tom sério, calmo e firme.

-Você deve ser o novo Romano, filho de Júpiter, Lúcifer. –O Mestiço devolveu no mesmo tom.

-Filho de Júpiter? –Nem seria preciso falar que Lúcifer foi irônico – Não, sou filho do Senhor dos Céus, e não de um Deus Romano feito às sombras de meu pai.

Castiel apenas observara, mantinha-se frio.

-Aqueles são seus irmãos? –Perguntou entoando curiosidade.

-Meus príncipes. –Corrigiu Lúcifer. –Os dois atrás são Satã, o de cabelo mais comprido, e Leviatã. Aquele mais afastado é Beliel.

Castiel sentia os ventos frios, sabia que o inverno estava chegando. E que logo Fogo e Gelo iriam dançar violentamente em um embate que poderia destruir o mundo.

-Deve se juntar a minha legião, Castiel. –O Albino fez com que Castiel voltasse para o raciocínio do momento.

-Devo primeiro ver se você realmente é romano ou não.

Castiel materializou a espada e a embainhou em chamas verdes, fazendo um rápido movimento de estocada em direção a Lúcifer. O Albino nada vez, apenas fechou os olhos e as chamas cessaram, Castiel sentiu o corpo pesar. Deixou Fogoverde se desmaterializar. Mas com isso ele chegara a uma conclusão, não estava diante de um semi-deus, e sim de um anjo. O anjo caído do cristianismo, Lúcifer. E aqueles eram seus quatro príncipes infernais. E tanto sabia disso quanto sabia que não tinha a menor chance contra aqueles poderosos seres. O Mestiço viu apenas uma alternativa, ainda estava fraco, mas era o melhor que podia fazer. Explodiu chamas verdes para todos os lado e disparou em direção ao alojamento, Beliel o seguira, mas Castiel tinha uma vantagem de 500m que a explosão lhe dera. Assim que encontrou Jason e o outro cadáver ele os agarrou e sumiu. Viajara pelas sombras carregando ambos. Havia apenas um local para onde ele conseguiria ir, os domínios de seu pai. Chegou a Necrópole, tentou ficar de pé, sentiu o sangue escorrer pelo nariz, tocou o sangue e depois se sentiu tonto, a vista escureceu e o mestiço desabou inconsciente.  Acordou com a vista embaçada, Jason estava sentado ao seu lado e um garoto com casaco militar o chamava, era Nico.

-Cas, acorda, Jason não pode ficar aqui por muito tempo. –Nico falara como se Castiel não se lembrasse.

-Castiel, você pode me levar de volta ao... – Foi interrompido por Nico.

-Irmão, leve ele para o Acampamento Meio-Sangue, sei que lá Jason será bem recebido.

-Por que você não leva? Fiz trocentas viagens em menos de 10 horas, eu também canso. –Castiel foi rude e áspero em seu tom.

Nico abriu a boca para responder, mas desistiu em seguida. Tocou o ombro de Jason e ambos foram consumidos pelas sombras. Castiel prestou atenção nas tochas de caveiras, fogo roxo queimava, e isso o irritava, fogo espectral era irritante para o mestiço, diferente das chamas verdes que era selvagens, violentas e controladas as chamas roxas eram mortas, desanimadoras. Ele estalou os dedos uma vez e as chamas se apagaram, estalou novamente e voltaram a arder na cor verde. Retirou a adaga de ouro imperial da mochila, logo após materializou sua espada óssea. Riquezas e Morte, os domínios de seu pai, e ele tinha ambos em suas mão, segurando a adaga e a Chamaverder. Sentiu a tatuagem do acampamento Júpiter aparecer em seu braço, em geral ele a mantinha escondida com o poder das suas chamas. Chamaverde se banhou em chamas sem que Castiel a conduzisse, as chamas ficaram mais densas, o verde ia escurecendo, até que diminui no centro da espada e uma pequena esfera verde brilhante saiu da espada. O mestiço desmaterializou sua espada óssea, percebeu as palavras que estavam encravadas na pequena esfera “Joseph”. “Era o primeiro, então me perdoe, Joseph, vá para os Elíseos em paz”, pensou Cas, depois disso cortou a esfera com a adaga. Uma grande explosão de chamas verdes se espalhou pela sala da necrópole, a adaga se desmaterializara, e as chamas verdes estavam sendo consumidas por Castiel, cada pequena frações de chamas voara em direção à ele, envolvendo-o completamente, logo havia chamas apenas em torno dele. Cada segundo que passava em volta do fogo a pele do mestiço ardia, mas isso apenas o revigorava, o recuperava. Depois de alguns minutos não havia mais chamas, ele sorria maliciosamente. Pequenos raios verdes circulavam seu corpo. Logo sombras o envolveram e ele estava no Acampamento Júpiter novamente, encarando Lúcifer.

-Por que permitiu que eu entrasse agora? –Perguntou ele para o Anjo Caído.

-Quero conversar com você, Castiel. –Lúcifer falava com um sorriso cínico no rosto.

Castiel ainda sentia a pequena corrente elétrica esverdeada correr pelo seu corpo, e ele a usaria a qualquer momento.

-Sabe, Cas. –Lúcifer retomou, Satã e Leviatã deram na vista de Cas, apareceram atrás de Lúcifer. – Há muito tempo atrás eu fui expulso do céu por desejar ser mais forte, melhor. E agora eu deveria fazer todo um discurso de vilão, mas não farei isso. Sou mais forte que você, que seus parentes, que seus deuses. E meu pai é mais poderoso que todos nós, mas ele não está ligando... -Lúcifer foi interrompido por um raio branco que caiu a poucos metros de Cas.

-Não é verdade, nosso pai liga sim, irmão tolo. –Uma voz quase onipotente, de grande presença e suave percorreu o caminho até Lúcifer.

Era a voz de um homem alto, de cabelos longos, cacheados e castanhos, usando uma blusa manga longa com os dois primeiros botões abertos, branca, e uma calça jeans preta, com a pele levemente amorenada, e olhos vermelhos carmesim. Ele empunhava uma espada longa, com a Lâmina completamente branca, assim como a aura que o circulava.

-Irmão, irmão, irmão... Papai o mandou para... –Lúcifer fora interrompido novamente.

-Castiel, estarei esperando você no acampamento meio-sangue. –E depois de falar não estava mais lá.

Castiel olhou confuso para a direção de Lúcifer, que mantinha a expressão de fúria ao ver seu irmão mais velho, Miguel.

-Você não voltará... –Interrompido uma terceira vez, agora por uma espada óssea encravada em seu peito.

-Vou sim. –E após falar Castiel soltou chamas selvagens pelo cabo de Chamaverde e se cobriu pelas sombras.

Chegou ao acampamento meio-sangue, sabia que Lúcifer iria estar raivoso demais para fechar as barreiras do acampamento júpiter, por isso havia conseguido sair de lá. Mas foi apenas tocar o chão das terras gregas que sentiu um garoto voando em seu pescoço, era Leo Valdez.

-Vou... Te... Trancar... No Tártaro... –Falava Leo enfurecido em quanto revezava os punhos que batiam na cara de Castiel, que estava caído com o filho de Hefesto por cima dele.

-Vou te fuzilar nos campos da punição, VALDEZ!. –Castiel gritou com raiva, chamas verdes e selvagens incandesceram de seu corpo.

Leo começou a esquentar também, mas Castiel o retirou de cima de si com um soco no estômago do Leo. O garoto recuou, mas seus olhos se encheram ainda mais de raiva, e ele começou a inflamar chamas laranjas, em quanto Cas inflamava em chamas verdes. Um avançou em direção ao outro, Leo acertara um soco na cara de Cas, que acertou uma joelhada na barriga do Leo. E ambos se afastaram novamente, mas começaram a inflamar ainda mais. Leo descontrolou suas chamas, já Castiel as intensificava. Ambos novamente se chocaram, labaredas esverdeadas e alaranjadas voavam a cada golpe, Castiel vencia, desferia socos e joelhadas, sempre mirando o rosto e a barriga de Leo. Já o garoto mirava socos na cara de Cas, mas raramente acertava.

-JÁ CHEGA! –Gritou Senhor D.

Castiel chutou com uma força descomunal a barriga de Leo, que voou vários metros em chamas. Virou-se para Dionísio, com uma expressão furiosa. Dessa vez havia perdido completamente a paciência com o Senhor dos Vinhos. Ergueu a mão e materializou Chamaverde, Dionísio estava apavorado, travara. Castiel enfiou a espada no peito do Senhor D. e abriu um corte até a barriga, em quanto as chamas queimavam a essência do deus.

-Você nunca mais vai me encher o saco, semi-deus egocêntrico.

Icor dourado se espalhou por todo o local, depois o deus se desfez e pó dourado. Leo estava inconsciente, e logo Castiel acalmou as chamas espirituais e desmaterializou a espada óssea. Miguel aparecera ao seu lado.

-Não faça esse tipo de coisa, meu pai manteve os deuses vivos para lhe poupar trabalho, não os derrube. –Miguel falava calmamente em quanto mantinha a palma em direção de onde Dionísio se desfizera.

Poucos segundos depois o sangue imortal e o pó dourado se encontraram, Dionísio respirou novamente.

-Castiel, apenas ouça. Vou resumir tudo, Lúcifer quer se vingar do meu pai destruindo a humanidade, e antes disso vai fazer o mesmo que você. Matar os deuses.

Cas apenas observou Miguel com o canto dos olhos, disfarçando a hostilidade. Desconfiava que um anjo pudesse ler seus pensamentos, ou seus sentimentos, foi sábio em ser cauteloso. Dionísio correu assustado dali.

-Vou levar você e mais alguns semi-deuses para o acampamento júpiter. Seja sábio em sua escolha.

-Eu vou. –Puma aparecera as costas de ambos.

-A filha da vitória, será bom. –O tom de Miguel mudou, foi um tanto malicioso, mas ainda calma.

-Levo Jason, Piper, Percy Jackson e meu irmão Nico. –Cas respondeu. –E Puma vai com a gente também.

Miguel estalou os dedos e todos estavam lá, confusos.

-Agora você vão. –E estalou os dedos novamente.

Todos estavam no acampamento Júpiter.

-O que ta acontecendo? –Piper se desesperou.

-Simples, vamos impedir o fim do Mundo, mais uma vez. Jason e Percy, me sigam. Puma e Piper vão com o Nico, ele sabe o que fazer.

Castiel estava com os dois primos, perto dos campos de Marte, sabia que era pra lá que deveriam ir, e foram. Viram todo o exercito romano enfileirado. Lúcifer, Beliel, Satã e Leviatã estavam juntos dentro de um pentagrama, Cas sabia que aquilo deveria ser importante.

-Percy, você deve conhecer o acampamento, por debaixo da terra há dutos, exploda tudo. –Susurrou para Percy.

Percy colocou as mãos no chão, logo seus olhos viraram, logo os campos de Marte explodiram e inundaram-se. Vira um demônio gigante, em forma de dragão marinho aparecer. Outro em forma de um hibrido morcego espectral e huano, outro em forma de Dragão. Eram Leviatã, Beliel e Satã, respectivamente. Depois um Anjo, com as asas gigantescas e reluzentes apareceu. O sol do meio-dia fazia as asas brilharem ainda mais. Os cabelos platinados fizeram Castiel reconhecer que era Lúcifer.

-TODAS AS ALMAS FORAM ABSORVIDAS, TOLOS. –A voz onipotente de Lúcifer ia por todo o acampamento.

-Jason, poderia me emprestar sua espada de ouro imperial?

Jason viu Percy caído inconsciente, entregou o gládio para Cas. O mestiço novamente materializou Chamaverde e fez três esferas verdes luminosas aparecerem, assim como a primeira. Mas se cortesia agora, cortou ambas com um só golpe do Gládio, que se desmaterializou. Cas mal deixou as chamas se espalharem, elas já o contornava. Ele se enchia de poder. Riqueza e Morte o alimentava, assim como o fogo. A grande espada óssea cresceu transformando-se em lança, “Fogoverde”. Castiel se sentia tão onipotente quanto um anjo cristão.

-Acorde Percy, Jason. Preciso que lutem contra aqueles monstros, meu irmão deve estar do outro lado dos campos, junto das meninas. –Castiel instruía Jason em quanto este dava tapas na cara de Percy para acorda-lo. –Tentem vencer, vou atrás do Lúcifer.

Raios verdes circulavam intensamente o corpo do mestiço. Lúcifer estava pairando no ar, em quanto esperava por Cas. Ele fechou os olhos, encostou um dos punhos do chão, algumas pedras flutuaram. Percy e Jason não estavam mais ali, Cas impulsionou-se com toda a força que conseguira em direção a Lúcifer. O Anjo Caído apenas desvio, mas Castiel, embora tivesse passado direto, consegui se virar e ver o anjo de costas. Arremessou a lança banhada em fogo verde nas costas de  Lúcifer, que foi perfurado e arrastado até o chão. Cas caiu nas águas que inundaram os campos de marte. Mas evaporou rapidamente tudo, e logo voara até onde Lúcifer caíra. Lá estava Miguel, olhando para o irmão.

-Você não deveria ter matado ele, Cas. –Miguel falou com pesar.

Pegou a lança e arremessou na direção de Castiel, mas ele nem desviou, sabia que a lança não ia acerta-lo, foi quando ouviu.

-Casti...

Virou-se e viu Puma, que fora atingida na barriga pela lança. Ao lado dela estava Piper.

-Sua amiga paga pelo se erro. –Falou Miguel. –E agora você morre.

Miguel sacou a espada branca, Cas foi até puma, beijou sua testa, a garota não estava morta, Piper percebeu o que ele ia fazer.

-Cas, não, ela não.

O Mestiço encostou a mão na barriga de Piper. Logo depois ela começou a cospir sangue.

-Queimei seu intestino, agora fique quieta e talvez não morra. –Castiel agora estava frio como se pai.

Percebeu o pequeno colar de ouro que Puma usava, Riqueza e Morte. Chamas verdes o fortaleceram mais uma vez. O corpo da jovem fora cremado. Um trovão rompera no céu, mesmo sem nuvens. Cas escutou o urro de três bestas. “O tambor de guerra perfeito” pensou ele. Avançou para cima de Miguel, percebeu que Lúcifer se levantou. Cas ainda sim investiu contra Miguel, mas ele se desmaterializou, além de que a estocada não chegou sequer perto de Lúcifer. Cas parou, rodou a lança e investiu contra Lúcifer, mas o Anjo Caído desviou e materializou a uma espada vermelha, depois cortou fora a mão de Cas com um único movimento. Cas gritou de dor, mas antes que a mão decepada segurando a lança atingisse o chão ele agarrou-a com a mão boa e desferiu um golpe exatamente no mesmo canto em que Lúcifer o atingira, a mão do Anjo foi decepada, a espada caiu junto. Cas rapidamente estocou a espada no coração de Lúcifer, a lança atravessou o peito e encostou no chão. Logo após isso o mestiço sentiu uma ira descomunal atrás dele, era Miguel. Cas pegou a espada de Lúcifer no chão, apontou a lança em direção a Miguel, que estava quase em cima dele, e disparou chamas vermelhas cor de sangue. Miguel bateu fortemente as asas em direções opostas, quando Cas viu a guarda aberta enfiou a espada vermelha na barriga de Miguel, que apenas fechou os olhos. O mestiçou girou o corpo do Anjo e o empurrou na direção de Lúcifer. A lança tinha uma ponta em seu fim, aonde Miguel foi perfurado pelas costas, e seu corpo caiu por cima do de Lúcifer. Castiel rapidamente pegou a espada de Miguel e atravessou ambos os anjos.

-Vocês não me darão mais problemas.

Depois disso o braço do mestiçou foi consumido por chamas brancas, junto com a espada de Miguel e o corpo dos dois anjos. Saiu do círculo de chamas celestiais. Viu Percy, Nico e Jason se aproximarem de Piper. Nico foi o primeiro a reparar.

-Irmão, o que houve? –O pequeno filho de Hades parecia preocupado.

-Sei o que fazer para me recuperar. Não se preocupe.

Piper estava inconsciente, Percy e Jason estavam feridos em vários locais, Jason conseguira um olho cego na luta contra Satã. Percy tinha apenas alguns arranhões da luta contra Leviatã.

-Nico, leve-os para o acampamento meio-sangue.

-Não há mais Nova Roma... –Jason estava triste.

-Infelizmente, talvez um dia você a reconstrua, mas por ora... –Percy foi acolhedor com Jason.

-Vão para o acampamento, eu vou encontrar outra pessoa para reparar meus membros. –Falou Cas, friamente.

-E Puma, o que houve? –Jason resolveu perguntar.

-Morreu... Pergunte a Piper quando ela acordar. –Cas falou isso e as sombras o cercaram.

Logo se viu em um estábulo, com algumas vacas. Viu uma pastando do lado de fora. Se aproximou, o animal sequer percebeu sua presença.

-Desculpa, vaquinha. Mas preciso da sua vida.

Cas fechou os olhos e sentiu o animal entrar em combustão. As chamas verdes ficaram do tamanho de uma pessoa de estatura média. E dentro do fogo podia se ver a silhueta de uma mulher.

-Oi, mãe. Preciso da sua ajuda...


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Notas finais do capítulo

Bom... Digam o que acharam. Obrigado por terem lido. ^-^



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