Quando O Dia Foi Raptado escrita por Rodrigo Pereira Dos Santos
Não só eu, mas todos nós ficamos confusos. Alguns cochichavam ou se entreolhavam, enquanto outros faziam cara de "aimedeusqueisso".
– Deus tipo... como assim deus? - disse Luiz Felipe fazendo uma careta.
– Você já ouviu falar de mitologia grega?
– Sim
– Pois então- disse o tal Hermes com ar de sabedoria.
– Então o que caramba? - Luiz estava começando a se irritar.
– Eu sou um deus da mitologia. E todos os outros deuses também são reais. Toda a mitologia resistiu ao tempo e ao desenvolvimento da humanidade, se adaptando a suas culturas, e a todos seus costumes.
Se fez um silêncio torturante por um tempo, até que o senhor endeusado voltou a falar.
– Pois bem, é por isso que estou aqui. Fui mandado por meu pai, Zeus, para avisar-lhes que vocês têm um longo caminho a percorrer, e que serão guiados por um protetor até o Acampamento Meio-Sangue. Como presente, nós, deuses do Olimpo, lhes damos armas, forjadas por Hefesto especialmente para vocês. Mas antes, é necessário que vocês sejam reclamados.
Olhei para Flávia -que estava ao meu lado- e perguntei em tom de sussurro se ela havia entendido alguma coisa, e ela balançou a cabeça negativamente. Me virei de volta para Hermes, e percebi que todos me olhavam.
–Ah, desculpa! Pode continuar a falar aí o que você estava falando... - eu disse sem graça e ficando vermelho.
– Hum... como é que é mesmo? Ah, sim. "Ó Senhor Zeus, Rei dos deuses e da humanidade, peço-lhe agora que reclame seus filhos!"
Todos ficaram quietos, apenas observando, até que vimos a forma de um raio com um brilho azulado acima da cabeça de Lucas. O homem mais uma vez quebrou o silêncio.
– "Ó Senhor Poseidon, dominador das águas e dos oceanos, peço-lhe agora que reclame seus filhos!"
Mais uma vez o silêncio se repetiu. Dessa vez vimos um tridente brilhando verde e azul sobre Julia Carvalho e João Vitor.
– "Ó Senhora Deméter, senhora da agricultura e das terras férteis, peço-lhe agora que reclame seus filhos!" - disse Hermes cansado da repetição.
Nada aconteceu.
– Bah! Não vou mais ficar repetindo isso. - ele esbravejou - Deuses do Olimpo, por favor, reclamem seus filhos e filhas, respeitando a ordem de seus tronos, começando por Ares.
De repente, uma lança vermelha apareceu sobre a cabeça de Beatriz. Depois uma coruja cinza sobre Isabela, Flávia e sobre mim. Fique atônito, mas não tive tempo de reagir, já que uma lira dourada aparecera na cabeça de Luiz Felipe e de Daiane, me chamando a atenção e dispersando meus pensamentos. Então uma pomba branca se mostrou sobre Julia Toquinho. Ficamos esperando, mas nada acontecia, e como num flash o senhor deusinho falou.
– Acho que estou esquecendo algo. Ah!
Assim que ele terminou de falar, uma vara com asas na ponta e rodeada por duas cobras, brilhando em bege pálido, apareceu sobre a cabeça de Salu e de Gabriela.
– O que é isso? - perguntou Gabriela.
– Isso é o caduceu, o meu símbolo. Isso significa que eu sou seu pai.
– Meu... pai? Mas você é um deus! Como isso?
– Os deuses podem ter filhos com mortais, e essas crianças se chamam semideuses. E vocês são os semideuses mais poderosos desde Percy Jackson. Pois bem, agora vou lhes dar as armas. Filho de Zeus, venha aqui.
Ficamos nos olhando até que Lucas passou e tomou a nossa frente.
– Zeus lhe mandou isto -Hermes disse.
– Obrigado -Lucas estendeu a mão para pegar uma excalibur, e num espaço central, que rasgava a espada ao meio, alguns fios de eletricidade. As lâminas eram feitas de bronze.
– Julia Carvalho e João Vitor, filhos de Poseidon. Para Julia, este pingente de cavalo. Coloque nesta correntinha, e quando precisar de uma arma, segure o pingente e ele vira uma espada de bronze celestial. Para o João, é... este... acho que é um piercing. Piercing de septo, se não me engano. Não sei como isso aí funciona, mas você vai descobrir, eu garanto.
– Beatriz, filha de Ares. Para você esta tiara, e se precisar, ela pode se transformar em uma lança.
– Flávia, Isabela e Rodrigo, filhos de Atena. Flávia, pra você eu tenho está adaga, e sim, ela vira uma espada. Estes anéis são para Isabela. Coloque um em cada dedo, assim você terá uma espada em cada mão. Rodrigo, sua mãe mandou este celular. Lembre: apertando um botão ele vira uma espada, e apertando duas vezes, ele vira uma lança.
– Daiane e Luiz Felipe, filhos de Apolo. Para vocês estas espada gêmeas de bronze celestial.
– Julia de Biase, filha de Afrodite. Para você esta maquiagem. Este "pincelzinho" vira uma espada, então cuidado para não cravá-la na cabeça enquanto estiver se maquiando, hein.
– Gabriela e Salu, minhas filhotitas, roubei estas espadas de Hefesto especialmente para vocês.
– Mas por que você roubou?
– Porque que briguei com Hefesto durante um debate no Olimpo, mas Zeus me autorizou pegar as espadas. E esqueci de contar. Eu sou o deus dos ladrões.
– Ah, então tá, obrigada pelas espadas -disse Salu saindo de perto de seu pai.
– Antes que eu vá e me esqueça, quero que vocês fiquem com esses dracmas de ouro. São dez para cada um de vocês. Roubem alguns se quiserem. - ele sussurrou para suas crias. - Tenho que ir! - e saiu correndo na velocidade da luz.
Ficamos ali parados, sem reação, mas algo aconteceu e nos acordou. Ouvimos gritos e vários barulhos. Saímos correndo do quarto e chegamos até a entrada, mas um bicho estranhíssimo nos impediu de passar.
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