O Diário De Samantha Shanderson escrita por sthefany Dubrinsky


Capítulo 5
Capítulo cinco " armagura"




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Capítulo cinco

O problema era ao amanhecer, ela ainda estava assustada e a aula monótona, foi um duelo de farpas e olhares fulminantes, Samantha possuía alguns hematomas o que a deixavam roxa pelo rosto e algumas partes do corpo o que a entorpeceu foi os olhos roxos de Izabel ao entrar na sala, ela até que disfarçou, mas podem ser ouvidas algumas risadinhas de seu disfarce, indisfarçável, eu estava dolorida, mas a imagem dela como eu escondida e encolhida dos olhares do mundo era gratificante.

A tarde foi calma principalmente com a saída do professor de ed. Física havia ido embora, para não dizer expulso, a aula foi preenchida com leitura e pude ver uns olhos pairando para mim, era ele Rafael, quando as aulas acabaram ele me seguiu até o meu local secreto e tentei fugir e me esconder, mas estava nervosa com a aproximação e deixei por fim me acompanhar depois de quase gritar para o universo pela minha atenção.

– ok, pode falar comigo.

– bem, Samantha, gostaria de saber se esta realmente bem, estive um pouco aflito contigo.

– estou bem, mas não diria o mesmo de Izabel.

– não ligue para ela, é meio arrogante, mas não é má.

Na minha cabeça me perguntava se estávamos falando da mesma pessoa, ou se ele a amava tanto para defendê-la ou outras milhares de coisas que não me fazia sentido.

– vindo de alguém que a viu me dar um locaute sem do ainda depois do gongo.

– bem, você é que fez um estrago aonde que você esconde tanto musculo.

– não foi força física foi...

– raiva, eu sei, também teria, também me deu.

Ele havia me interrompido e havia prendido o meu coração fitando com aquelas palavras.

– não achei que entendia Rafael.

– eu entendo, tenho um irmão mais velho que sempre me da nos nervos e parece que para ele sou um vilão, somos bons em áreas diferentes, mas para ele, eu sou o máximo e ele o mínimo.

– sabe, quando estou assim, vou para um refugio entre as estrelas.

Olhei para o céu com as mãos no bolso e enfatizei sem querer, ele apenas observou o meu olhar e brincou rindo.

– eu sabia que você era de outro mundo!

Rimos e foi bom parecia um século que não rir assim.

– bem, fui deixada para trás, mas ainda me encontro entre o meio termo deves em quando.

Rimos de novo e ele pensou para me pedir.

– você me amostra?

Não sei se foi tolice, mas percorre um caminho o segurando pela mão me esgueirando pela escuridão, exibindo um sorriso sagais.

Até que enfim, estávamos no meu mundo secreto e exibir meu telescópio e um pouco do meu conhecimento a maioria do tempo, ele esteve calado prestando atenção como um bom discípulo e não pode deixar de compara-lo com bichano que sempre fazia o mesmo é claro que como um gato que era.

Por um momento deitamos juntos no chão e ele veio a projetar a sua voz depois de um longo tempo.

– como sabe tanta coisa?

– quando se esta sozinha, você tem muito tempo livre e nesse tempo resolve estudar e criar os meus Hobbies como esse.

Inclinei a cabeça, pois a sensação de olhar para ele estava sendo tão forte que não resistir, nosso olhar se cruzou a minha mente se dissipou e as únicas palavras que eu houve foram.

– você é a garota mais incrível que já conhece.

As palavras saíram como um sussurro até que nossos lábios estivessem unidos em um coro angelical, eu fui beijada por Rafael Bezerra dos Santos e eu o amava e ele me amava, isso poderia ser eterno, mas logo acabou e ele se foi com uma despedida gentil e doce, me aconcheguei sozinha e pude sentir o seu cheiro nas cobertas, aquilo foi apenas um beijo para alguns, mas para mim era um pedaço do céu.

Dormir com os mais belos sonhos e agora já era o dia dos namorados, e eu pensava que estava namorando. Sair do chão duro que estava e me arrumei no banheiro da freiras que sempre estavam desocupados e tratei de ir ao refeitório, e lá estava ele sentado com o seu grupo de amigos e do lado Izabel, ela sorria para ele como se a felicidade era o seu nome e aqueles lábios de gloss. rosa choque fazia o serviço de chamar a atenção. Não pude esconder a minha decepção ainda por não ter visto me notar, estava muito ocupado com as atenções para aquela víbora mesquinha medonha, a raiva estava pulsando nas veias e do nada “fogo!”, era um grito de alerta algum vazamento de gás provavelmente aquele lugar era tão velho quanto à fundação do cristianismo.

Em questão de minutos todos fugiam para fora e eu tratei de pular a janela que estava logo atrás de mim, a fumaça já estava tomando o ambiente á visão era destorcida e todos pareciam estar fora, até que como um herói Rafael trazia Izabel sobre os braços ela parecia desacordada e isso assustou a todos, estava com fuligem pelo corpo assim como ele, Rafael a estendeu no chão e a imagem era realmente tocante, ele bateu algumas vezes no peito dela, algumas pessoas iam se aproximar para prestar socorro ou por curiosidade, mas ele afastou e fez respiração boca a boca nela, ela tomou consciência e retribuiu aquele beijo em agradecimento, não sei quanto tempo isso durou, pois as lagrimas já me tiraram a visão a ultima coisa que vê antes de sair de lá ás pressas, foi o irmão mais velho dele que acabou com o momento a levando para a enfermaria e alguns amigos de Rafael o acudindo e seguindo com ele.

As aulas foram suspensas e as comemorações também, eu estava por outro lado na minha lagoa a lagoa das amarguras, lançava uma pedrinha uma vez ou outra e escrevia da minha felicidade e da minha angustia naquele diário rabiscado de sentimentalidade, joguei-o por um momento a beira da lagoa, mas logo a recuperei e enxuguei para minha surpresa bichano me observava ao lado da arvore fixado em minhas atitudes.

Sentei apoiando os braços sobre o joelho e a cabeça sobre eles, bichano me exigiu um carinho se esfregando e miando de um lado para outro, logo sede e o mimei como gostaria de ser mimada e desabafei para um gato o que para um são seria loucura.

Passado todo o susto os alunos e freiras jantaram e almoçaram no pátio, as aulas que foram suspensas seria tomada pela manhã do outro dia, e aquele dia a escola seria toda inspecionada.

Evitei todos durante todo dia sabiam o que pensavam e quem apontavam como o culpado a estranha que sou eu, ao constatar que nada estava fora do normal fomos mandados para os dormitórios, e tive que ouvir uma sessão de como o Rafael havia sido um herói, como ele a resgatou, como a beijou e como aquele beijo foi bom, bem eu sabia que o seu beijo era bom e isso era talvez o que mais doía.

Cobrei-me toda na cama enrolada nos lençóis, silenciei meu choro com o travesseiro, eu já era profissional nisso e cair no sono em sonhar com Izabel enrolada em uma cobra, acordei com gritos e o espanto e medo de Izabel ao ver uma cobra deitada em sua cama sobre as cobertas, ela chorava e me acusava, todas corriam em busca de ajuda e eu caminhava pelo corredor sem rumo, com meus pijamas listrado e perdida no meio do corredor bichano estava parado miando para mim, não pode deixar de afasta-lo.

– o que faz aqui, vamos saia, não pode entra saia!

Ele continuou a miar e eu reduzir a voz em meu comando, ele parecia querer me mostrar algo e eu fui seguindo-o cogitando que estava louca.

Ele parou no banheiro que estava interditado, e arranhou a porta, abrir delicadamente e a água estava transbordando, minha visão foi do chão ao teto, onde a freira que era responsável pela nossa ala estava morta enforcada, com um símbolo da cruz de cabeça para baixo na testa, seus pulsos estavam cortados e já não escorria mais sangue, no chão em meio a tanta água um símbolo aparecia, um circulo com uma estrela de cinco pontas no meio e alguns tridentes e animais nas extremidades uma delas era uma cobra, aranha, mosca e gato.

A imagem era forte demais para mim e quase vomitei, me virei para o lado e bichano já não estava, corre para todos os lados e ver quando a madre superiora se encontrava com as garotas a acalmando e ouvindo atentamente os insultos sobre mim, ela observou minha expressão pálida e só pode apontar para o corredor, todos correram até lá, algumas meninas vomitaram, outras desmaiavam e até as freiras corriam e rezavam saindo ás pressas de lá, ouve rumores que iriam mandar um padre exorcizar o mal que habitava o local, e os comentários sobre mim e um exorcismo se junto e se propagou como fogo.

Uma reunião foi feita no teatro do orfanato para acalmar os ânimos do pessoal, estava sentada no meio deles de todos eles que me apontavam e falavam mal, acusavam-me e até entoavam um “bruxa!”.

Procurei na multidão algum amigo não achei, Rafael havia viajado com sua equipe e até seu irmão estava com ele, não sei se sem mesmo ele o ambiente ficaria pior do que já estava.

Logo a madre superiora começou a explanar e muitas das freiras se manifestavam com horror a mim, uma delas já me era conhecida algumas vezes a desejei que fosse para longe daqui, já que era incapaz de ser uma freira e possuía um caso com um dos serventes daqui, infelizmente nunca passou de um proposito, eu não sabia que temor ela tinha por mim, mas não passava apenas de superstição, muitas freiras me acusou de possuir o demônio outras me defendeu, mas a massa me considerava uma monstruosidade e ficava feliz por estar no século XXI pôs já estaria sendo queimada na fogueira.

Logo a madre considerou uma bobagem e encerrou a reunião, mas os outros não diziam o mesmo e muito menos Izabel, logo quando saíram da arquibancada tentando acalmar pessoalmente as pessoas, Izabel tomou o microfone e abriu o meu diário, como ela conseguiu, falou dos meus sonhos, meus temores, minhas visões e me acusava e debochava de mim o mais indignante era que ela havia fraudado algumas das paginas com encantamento, poções, feitiços e o principal evocar o fogo, eu não aguentei o olhar da madre superior para comigo, as pessoas me cercando e me apontando como bruxa como demônio, não pode ver a madre nem o palanque onde agora ela estava, a voz dela vinha como uma pergunta se tudo aquilo era verdade mas meus gritos de não, não fluíam até ela, eu não era responsável por isso, eu não havia matado a freira, eu estive na cama a noite inteira apenas havia sonhado com uma cobra enroscada em Izabel, mas deixei esse ultimo argumento para mim e o pior veio, Izabel leu o que escreve sobre o meu beijo com Rafael e mentiu ao dizer que no diário estava a confissão que eu o havia enfeitiçado e admitiu que viu nosso beijo na torre e não se comparava ao beijo que ele a deu pôs era verdadeiro.

Meu peito se inflou, a madre gritava que esperássemos o padre e ninguém deu ouvidos, sentir um tapa, um ponta pé, eu não conseguia sair de lá, não conseguia me defender, estava encurralada mesmo antes das acusações eu já estava.

Bate com a cabeça na cadeira e adormece por uns instantes logo depois o fogo tomava o teatro, as pessoas corriam, eu via vultos, mas não distinguia de pessoas, caminhei por mais uns instantes, eu estava cortada um pouco ensanguentada e muitos ali, pegavam fogo e gritavam, foi até o palanque que estava em chamas não sei por que, mas algo me guiava para lá.

Atrás das cortinas, rodeada de fogo, Izabel, pedia clemencia e ajuda.

– deus!

Caminhei até ela e sem sentimento ou piedade, peguei uma cortina enrolei passei pelo fogo próximo e joguei em cima de seu corpo, ela girou para o lado, mas não tinha para onde correr, havia uma fratura exposta na perna e sua pele já mostrava o efeito do calor, não havia para onde escapar, ela se batia no chão e sua pele e seu cabelo queimava.

Dei apena as costas pronunciando.

– aonde você vai não tem deus!

Ela gritou era ódio havia mais pessoas correndo o orfanato em peso pegava fogo e mais gritos eram ouvidos fechei as portas a onde passava clemencia para aqueles que sempre me zombavam não era o meu forte e não seria dessa vez, quantas vezes pedir compaixão, piedade.

Quantas vezes quis ser aceita, amada e na primeira desconfiança eu era julgada culpada, eu não era por estar ali andando em meio daqueles corpos carbonizados, eu não era por dar fim a alguém que merecia nem existir, eu não era culpada de ser assim a vida me transformou a vida me puniu a vida me criou.

E agora colheria os frutos da semente que plantou agora eu já não era Samantha Sanderson agora eu era muito mais.

Os monstros que me assustavam estavam lá cercando, matando, mutilando, queimando, cães, pestes, homens, meio homens meio fera para não dizer bestas, eles não me notavam não me feriam, não reagiam a minha presença eles eram guiado pelo medo acho que não estava naquela hora, se estava eram encobertos pela vingança, pelo ódio e a satisfação de vê-los sentir na pele o que passei sendo ainda pior.

Bichano parou em minha frente e deves de miar, falou.

– esta satisfeita com o que conseguiu?

Era uma voz de homem em um sotaque de filme antigo europeu.

– satisfeita?

Ele completou andando até mim.

– toda a escolha tem o seu preço, todo preço a dose de o quanto você pode suportar para crescer precisa se livrar do que era e se tornar o que é.

– eu não estou entendendo.

– minha cara, a vida é um enigma a existência a maior delas e o que se ver entre a matéria e o espirito esta a uma fração de seus olhos poucos conseguem enxergar e poucos conseguem dominar.

– ainda não entendo.

– você ainda é jovem...

– eu sei e por isso quero viver ainda mais.

A voz de Samantha saiu desesperada, carregada atropelando a dele.

– pobres mortais, em sua vasta ignorância, acham que idade é sinônimo de qualquer coisa entre viver e amadurecer, vocês pecam em buscar a compreensão da carne e não do espirito, pecam em ser apressados em ser materialistas e desperdiçar tempo e sentimento em coisas tolas.

– o que ainda quer dizer?

– a tanto para aprender minha jovem, a tanto para ensinar e mais ainda para compreender, o medo sempre foi sua fraqueza o amor a sua desgraça e o ódio sua maior força.

– ainda é complicado.

– claro, que sim, tolice minha lhe julgar como gênio, o ponto é que você escolheu um caminho e agora vai seguir nele, agora cabe a você aproveitar e aprender o apenas se lamentar e se degradar.

– o que?

Ele estalou a língua para falar.

– estamos falando demais e o tempo é precioso, e as respostas que procuram não estão aqui e nem comigo estão lá.

Ele cavou o chão e abaixou de leve a cabeça e soltou um miado para se transformar em um tigre, ele saltou sobre ela gritando e abaixou a cabeça, até que o chão se abriu sobre seus pés e com as duas mãos se agarrou a borda, o buraco era infinito era vermelho exalava enxofre, escuro e vinha gritos de lá. Ela pode apenas balbuciar.

– por favor... Não!

Um homem de terno preto e de sapatos italianos de cabelo penteado para trás de profundos olhos verdes surgiu e a olhou.

– foi você que escolheu isso.

– eu não escolhe, eu não escolhe.

– não escolher, também é escolher.

Ele bateu com a sola de sapato nas mãos dela e ela caiu no profundo abismo gritando com toda sua força.

O homem apenas observava até por seu chapéu preto e pronunciar, enquanto a cratera se fechava.

– bem vindo ao inferno!


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Notas finais do capítulo

esse é o primeiro livro da série... logo vem "bem vindo ao inferno e salvação"



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