Alec caiu de joelhos, vendo Magnus se afastar. Não conseguia entender por que se sentia assim, apesar de já ter admitido há muito o sentimento pelo feiticeiro. Passara tanto tempo apaixonado por Jace que, quando encontrara Magnus, não pensou que algo demais poderia acontecer.

Mas Magnus Bane aconteceu. Era impossível não cair de amores pelo feiticeiro excêntrico, com os olhos de gato penetrantes e as roupas escandalosas. Alec simplesmente havia se apaixonado pelo feiticeiro de uma hora para a outra, esquecendo-se do que sentiu por tantos anos pelo parabatai e melhor amigo.

No começo, sentiu-se culpado, quase como se estivesse traindo o velho sentimento. Mas sabia o que Jace sentia. E sabia como estava se sentindo em relação à Magnus Bane, o que o levou para a casa do feiticeiro certa noite, que o fez beijá-lo na frente da Clave e de todos em Idris, que o fez esquecer por instantes Jace, Isabelle, Clary, seus pais e todos os outros.

E ali estava ele, Alexander Lightwood, o filho mais velho e responsável de Maryse e Robert Lightwood, caído e magoado por um amor destruído. Alec não acreditava que havia sido ele a estragar tudo.

Não, espera.

Claro que acreditava. Alec sempre estragava tudo.

- MAGNUS! – Gritou, saindo correndo atrás do Alto Feiticeiro do Brooklyn. Este, surpreso, parou por um instante, tempo suficiente para que Alec se jogasse nele, entrelaçando seus braços no pescoço de Magnus e beijando-o avidamente, fazendo o feiticeiro se surpreender por um instante até corresponder o beijo com a mesma intensidade.

Diferente do último, que havia sido lento e triste, este foi mais necessitado, um beijo faminto e voraz. Não sentiu a necessidade de ar, nem pensou nas pessoas que poderiam vê-los – seres do submundo ou não. Seus pensamentos estavam apenas em Magnus – seu cheiro, seus olhos de gatos abertos em surpresa, seus corpos prensados, os corações batendo.

Quando finalmente se separaram, Alec não deixou o feiticeiro falar. Sentiu uma coragem repentina e precisava falar o que sentia antes que esta coragem fosse embora.

- Eu sei que errei, sei que não devia ter procurado Camille sem te avisar e não devia sequer ter pensado a respeito da proposta dela. Mas quando surgiu a possibilidade de ficar com você, de te ter por perto pelo resto da minha vida, de envelhecer com você... Eu só queria ter certeza de que nunca teria que me separar de você. Eu não quero nunca me separar de você.

O rosto de Magnus suavizou. Ele puxou Alec em um abraço apertado, acariciando seus cabelos de leve.

- Também não quero isso, Alexander. Mas eu esperava mais confiança de você. Aku Cinta Kamu, Alec, e faria de tudo para ficar com você. Mas foi algo inesperado... Me deixe pensar um pouco, querido.

Seu rosto estava calmo e suave, diferente de quando conversaram minutos antes. Alec considerou um bom sinal. Não era como voltar, mas sabia que havia diminuído a mágoa do feiticeiro.

- Não demore – sussurrou o garoto, desejando nunca ter contatado Camille, encostando sua testa na do feiticeiro. Magnus sorriu triste.

- Vou tentar – sussurrou de volta, se afastando e dando um singelo selinho no ShadowHunter e sontando-o.

Alec então o observou indo embora, dessa vez ciente de que não deveria ir atrás de Magnus.

Então virou e seguiu seu curso.