The Chosen One escrita por Little Right Mandy


Capítulo 4
Como uma fogueira deixa tudo melhor.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, mas é que está difícil postar capítulos.
Mas espero que gostem :3



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– Um doce não? – disse Mabel sobre a Annie.

– Se-sei lá, conheci ela hoje! – respondi.

– Mesmo assim Dipper, não achou ela legal?

– Sim, achei... Bem, vou começar a me arrumar para ir à fogueira.

– Mas não está cedo? Você não é disso, Dip.

– Não me chame de Dip, Mabel. Sabe que não gosto.

– DIP DIP DIP DIP DIIIIIIIIIP!!!! – gritou ela, tipicamente.

– Insuportável você.

– Haha sei que me ama!!!

– Claro – falei, sorrindo.

– Enfim. Estou com fomeeeee, vamos lanchar? – Mabel e sua incrível capacidade de mudar de assunto.

– Vamos sim, também estou faminto!

Eu, Mabel e suas amigas fomos em direção a cozinha, cada um preparou um sanduíche para si e as garotas fizeram a maior bagunça. Ficaram passando ketchup uma na outra e fizeram uma mini guerra de suplementos. Só fiquei observando, rindo, foi bem engraçado, Mabel ficou com ketchup até no cabelo dela! Depois de comermos, ela correu até o banheiro para tomar banho enquanto fiquei dando voltas pela casa. As coisas não mudaram muito, apenas um ou outro móvel ou objeto trocado de lugar e pintura nova, principalmente no quarto meu e da Mabel. Aquele quarto... tantas coisas já aconteceram nele quando éramos mais novos. Não gostei de Gravity Falls, mas havia algo no cômodo que me agradava, tanto que até correu-me uma sensação boa pelo corpo ao lembrar-me de nossas trapalhadas ali dentro.

– Dipper!!!! Pode ir tomar banho, já terminei! – gritou Mabel.

– Não precisa gritar, Mabel. Estou indo.

(...)

– Oi gente! – disse Annie ao chegarmos na fogueira.

– Eeeei, você tá linda! - elogiou Mabel, e concordei (mentalmente). Ela usava um vestido sem manga com saia rodada preto com um broche dos The Rolling Stones pregado nele, tênis All Star cano longo também preto e os cabelos caindo em seus ombros.

– Ah, obrigada... – Ela corou um pouco, abaixando a cabeça levemente – Adorei seu suéter!

– Awwn, brigadaa! – é impressionante como Mabel pode ser boba haha, ela se enturma tão rápido mesmo sendo doidinha assim. Agora eu? Fico calado o tempo todo, merda.

– Hey Dipper. – agora Annie falava virada para mim.

–Ho. – respondi. “Idiota!” pensei.

–Let’s Go! Ha, amo Ramones.

Senti meus olhos arregalando um pouco, e brilharam também.

“Que garota perfeita, puta que pariu.” Pensei novamente. Sério, ela faz isso pra me torturar ou o quê? Não quero me apaixonar, quero ir embora daqui, mas...

–Wow, Ramones é realmente muito bom. – falei, sorrindo tímido.

–Sim, sim...

– Bem, vou deixar vocês dois conversando enquanto eu e as meninas vamos comer alguma coisa. Tchaau!! – disse Mabel, saindo conversando alto com suas amigas, mas antes, olhando com olhos zombadores, como se dissessem: “Dipper ta apaixonado, Dipper ta apaixonadoo!!!” Bem a cara dela, tão infantil.

Por um tempo, ficamos ali, em pé, sem dizer nada um com o outro, criando um super vácuo entre nós, até que ela quebra o gelo:

– Vamos nos sentar?

– Onde?

– Perto da fogueira, nos troncos. – ela respondeu como se fosse tão óbvio que até soou engraçado o que eu disse. E era realmente óbvio, Dipper burro.

– Ah sim, esqueci que era um “festa” na fogueira.

– Normal, também me esqueço de muitas coisas, sou do tipo avoada.

– Sei como é isso.

Sentamo-nos e ficamos ali observando as chamas da fogueira subirem. O calor causado pelo fogo era aconchegante e abrasador, sorri, e então olhei para Annie: a luz alaranjada batia em seu rosto deixando- a linda, com as bochechas vermelhas e os cabelos brilhando, do tipo bem fofa mesmo. Os olhos verdes pareciam tomar outro tom mais escuro, mas ainda brilhavam como as faíscas da fogueira. Fiquei ali, admirando – babando, para ser mais exato – até que ela desviou sou atenção das chamas para meu rosto, vendo como eu a encarava quase que hipnotizado, ficando sem graça e olhando para o chão, coisa que fiz imediatamente, na mesma hora que ela, pelo fato de sermos igualmente tímidos.

– Desculpa... – falei, feito um trouxa.

– Tudo bem, não tem problema. – ela respondeu tão baixinho que quase não consegui escutar sua voz.

– É que... você... bem... fica bonita... na luz da fo-fogueira. – vai lá Dipper, ferra tudo.

– Ah, obrigada. – disse Annie depois de um tempinho em silêncio após meu elogio, sorrindo de lado, ainda olhando para baixo.

– Não há de que quê.

– Então... Como se sente em ter que voltar para Gravity Falls?

– Sei lá, eu não queria, não tenho muitas lembranças boas desse lugar desde a minha infância, mas até que está sendo melhor do que eu pensava.

– Hum... Aqui, não é tão ruim. Apesar de ser um fim de mundo.

– Exatamente. Nunca tem algo a se fazer nesse lugar, a maior parte se ocupa com tédio.

– Com um T bem grande.

– Curte Legião também?

– Sim, muito. – ela sorriu.

– Seu gosto musical é realmente impecável.

– E você tem um vocabulário bem estranho para um garoto de 16 anos. É raro ouvir alguém da nossa idade dizer “impecável” – Annie riu, mas não pareceu nem um pouco uma ofensa.

Nada respondi, por ter ficado sem graça, e ela pareceu notar:

– Ah, não quis te ofender, na verdade foi meio que um elogio... Gosto de pessoas que falam assim... Desculpe.

– Sério? Não acha esquisito?

– Acho sim, por isso gosto. Esquisitice é uma das minhas principais características.

– Uau.

– É...

De repente, um garoto trajado em uma espécie de terninho brega de baile de formatura na cor azul bebê aparece. Rapidamente, enchi- me de raiva, pois aqueles cabelos brancos em topete que entraram em meu campo de visão só podiam ser um cara: Gideão.

“Fala sério... ELE?! Por que logo AGORA que estou com uma gata do lado, esse babaca tem que aparecer??????” revoltei dentro de minha mente.

Olhei para Annie e ela parecia tão incomodada e irritada quanto eu.

– Dipper Pines... Ora ora, quanto tempo amigão! – sua voz enjoada carregada de desdém e sarcasmo me deram ânsia de vômito – Por que não me avisou que vinha?

– Sai fora, Gideão. – falei.

– Nossa, acho que não pôs os bons modos em sua mala antes de vir.

– Bons modos para com você? Impossível.

– Enfim... Vejo que já conhece a linda Annie. Não é majestosa essa menina? Nem a sua irmã chega a ter tanta beleza.

– Vai se foder, otário e me deixe em paz. – respondeu ela, com os dentes cerrados.

“Cara, ela fala palavrão, tão maravilhosa...”

– Esse seu jeitinho tão “delicado” só me conquista mais ainda, sabia?

– E se eu te der um soco na cara, casa comigo? – respondeu Annie, sarcasticamente.

– Não é um doce? – então, Gideão pegou- a pelo braço e puxou- a para que levantasse do tronco onde estava sentada, e na mesma hora levantei-me também

– Solta ela, cara. - falei

– Por que anda com esse... Mané? – perguntou ele, olhando para mim como se eu fosse algum mendigo.

– Esse “mané” é muito melhor do que você, Gideão, e me largue senão acabo contigo. – ela parecia realmente irritada.

–Ah é? Como? – desafiou-a.

– Assim. – ela sorriu maliciosamente e, como um flash, levantou seu joelho bruscamente, acertando as partes baixas do garoto, que soltou-a imediatamente e caiu no chão se contorcendo de dor. Todos ali começaram a rir, principalmente eu.

“Meu Deus, tô apaixonado.”

Ela saiu sorrindo vitoriosa da fogueira, e fui logo atrás, mas antes, ouvi Gideão dizer entre gemidos doloridos:

– Vai ter volta, Pines. Avise sua amiguinha.


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