Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 10
Chantagem


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora. O próximo não deve demorar tanto. Temos catfight, anita pimpona perdidona, chantagens, momentos fofos... Sirvam-se.



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–Por que tinha que ser no banheiro do Ben, posso saber? Você não cansa de importunar o seu irmão, Sofia? – Vera questionou.

– Culpada. – Sofia admitiu.

– E você, Ben, tem que ser homem e não deixar que a Sofia abuse da sua boa vontade! – A mãe da loira completou.

– É verdade, eu vou prestar mais atenção nisso, Vera. De hoje em diante eu vou segurar as rédeas com ela, pode ter certeza. - O enteado garantiu, com um riso abafado que apenas a patricinha percebeu.

– Tá rindo do que, Sofia? – Vera interrogou com rispidez.

– Nada, não, mãe. – Respondeu rapidamente, com a voz fraca.

– Acho bom. Agora já pro seu quarto! E não volte a incomodar o seu irmão! Eu estou de olho! – A mãe ameaçou, severamente.

Sofia correu para o andar de cima, rindo silenciosamente. Morar na barra poderia ser mais confortável, mas jamais seria tão divertido quanto fazer sua mãe e Ronaldo de trouxas. Ainda às gargalhadas, foi interrompida por Giovana, sentada em sua cama.

–Que foi, pirralha? – Sofia questionou impaciente.

Giovana lhe lançou um sorriso maldoso.

–Foi você, não foi? – A loira acusou, apontando-lhe o dedo.

– Eu o que? – Perguntou a ruiva inocentemente.

– Não se faça de sonsa! Foi você que roubou as minhas roupas! – Sofia acusou.

Giovana riu.

–Que perseguição comigo, hein, Sofia? Você estava com o Ben, por acaso? Essa camiseta é dele...

– Você sabe que sim. O que você viu? – Perguntou a loira rispidamente.

– Que você tem um pneuzinho bem aqui, ó. – Giovana apontou para a própria cintura, sorrindo maliciosamente.

Irritada, Sofia tentou se controlar.

–Se eu estou gorda, querida, é porque o seu irmão não está me fazendo suar o suficiente. – Sofia atacou, ignorando que Giovana fosse mais nova. Já tinha idade para entender do que falava.

A roqueira se enojou, embora não deixasse a pose.

– Se o Ben não está “comparecendo” o suficiente, é porque não está atraído por você o suficiente. Talvez ele prefira a Anita... – A ruiva contra-atacou.

– Olha aqui, sua pirralha! – Sofia se estressou, partindo para cima da filha de Ronaldo.

– O que tá acontecendo aqui? – Anita se apavorou tão logo chegou em seu quarto. – Sofia, solta ela!

– Cala a boca, Anita! Agora essa pirralha vai ter o que merece! – Anunciou, puxando os cabelos da “Irmã”.

– Me larga, Sofia! Me solta! PAI! – Giovana gritava.

– CHEGA! – Ben gritou por trás de Anita.

Desviou-se da mais velha em direção à briga. Vera e Ronaldo subiam as escadas preocupados. Vitor e Pedro já estavam no quarto tão logo os gritos de Giovana haviam ecoado.

–Sofia! Para com isso agora! – Ben ordenou.

– Que que é? Você acha que só porque eu estou usando a sua camiseta você manda em mim agora? – A loira protestou.

Anita finalmente percebeu que a irmã vestia a roupa de Benjamin. Um flash de Ben lhe confidenciando que estava com alguém tomou conta de sua mente. Não podia ser Sofia, não fazia sentido. Era um mal entendido. Percebeu que o garoto havia se calado, parando onde estava, e que Sofia parecia perceber que havia falado demais. Era impressão, apenas impressão. Tinha que ser.

–Eu... Enquanto você quiser usar o meu banheiro, eu mando, sim! – Ben venceu o silêncio no quarto gaguejando. Fechou os olhos rezando para que comprassem a resposta.

– Nesse caso, eu já vou arranjar outro banheiro pra usar, como a minha mãe pediu. – Sofia continuou, também hesitante.

Olharam em volta, à procura de algum sinal de que haviam enrolado a família.

–Enquanto o seu nojo da barata não passar, Sofia, você pode usar o meu banheiro. – Vera anunciou, mais calma. – Agora me expliquem essa briga.

– Que história é essa de barata e de banheiro? – Anita questionou, confusa.

– Depois a gente te conta, Anita. – Ronaldo respondeu.

– A... Bom, eu... A Giovana... A Giovana tava...

– É que eu peguei umas blusas do armário da Sofia pra fazer as camisetas estilizadas da minha futura banda, já que ela tem tantas... – A ruiva explicou.

A patricinha agradeceu em silêncio, sendo rapidamente ignorada por Giovana.

–Giovana! – Ronaldo repreendeu.

– Mas tudo bem, eu ainda não tinha feito nada, eu posso devolver. Precisava partir pra cima, Sofia? Bastava conversar comigo. – A roqueira respondeu inocentemente.

– Como se tivesse adiantado! – Sofia protesta. – Mãe, eu posso ter chave no armário? Olha o que essa maluca ia fazer!

– Eu tenho que terminar de fazer uns bolos, preparar a janta... Depois a gente conversa sobre isso, minha filha. – Vera dispensou, voltando para a sala.

– E eu vou pensar em um castigo para as duas! Depois a gente também tem que conversar. Não dá mais pra vocês ficarem brigando desse jeito. – Ronaldo anunciou, também se retirando em seguida.

– Ah, droga, perdi a melhor parte! – Vitor reclamou, também deixando o quarto das meninas.

– Você tá bem? – Pedro perguntou à irmã, que sorriu em retorno.

– Vai com o Vitor, Pedrinho, depois a gente se fala. Eu tenho que acertar umas coisas com a Giovana. Você sabia que você é o único nessa casa que se importa comigo? Obrigada. – Sofia agradeceu com um sorriso sincero, ainda que triste, e, com um beijo na cabeça do irmãozinho, dispensou-o.

Ben a observou falar com o caçula. As palavras de Sofia o atingiram. Jamais havia notado o quão sozinha estava a garota em sua própria casa. Costumava julgar as ações da patricinha, sem se importar com os sentimentos que a loira poderia ter. Sinceramente, sequer considerava que Sofia tivesse sentimentos. Jamais havia percebido o elo entre a loira e o caçula. Era outra com Pedro. Carinhosa, zelosa, uma Sofia que desconhecia. Comovido, beijou o rosto da patricinha e seguiu o irmão. Precisava falar com o caçula, entender o que o menino via em Sofia. Talvez não estivesse louco em gostar tanto da megera da casa. Pedro tinha um carinho sincero pela irmã, sem julgamentos. Precisava entendê-lo, talvez lhe tirasse o peso na consciência por amá-la. Amá-la não, sentir-se atraído fisicamente e sentimentalmente por Sofia. Não a amava, não devia amá-la. Fora um escorregão de sua mente usar o verbo “amar”. Com certeza.

–O que você quer? E antes que você fuja de novo do assunto, eu estou perguntando porque você me defendeu. Aonde você quer chegar com isso?

– É um acordo simples, não tem mistério. – Giovana admitiu, percebendo a ira da “irmã”.

– Estou ouvindo. – Sofia encorajou.

– Você se afasta do meu irmão, e eu não conto sobre vocês.

A patricinha gargalhou.

–Só isso? Ninguém vai acreditar em você! – Zombou.

– Ah, não? Eles podem ter sido trouxas de acreditar em qualquer história de banheiro que vocês aparentemente inventaram, Sofia, mas eles não são tão burros assim. Em dois segundos, se eu contar que vi vocês na cama, eles vão ligar os pontos.

– Eles nunca vão acreditar que o queridinho deles, o todo certinho Benjamin, dormiria comigo, e logo comigo! – Sofia riu.

– Ah, é? E se eu mostrar a foto que eu tirei de vocês se beijando, sem roupa, na cama dele? Será que eles acreditam, Sofia? – A ruiva indagou com tom inocente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo apoio de todos que lêem e espero que sigam acompanhando e gostando ^^