Anjos da Noite: O Despertar escrita por Julia


Capítulo 9
Capítulo 7 - Admiração


Notas iniciais do capítulo

Capítulo super curtinho pra terminar a noite.
As coisas vão começar a fazer sentido em breve, prometo. :)



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Quando eu abri os meus olhos tudo estava escuro.



– É madrugada? – Eu me perguntava colocando a mão na cabeça com certo desconforto. Minha cabeça dava rodopios e eu sentia minha pulsação forte. Meu corpo parecia estar queimando levemente por dentro.



Tudo teria sido um sonho?



Não. Não era. Eu estava no mesmo quarto e ainda não me lembrava quem era. Cada vez que me dava conta disso, me sentia pior. Minha audição estava ótima. Ótima até demais. Eu podia ouvir o barulho das gotas de água que pingava da torneira da pia na cozinha. Eu podia ouvir o barulho da cortina da sala se mexendo suavemente por causa do vento. Só era preciso me concentrar.


Eu estava com uma audição que não era a de um humano.

Depois de tudo o que havia acontecido, pensar que eu poderia realmente não ser humana já não me assustava tanto. E se eu realmente não fosse? O que eu faria?

Ao me lembrar do cara que salvou a minha vida eu senti um aperto no coração. Uma vontade estranha de correr até ele e de vê-lo. Ter certeza de que ele era real.

Me esforcei um pouco para tentar ouvir se havia de fato mais alguém além de mim no apartamento. Não ouvia nada além do usual. Mas eu sentia um cheiro gostoso de perfume. Um cheiro realmente muito bom. Era ele. Estava dormindo em um outro quarto.

Agi por impulso e me levantei. Quando me dei conta, estava ao lado dele.

Ele dormia com um rosto tão bonito...

Eu me senti hipnotizada por aquele rosto. Sua boca era tão bem desenhada e seus cabelos claros e finos ficavam prateados com a luz da lua que entrava pela janela entreaberta. Pequenas brisas acariciavam suavemente as mechas do cabelo dele. Seu rosto tinha traços bem masculinos. Seus braços fortes e compridos tinham veias que se destacavam por toda parte. Sem dúvidas ele era um ser magnífico. Tão lindo de se ver que eu poderia ficar admirando-o por toda a minha vida sem me queixar. Eu queria ficar assim pra sempre.

De alguma forma, aquele rosto me trazia paz.

Ele estava deitado um pouco de mau jeito em sua cama e eu o observei sentada ao seu lado por alguns longos minutos. Institivamente com a ponta dos meus dedos finos e pequenos acariciei seu cabelo e sua boca. Suspirei e me virei, ainda sentada. O que eu estava fazendo ali, afinal?

Eu nem sabia quem era ele, nem sequer sabia o seu nome...

Quando menos percebi, uma mão me puxou com uma força incrível. Quando dei por mim, estava em cima dele. Meu rosto estava tão próximo do dele que os nossos narizes quase se encostavam. Eu me surpreendi e abri bem os meus olhos.

Ele tinha um sorriso torto e olhos sonolentos.

– O que você pensa que está fazendo? – Eu perguntei tentando me levantar, sem sucesso. Ele me prendia com apenas um dos seus braços naquela posição.

– Eu é que pergunto. Você tá no meu quarto, afinal. Na minha cama.

– Eu... eu... eu... – Droga, ele tinha razão. Com que direito eu podia perguntar aquilo? – Eu só vim me certificar de uma coisa – Disse por fim.

– Hum... Se certificar? – No fundo eu estava começando a achar esse tom de deboche dele um pouco bonitinho. – De que eu não fui a lugar algum?

Eu parei e encarei-o com uma cara de quem achou aquela pergunta um absurdo. Eu estava mentindo e ele estava absolutamente certo. Mas eu não podia admitir algo tão vergonhoso daquele jeito. De forma alguma.

– Você se acha né? Por favor, pode me soltar? Eu estou com fome.

Então ele de repente me provocou.

– É. Eu também. – Seus olhos eram maliciosos. Ele me olhou de baixo para cima como se eu fosse a comida.

– Me solta. - Eu exigi.

– Tá. - Ele obedeceu. – É melhor eu soltar mesmo. Não sei se posso aguentar isso por muito tempo.

O que ele estava querendo dizer?

Me recompus e logo em seguida perguntei algo bem óbvio.

– Ei, não tem nada pra comer nessa casa? Na boa, eu acho que posso comer um rebanho inteiro.

– Nossa! – Ele sorriu. – Que gulosa. Não. Não tem comida aqui em casa. A gente precisaria ir lá fora primeiro.

– Lá fora? Onde?

– É...– Ele se perdeu nas palavras - Senta eu vou te contar tudo.

Sentei na hora. Finalmente eu teria algum tipo de explicação. Estava ansiosa com isso, mas um pouco assustada também.

Ele sorriu um sorriso triste.

– Primeiro eu preciso que me perdoe. Eu não tinha o direito de fazer o que fiz. Mas eu simplesmente não pude... não fazer nada. – Ele parecia dizer as palavras com cautela.

– Certo. Vou perdoar assim que souber o que fez comigo.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será que aconteceu?
Amanhã atualizo Anjos Caídos, então, não percam! :)



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